quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A Noiva Desconhecida

Título no Brasil: A Noiva Desconhecida
Título Original: In the Good Old Summertime
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Robert Z. Leonard
Roteiro: Albert Hackett, Frances Goodrich
Elenco: Judy Garland, Van Johnson, S.Z. Sakall, Buster Keaton
  
Sinopse:
Veronica Fisher (Judy Garland) e Andrew Delby Larkin (Van Johnson) trocam cartas românticas apaixonadas por um serviço de correspondência para pessoas que desejam arranjar um novo amor, porém não conhecem a verdadeira identidade um do outro. O que eles nem desconfiam é que verdade já se conhecem e muito, pois são colegas de trabalho, vendedores da loja de instrumentos e partituras musicais do Sr. Otto Oberkugen (S.Z. Sakall). Pior do que isso, eles não simpatizam mutuamente e vivem brigando, o que causará inúmeros problemas quando resolverem finalmente marcar um encontro às escuras. Filme indicado ao WGA Award na categoria de Melhor Musical.

Comentários:
Judy Garland era uma artista completa. Dançava, cantava e atuava muito bem. Ela se consagrou ainda muito jovem quando interpretou Dorothy no clássico imortal "O Mágico de Oz". Depois daquele filme inesquecível a MGM a escalou para várias produções obviamente aproveitando seus inúmeros talentos. Nesse "A Noiva Desconhecida" Judy já não surge como aquela encantadora garotinha. Ela agora é uma mulher adulta em busca de trabalho. Depois de muito procurar ela acaba arranjando um emprego de vendedora na simpática loja do rabugento Sr. Otto. Em uma época em que ainda não havia discos, lojas como essas faturavam bastante vendendo partituras musicais. Essas por sua vez eram tocadas em saraus elegantes nas casas das famílias mais ricas de Chicago. Para mostrar como eram as músicas dessas partituras todas as lojas precisavam ter em seu quadro de funcionários uma cantora ou cantor para interpretar as partituras aos clientes. É justamente isso que a personagem de Garland faz em seu trabalho, o que abre margem para vários números musicais bem suaves e ternos. O roteiro desse filme traz além de boas canções uma trama romântica que consegue ser ao mesmo tempo bem divertida. Veronica (Garland) sonha em encontrar o homem de seus sonhos. 

Para isso ela acaba entrando em um programa de correspondência anônima onde troca cartas apaixonadas com potenciais pretendentes. E ela acaba se apaixonando por um deles, sem saber que na verdade o autor dos belos poemas de amor é o seu próprio colega de trabalho, o Sr. Larkin (Johnson) de quem ela inclusive não gosta e nem simpatiza. Esse argumento provavelmente lhe lembrará de um filme com Tom Hanks e Meg Ryan chamado "Mens@gem Pra Você". A coincidência é facilmente explicada pois ambos os filmes foram baseados na peça "Parfumerie" de Miklós László. A única diferença óbvia é que a segunda versão dos anos 1990 se aproveitou da popularização da informática para aproximar os dois apaixonados anônimos que ao invés de trocarem cartas usavam E-Mails. Fora isso temos basicamente as mesmas situações. De uma forma ou outra o fato é que "A Noiva Desconhecida" é um belo romance musical muito simpático, leve e divertido, contando com a presença muito especial da imortal Judy Garland que inclusive colocou sua própria filhinha, ainda bebê (nada menos do que a futura estrela Liza Minnelli), na última cena do filme. Um momento realmente encantador que serve para fechar com chave de ouro esse carismático musical.

Pablo Aluísio.

Ainda Serás Minha

Título no Brasil: Ainda Serás Minha
Título Original: Somewhere I'll Find You
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Wesley Ruggles
Roteiro: Charles Hoffman, Walter Reisch
Elenco: Clark Gable, Lana Turner, Robert Sterling
  
Sinopse:
Paula Lane (Lana Turner) é uma jovem jornalista em busca de sua primeira grande chance profissional. Depois de um tempo tentando ser levada a sério ele consegue ser enviada pelo jornal onde trabalha como correspondente de guerra na Indochina. Se a vida profissional vai bem para Paula, o mesmo não se pode dizer dos assuntos do coração. Ela namora sério com Kirk 'Junior' Davis (Robert Sterling), mas na verdade é loucamente apaixonada por seu irmão, Jonathon 'Jonny' Davis (Clark Gable). Enquanto tenta decidir com quem ficará todos são enviados para o oriente para registrar a nova guerra mundial que se aproxima.

Comentários:
Um filme pouco conhecido nos dias de hoje que conta com duas grandes estrelas em seu elenco: o eterno galã Clark Gable e uma das atrizes mais populares daquela época, a bela loira platinada Lana Turner. O jornalista interpretado por Gable traz várias características que marcaram muito sua carreira nas telas. Ele é levemente cínico, faz o estilo mais cafajeste e sempre tem uma ironia mordaz na ponta de língua. Para completar seu jeito mau caráter ele também começa a se insinuar para a própria noiva de seu irmão, a também jornalista Paula Lane (Lana Turner). E ela é caidinha por ele. Sempre se provocando com diálogos picantes os dois passam o filme inteiro se separando e voltando. O irmão de Gable faz o tipo certinho para fazer um contraponto com o tipo conquistador inveterado do famoso galã. Por falar em diálogos alguns deles são extremamente ousados. Em determinado momento Gable conhece uma garota de programa em um bar e ela lhe diz com toda a sensualidade que está pronta para apagar sua tocha na cama do quarto de hotel! Ora, nos anos 1950 isso causaria um verdadeiro problema por causa do falso moralismo do Macartismo. Já em plena segunda guerra não havia esse problema, uma vez que a autocensura ainda não havia chegado para valer nos estúdios. O roteiro tem um pegada leve, de comédia romântica mesmo, com boas cenas de amor entre Gable e Turner. Lana era muito sensual e como estava ainda bem jovem quando fez o filme sensualiza muito bem a cada momento - com direito até a mordidinhas na orelha de Clark Gable. Já para quem for atrás de cenas de batalha é melhor desistir. Só existe uma sequência rápida de guerra, já no final, com menos de 10 minutos de duração. A coisa toda foi construída mesmo em torno do triângulo amoroso dos protagonistas (Gable, Turner e Sterling). Fora disso não há maiores atrativos para quem procura por algo diferente ou mais movimentado.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Todos os Irmãos Eram Valentes

Filmes de aventuras nos sete mares se tornaram uma das maiores tradições da era de ouro de Hollywood, em sua fase clássica. Aqui temos mais um exemplo, só que ao contrário dos filmes estrelados por Errol Flynn, aqui não temos piratas e nem lutas de capa e espada. A história se passa em meados do século XIX, quando prosperou na costa leste dos Estados Unidos uma rica indústria pesqueira baseada no óleo retirado das baleias. Esse produto era usado para diversos fins, era muito lucrativo e por isso a caça a esses animais se proliferou. O protagonista do filme é justamente um capitão de um veleiro baleeiro chamado Joel Shore (Robert Taylor). De volta ao lar depois de passar dois anos no Pacífico Sul, ele decide se casar com a bela Priscilla 'Pris' Holt (Ann Blyth), representando aqui a amada deixada para trás. Depois de uma breve cerimônia, Shore é contratado para capitanear uma nova embarcação. Ele aceita o convite, mas deixa claro que não irá apenas atrás das baleias, mas também atrás de seu irmão, Mark Shore (Stewart Granger), que seguindo a tradição familiar também era um capitão de veleiros. Durante uma viagem pelos mares do sul ele simplesmente desapareceu. Assim Joel decide seguir seus passos, mesmo sabendo que ele poderia naquela altura já estar morto.

O filme tem uma bonita produção. A direção de fotografia a cargo de George J. Folsey foi inclusive indicada ao Oscar, merecidamente aliás. O filme foi realizado no Caribe, nas costas da Jamaica, o que trouxe um visual belíssimo para as cenas. Outra indicação deveria ter sido dada para os efeitos especiais. Há cenas extremamente bem realizadas durante a caça às baleias, cenas inclusive que me lembraram bastante do grande clássico Moby Dick (que aliás tem sua história passada no mesmo contexto histórico do enredo desse filme, trazendo daí suas semelhanças). Outro fato curioso é que o filme ainda contou com navios verdadeiros, que ainda existiam na época, fazendo com que uma grande dose de veracidade histórica acompanhasse o elenco nesses ricos cenários. Enfim, um filme de sete mares mais do que recomendado. Com um roteiro bem sóbrio, não apelando para duelos de espadas com piratas e coisas afins, esse filme surpreende por ser ao mesmo tempo bem pé no chão, sem com isso perder sua dose de diversão e aventura.

Todos os Irmãos Eram Valentes (All the Brothers Were Valiant, Estados Unidos, 1953) Direção: Richard Thorpe / Roteiro: Harry Brown, baseado na novela histórica escrita por Ben Ames Williams / Elenco: Robert Taylor, Stewart Granger, Ann Blyth / Sinopse: Destemido capitão de um navio baleeiro em expedição pelos mares do Pacífico Sul decide procurar pelo paradeiro de seu irmão, também capitão, que desapareceu há alguns meses nas ilhas daquela região inexplorada e selvagem.

Pablo Aluísio.

Ratos Humanos

Na véspera do julgamento do gângster Benjamin Costain (Lorne Greene), a principal testemunha de acusação é covardemente assassinada. Isso cria um grande problema para o promotor público Lloyd Hallett (Edward G. Robinson) que deseja ver a condenação de Costain de todas as formas. Assim ele vai até a prisão estadual para tentar convencer Sherry Conley (Ginger Rogers), que está em regime fechado, a testemunhar contra Costain. Em troca de seu testemunho ele promete uma comutação em sua pena. Sherry parece intimidada e nada disposta a aceitar o convite. O promotor então decide tirá-la da prisão por alguns dias, para levá-la até um apartamento no centro da cidade, onde terá maiores chances de fazer Sherry testemunhar contra o criminoso. Ela passa assim a ser protegida pelo tira Vince Striker (Brian Keith). Não será algo fácil de fazer, já que o mafioso já descobriu que o promotor deseja usá-la no julgamento. Agora ele pretende matá-la de todas as formas, pois sua liberdade está em jogo.

