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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Selvagens Cães de Guerra

A ideia era muito boa. Reunir um grupo de atores veteranos para a produção de um filme de guerra como nos velhos tempos. "Selvagens Cães de Guerra" foi produzido já no final da década de 1970. Por essa época o que estava em moda no cinema eram os filmes do tipo "Guerra nas Estrelas". Fazer um filme com combatentes da II Guerra Mundial era considerado algo ultrapassado. Mesmo assim a Warner Bros resolveu apostar suas fichas nesse novo filme. Claro, visando atingir sobretudo os mais velhos, um grupo que ainda significava bastante em tempos de bilheteria. Afinal a velha guarda também tinha que ter seu próprio espaço na programação dos cinemas.

A Warner só contratou feras. O primeiro a entrar no projeto foi Richard Burton. Naquela altura de sua vida ele estava precisando de altas somas em dinheiro por causa do divórcio com sua ex-esposa Elizabeth Taylor. Depois de sua entrada na produção as coisas ficaram mais fáceis. O Estúdio contratou o próprio James Bond em pessoa, ou melhor dizendo, o ator que o interpretava na época, o sempre bom Roger Moore. John Wayne foi convidado, mas problemas de saúde o impediram de fazer o filme. Assim a vaga foi preenchida pelo também ótimo Richard Harris. Por fim Stewart Granger e Hardy Krüger completaram a equipe. A direção ficou a cargo do especialista inglês Andrew V. McLaglen, que anos depois iria dirigir outro filme muito parecido com esse, chamado "Os Doze Condenados".

A trama também era bem bolada. Uma multinacional britânica decidia derrubar um ditador cruel na África central. Os executivos da companhia então resolviam contratar um bando de mercenários (veteranos, em sua maioria) na cidade de Londres para enviá-los para salvar o líder da oposição, um político virtuoso e honesto que foi preso por ordens diretas do regime ditatorial que estava no poder. O problema é que ele estava seriamente doente após ficar tantos anos encarcerado. Não seria uma missão isenta de muitas dificuldades operacionais. Mesmo assim os membros da equipe se uniam, dispostos a irem até o final. Para eles uma missão dada seria sempre uma missão cumprida.

E para quem achava que esse tipo de filme não faria mais sucesso, o resultado nas bilheterias foi muito bom. Com excelente elenco formado por atores veteranos, "Selvagens Cães de Guerra" acabou virando um modelo a ser seguido nos anos que viriam. De fato basta pensar no auge dos filmes de ação que iria ocorrer na década seguinte, para entender que essa produção acabou criando mesmo um estilo novo de fazer filmes de guerra, modelo esse que seria seguido por Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, no auge de suas carreiras. A intenção não era mais reproduzir um evento histórico marcante da Segunda Guerra, mas sim apostar em incríveis cenas de ação e violência como objetivo final do filme. Richard Burton já estava no fim de sua longa carreira, mas conseguiu trazer grande veracidade ao seu personagem do Coronel Faulkner. Na época das filmagens ele também estava enfrentando o drama do alcoolismo, porém conseguiu ser profissional o suficiente para que seus problemas não transparecessem para as cenas. Já Roger Moore estava colhendo os frutos de seu sucesso como James Bond. Com tanta gente boa envolvida não poderia se ter outro resultado. O filme acabou abrindo as portas para o cinema brucutu que iria dominar a indústria cinematográfica nos anos 80.

Selvagens Cães de Guerra (The Wild Geese, Estados Unidos, 1978) Estúdio: Warner Bros / Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: Reginald Rose, Daniel Carney / Elenco: Richard Burton, Roger Moore, Richard Harris, Stewart Granger / Sinopse: Grupo de mercenários é reunido por uma grande companhia inglesa para derrubar um ditador sanguinário na África que está atrapalhando seus planos na região. A ideia é destituir o ditador do poder, para colocar em seu lugar o líder da oposição, que se encontrava preso em uma masmorra.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de dezembro de 2020

César e Cleópatra

Título no Brasil: César e Cleópatra
Título Original: Caesar and Cleopatra
Ano de Produção: 1945
País: Inglaterra
Estúdio: Gabriel Pascal Productions, United Artists
Direção: Gabriel Pascal
Roteiro: George Bernard Shaw
Elenco: Claude Rains, Vivien Leigh, Stewart Granger, Flora Robson, Francis L. Sullivan, Basil Sydney

Sinopse:
Cleópatra (Vivien Leigh) é uma jovem princesa, descendente da dinastia dos Ptolomeus, que almeja um dia se tornar a Rainha do Egito. Para isso terá que vencer a disputa pelo trono com seu próprio irmão. Em busca de apoio ela acaba conhecendo o influente romano Júlio César (Claude Rains) que logo cai em seus braços. César encontra a perspectiva de um romance mais tentador do que ele esperava, uma vez que Cleópatra é uma política rara, além de brilhante. Como se esses atributos não lhe bastassem ainda é uma linda mulher. E para Cleópatra, um relacionamento amoroso com o homem mais poderoso do mundo pode lhe render muitos dividendos no futuro.

