quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Ratos Humanos

Na véspera do julgamento do gângster Benjamin Costain (Lorne Greene), a principal testemunha de acusação é covardemente assassinada. Isso cria um grande problema para o promotor público Lloyd Hallett (Edward G. Robinson) que deseja ver a condenação de Costain de todas as formas. Assim ele vai até a prisão estadual para tentar convencer Sherry Conley (Ginger Rogers), que está em regime fechado, a testemunhar contra Costain. Em troca de seu testemunho ele promete uma comutação em sua pena. Sherry parece intimidada e nada disposta a aceitar o convite. O promotor então decide tirá-la da prisão por alguns dias, para levá-la até um apartamento no centro da cidade, onde terá maiores chances de fazer Sherry testemunhar contra o criminoso. Ela passa assim a ser protegida pelo tira Vince Striker (Brian Keith). Não será algo fácil de fazer, já que o mafioso já descobriu que o promotor deseja usá-la no julgamento. Agora ele pretende matá-la de todas as formas, pois sua liberdade está em jogo.

"Ratos Humanos" é um bom filme de gângster. Toda a trama se passa em apenas dois dias, justamente os que antecedem o grande julgamento do mafioso Costain. Tudo é feito para que Sherry (interpretada por Ginger Rogers, com cabelos bem curtinhos) aceite testemunhar contra o criminoso que o promotor interpretado pelo ator Edward G. Robinson quer que seja condenado e deportado do país. O papel de Robinson aliás não deixa de ser bem curioso pois ele fez sua carreira interpretado gângsters perigosos, mas aqui surge do lado da lei, como um promotor. A direção de Phil Karlson é enxuta. Ele se limita a contar bem sua história, sem perda de tempo e nem exageros. Ginger Rogers, que foi a atriz mais bem paga de Hollywood durante os anos 40, por causa de seus musicais ao lado de Fred Astaire, se saiu muito bem nesse papel mais dramático. Sua personagem fala pelos cotovelos, seus diálogos são longos, de complicada memorização, em grandes cenas e sequências. Ela aliás está em noventa por cento das cenas. Não foi um trabalho fácil. Mesmo assim se saiu muito bem, nessa atuação de sua fase mais madura. O grande atrativo desse filme vem justamente disso, da oportunidade de conferir mais o lado de atriz da estrela Ginger Rogers, que aqui obviamente não dança e nem canta. No final de tudo ela demonstra que era muito mais do que apenas uma grande dançarina. Era de fato também uma atriz de talento dramático admirável.

Ratos Humanos (Tight Spot, Estados Unidos, 1955) Direção: Phil Karlson / Roteiro: William Bowers, Leonard Kantor / Elenco: Ginger Rogers, Edward G. Robinson, Brian Keith, Lorne Greene / Sinopse: Sherry Conley (Ginger Rogers) é tirada da prisão pelo promotor público Lloyd Hallett (Edward G. Robinson). Ele pretende que ela seja testemunha contra o violento gângster Benjamin Costain (Lorne Greene). Para evitar que seja morta pelo criminoso, Lloyd a deixa sob a proteção do policial Vince Striker (Brian Keith).

Pablo Aluísio.

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