"Ratos Humanos" é um bom filme de gângster. Toda a trama se passa em apenas dois dias, justamente os que antecedem o grande julgamento do mafioso Costain. Tudo é feito para que Sherry (interpretada por Ginger Rogers, com cabelos bem curtinhos) aceite testemunhar contra o criminoso que o promotor interpretado pelo ator Edward G. Robinson quer que seja condenado e deportado do país. O papel de Robinson aliás não deixa de ser bem curioso pois ele fez sua carreira interpretado gângsters perigosos, mas aqui surge do lado da lei, como um promotor. A direção de Phil Karlson é enxuta. Ele se limita a contar bem sua história, sem perda de tempo e nem exageros. Ginger Rogers, que foi a atriz mais bem paga de Hollywood durante os anos 40, por causa de seus musicais ao lado de Fred Astaire, se saiu muito bem nesse papel mais dramático. Sua personagem fala pelos cotovelos, seus diálogos são longos, de complicada memorização, em grandes cenas e sequências. Ela aliás está em noventa por cento das cenas. Não foi um trabalho fácil. Mesmo assim se saiu muito bem, nessa atuação de sua fase mais madura. O grande atrativo desse filme vem justamente disso, da oportunidade de conferir mais o lado de atriz da estrela Ginger Rogers, que aqui obviamente não dança e nem canta. No final de tudo ela demonstra que era muito mais do que apenas uma grande dançarina. Era de fato também uma atriz de talento dramático admirável.

Ratos Humanos (Tight Spot, Estados Unidos, 1955) Direção: Phil Karlson / Roteiro: William Bowers, Leonard Kantor / Elenco: Ginger Rogers, Edward G. Robinson, Brian Keith, Lorne Greene / Sinopse: Sherry Conley (Ginger Rogers) é tirada da prisão pelo promotor público Lloyd Hallett (Edward G. Robinson). Ele pretende que ela seja testemunha contra o violento gângster Benjamin Costain (Lorne Greene). Para evitar que seja morta pelo criminoso, Lloyd a deixa sob a proteção do policial Vince Striker (Brian Keith).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Cowboy do Asfalto

Dar uma visão do cowboy americano da atualidade – essa é a proposta desse “Cowboy do Asfalto”, produção estrelada por John Travolta no auge de sua carreira. No filme acompanhamos as mudanças pelas quais passa Bud Davis (John Travolta), um rapaz do interior que se muda para a cidade grande em busca de novas oportunidades. E lá que seu tio vai lhe dar uma mão na busca de um emprego e um novo lugar para morar. Recém chegado logo começa a trabalhar numa refinaria como operário. Com os trocados que ganha durante a semana no trabalho duro o jovem Bud vai para os bailes de música country no fim de semana. Em uma dessas noites ele acaba conhecendo Sissy (Debra Winger), uma garota que adora o universo country. Depois de uma paixão avassaladora resolvem dar o grande passo de suas vidas, se casando de forma até prematura. O que parecia ser um belo caminho a trilhar em suas vidas infelizmente logo começa a ruir com os problemas do cotidiano. Falta de grana e meios para se viver melhor. A grande chance de dar a volta por cima acaba vindo em torno de uma competição esportiva de montaria ao touro mecânico, que promete pagar um belo prêmio ao último cowboy que conseguir ficar firme na montaria até o apito final.

“Cowboy dos Asfalto” é interessante porque conseguiu captar a vida de dois jovens comuns que apaixonados vivem as incertezas do casamento. Durante a semana eles pegam pesado no batente, geralmente em empregos desgastantes e sem nenhum atrativo mas extravasam suas frustrações durante o fim de semana quando se vestem como vaqueiros do interior, dançam e se divertem ao som de muita música country, participando de competições do gênero como a montaria no touro mecânico. Travolta, cheio de maneirismos, repete de certa forma seu tipo de interpretação que havia desenvolvido em filmes como “Grease” e “Os Embalos de Sábado à Noite”. A única novidade é o universo country ao seu redor. Melhor se sai Debra Winger como a jovem que só quer ser feliz ao lado do amor de sua vida. O filme tem muita música, dança (como era de se esperar de um filme com John Travolta naquela época) e romance. Revendo hoje em dia o filme ganha muito no aspecto nostalgia (principalmente para quem foi jovem nas décadas de 70 e 80) e por isso vale ser revisto. Ah e antes que me esqueça: a trilha sonora de “Cowboy do Asfalto” é um prato cheio para quem gosta de música country, inclusive com a participação de muitos cantores famosos na época. Se você é fã do estilo não deixe de ver.

Cowboy do Asfalto (Urban Cowboy, EUA, 1980) Direção: James Bridges / Roteiro: Aaron Latham, James Bridges / Elenco: John Travolta, Debra Winger, Scott Glenn / Sinopse: O filme narra os problemas e o romance de um casal de jovens que vivem em uma grande cidade americana mas que procuram preservar as suas origens dentro do universo country.

Pablo Aluísio.

A Balada de um Pistoleiro

Título no Brasil: A Balada de um Pistoleiro
Título Original: The Ballad of a Gunfighter
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Bill Ward Pictures
Direção: Bill Ward
Roteiro: Bill Ward
Elenco: Marty Robbins, Traveler, Joyce Redd, Nestor Paiva, Michael Davis, Laurette Luez
  
Sinopse:
Após o fim da guerra civil americana, um veterano confederado interpretado por Marty Robbins, resolve esconder o ouro roubado por seu bando em um pequeno e pobre vilarejo no velho oeste. Ele dá a fortuna para que o padre da pequena igreja local o esconda. Isso acaba criando uma grande tensão com o líder da quadrilha que deseja não apenas colocar as mãos no ouro como também na mulher de Robbins. Apenas o duelo de armas fumegantes colocará um fim na acirrada rivalidade.

Comentários:
Produção B que chegou a ser lançada no Brasil nos tempos do VHS. É curioso isso uma vez que o filme nunca foi exatamente popular ou conhecido, sendo de complicado acesso até mesmo entre colecionadores americanos. Isso se deve em parte ao fato de que a produtora original do filme, Bill Ward Pictures, faliu ainda na década de 1960, tendo seu acervo disperso, sendo que muitas dessas produções de faroeste de orçamento limitado simplesmente se perderam. Essa fita aqui sobreviveu. O destaque para o fã de western vem da presença do cowboy cantor Marty Robbins. Ele foi um astro de segundo escalão até bem popular naqueles anos, sempre dando pequenas canjas nos filmes, cantando uma ou outra música e desfilando com seu famoso cavalo branco Traveller (que chegou inclusive a ganhar seu próprio título de quadrinhos!). O filme como um todo é apenas razoável, bem ao estilo matinê. Na verdade era aquele tipo de produção mais modesta que fazia a alegria da garotada nos cinemas durante os fins de semana. Um produto nostálgico que a despeito de seu charme vintage perdeu muito com o passar dos anos. Datado e ultrapassado só valerá mesmo como item de raridade em sua coleção de faroestes. Como produto cinematográfico porém é uma obra menor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Choque de Ódios

Título no Brasil: Choque de Ódios
Título Original: Wichita
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Jacques Tourneur
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Joel McCrea, Vera Miles, Lloyd Bridges
  
Sinopse:
1874. A cidade de Wichita é um dos lugares mais violentos do velho oeste. Não há lei e nem ordem. O que vale é a força das armas. Nesse ambiente onde tudo parece perdido chega um forasteiro chamado Wyatt Earp (Joel McCrea) que está disposto a aceitar o emprego que ninguém mais quer: o de xerife! Com a estrela de prata no peito e um colt nas mãos ele então parte disposto a limpar a cidade de todos os bandidos e foras da lei que encontrar pela frente. Não será algo fácil, mas Earp está decidido a vencer o desafio.

Comentários:
O lendário xerife Wyatt Earp inspirou muitos filmes de faroeste ao longo dos anos. Sua história, embora muito contestada por historiadores mais recentes, não deixa de dar frutos, mesmo nos dias de hoje. Já nos anos 1950 seu nome era sinônimo de chamariz para boas bilheterias. Aqui o ator Joel McCrea o interpreta. Sempre achei Joel muito adequado para esse personagem, não apenas pelo fato dele ter sido um ótimo astro de faroeste na era de ouro, como também pelo fato de ser ele mesmo muito parecido fisicamente com o verdadeiro Earp. Curiosamente essa lenda criada em torno do nome do velho homem da lei se deve muito a ele mesmo. No final da vida Earp foi até Hollywood servir como consultor para alguns filmes, ainda na época do cinema mudo. Lá teve contato com roteiristas e produtores que resolveram transformar sua própria história em material para vários filmes. Nessa versão, que é um tanto convencional para o cinema dos anos 50, o que mais chama a atenção é o elenco, realmente muito bom. Além de McCrea temos ainda a bela Vera Miles e a competência do veterano Lloyd Bridges. Assim embora o filme seja na média não deixa de se tornar uma ótima diversão nostálgica.

Pablo Aluísio.

Armando o Laço

Título no Brasil: Armando o Laço
Título Original: West of the Divide
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Robert N. Bradbury
Roteiro: Robert N. Bradbury
Elenco: John Wayne, Virginia Brown Faire, George 'Gabby' Hayes
  
Sinopse:
Dois cowboys, Ted Hayden (John Wayne) e seu amigo Dusty Rhodes (George 'Gabby' Hayes), se deparam com um fora da lei à beira da morte durante uma viagem pelo deserto do Arizona. O sujeito chamado Gatt Ganns esteve envolvido na morte e desaparecimento de um rico fazendeiro da região. Ao que tudo indica o próprio irmão da vítima era o autor do crime. Ted então resolve assumir a identidade do pistoleiro Ganns, para assim reunir mais provas contra as pessoas envolvidas no crime.