Comentários:
Quando se fala em Cleópatra no cinema as pessoas lembram imediatamente de Elizabeth Taylor. Também pudera, a super produção que estrelou na Fox durante os anos 60 realmente marcou época. O fato porém é que muitos anos antes de Taylor dar vida à Rainha do Egito, outra grande atriz da sétima arte interpretou a marcante figura histórica. Vivien Leigh encarnou com perfeição essa personagem da história tão marcante. O texto, baseado na peça do grande George Bernard Shaw, é bem mais teatral do que o que vimos no filme de Elizabeth Taylor. Além disso não há como comparar ambos os filmes em termos de produção pois essa foi realizada na Inglaterra, sem o luxo e pompa do filme americano. Mesmo assim considero o roteiro desse filme bem mais inteligente e bem escrito, com mais detalhes e desenvolvimento de personagens, do que a megalomania Hollywoodiana estrelada por Liz Taylor. Vivien Leigh também está muito bela, esbanjando charme e elegância em sua interpretação. Para falar a verdade sua atuação é bem mais convincente pois captou melhor a essência da personalidade da  Cleópatra real que não era apenas uma mulher bonita mas ambiciosa e ardilosa também. Assim deixamos a dica desse filme épico que realmente impressiona ainda hoje, mesmo após tantos anos de seu lançamento original. Que tal conhecer a Cleópatra de Vivien Leigh? Não vá deixar passar em branco.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Todos os Irmãos Eram Valentes

Filmes de aventuras nos sete mares se tornaram uma das maiores tradições da era de ouro de Hollywood, em sua fase clássica. Aqui temos mais um exemplo, só que ao contrário dos filmes estrelados por Errol Flynn, aqui não temos piratas e nem lutas de capa e espada. A história se passa em meados do século XIX, quando prosperou na costa leste dos Estados Unidos uma rica indústria pesqueira baseada no óleo retirado das baleias. Esse produto era usado para diversos fins, era muito lucrativo e por isso a caça a esses animais se proliferou. O protagonista do filme é justamente um capitão de um veleiro baleeiro chamado Joel Shore (Robert Taylor). De volta ao lar depois de passar dois anos no Pacífico Sul, ele decide se casar com a bela Priscilla 'Pris' Holt (Ann Blyth), representando aqui a amada deixada para trás. Depois de uma breve cerimônia, Shore é contratado para capitanear uma nova embarcação. Ele aceita o convite, mas deixa claro que não irá apenas atrás das baleias, mas também atrás de seu irmão, Mark Shore (Stewart Granger), que seguindo a tradição familiar também era um capitão de veleiros. Durante uma viagem pelos mares do sul ele simplesmente desapareceu. Assim Joel decide seguir seus passos, mesmo sabendo que ele poderia naquela altura já estar morto.

O filme tem uma bonita produção. A direção de fotografia a cargo de George J. Folsey foi inclusive indicada ao Oscar, merecidamente aliás. O filme foi realizado no Caribe, nas costas da Jamaica, o que trouxe um visual belíssimo para as cenas. Outra indicação deveria ter sido dada para os efeitos especiais. Há cenas extremamente bem realizadas durante a caça às baleias, cenas inclusive que me lembraram bastante do grande clássico Moby Dick (que aliás tem sua história passada no mesmo contexto histórico do enredo desse filme, trazendo daí suas semelhanças). Outro fato curioso é que o filme ainda contou com navios verdadeiros, que ainda existiam na época, fazendo com que uma grande dose de veracidade histórica acompanhasse o elenco nesses ricos cenários. Enfim, um filme de sete mares mais do que recomendado. Com um roteiro bem sóbrio, não apelando para duelos de espadas com piratas e coisas afins, esse filme surpreende por ser ao mesmo tempo bem pé no chão, sem com isso perder sua dose de diversão e aventura.

Todos os Irmãos Eram Valentes (All the Brothers Were Valiant, Estados Unidos, 1953) Direção: Richard Thorpe / Roteiro: Harry Brown, baseado na novela histórica escrita por Ben Ames Williams / Elenco: Robert Taylor, Stewart Granger, Ann Blyth / Sinopse: Destemido capitão de um navio baleeiro em expedição pelos mares do Pacífico Sul decide procurar pelo paradeiro de seu irmão, também capitão, que desapareceu há alguns meses nas ilhas daquela região inexplorada e selvagem.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

As Minas do Rei Salomão

Título no Brasil: As Minas do Rei Salomão
Título Original: King Solomon's Mines
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Compton Bennett e Andrew Marton
Roteiro: Helen Deutsch, baseada no livro de H. Rider Haggard
Elenco: Deborah Kerr, Stewart Granger, Richard Carlson, Lowell Gilmore
  
Sinopse:
Uma aristocrata britânica chamada Elizabeth Curtis (Deborah Kerr) decide contratar os serviços do explorador e caçador Allan Quatermain (Stewart Granger) para localizar seu marido desaparecido em terras desconhecidas do continente africano. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção de Fotografia (Robert Surtees) e Melhor Edição (Ralph E. Winters e Conrad A. Nervig). Também vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Direção de Fotografia.

