sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
Alerta Máximo
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Inimigo Público nº 1
O interessante é que os produtores decidiram rodar dois filmes ao mesmo tempo. Como a história de Jacques Mesrine era bem farta em termos de crimes e fugas, decidiram que um só filme seria pouco para contar sua história. Esse primeiro filme assim conta apenas parte da sua história, algo complementado na parte 2. O ator Vincent Cassel, como sempre, está ótimo na pele desse criminoso celebridade. O roteiro também é um ponto positivo pois não glamoriza o bandido, mostrando inclusive suas piores partes, como espancar a própria mulher. Com boa produção reproduzindo os carros e roupas dos anos 60 e 70, esse filme se torna uma boa opção, tanto para quem gosta de filmes policiais, como para quem tem curiosidade de conhecer a vida desse criminoso francês.
Inimigo Público nº 1 (L'instinct de mort, França, 2008) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Abdel Raouf Dafri, baseado no livro escrito por Jacques Mesrine / Elenco: Vincent Cassel, Cécile de France, Gérard Depardieu / Sinopse: O filme conta a história do criminoso Jacques Mesrine, conhecido por seus assaltos a bancos, roubos a casas e assassinatos. Nesse primeiro filme o roteiro explora seus primeiros anos no mundo do crime, logo após deixar o exército francês.
Pablo Aluísio.
Inimigo Público nº 1 - Parte 2
Outro aspecto interessante dessa segunda parte é que ela desenvolve melhor a conturbada maneira de pensar do protagonista (ou antagonista, dependendo do ponto de vista). Sobre isso Mesrine tinha uma visão deteriorada de si mesmo. Ele costumava se ver como alguém que "lutava contra o sistema", quase como um socialista dos mais utópicos, porem em determinado momento do filme um verdadeiro socialista o desmonta completamente. Ele explica que Mesrine não lutava contra o capitalismo, longe disso, ele o louvava pois estava sempre atrás de dinheiro, luxo e bens materiais. Enfim, um pequeno detalhe que me chamou atenção nesse roteiro inegavelmente bem escrito.
Inimigo Público nº 1 - Parte 2 (L'ennemi public n°1, França, 2008) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Abdel Raouf Dafri, Abdel Raouf / Elenco: Vincent Cassel, Ludivine Sagnier, Mathieu Amalric / Sinopse: Esse segundo e conclusivo filme conta os anos finais da vida do criminoso francês Jacques Mesrine (Vincent Cassel). Ele consegue fugir, se envolve novamente com roubos de bancos, sequestros e assassinatos, sendo encurralada pela polícia de Paris em 1979, colocando um fim em sua vida de crimes e violência.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 3 de julho de 2019
O Imperador de Paris
Não é a primeira vez que fazem um filme sobre François Vidocq. Ele chegou inclusive a ser o protagonista de um filme americano, "Vidocq, Um Escândalo em Paris", de Douglas Sirk em 1946. Obviamente era uma versão bem fantasiosa de sua vida. Nesse novo filme as coisas são mais de acordo com os registros históricos que existem sobre ele. Inclusive o verdadeiro Vidocq viveu em um período muito interessante da história francesa, quando a revolução mandava milhares de pessoas para a guilhotina. Seu auge porém aconteceu quando Napoleão Bonaparte subiu ao poder. Seu título de "Imperador das ruas de Paris", dado por um jornal da época, era praticamente uma sátira à figura de Napoleão. Enquanto esse conquistava nações no exterior, o criminoso François Vidocq era o homem que realmente mandava na capital francesa, com seu modo de agir baseado na violência e na justiça com as próprias mãos. Enfim, um filme realmente muito bom, com ótima reconstituição de época e a brilhante interpretação do ator Vincent Cassel, um dos melhores do atual cinema francês. Se você gosta de cinema europeu não deixe de conferir essa nova versão da vida de um homem que ao seu próprio modo também entrou para a história da França.