Comentários:
Muitos conhecem os filmes de John Wayne a partir dos anos 1950 ou então de uma fase mais avançada, já na década de 1970 quando realizou seus últimos filmes (Wayne faleceu em 1979). Assim a grande maioria de sua filmografia segue sendo ignorada por grande parte dos cinéfilos. O fato é que Wayne estrelou dezenas de filmes na década de 1930. Essas películas mais antigas podem ser encaradas como versões em faroeste dos filmes de matinê que eram bem populares naqueles tempos distantes. Em certo aspecto John Wayne ainda não havia encontrado seu estilo. Grandalhão, ele procurava seguir os passos de Tom Mix, inclusive usando seu figurino em cena. Grandes chapéus e armas absurdamente chamativas (cheias de detalhes dourados em seus canos, tal como era moda country daquele período). O filme tem roteiro básico, tudo muito simples, mas que certamente soava muito divertido para a garotada (que formava a massa do público para esse tipo de fita de bang bang). Com apenas 54 minutos o filme, apesar de extremamente curto, chegou a incomodar em seu lançamento pois para alguns setores era violento demais para os garotos que pegavam alguns centavos de dólar por uma entrada. Sinal de tempos mais inocentes e ingênuos, certamente.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de novembro de 2017

Hondo - Caminhos Ásperos

Hondo Lane (John Wayne) é um pistoleiro que atravessa o deserto sozinho ao lado de seu cão Sam durante as chamadas guerras Apaches. No caminho acaba encontrando um pequeno rancho onde vivem Angie (Geraldine Page) e seu pequeno filho. Estão sozinhos pois seu marido saiu atrás de parte de seu rebanho, mas jamais retornou. O problema é que em breve os Apaches chegarão no local e Hondo não consegue convencer a jovem senhora a abandonar o local onde vive. Esse "Hondo - Caminhos Ásperos" me surpreendeu por alguns motivos. O primeiro é o próprio personagem interpretado por John Wayne. Um pistoleiro de passado nebuloso. Sua caracterização de viajante no meio do nada ao lado de seu cachorro seria imitada anos depois em filmes tão diferentes como "Mad Max" (Há uma clara citação do diretor George Miller sobre isso) e até mesmo por Clint Eastwood em "O Estranho Sem Nome" (solidificando ainda mais a figura do pistoleiro solitário sem passado e nem identidade). Perceba que o roteiro não se preocupa em desvendar o passado de Hondo. Ele é sempre uma figura que parece guardar algum tipo de mistério sobre si mesmo, algo que ele não quer ou não pode revelar. Outro aspecto curioso na produção é a forma como Wayne lida com um papel de mestiço, algo que acontecia pela primeira vez em sua carreira. Hondo Lane é metade apache e metade branco. Por uma ironia do destino acaba se vendo envolvido em um conflito que mal consegue entender, envolvendo homens brancos e indígenas.

No final do filme, ao saber que provavelmente os apaches serão todos liquidados pela cavalaria americana, ele diz uma frase que resume seu estado de espírito: "Isso não será apenas o fim dos apaches, mas sim o fim de um modo de viver.... e um bom modo de se viver, é bom salientar". Quem diria que o conservador Wayne iria abrir espaço para um diálogo tão socialmente consciente e politicamente correto como esse? Deixando de lado todos esses aspectos sociais, é bom deixar claro que como puro cinema de entretenimento o filme funciona muito bem. Cinematograficamente falando o western é muito bom. Seu elenco, em especial, chama a atenção. Além de John Wayne - sempre uma presença carismática, aqui valorizado pelo bom personagem - ainda temos a grande atriz Geraldine Page dividindo a tela com ele. Considerada uma das grandes atrizes do cinema americano, nesse faroeste ela interpreta uma jovem rancheira que se recusa a abandonar seu lar frente à ameaça apache que ameaça vir das montanhas rochosas. Suas cenas com o Duke são muito boas e bem escritas, o que garantem a qualidade do filme também nos quesitos atuação e diálogo. John Wayne e Geraldine Page ficam praticamente sozinhos no rancho no terço inicial de "Hondo" e se não se entrosassem bem em cena certamente o roteiro perderia parte importante de seu impacto. Felizmente isso não ocorre. Ambos estão perfeitos em seus respectivos personagens. Em suma "Hondo" é um western de primeira, com belas atuações e cenários naturais grandiosos. Item para se ter em sua coleção.

Hondo - Caminhos Ásperos (Hondo, Estados Unidos, 1953) Direção: John Farrow / Roteiro: James Edward Grant, Louis L'Amour / Estúdio: Warner Bros / Elenco: John Wayne, Geraldine Page, Ward Bond / Sinopse: Durante as guerras índigenas um cowboy chamado Hondo Lane (John Wayne) chega até um rancho isolado, situado numa região distante e inabitada. O lugar está bem no meio do território onde índios e o exército americano lutam. Mesmo com o perigo rondando ela se recusa a ir embora, deixando tudo o que tem para trás. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Geraldine Page) e Melhor Roteiro Adaptado (baseado no conto "The Gift of Cochise").

Pablo Aluísio.

A Marca do Renegado

Título no Brasil: A Marca do Renegado
Título Original: The Mark of the Renegade
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Hugo Fregonese
Roteiro: Johnston McCulley, Robert Hardy Andrews
Elenco: Ricardo Montalban, Cyd Charisse, J. Carrol Naish

Sinopse:
Mesmo tendo nascido em origem nobre, Marcos Zappa (Ricardo Montalban) decide zarpar em um navio pirata do século XIX em busca de aventuras. Depois de cruzar os sete mares ele desembarca na costa da Califórnia, naquela época ainda sob domínio do império mexicano. Lá acaba sendo designado por um político influente para conhecer e conquistar o coração da filha de seu inimigo. O objetivo é desmoralizar a dinastia familiar de seu oponente. Zappa porém tem outros planos para esse relacionamento.

Comentários:
Pequeno filme de curta duração (pouco mais de 70 minutos de metragem) que mescla filmes de aventuras ao estilo "piratas dos sete mares" com western. O personagem de Ricardo Montalban vai parar na Califórnia dos tempos pioneiros, onde acaba enrolado numa série de intrigas políticas. O filme me deixou a impressão de tentar seguir os passos de outro grande sucesso da época, "A Marca do Zorro". A ambientação é praticamente a mesma, o personagem principal é um exímio espadachim, dado a aventuras e galanteios com as moças da região. E ele também tem sua marca, a letra "R" de renegado que foi colocada em sua testa. Falastrão e fanfarrão, é de fato uma adaptação, algumas vezes pouco sutil, do famoso personagem Zorro. Fica também claro o tempo todo que a Universal estava empenhada em transformar seu jovem ator, Ricardo Montalban, em um astro. Embora interprete o personagem de um pirata, ele logo demonstra suas origens nobres ao pedir pratos requintados e vinhos de qualidade nas tavernas por onde passa. Seu figurino também chama a atenção, bem vistoso e chamativo. Assim grande parte da película é investida no visual do sujeito, quase sempre sem camisa e mostrando uma ótima forma física. O filme não se destaca cinematograficamente em nada, a não ser se encarado como uma aventura escapista, com toques de western. Uma produção B, tipicamente de matinês.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2017

A Volta dos Homens Maus

Título no Brasil: A Volta dos Homens Maus
Título Original: Return of the Bad Men
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Charles O'Neal, Jack Natteford
Elenco: Randolph Scott, Robert Ryan, George 'Gabby' Hayes, Anne Jeffreys
  
Sinopse:
Uma quadrilha formada por alguns dos mais infames pistoleiros do velho oeste como Billy The Kid, Sundance Kid, os irmãos Youngers e os irmãos Daltons se unem para promover uma série de ações criminosas em pequenas cidades do território de Oklahoma. Uma jovem chamada Cheyenne (Anne Jeffreys) resolve também se unir ao bando, mas durante um assalto a banco acaba sendo atingida por um tiro certeiro em seu ombro. Após cavalgar por várias horas ela acaba indo parar na fazenda do rancheiro aposentado Vance (Randolph Scott) que resolve lhe ajudar. Como é uma garota muito jovem ainda, Vance entende que ela deve largar o mundo do crime, para dar um novo rumo em sua vida.

Comentários:
Mais um bom filme da carreira de Randolph Scott. Inicialmente o fã de western pode vir a pensar que se trataria de uma espécie de sequência de "A Terra dos Homens Maus" de 1946, também estrelado por Randolph Scott. É uma visão equivocada. São dois filmes diversos, com personagens diferentes. O único elo de ligação vem dos roteiros que se aproveitam de bandidos famosos do velho oeste para contar suas estórias. No filme anterior, por exemplo, havia o bando de Jesse James. Já aqui os roteiristas trouxeram outros nomes conhecidos como Billy The Kid (pouco aproveitado) e Sundance Kid (como um pistoleiro com ares de psicopatia). Uma das coisas que mais gostei desse filme foi seu roteiro, muito bem desenvolvido, com ênfase em todos os personagens. O Vance de Randolph Scott, por exemplo, acaba tendo dois interesses românticos na estória. Ora ele se interessa pela jovem cowgirl Cheyenne, ora pretende se casar com a bela e recatada Madge Allen (Jacqueline White). 

A melhor parte acontece quando resolve aceitar o convite para se tornar xerife em uma cidade recém inaugurada, durante a corrida da colonização no Oklahoma. Naqueles tempos as terras do oeste eram doadas pelo governo a quem chegasse primeiro (um fato histórico que foi bem aproveitado em muitos filmes de faroeste ao longo dos anos). Como dono da estrela de prata ele precisa limpar a região dos foras-da-lei e bandoleiros em geral. Uma coisa nada fácil de se conseguir. Agora em termos de elenco quem se destaca mesmo é o veterano George 'Gabby' Hayes. Com seu jeito bem peculiar, servindo como alívio cômico, ele acaba roubando a cena como um dono de banco que acaba se tornando alvo do bando de criminosos. Suas cenas são bem divertidas e Gabby acaba mesmo chamando todas as atenções para si. Por fim, para completar o pacote, a cena final acontece numa cidade fantasma, que na verdade serve de esconderijo para o bando de criminosos. Em suma, não falta mesmo nada nesse bem tradicional western americano da década de 40. Miais um belo momento da filmografia do grande Randolph Scott.

Pablo Aluísio.

Um Dólar para Matar

Título no Brasil: Um Dólar para Matar
Título Original: Bandidos
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: EPIC, Hesperia Films S.A.
Direção: Massimo Dallamano
Roteiro: Romano Migliorini, Gianbattista Mussetto
Elenco: Enrico Maria Salerno, Terry Jenkins, María Martín
  
Sinopse:
O fora da lei Billy Kane (Venantini) lidera uma quadrilha de bandidos que resolve assaltar um trem em movimento. O saldo é trágico, um verdadeiro massacre. Kane não quer deixar testemunhas e por essa razão manda matar todos os passageiros e tripulantes. Excessivamente cruel, ele não quer deixar ninguém vivo que o possa prejudicar. Porém uma pessoa sobrevive, Richard Martin (Enrico Maria Salerno) que está disposto a acertar contas com Kane e seu bando. 