Comentários:
Ontem assisti a versão de 1950 para a clássica história de "As Minas do Rei Salomão" de H. Rider Haggard. Na literatura esse livro é considerado um dos grandes ícones da aventura e no cinema temos várias versões interessantes sobre as aventuras de Allan Quatermain pelo continente africano selvagem. Nessa produção temos como estrelas o grande caçador branco Stewart Granger e Deborah Kerr. Ela interpreta Elizabeth Curtis, uma inglesa que desesperada após o desaparecimento do próprio marido na África, resolve procurá-lo indo até a região onde ele foi visto pela última vez. O sujeito estava com a ideia fixa de encontrar as mitológicas e lendárias minas de diamantes que um dia pertenceram ao Rei Salomão. Em posse de um mapa antigo resolveu encarar uma expedição em território hostil e nunca antes explorado por homens brancos. Depois que entrou naquele lugar simplesmente sumiu sem deixar vestígios. Assim Elizabeth resolve contratar os serviços do caçador, explorador e aventureiro Allan Quatermain (Stewart Granger). Há muitos anos vivendo na África ele ganha a vida organizando safáris para britânicos endinheirados em busca de alguma aventura em suas vidas. A exploração que Elizabeth pensa fazer porém é algo bem diferente. Significa ir em terras distantes, inexploradas e sem mapeamento confiável. Inicialmente Allan recusa a oferta porém cinco mil libras o fazem mudar de ideia. Ele que pretende um dia voltar para a Inglaterra vê aquele dinheiro como uma saída da África para voltar a Londres onde pode ajudar seu filho. Juntos, Allan Quatermain e Elizabeth Curtis, saem então em direção ao desconhecido, começando uma aventura inesquecível.

Essa versão clássica de "As Minas do Rei Salomão" tem vários aspectos interessantes que não deixaram o filme em si envelhecer tanto como era esperado. O roteiro, sempre com um pé no chão, apostando no realismo (ao contrário da boba versão dos anos 80 estrelada por Richard Chamberlain), aposta no exótico da natureza selvagem africana, no relacionamento dos protagonistas e nas maravilhosas cenas tomadas em locações reais. Esse aliás é o grande diferencial do filme como um todo. Se os produtores tivessem filmado a produção em estúdio, na velha Hollywood, certamente teríamos uma sensação ruim, de coisa falsa. Ao contrário disso toda a equipe técnica e elenco foram realmente para a África, com cenários naturais reais, tudo feito in loco. Isso tornou o filme de certa maneira imune ao tempo. Afinal de contas excelentes cenas naturais nunca envelhecem. Talvez o que realmente envelheceu e saiu de moda seja o próprio personagem Allan Quatermain. Ele é um caçador de animais e hoje em dia nada é mais odiado pela mentalidade ecológica predominante do que caçadores em geral (vide aquele recente caso envolvendo a caça e morte daquele leão em um santuário africano que ganhou todas as manchetes mundo afora). E como agravante o filme traz a morte real de um elefante logo nas suas primeiras cenas. O magnífico animal foi comprado pelos produtores e morto de fato para impressionar o público na época. A cena aliás é tristemente realista pois após levar o tiro certeiro o elefante cai no chão, tremendo, em estado de choque, tentando sobreviver enquanto outros elefantes fazem de tudo para levantá-lo do chão. Sob o ponto de vista moderno foi algo desprezível de se fazer, chocante mesmo! Provavelmente cenas como essa deixem o filme com um selo ruim, de algo maldito, que não deve ser mais refeito nos dias de hoje. Em minha visão isso é um olhar que não leva em conta o contexto histórico do momento em que o filme foi lançado, há mais de 60 anos atrás. Afinal de contas naquela época ser um caçador na África ainda era visto como algo heroico e altamente engrandecedor. Os tempos mudam.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Terras do Norte

Título no Brasil: Terras do Norte
Título Original: The Wild North
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Andrew Marton
Roteiro: Frank Fenton
Elenco: Stewart Granger, Cyd Charisse, Morgan Farley, Wendell Corey, John Butler, G. Pat Collins

Sinopse:
Nas montanhas canadenses, um caçador foge acusado de um crime e é perseguido por um homem da lei rude e determinado da Polícia Montada Real do Noroeste. E assim se forma uma verdadeira caçada humana na neve das montanhas geladas.

Comentários:
O ator Stewart Granger era conhecido na velha Hollywood como o "grande caçador branco". Verdade ou pura cascata? Até hoje há dúvidas se ele era mesmo um caçador de verdade, entretanto com essa fama ele acabou abrindo seu espaço no cinema, estrelando uma série de filmes onde essa mesma imagem era explorada na tela e nos roteiros. Nesse aqui, ambientando no gelado Canadá, temos também a participação da bela atriz e dançarina Cyd Charisse. Essa fez fama com seus belas pernas e seu visual considerado exótico em Hollywood. Em suma, um filme interessante, com uma clara tentativa de se fazer cinema de um jeito diferente, ambientando sua história em uma região pouco explorada, de grande beleza natural. Dessa maneira deixo a dica desse faroeste incomum. A diversão estará garantida.

Pablo Aluísio.