O Imperador de Paris (L'Empereur de Paris, França, 2018) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Éric Besnard / Elenco: Vincent Cassel, Olga Kurylenko, Freya Mavor, August Diehl / Sinopse: Baseado em fatos históricos reais o filme conta a história do criminoso procurado François Vidocq (Vincent Cassel). Após ser capturado de novo pela polícia de Paris ele faz um trato informal com o chefe de polícia da cidade. Ele ajudará a eliminar os principais criminosos em troca de um indulto por seus crimes no passado. E tudo se passa durante o período imperial com Napoleão Bonaparte no poder. Filme indicado ao César Awards nas categorias de melhor figurino (Pierre-Yves Gayraud) e melhor design de produção (Emile Ghigo).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Herança de Sangue
Título no Brasil: Herança de Sangue
Título Original: Blood Father
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Entertainment
Direção: Jean-François Richet
Roteiro: Peter Craig, Andrea Berloff
Elenco: Mel Gibson, Erin Moriarty, Diego Luna, William H. Macy, Raoul Max Trujillo, Dale Dickey
Sinopse:
Após passar muitos anos preso, Link (Mel Gibson) finalmente consegue sair da prisão sob condicional. Ele começa a trabalhar como tatuador no próprio trailer onde vive, ao mesmo tempo em que ainda mantém esperanças de um dia reencontrar sua filha, Lydia (Erin Moriarty). Ela desapareceu há muitos anos após fugir da casa da mãe. Tudo segue normal até que um dia Lydia ressurge! Ela viveu por anos na Califórnia e se envolveu com um criminoso latino, Jonah (Diego Luna), membro de um cartel mexicano de traficantes de drogas. Após um assalto mal sucedido ela acabou baleando o próprio namorado. Agora ele e seus comparsas querem se vingar. Apenas o pai de Lydia poderá deter esse bando de criminosos.
Comentários:
Mais uma tentativa (mal sucedida) do ex-astro Mel Gibson em retomar sua carreira. Desde que brigou com produtores e estúdios (com acusações de racismo e antissemitismo para todos os lados), Gibson tem vivido praticamente em um semi ostracismo. Nunca mais atuou em grandes produções e seus filmes já não conseguem alcançar o mesmo sucesso que um dia tiveram. Na verdade os últimos filmes de Gibson mal conseguem chamar a atenção do grande público. Em certos aspectos ele virou uma espécie de pária da indústria cinematográfica americana. Os dias de "Mad Max" e "Máquina Mortífera" parecem atualmente bem distantes. Como ele não é mais comercialmente tão viável para Hollywood seus filmes vão ficando cada vez mais baratos e sem expressão. Afinal uma coisa acaba levando a outra. Assim esse novo filme segue o mesmo caminho do que se tem visto em termos de Mel Gibson ultimamente. O roteiro é por demais básico, baseado apenas em uma situação sem novidades, a do pai que tenta proteger a filha de criminosos que tentam matá-la.
As cenas de ação são mais do mesmo. Para não escrever que nada é muito interessante ou original, há um bom momento quando Gibson foge com sua filha em uma possante moto Harley-Davidson numa estrada no meio do deserto. Apesar de ser até bem feita serviu apenas para me deixar com saudades de "Exterminador do Futuro 2". Em relação ao elenco temos um Mel Gibson barbudo, tatuado, envelhecido, mas com boa forma física. Pelo visto os anos de alcoolismo não conseguiram (ainda) destruir fisicamente o ator. Ao seu lado, como um amigo, surge o talentoso William H. Macy em um papel completamente sem importância e desnecessário. Um desperdício completo. A filha de Gibson no filme, por sua vez, é interpretada pela atriz e "ídola" teen Erin Moriarty, tão bonitinha quanto chatinha. E por fim temos Diego Luna, que por um pequeno momento no começo de sua carreira chegou a ser considerado uma grande promessa latina em Hollywood. Pelo visto foi outro que definitivamente não deu em nada. Então é isso. Uma fita de ação sem brilho, sem novidades, totalmente banal. Esse parece ser mesmo o caminho a ser trilhado pelo ex-astro Mel Gibson, aqui colhendo todos os frutos podres de seu passado recente de excessos.
Pablo Aluísio.