Comentários:
Mais um western spaguetti produzido no auge do estilo. O diretor Massimo Dallamano assinou como Max Dillman, para dar a falsa impressão de que era um cineasta americano. Uma bobagem, pois os produtores pensavam que assim haveria maior retorno comercial do filme. O fato que importa é que Massimo Dallamano demonstrou muito bem saber o que fazer com sua câmera. Ele criou ótimas sequências de tiroteios onde valorizou bastante o clima de tensão com pistoleiros se escondendo entre as ruelas empoeiradas de uma cidade do velho oeste. O roteiro investe na fórmula da vingança sem limites. Esse tipo de roteiro era bem comum no cinema italiano, pois se mostrava infalível para os admiradores desse tipo de produção. O elenco não traz nenhum astro mais conhecido. O ator Enrico Maria Salerno não era muito conhecido. A boa notícia era que ele foi muito bem dirigido por Dallamano que soube extrair o seu melhor em cena. A trilha sonora não é o que poderíamos dizer como marcante, mas é eficiente. Talvez o excesso de repetições prejudique um pouco, mas temos que dar um desconto pois era algo bem presente em vários filmes spaghetti. Assim deixamos a dica para os que gostam de um bom filme italiano de faroeste, com muitos duelos e violência estilizada. Certamente esses não vão se decepcionar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Trinity... Os Sete Magníficos

Título no Brasil: Trinity... Os Sete Magníficos
Título Original: Una Ragione Per Vivere e Una Per Morire
Ano de Produção: 1972
País: Itália, Espanha, França
Estúdio: Atlántida Films, Europrodis
Direção: Tonino Valerii
Roteiro: Rafael Azcona, Ernesto Gastaldi
Elenco: James Coburn, Telly Savalas, Bud Spencer, Georges Géret
  
Sinopse:
Um ex-militar, veterano de guerra, resolve reunir novamente os homens que faziam parte de seu batalhão, para que juntos participem de um ousado roubo de ouro confederado. A fortuna está em um forte militar chamado Holmes. O lugar é muito seguro, o que torna qualquer tipo de tentativa de roubá-lo duplamente perigoso. Nada porém que impeça que todos aqueles ex-soldados tentem a sorte grande, afinal de contas se conseguirem êxito em seus planos criminosos ficarão ricos pelo resto de suas vidas. 

Comentários:
Veja como são as coisas. Esse western Spaghetti foi lançado nos cinemas com esse título "Trinity... Os Sete Magníficos" que é completamente equivocado. Tudo não passaria de uma manobra comercial para atrair o público brasileiro. O fato é que não se trata de um filme com Trinity. Não há o menor sinal da figura de Terence Hill em toda a fita. A única ligação é a presença de seu parceiro Bud Spencer no elenco e nada mais. Assim quando o filme foi relançado no mercado brasileiro de vídeo, já no final dos anos 80 (bem no auge da febre das locadoras VHS), a distribuidora Canal 3 resolveu dar outro título comercial, "O Massacre no Forte Holm", que embora não tenha sido o melhor era bem mais coerente. A primeira coisa que realmente se destaca nesse faroeste é o elenco. Incrível como atores americanos de sucesso como James Coburn e Telly Savalas resolveram aceitar propostas para trabalharem no cinema italiano. Era uma prova da força que aquela indústria tinha na época. Aliás a palavra certa era justamente essa. Os produtores italianos criaram uma verdadeira indústria, com a produção e lançamento de filmes em série, tal como se fazia nos Estados Unidos. Com o pagamento de cachês atraentes não foi de se admirar que profissionais americanos tenham cruzado o Atlântico em busca de trabalho. Além disso como os filmes de faroeste andavam em baixa na América, nada mais natural do a mudança para o velho continente (até Henry Fonda pegou o avião rumo a Roma!). O resultado é inegavelmente muito bom. Não há nenhuma pretensão em ser uma obra de arte ou qualquer coisa parecida. A intenção é realmente a diversão e nesse ponto não há nada do que reclamar. Os fãs de Spaguetti consideram esse filme uma verdadeira obra prima dos anos 70. Quem ousaria discordar de suas opiniões?

Pablo Aluísio.

O Especialista - O Vingador de Tombstone

Título no Brasil: O Especialista - O Vingador de Tombstone
Título Original: Gli specialisti
Ano de Produção: 1969
País: Itália, França, Alemanha
Estúdio: Adelphia Compagnia Cinematografica, Les Films Marceau
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Sabatino Ciuffini, Sergio Corbucci
Elenco: Johnny Hallyday, Françoise Fabian, Sylvie Fennec
  
Sinopse:
Bret Dixon (Johnny Hallyday) é um pistoleiro do velho oeste que chega na pequena cidade de Blackstone para um acerto de contas. Acontece que seu irmão foi linchado de maneira covarde por alguns membros da população da cidade. Dixon quer saber o motivo e quem promoveu a morte horrível de seu irmão. Ele quer vingança contra cada um dos assassinos infames, os responsáveis por essa barbaridade indescritível.

Comentários:
Todo fã de western spaguetti (ou como gostam de dizer os mais sofisticados, Euro-Western) sabe que um dos grandes mestres desse tipo de filme foi o italiano Sergio Corbucci (nascido em Roma em 1926, falecido em 1990). Ao invés de investir apenas em ação e tiroteios, Corbucci procurava também trazer um background psicológico para todos os seus personagens. O protagonista aqui é um exemplo. interpretado pelo bom Johnny Hallyday (que apesar do nome americano era francês de nascimento, natural da bela Paris), ele é um pistoleiro solitário em busca não tanto de justiça, mas sim de vingança. Seu irmão foi morto de forma covarde pelos cidadãos ditos decentes da cidade. Um linchamento em praça pública. Ele foi acusado de ter roubado um dinheiro que deveria ter trazido com segurança de Dallas. A questão é que em volta dessa acusação sem fundamento se esconde vários interesses escusos, envolvendo membros influentes daquela sociedade. Para muitos críticos da época o diretor Sergio Corbucci teria errado a mão apenas numa questão: ele exagerou no clima sufocante e deprimente na qual se passa a estória. Não penso dessa forma. Na realidade o que vemos aqui é uma tentativa desse cineasta em criar um ambiente psicologicamente sufocante. Não é à toa que Sergio Corbucci é ainda hoje cultuado pelos filmes que dirigiu.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

SWAT - Primeira Temporada

"S.W.A.T." foi uma série policial de sucesso dos anos 70. Desde seu cancelamento em 1979 sempre se tentou revitalizar essa marca. Houve um filme fraco nos anos 90 que não fez muito sucesso. Agora o canal CBS tenta mais uma vez, novamente no formato de série. O primeiro episódio mostra o grupo precisando lidar com uma situação delicada. Durante uma operação um garoto negro morre, baleado por um dos policiais. Ele é demitido e a trágica morte gera revolta na população negra da cidade. Para acalmar os ânimos o chefe do departamento de polícia resolve nomear o sargento Hondo, que também é negro, como o novo comandante da unidade especial. Ele assim passa a servir como relações públicas e exemplo da política de afirmação social da polícia.

O que posso dizer? Pelo que se vê no piloto até que é uma boa série policial, porém sem fugir da realidade do "enlatado americano". Até aí tudo bem, já que a série original também era enlatada. A questão é que a série provavelmente não terá muito sucesso se focar apenas na pura ação. Tem que explorar os personagens, suas histórias, para dar certo. Basta olhar para séries parecidas como "Rookie Blue" e "Southland" que também eram enlatados, mas que tiveram muitas temporadas porque investiram bastante no carisma dos principais personagens, mostrando suas vidas pessoais longe das fardas policiais. Se essa nova SWAT for apenas um grupo de policiais durões colocando a bandidagem atrás das grades vai ter pouca duração. Tem que ir pelo caminho da dramaticidade para sobreviver.

S.W.A.T. (Estados Unidos, 2017) Direção: Billy Gierhart, Eagle Egilsson, Justin Lin  / Roteiro:  Shawn Ryan, Aaron Rahsaan Thomas / Elenco: Shemar Moore, David Lim, Stephanie Sigman, Kenny Johnson, Alex Russell / Sinopse: A série mostra um grupo de policiais da unidade tática especial (conhecida pela sigla SWAT) que combate o crime nas ruas de uma grande cidade norte-americana. Remake da popular série dos anos 70.

Guia de Episódios - SWAT - Primeira Temporada

SWAT 1.01 - Pilot
"S.W.A.T." foi uma série policial de sucesso dos anos 70. Desde seu cancelamento em 1979 sempre se tentou revitalizar essa marca. Houve um filme fraco nos anos 90 que não fez muito sucesso. Agora o canal CBS tenta mais uma vez, novamente no formato de série. O primeiro episódio mostra o grupo precisando lidar com uma situação delicada. Durante uma operação um garoto negro morre, baleado por um dos policiais. Ele é demitido e a trágica morte gera revolta na população negra da cidade. Para acalmar os ânimos o chefe do departamento de polícia resolve nomear o sargento Hondo, que também é negro, como o novo comandante da unidade especial. Ele assim passa a servir como relações públicas e exemplo da política de afirmação social da polícia. O que posso dizer? Pelo que se vê no piloto até que é uma boa série policial, porém sem fugir da realidade do "enlatado americano". Até aí tudo bem, já que a série original também era enlatada. A questão é que a série provavelmente não terá muito sucesso se focar apenas na pura ação. Tem que explorar os personagens, suas histórias, para dar certo. Basta olhar para séries parecidas como "Rookie Blue" e "Southland" que também eram enlatados, mas que tiveram muitas temporadas porque investiram bastante no carisma dos principais personagens, mostrando suas vidas pessoais longe das fardas policiais. Se essa nova SWAT for apenas um grupo de policiais durões colocando a bandidagem atrás das grades vai ter pouca duração. Tem que ir pelo caminho da dramaticidade para sobreviver. / SWAT 1.01 - Pilot  (Estados Unidos, 2017) Direção: Justin Lin / Roteiro:  Shawn Ryan, Aaron Rahsaan Thomas / Elenco: Shemar Moore, David Lim, Stephanie Sigman, Kenny Johnson, Alex Russell.

