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domingo, 12 de novembro de 2017

Letras da Morte

Um serial killer começa a agir numa pequena cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Ele tem um ritual próprio, onde enforca suas vítimas, geralmente deixando letras escritas com punhais em seus corpos. No fundo o assassino se inspira no famoso "jogo da forca" para deixar pistas para a polícia, uma vez que ele sente prazer em fazer os policiais de bobos. Um detetive aposentado interpretado por Al Pacino entra no caso. Ao lado de outro tira (Karl Urban) ele tenta descobrir a identidade do criminoso. Para isso porém vão ter que tolerar também a presença de uma jornalista (Brittany Snow), que está escrevendo uma matéria especial sobre a vida dos policiais do departamento de homicídios.

Esse filme é bem recente, chegou nos cinemas americanos há apenas quatro dias, mas não tem recebido boa resposta por parte da crítica americana. É compreensível. O filme tem um roteiro um tanto preguiçoso, que não parece disposto a sair de uma certa fórmula que já foi usada antes em dezenas de filmes de assassinos em série. É algo que já está saturado. Diante disso o principal atrativo para os cinéfilos é a presença do ator Al Pacino. O que posso dizer de seu trabalho? Bom, antes de tudo o peso da idade realmente chegou. Pacino passa o filme todo com ar de cansado, de exausto, sem pique ou energia para atuar bem. Como faz um policial aposentado (olha outro clichê aí!) ele tem pelo menos a desculpa de seu próprio personagem já ser velho e cansado da vida.

Assim sobra para o elenco de apoio. O ator Karl Urban quase não tem carisma. Ele não tem igualmente vocação para estrelar filmes policiais. Na verdade só funciona bem como coadjuvante. A atriz Brittany Snow até que segura algumas vezes as pontas, mas é pouco. Apesar da pouca idade ela já pode ser considerada uma veterana, com muitos trabalhos em séries e filmes. Gostava dela como a adolescente vivendo nos anos dourados em "American Dreams" (boa série) e no musical "Hairspray: Em Busca da Fama". Ela é uma jovem atriz que conseguiu romper essa barreira de adolescente para a fase adulta. Então no geral é isso. "Hangman" não é um grande filme, passa longe disso. É meio preguiçoso no desenvolvimento, se torna em alguns momentos cansativo, derrapa em muitos clichês e conta com um Al Pacino sem fôlego. Mesmo assim ainda vale uma espiadinha, desde que você não espere por muita coisa.

Letras da Morte (Hangman, Estados Unidos, 2017) Direção: Johnny Martin / Roteiro: Michael Caissie, Charles Huttinger  / Elenco: Al Pacino, Karl Urban, Brittany Snow / Sinopse: Policial já velho e aposentado (Pacino) precisa voltar à ativa para prender um serial killer que enforca suas vítimas com requintes de crueldade extrema. Ao lado de um tira mais jovem e de uma jornalista, ele começa a reunir pistas para descobrir a identidade verdadeira do psicótico assassino.

Pablo Aluísio. 


domingo, 7 de maio de 2017

Uma História de Vingança

Ninguém pode acusar o ator Nicolas Cage de não tentar levantar sua carreira. Ano após ano Cage está sempre na ativa, tentando alcançar o sucesso perdido. Agora ela tenta novamente, dessa vez usando uma antiga fórmula, tirada lá dos velhos filmes de Charles Bronson dos anos 70. Se você pensou em "Desejo de Matar", acertou em cheio! É mais um roteiro que explora a figura do policial que indignado pelas falhas do sistema judiciário resolve fazer justiça com as próprias mãos. O curioso é perceber que apesar de ser algo bem batido ainda consegue funcionar em certos momentos.

Vamos ao enredo: Nicolas Cage interpreta um policial veterano do departamento de polícia da cidade de Niagara Falls, um conhecido point turístico. Quando uma jovem viúva é estuprada por um grupo de vagabundos locais, ele entra no caso. Sua indignação e envolvimento pessoal se tornam maiores porque os estupradores cometeram seu crime na presença da pequena filha da vítima, uma garotinha de apenas 10 anos de idade. Após identificar cada um deles, todos são presos e levados para julgamento. Entra em cena então um advogado sem escrúpulos interpretado por Don Johnson, que acaba inocentando todos eles. Usando das velhas brechas da lei, todos são então libertados e recomeçam a incomodar a vítima e sua filha.

Bom, com esse tipo de estória você já deve ter percebido o que aconteceria dali em diante. Cage resolve literalmente limpar as ruas daqueles estupradores e criminosos. Um aspecto curioso é que o roteiro não se foca completamente no policial interpretado por Nicolas, mas sim na família da vítima e nos próprios criminosos. Dessa forma Nicolas Cage está sempre em segundo plano, aparecendo apenas para fazer sua "limpeza social". No final das contas, colocando tudo na balança e fazendo uma análise mais fria, o que temos aqui é apenas um banal filme policial que requenta velhas fórmulas. Poderia muito bem ser um filme de Charles Bronson, como já citei. Paradoxalmente, mesmo assim não deixa de ser uma boa diversão. Pelo visto a figura do justiceiro (ou vigilante, como dizem os americanos) ainda tem seu apelo junto ao público espectador.

Uma História de Vingança (Vengeance: A Love Story, Estados Unidos, 2017) Direção: Johnny Martin / Roteiro: John Mankiewicz, baseado no romance policial escrito por Joyce Carol Oates / Elenco: Nicolas Cage, Don Johnson, Anna Hutchison, Talitha Bateman / Sinopse: Policial fica indignado após presenciar um grupo de estupradores sendo inocentados pela justiça. Após ser informado que além de estarem soltos pelas ruas eles ainda recomeçaram a importunar a vida da vítima estuprada, decide fazer justiça com suas próprias mãos, livrando sua cidade daquela escória imunda.

Pablo Aluísio.