SWAT 1.03 - Pamilya
E a nova série SWAT segue em frente. Aqui os roteiristas aproveitaram o tema dos imigrantes ilegais, assunto sempre em voga nos Estados Unidos por causa do Trump. Tudo começa quando a SWAT invade um apartamento que seria um lugar de tráfico de heroína e chegando lá encontra um bando de imigrantes aterrorizados, presos em um quartinho. Eles engoliram pacotes da droga para entrar nos EUA. Um dos pacotes estoura no estômago do latino e ele fica entre a vida e a morte. Bom, conforme as investigações vão avançando os membros da equipe policial descobrem que há um "peixe grande" por trás de tudo, financiando a entrada ilegal dos imigrantes ao mesmo tempo em que vende a heroína pelas ruas de Los Angeles. É interessante dizer que a heroína parece ser a droga do momento nas cidades americanas, uma vez que há uma verdadeira epidemia de seu uso, causando a morte de muitos jovens. A juventude americana continua afundando no abuso de drogas perigosas. Como subtrama desse episódio ainda temos o oficial Jim Street (Alex Russell) quebrando o regulamento para fazer um favorzinho para sua mãe, que é interpretada, ora vejam só, pela atriz Sherilyn Fenn, uma das mulheres mais bonitas do cinema nos anos 90. Agora ela está bastante envelhecida e com roupa de presidiária obviamente ficou nada atraente. É o tempo passando para todos, sem pedir licença. / SWAT 1.03 - Pamilya (Estados Unidos, 2017) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell, Sherilyn Fenn.

SWAT 1.04 - Radical
Um jovem sobe ao seu pequeno apê e começa a mexer em um dispositivo eletrônico. Não demora muito e tudo vai pelos ares! O prédio quase vem abaixo com a força da explosão! Era uma bomba! No começo, como era de se esperar, todos pensam em terroristas islâmicos, porém as investigações logo apontam para outro caminho. O rapaz morto pela explosão era americano, um estudante universitário sem ligações com a Jihad. Assim tudo aponta para uma universidade, onde um professor radical faz a cabeça de seus alunos com lições de fundamentalismo político, onde todas as grandes corporações devem pagar caro pelas injustiças e todo aquele blá, blá, blá, que já conhecemos tão bem do pensamento de esquerda (sim, ele existe também nos Estados Unidos). Destaque para a parte do roteiro que tenta desenvolver melhor a figura humana de Daniel 'Hondo' Harrelson, com seus relacionamentos pessoais, dando uns amassos na namorada e depois participando de uma festinha com os amigos de farda. / SWAT 1.04 - Radical (Estados Unidos, 2017) Estúdio: CBS / Direção: Greg Beeman / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell, Lina Esco, Kenny Johnson, Peter Onorati.

SWAT 1.05 - Imposters
Como o próprio nome do episódio deixa claro temos aqui impostores. Criminosos que vestidos de membros da SWAT entram em casas de ricaços da cidade de Los Angeles para roubarem joias e dinheiro. Tudo feito com extrema violência. Em um dos roubos parece acontecer o pior: a filha adolescente do dono da residência é estuprada por um dos bandidos. Caberá então aos próprios policiais da SWAT irem atrás desses criminosos. O curioso desse episódio é que no final descobre-se que há uma pessoa acima de qualquer suspeita envolvida nos crimes. Gente da própria comunidade. Também outro aspecto interessante é que os roteiristas mais uma vez tentam desenvolver os personagens principais, mostrando mais seu lado humano e pessoal, como na cena do churrasco com os tiras. No mais é uma série que cumpre o que promete. Desliza em alguns aspectos do roteiro, como quando tenta transformar os membros da SWAT em investigadores e detetives, o que eles não são na vida real, pois na verdade são apenas uma tropa de elite para situações extremas. De qualquer forma em nome da diversão acabamos deixando isso de lado. / SWAT 1.05 - Imposters (Estados Unidos, 2017) Estúdio: CBS / Direção: Guy Ferland / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell, Lina Esco, Kenny Johnson, Peter Onorati

SWAT 1.07 - Homecoming
Aos poucos essa série remake do antigo clássico policial dos anos 70 SWAT vai entrando nos eixos. Os primeiros episódios foram pouco convincentes, mas agora já está dando para perceber que os roteiristas andam caprichando mais, valorizando a figura dos personagens, criando um background para eles. Afinal séries só se tornam longevas e criam público cativo se tiverem bons personagens e o caminho para isso é desenvolver eles da melhor maneira possível. Nesse aspecto estão começando a acertar o passo, a encontrar o desenvolvimento certo. Aqui o episódio começa com uma chacina. Três homens negros em um carro param diante de uma casa e abrem fogo. Os mortos são membros de gangues, o que pode desencadear uma guerra sangrenta nas ruas. Um garotinho na sua bicicleta testemunha tudo. Ele será o elo da SWAT para descobrir quem são os verdadeiros assassinos. 'Hondo' Harrelson tem parte de seu passado explorado pelo roteiro, mostrando que ele conhece a maioria dos criminosos do bairro. Muitos deles foram amigos de infância. Já Dominique Luca passa por uma situação complicada. Seu avô, que também era da SWAT será homenageado pela corporação, mas ele não quer participar disso. A razão é que o velho era racista. Como se vê os roteiros agora exploram melhor o passado dos personagens. Ponto positivo para a série. / SWAT 1.07 - Homecoming (Estados Unidos, 2017) Estúdio: CBS /  Direção: John F. Showalter / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell, Lina Esco, Kenny Johnson, Peter Onorati.

SWAT 1.08 - Miracle
É comum mesmo nas séries mais focados em ação o lançamento de episódios de natal, com algum tipo de mensagem natalina neles, mesmo que bem sutil.  Assim não poderia ser diferente nessa nova versão de SWAT. Aqui o tom começa bem violento, quando um bar mexicano controlado por um cartel de drogas é atacado. No meio do fogo cruzado os invasores conseguem colocar as mãos no ouro da quadrilha. Claro, algo assim é mais do que incendiário pois provoca uma verdadeira guerra suja nas ruas de Los Angeles. Para ajudar na captura dos criminosos uma garçonete mexicana, imigrante ilegal, se torna o elo principal das investigações, o ponto central onde tudo pode acontecer. Bom episódio, movimentado e com um roteiro que conseguiu segurar a pieguice das breguices de natal. / SWAT 1.08 - Miracle (Estados Unidos, 2017) Direção: Holly Dale / Roteiro:  Robert Hamner, Rick Husky / Elenco:  Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.09 - Blindspots
Lojinhas que vendem maconha legal em Los Angeles começam a virar alvo de assaltos violentos. Os criminosos surgem em motos e roupas de motocross. Tudo muito rápido e complicado de pegar. Aos poucos os policiais vão cercando a quadrilha e descobrem que entre eles estão competidores reais da categoria esportiva. Enquanto eles tentam prender a "gangue do motocross", o sargento Hondo se vê em apuros quando é acusado de brutalidade policial e abuso de autoridade. Obviamente acusações falsas criadas unicamente para prejudica-lo! O curioso é que a armadilha parece ter sido criada pela mãe de Street que está cumprindo pena e quer se vingar do superior de seu filho! Quem diria... Por falar nessa personagem é interessante salientar que ela é interpretada por Sherilyn Fenn que na década de 90 foi considerada uma das mulheres mais bonitas do cinema. O tempo passou e o que podemos dizer? É a vida... / SWAT 1.09 - Blindspots (Estados Unidos, 2017) Direção: Billy Gierhart / Roteiro:  Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.10 - Seizure  
O bicho pega nesse episódio. Há uma rebelião numa prisão privada. Um grupo neonazista de prisioneiros chamado Eagles Nazi faz uma refem, uma freira católica - ela é esfaqueada e usada como escudo pelo líder da quadrilha. Covardia completa. A SWAT então entra em ação. Eles entram no presidio e descobrem que o lugar não respeita regras. São muitos prisioneiros por cela e alguns são usados como mão de obra barata pelos donos da prisão. Algo completamente ilegal. Eles então conseguem controlar os revoltosos, inclusive aqueles que se fazem passar por policiais. O líder da rebelião é executado e um informante, peça chave em tudo o que aconteceu, acaba pagando também por seus crimes. Bom episódio, bem movimentado. Algo que os fãs da SWAT esperariam ver. /  SWAT 1.10 - Seizure (Estados Unidos, 2018) Direção: Larry Teng / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.11 - K-Town
Os próprios membros da SWAT se passam por criminosos, entram em um depósito da máfia coreana, roubam um carregamento de droga e dão por bem sucedida sua missão. Só que o chefe do crime organizado coreano em Los Angeles resolve dar o troco. Rapta a mãe e o filho de uma policial e exige como resgate justamente a droga que foi interceptada. A partir daí a situação se complica. Ela quer cumprir todas as exigências dos criminosos, só que Hondo e seus homens não podem permitir isso, porque vai contra os protocolos do departamento de polícia. Em um aspecto secundário a esposa de um dos membros da SWAT precisa passar por uma perigosa cirurgia no cérebro. Algo muito delicado e perigoso. Bom episódio, procurando inclusive desenvolver melhor a vida dos personagens secundários, algo que vinha faltando nos roteiros. SWAT 1.11 - K-Town (Estados Unidos, 2018) Direção: Omar Madha / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.12 - Contamination
Uma policial, numa operação de rotina, é atingida por tiros quando pedia documentos de dois homens em um carro. As investigações levam a um grupo radical, que se diz soberano em relação ao governo americano. Grupos políticos formados por radicais e fanáticos são bem comuns naquele país. O pior é que de acordo com as evidências eles estão prontos a contaminar a água de uma grande cidade para fazer e impor sua opinião distorcida da realidade e do mundo. O elo que quebra esse fanatismo sem limites é o depoimento da esposa de um dos radicais. Muito bom esse episódio de SWAT. Ele expõe o perigo do fanatismo político, algo que leva pessoas comuns a cometerem crimes horríveis, até mesmo atos de terrorismo. / SWAT 1.12 - Contamination (Estados Unidos, 2018) Direção: Elodie Keene / Roteiro: Robert Hamner / Elenco:  Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.13 - Fences
Nesse episódio o espinhoso tema da imigração ilegal nos Estados Unidos vem à tona. Um criminoso chamado Toro Uchoa assassina, mata e estupra em Los Angeles. A SWAT então é chamada para participar de uma batida do ICE, a força policial encarregada de prender imigrantes ilegais. A operação não dá muito certo, indo parar na TV e na Internet. Tudo porque o policial Street entregou a identidade de um dos imigrantes ilegais para um policial federal. Ora, a cidade de Los Angeles é considerada uma cidade santuário, onde a prefeitura faz tudo para não prender imigrantes sem documentação. E na outra linha narrativa o romance entre Hondo e sua superiora no departamento é descoberto, criando uma saia justa para o casal. Pois é, não está mesmo fácil para ninguém. / SWAT 1.13 - Fences (Estados Unidos, 2018) Direção: Alex Graves / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.14 - Ghosts  
Nesse episódio a SWAT vai atrás de um serial killer conhecido como "Assassino da vaidade". O sujeito aluga lugares e casas isoladas e rapta homens e mulheres bonitas. Depois os levam para o porão onde pratica sessões de tortura para seu prazer sádico. Da primeira vez ele consegue escapar dos policiais, mas dois anos depois Hondo e sua equipe voltam a localizar o psicopata e armam uma operação para invadir seu reduto, o cativeiro onde mantém pessoas inocentes presas e submetidas aos seus desejos de puro sadismo. Mais um episódio acima da média dessa série policial SWAT que a cada dia vai ficando, inegavelmente, cada vez melhor. Um programa muito indicada para quem gosta de séries policiais americanas. / SWAT 1.14 - Ghosts (Estados Unidos, 2017) Direção:  John F. Showalter / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.15 - Crews
Um carro blindado de transporte de valores é assaltado. Dois seguranças são baleados. Durante as investigações um informante, amigo de longa data de Hondo, é morto. Então as peças começam a se encaixar depois que os policiais pegam um cara chamado "Máquina". Ele é o elo com os ladrões. Então uma missão é planejada. Os próprios membros da SWAT se vestem como seguranças de carros blindados, para pegar os assaltantes em seu próximo roubo. Esse episódio tem uma ótima cena de perseguição, com Hondo em cima do carro blindado que sai em alta velocidade pelas avenidas de Los Angeles. Adrenalina pura. / SWAT 1.15 - Crews (Estados Unidos, 2017) Direção: Hanelle M. Culpepper / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.16 - Payback
O grupo policial da SWAT precisa lidar com um sequestro. Um jovem é sequestrada em uma balada de Los Angeles. Ela é filha de um casal milionário que ganhou muito dinheiro fabricando bonecas. Os sequestradores pedem 5 milhões de dólares pela vida da moça. Inicialmente Hondo e sua equipe descobre que a agência particular que cuidava da segurança da jovem era formada basicamente por veteranos do exército e dos fuzileiros navais e que um desses homens poderia estar envolvido nesse crime. Algo que vai acabar mexendo principalmente com Hondo que também é um veterano dos fuzileiros navais. Não vai ser apenas uma questão profissional, mas pessoal também. / SWAT 1.16 - Payback (Estados Unidos, 2018) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.17 - Armory
Um criminoso desesperado sai pelas ruas de Los Angeles. Na fuga acaba entrando na casa de uma família. Faz todos de reféns. Ele exige que sua irmã seja encontrada. Uma estudante de direito que cai nas garras de uma gang de criminosos hispânicos. A SWAT consegue resolve o sequestro sem que ninguém sai ferido. Pensa que acabou? Dentro da sede da SWAT o tal sujeito consegue se livrar dos policiais, fazendo de reféns agora um comissário de polícia e a própria "chefe" da SWAT. Caos completo. Enquanto tudo se resolve, Street tenta se dar bem com as moças. Na primeira cena do episódio lá está o conquistador barato precisando fugir pela janela quando o marido de seu caso resolve voltar para casa sem avisar. Situação delicada! / SWAT 1.17 - Armory (Estados Unidos, 2018) Direção: Rob Greenlea  / Roteiro: Robert Hamner / Elenco:  Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell,

SWAT 1.18 - Patrol
Episódio bem bacana, principalmente por mostrar aspectos pessoais do personagem Hondo. Ele tira alguns dias de folga da SWAT para ir até Oakland. O pai está velho, com problemas de saúde e não pode mais viver sozinho. Hondo quer que o velho vá para Los Angeles, onde moram seus filhos. O pai dele resiste, pois não quer deixar seus amigos e seu lar para trás. Na outra linha narrativa um sujeito com problemas mentais, com síndrome de Borderline (transtorno de personalidade limítrofe) se arma até os dentes e sai pelas ruas de Los Angeles para tocar o terror. O auge de sua loucura acontece quando entra em um ônibus cheio de passageiros inocentes. Apenas a SWAT poderia resolver uma situação tão delicada como essa. / SWAT: Força de Intervenção 1.18 - Patrol (Estados Unidos, 2018) Direção: Norberto Barba / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 1.19 - Source  
Bom episódio, sendo que aqui a SWAT acaba fazendo serviço da CIA. Acontece que uma jornalista e escritora russa, chamada Irina, está em Los Angeles, fazendo palestras. Ela escreve livros sobre o crime organizado. Agora está recebendo de uma fonte segura, informações sobre um grande tráfico de armas da Rússia para os Estados Unidos. Claro, ela se torna alvo dos criminosos. Cabe a SWAT manter ela viva. Esse episódio, além da boa história, ainda traz a saída da mãe de Street da prisão. Ela matou seu pai, porque ele era violento, mas não escapou da condenação. Agora livre tenta um recomeço. / SWAT 1.19 - Source (Estados Unidos, 2018) Direção: Douglas Aarniokoski / Roteiro: Robert Hamner  / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 1.20 - Vendetta 
Nesse episódio Hondo decide promover uma investigação por conta própria. Ele quer provar que o magnata de imóveis Jae Kim é na realidade um traficante de drogas internacional. Não é uma coisa fácil de fazer uma vez que além de ser rico, ele também tem amigos influentes que lhe devem favores, como políticos, comissários de polícia, etc. Só que Hondo paga pra ver e mesmo correndo risco de sofrer danos em sua carreira parte para o ataque. Na outra linha narrativa o policial Street precisa lidar com o fato de que agora sua mãe, ex-condenada, vai morar com ele em um pequeno apartamento de Los Angeles. / SWAT 1.20 - Vendetta (Estados Unidos, 2018) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 1.21 - Hunted  
Esse é o penúltimo episódio da temporada. Muito bom, bem movimentado, com bastante ação. Hondo e Deacon são encurralados numa floresta. Eles estavam em uma investigação envolvendo uma guerra entre gangues de motoqueiros de Los Angeles. Para a surpresa deles o líder de uma dessas quadrilhas é justamente um ex-comandante da SWAT que decidiu, depois de se aposentar, mudar de lado, virando bandido. Outro ponto interessante vem da escolha dos novos membros da SWAT. Erika Rogers, que tinha tudo para ser aceita, é reprovada. O motivo? Assista ao episódio para saber. / SWAT 1.21 - Hunted (Estados Unidos, 2018) Direção: Nina Lopez-Corrado / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 1.22 - Hoax
Esse é o último episódio da primeira temporada. E como termina a série SWAT? Bom, o episódio começa com um flashback, com Hondo criança. Ele e seus amiguinhos levam uma dura de policiais racistas. E o racismo atravessa o tempo. Agora adulto, membro da SWAT, Hondo e sua equipe precisa parar um grupo de racistas que planejam estourar uma bomba em um bairro negro de Los Angeles. O pior é que Hondo sabe que não vai ser tão fácil assim pegar os terroristas, por isso resolve proteger seu pai que mora nesse mesmo bairro. E o grande desfecho dessa temporada acontece quando Hondo demite Street da SWAT. Ele havia mentido para o chefe, numa questão que envolvia sua mãe. Hondo acredita que agindo assim Street rompeu o vínculo de confiança que precisa existir entre aqueles policiais. Acaba tirando ele da equipe, para minha surpresa e de todos os fãs da série. / SWAT 1.22 - Hoax (Estados Unidos, 2018) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamne / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Mr. Mercedes - Segunda Temporada

Essa é uma nova série baseada na obra de Stephen King. Mostra a rivalidade entre um psicopata e um velho policial, que agora aposentado, passa a ser incomodado pelo criminoso que não conseguiu colocar atrás das grades. A primeira cena da série vai chocar um pouco os espectadores mais sensíveis pois mostra o psicótico jogando um carro da marca Mercedes (daí o título) em cima de um grupo de desempregados que madrugava numa fila em busca do tão sonhado emprego. Jovens, mulheres e até um bebê são mortos. Um ato bárbaro de covardia. A polícia cola no caso, mas não consegue muitos avanços. Com isso o assassino acaba ficando solto e impune.

Os anos passam e o investigador Bill Hodges (Brendan Gleeson) está agora aposentado, sem ter nada o que fazer. Para passar as horas ouve seus antigos discos de vinil e alimenta sua tartaruga que vive em seu jardim. E então no meio do tédio ele acaba recebendo um Email, na verdade um vídeo em tom de provocação enviado pelo psicopata. A partir daí o velho tira volta para pegar o desgraçado de uma vez por todas. No geral é uma boa série, valorizada pelo bom elenco. O irlandês Brendan Gleeson é um veterano, um bom ator que nunca teve o reconhecimento devido. O criminoso é interpretado por Harry Treadaway, que os fãs de séries conhecem muito bem. Ele atuou em "Penny Dreadful" onde interpretava um Dr. Victor Frankenstein jovem e em crise com suas criações monstruosas. Essa primeira temporada conta com 10 episódios (haverá outra?) e pelo que vi, gostei. Some-se a isso o fato de ter o nome de Stephen King nos créditos, algo que é sempre um motivo a mais para se conferir.

Mr. Mercedes (Estados Unidos, 2017) Direção: Jack Bender, John David Coles, Kevin Hooks / Roteiro: David E. Kelley, Stephen King, Sophie Owens-Bender / Elenco: Brendan Gleeson, Harry Treadaway, Jharrel Jerome / Sinopse: Policial aposentado resolve investigar por conta própria um velho caso arquivado envolvendo a morte de um grupo de desempregados, atropelados por um carro dirigido por um desconhecido, anos atrás. Agora ele pretende descobrir a identidade do criminoso para jogá-lo atrás das grades de uma vez por todas.

Mr. Mercedes - Segunda Temporada:

Mr. Mercedes 2.01 - Missed You
Em determinado momento pensei que a série "Mr. Mercedes" iria morrer no final da primeira temporada. Apesar de ser baseado na obra do muito popular Stephen King, essa série tinha uma proposta mais psicológica, um duelo em nível mental entre um serial killer jovem e uma velho policial aposentado, corroído internamente por não ter solucionado um caso de atropelamento coletivo de uma fila de desempregados. Só que para minha surpresa a série fez sucesso nos Estados Unidos e já tem confirmada a produção de sua terceira temporada! Aqui começa a segunda, justamente nesse episódio chamado "Missed You" (algo como "senti saudades de você", veja que ironia!). O psicótico Brady Hartsfield (em ótimo desempenho do ator Harry Treadaway) está em coma, inválido numa cama de hospital. Tudo leva a crer que ele terá dois caminhos em breve: ou virar um vegetal ou então morrer. É quando um médico usando uma droga experimental decide aplicar uma alta dose nele. Afinal é um criminoso, um assassino em série, se morrer ninguém vai lamentar. Claro que dá certo! Afinal a série tem que continuar e sem seu vilão principal isso não iria acontecer. E o velho tira Bill Hodges (Brendan Gleeson)? Ele está lamentando a morte de um amigo, um policial veterano que sofre um ataque fulminante do coração. Algo que lhe traz a consciência de sua própria mortalidade! E para abrandar os dissabores da vida nada como um velho vinil tocando na sala de estar. / Mr. Mercedes 2.01 - Missed You (Estados Unidos, 2018) Estúdio: David E. Kelley Productions / Direção: Jack Bender / Roteiro: Mike Batistick, David E. Kelley / Elenco: Brendan Gleeson, Harry Treadaway, Jack Huston, Scott Lawrence, Justine Lupe, Tessa Ferrer.

Mr. Mercedes 2.03 - Let´s Go Roaming
O assassino Brady Hartsfield (Harry Treadaway) ainda está em coma no começo dos episódio, mas aos poucos vai recobrando a consciência. Em um lampejo ou outro de lucidez ele consegue até mesmo um feito único, controlar a mente da enfermeira que o atende. Seria fruto da poderosa droga experimental que estaria sendo usado nele? Tudo leva a crer que sim. Particularmente não gostei muito dessa parte do roteiro, me soando forçada e inverossímil demais para se levar à sério. Ás vezes Stephen King passa dos limites, vamos admitir! Na outra ponta narrativa o policial aposentado Bill Hodges (Brendan Gleeson) vai levando a vida em frente. Ele arruma um emprego. Nada muito digno. Na maior parte do tempo ele sai recuperando bens não pagos (como o carro de uma mãe solteira em dificuldades financeiras) ou então correndo atrás de pais que se negam a pagar a pensão dos filhos. Uma gente vergonhosa em um emprego meio vergonhoso também. Tudo até que Brady finalmente consiga levantar da sua cama (travestido em túmulo) para causar novas mortes em que cruzar seu caminho novamente. / Mr. Mercedes 2.03 - Let´s Go Roaming (Estados Unidos, 2018) Direção: Jack Bender / Roteiro: Mike Batistick, David E. Kelley / Elenco: Brendan Gleeson, Harry Treadaway, Jack Huston, Jharrel Jerome, Justine Lupe, Breeda Wool.

Mr. Mercedes 2.06 - Proximity
O policial aposentado Bill Hodges (Brendan Gleeson) aceita a oferta do médico para servir de, digamos, isca para Brady Hartsfield (Harry Treadaway). Sua simples presença já desperta alguma reação dele, mesmo estando em coma profundo. Só que uma vez tira, sempre tira. Em pouco tempo Bill descobre que o médico e sua esposa tem ligações com a indústria farmacéutica chinesa. Eles estava testando uma nova droga em pacientes com coma. As pesquisas porém revelaram um efeito colateral surpreendente. De alguma forma os pacientes conseguiam forjar uma ligação mental com pessoas ao redor, em alguns casos mais extremos até mesmo conseguiam o controle da mente delas. Algo que Bill já vinha desconfiando há tempos, uma vez que um velho zelador do hospital estava apresentando um comportamento completamente fora do comum. Em suma, mais um bom episódio dessa série que foi criada a partir da adaptação de um livro do mestre Stephen King! / Mr. Mercedes 2.06 - Proximity (Estados Unidos, 2018) Direção: Laura Innes / Roteiro:  Mike Batistick, Alexis Deane / Elenco: Brendan Gleeson, Harry Treadaway, Jack Huston .

Mr. Mercedes 2.07 - Fell On Black Days
O interessante dessa série nessa segunda temporada é que ela nos traz uma situação básica, onde o tira aposentado Bill fica na cola do psicopata Brad, mesmo ele estando prostrado numa cama de hospital. Engana-se porém quem acha que isso no fundo deixaria um enorme tédio no espectador. Longe disso. Entramos na mente de Brad, entendemos suas motivações e acompanhamos até mesmo as pessoas que são sob seu controle mental. Aqui o velho zelador, sob domínio de Brad, decide ir até a casa de Bill. Entra nela e o apunhala pelas costas. Um desfecho bem violento que ja vinha sendo arquitetado há tempos pelo modo de pensar doentio de Brad. Na outra linha narrativa o médico tenta de todas as formas despertar alguma reação em Brad. Para isso ele tenta levar ao hospital uma antiga companheira de trabalho dele. O problema é que ela não parece topar a situação. Nada fora do comum, uma vez que ela foi atacada por Brad antes dele entrar em coma. Uma situação mais do que delicada! / Mr. Mercedes 2.07 - Fell On Black Days (Estados Unidos, 2018) Direção: Jack Bender / Roteiro: Mike Batistick, David E. Kelley/ Elenco: Brendan Gleeson, Harry Treadaway, Jack Huston.

Pablo Aluísio.

The Deuce

Série nova produzida pelo canal HBO. O roteiro foca em um momento de Nova Iorque bem específico, durante os anos 70. Numa parte da cidade havia toda uma série de problemas urbanos, como prostituição de rua, pornografia barata e crimes. Esse quadro durou até os anos 90 quando a política da tolerância zero fez uma limpeza na cidade, principalmente nos lugares mais decadentes, dominados pela máfia italiana. James Franco, que também é um dos produtores, interpreta dois irmãos gêmeos. Um ganha a vida como barman de uma espelunca local, o outro é um jogador viciado que está´sempre devendo dinheiro para mafiosos do baixo clero, que por causa disso estão sempre o ameaçando de morte.

A série também tem como uma das personagens principais uma prostituta interpretada pela atriz Maggie Gyllenhaal. Mãe solteira, desempregada, ela começa a fazer ponto de prostituição na frente de cinemas falidos e pequenos hotéis onde por apenas 5 dólares um cliente poderia levá-la para um programa rápido. Ela não aceita ser controlada pelos cafetões da rua e isso causa uma certa tensão. Depois, mais tarde, ela descobre o mercado ilegal de pequenas produções pornográficas e resolve aos poucos investir nesse ramo. O roteiro assim dá um panorama geral no mundo barra pesada de Nova Iorque do passado. É uma boa produção, com reconstituição de época bem feita e temática marginal. Só mesmo um canal como a HBO poderia produzir algo assim. Definitivamente esse tipo de programa não passaria em um canal aberto. Enfim, não assisti ainda todos os episódios da primeira temporada, mas os que vi são acima da média, bem recomendados.

The Deuce (Estados Unidos, 2017) Direção: James Franco, Michelle MacLaren, Uta Briesewitz / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Kevin Breznahan,  Ralph Macchio / Sinopse: A série explora o lado mais marginal e decadente de Nova Iorque dos anos 70, onde convivia-se com a prostituição, as drogas e a exploração sexual das mulheres, nos becos mais perigosos e escuros da grande metrópole.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Filmes no Cinema - Edição XVI

Nessa semana a grande estreia dos cinemas é o novo filme de Tom Cruise. "Missão: Impossível - Efeito Fallout" (Mission: Impossible - Fallout, EUA, 2018) é o mais recente filme da bem sucedida franquia de filmes de ação. Com orçamento milionário (algumas fontes dizem que custou quase 200 milhões de dólares) o filme é o blockbuster do momento. Também tem recebido boas críticas lá fora. Como sempre acontece nesse tipo de filme o lançamento vem para ocupar centenas de salas de cinema por todo o Brasil. A direção é do cineasta Christopher McQuarrie, Ao lado de Tom Cruise no elenco temos ainda Henry Cavill e Ving Rhames.

Com um filme assim tão caro em termos de produção e marketing, não teremos nenhum outro grande filme entrando em cartaz nesse fim de semana. As demais opções são todas mais voltadas ao público de arte. "A Festa" vai nessa linha. É uma produção inglesa que conta a história de uma política tendo que lidar com diversos problemas, não apenas na vida profissional, como também na pessoal. No elenco Kristin Scott Thomas, Timothy Spall e Patricia Clarkson. Uma boa opção para quem estiver em busca de conhecer melhor o novo cinema britânico.

"Promessa ao Amanhecer" é uma produção francesa que conta a história do romancista  Romain Gary (Pierre Niney). O roteiro se desenvolve mostrando aspectos de sua vida, sua história pessoal, desde os primeiros anos, passando pela II Guerra Mundial, tudo se desenvolvendo ao largo de seu forte relacionamento com sua mãe. Uma produção bem nostálgica, com bela fotografia. Outra boa opção para quem gosta de cinema francês vem com o drama "Lámen Shop". Todo rodado no oriente mostra a complicada vida de um chef de cuisine que batalha pela vida em um país distante. A direção é de Eric Khoo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Barry Lyndon

Resolvi rever esse filme de Stanley Kubrick. Eu já tinha assistido há muitos anos, ainda nos tempos do VHS e como tenho a intenção de rever toda a filmografia do gênio Kubrick decidi começar essa maratona justamente por essa produção. É um filme de época, passado no século XVIII, na Europa marcada por guerras sem sentido e rivalidades entre as nações. O personagem central é um jovem irlandês chamado Redmond Barry (Ryan O'Neal). Ele é um rapaz romântico, levemente bobo, pobre, sem muita experiência de vida. Acaba se apaixonando pela prima, mas essa arrasta suas asas para um velho militar inglês. A garota é uma oportunista. Barry porém cego pela paixão se sente ultrajado e desafia o inglês para um duelo. Isso vai mudar sua vida para sempre.

Depois de atingir o rival ele precisa ir embora, pois naquela época matar um militar inglês era um crime de traição, punido com morte. Viajando ganha o mundo, ou melhor dizendo, a Europa. Sem possibilidade de ganhar a vida pois é muito jovem e não tem profissão, acaba indo parar em um regimento inglês que está prestes a atravessar o Canal da Mancha para enfrentar os franceses. No campo de batalha se revela um militar vacilante, que decide desertar de seu batalhão. Outro crime, outro motivo para fugir sem destino. Acaba roubando roupas de um militar prussiano e com essa nova farda vai até o campo inimigo onde termina até mesmo condecorado!!! E a trama assim vai avançando, com Barry sempre atrás de oportunidades, ora ganhando a vida como jogador de cartas (enganando seus adversários com truques na manga), ora cortejando uma jovem casada com um velho rico e decrépito, com um pé na cova! Obviamente Barry fica na espera de colocar as mãos na fortuna que o marido dela vai deixar.

Kubrick explora com esse roteiro a sordidez humana. Seu protagonista não é um herói, tampouco alguém digno de admiração. É apenas um sujeito de origem humilde, pobre, que tenta sobreviver em um mundo de castas sociais, de nobreza, onde sem um título você não era absolutamente ninguém, por mais que se esforçasse para vencer na vida. Sem muitas alternativas decide tentar de tudo, até mesmo jogando sujo. Ryan O'Neal era até um bom ator, mas penso que o filme ganharia muito com outro ator mais talentoso. Fiquei imaginando Jack Nicholson nesse tipo de papel. Iria ser algo memorável. Mesmo assim Kubrick fez um belo filme. É uma obra cinematográfica longa, que exige fôlego do espectador, pois são quase três horas de duração. O roteiro afinal conta praticamente toda a vida de Barry, da lama pobre da Irlanda até as mais luxuosas cortes da Europa, onde o vício e a perversão imperavam. Um personagem para quem os fins justificavam os meios.

Barry Lyndon (Estados Unidos, 1975) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado no romance escrito por William Makepeace Thackeray / Elenco: Ryan O'Neal, Marisa Berenson, Patrick Magee / Sinopse: O filme conta a história de Redmond Barry (Ryan O'Neal), um jovem pobre nascido na Irlanda, que após atirar em um militar inglês durante um duelo parte para o continente europeu, onde vive muitas situações inusitadas, sempre procurando subir na vida, custe o que custar. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (John Alcott), Melhor Direção de Arte (Ken Adam, Roy Walker), Melhor Figurino (Ulla-Britt Söderlund, Milena Canonero) e Melhor Música (Leonard Rosenman). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Stanley Kubrick) e Melhor Roteiro Adaptado (Stanley Kubrick). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Direção (Stanley Kubrick) e  Melhor Fotografia (John Alcott).

Pablo Aluísio.

Sombras da Vida

Se eu fosse resumir bem a sinopse desse filme diria que se trata de um roteiro que conta a história de um cara comum, casado e feliz, que morre em um acidente de carro. No mesmo dia em que morre ele retoma a sua consciência no hospital onde se encontra seu corpo. Um portal de luz lhe é aberto, para que ele siga seu destino, mas ele recusa deixar esse mundo. Assim vira uma alma penada, vagando pelo mundo. Acaba parando na sua antiga casa, onde reencontra sua viúva em luto. Preso naquele lugar, ele vê o tempo passando, enquanto sofre por não mais pertencer a esse plano terreno.

O ator Casey Affleck passa quase todo o filme coberto com um enorme lençol, numa caracterização de fantasma bem tradicional, diria até caricatural. O que mais surpreende é que depois de um tempo o espectador acaba se acostumando com aquela estranha presença. É uma produção modesta, o filme custou apenas 100 mil dólares, feito para um público específico. O roteiro explora o quadro triste e melancólico que se arrasta por anos e anos, diante daquela alma perdida e sem rumo. Há longas tomadas e muitas cenas sem nenhum diálogo. Não recomendaria o filme para todos os tipos de espectador.

Outra coisa que se deve ter em mente é que não se trata de um filme de terror, longe disso. Na verdade está mais para um drama melancólico, já que o espírito do personagem de Casey Affleck vive a tormenta de existir em um mundo que não é mais o dele. Quando ele vira um fantasma não mais fala, se comunicando com outros espíritos apenas pelo pensamento. Enfim, é um tipo de filme que precisa de bastante cumplicidade de quem assiste. No meu caso gostei do resultado, muito por causa de sua proposta diferente e bem única.

Sombras da Vida (A Ghost Story, Estados Unidos, 2017) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery / Elenco:  Casey Affleck, Rooney Mara, McColm Cephas Jr / Sinopse: O ator Casey Affleck interpreta um homem que morre em um acidente automobilístico. Retomando sua consciência ele descobre que não mais pertence a esse mundo, se tornando literalmente um fantasma que vaga pelo mundo. Filme indicado ao Sundance Film Festival e ao Film Independent Spirit Awards.

Pablo Aluísio. 

domingo, 12 de novembro de 2017

Capitão Phillips

Um navio mercante americano navegando na costa oriental da África, na região chamada de chifre africano, é invadido por um grupo de piratas da Somália, fortemente armados com fuzis. Eles querem dinheiro e bens de valor, mas a embarcação navega apenas com comida e água, uma ajuda humanitária para países miseráveis, assolados por guerras civis, algo muito comum no continente africano. A tensão logo se instala, com muitas ameaças e violência. A situação se torna ainda mais tensa quando os piratas decidem levar o Capitão Phillips (Tom Hanks) como refém, o que aciona a Marinha dos Estados Unidos e um grupo de resgate especializado, os SEALs.

Muito bom esse filme. De certa forma demorei bastante a assisti-lo, mas ontem pude conferir. Eu me lembro vagamente desse caso, pois chamou bastante a atenção da imprensa internacional, fazendo inclusive que a Casa Branca se envolvesse diretamente com a solução do sequestro. O que mais me deixou surpreso nessa história toda foi descobrir como esses grandes navios de carga são desprotegidos, ficando completamente à mercê de criminosos como esses. Uma vez dentro do convés, nada mais se podia fazer. O único sistema de segurança vinha em forma de mangueiras de água nas bordas da embarcação, algo que me pareceu extremamente frágil e sem eficiência. E saber que logo um navio americano, que era de se supor ter todos os tripulantes armados, caiu tão facilmente nesse assalto, é algo mesmo de surpreender.

O roteiro é extremamente ágil e bem escrito. Não há espaço para perda de tempo com aspectos desnecessários. Os personagens são rapidamente apresentados e a ação (tensão) logo começa. Isso foi algo que me agradou. Embora goste muito de Steven Spielberg, se o filme fosse dirigido por ele teríamos aquela pieguice típica dele, mostrando a família do Capitão Phillips, todos depois chorando em casa com as notícias, etc. Ia ser algo piegas e ufanista. Com a desistência de Spielberg de dirigir o filme (ainda bem), o diretor Paul Greengrass se concentrou apenas nos eventos, fazendo uma narrativa quase jornalística dos acontecimentos. Essa objetividade é um dos grandes trunfos do filme, que sem favor nenhum é realmente um filmaço!

Capitão Phillips (Captain Phillips, Estados Unidos, 2013) Direção: Paul Greengrass / Roteiro: Billy Ray, Richard Phillips, baseados no livro "A Captain's Duty: Somali Pirates, Navy SEALS, and Dangerous Days at Sea" / Elenco: Tom Hanks, Barkhad Abdi, Barkhad Abdirahman / Sinopse: Navio mercante americano é tomado de assalto por piratas somalianos nos águas que banham o chamado chifre da África, uma das regiões mais miseráveis e perigosas do mundo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Barkhad Abdi), Melhor Edição (Christopher Rouse), Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Roteiro Adaptado (Billy Ray). Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Barkhad Abdi).

Pablo Aluísio.

Letras da Morte

Um serial killer começa a agir numa pequena cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Ele tem um ritual próprio, onde enforca suas vítimas, geralmente deixando letras escritas com punhais em seus corpos. No fundo o assassino se inspira no famoso "jogo da forca" para deixar pistas para a polícia, uma vez que ele sente prazer em fazer os policiais de bobos. Um detetive aposentado interpretado por Al Pacino entra no caso. Ao lado de outro tira (Karl Urban) ele tenta descobrir a identidade do criminoso. Para isso porém vão ter que tolerar também a presença de uma jornalista (Brittany Snow), que está escrevendo uma matéria especial sobre a vida dos policiais do departamento de homicídios.

Esse filme é bem recente, chegou nos cinemas americanos há apenas quatro dias, mas não tem recebido boa resposta por parte da crítica americana. É compreensível. O filme tem um roteiro um tanto preguiçoso, que não parece disposto a sair de uma certa fórmula que já foi usada antes em dezenas de filmes de assassinos em série. É algo que já está saturado. Diante disso o principal atrativo para os cinéfilos é a presença do ator Al Pacino. O que posso dizer de seu trabalho? Bom, antes de tudo o peso da idade realmente chegou. Pacino passa o filme todo com ar de cansado, de exausto, sem pique ou energia para atuar bem. Como faz um policial aposentado (olha outro clichê aí!) ele tem pelo menos a desculpa de seu próprio personagem já ser velho e cansado da vida.

Assim sobra para o elenco de apoio. O ator Karl Urban quase não tem carisma. Ele não tem igualmente vocação para estrelar filmes policiais. Na verdade só funciona bem como coadjuvante. A atriz Brittany Snow até que segura algumas vezes as pontas, mas é pouco. Apesar da pouca idade ela já pode ser considerada uma veterana, com muitos trabalhos em séries e filmes. Gostava dela como a adolescente vivendo nos anos dourados em "American Dreams" (boa série) e no musical "Hairspray: Em Busca da Fama". Ela é uma jovem atriz que conseguiu romper essa barreira de adolescente para a fase adulta. Então no geral é isso. "Hangman" não é um grande filme, passa longe disso. É meio preguiçoso no desenvolvimento, se torna em alguns momentos cansativo, derrapa em muitos clichês e conta com um Al Pacino sem fôlego. Mesmo assim ainda vale uma espiadinha, desde que você não espere por muita coisa.

Letras da Morte (Hangman, Estados Unidos, 2017) Direção: Johnny Martin / Roteiro: Michael Caissie, Charles Huttinger  / Elenco: Al Pacino, Karl Urban, Brittany Snow / Sinopse: Policial já velho e aposentado (Pacino) precisa voltar à ativa para prender um serial killer que enforca suas vítimas com requintes de crueldade extrema. Ao lado de um tira mais jovem e de uma jornalista, ele começa a reunir pistas para descobrir a identidade verdadeira do psicótico assassino.

Pablo Aluísio.