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domingo, 8 de fevereiro de 2015

A Isca Perfeita

Título no Brasil: A Isca Perfeita
Título Original: Birthday Girl
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: FilmFour, HAL Films, Mirage Enterprises
Direção: Jez Butterworth
Roteiro: Tom Butterworth, Jez Butterworth
Elenco: Nicole Kidman, Vincent Cassel, Ben Chaplin
  
Sinopse:
Nadia (Nicole Kidman) é uma jovem russa que encontra um noivo, o inglês John (Ben Chaplin), na internet. Ela é bonita e atraente, mas deseja sair de seu país natal em busca de melhores oportunidades de vida. Ele já está um pouco velho e quer acabar com sua solidão. Ambos assim entram em um acordo. Ela vai até a Inglaterra para lhe conhecer. Nada porém sairá como havia sido planejado. Filme indicado ao Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman).

Comentários:
Com o fim da ex-União Soviética e a popularização da internet muitas mulheres russas (algumas das mais bonitas do mundo) viram uma oportunidade de sair de seu país, arranjando maridos ricos e solitários nos países mais desenvolvidos e prósperos do ocidente. Criou-se assim uma verdadeira rede de intercâmbio entre as jovens russas e seus pretendentes internacionais. Nem sempre a situação saía como inicialmente havia sido planejada por esses solitários do primeiro mundo. O enredo se desenvolve justamente em cima dessa situação básica. O filme não é um romance em sua essência e em determinado momento dá uma guinada rumo ao suspense. Kidman está linda e perfeita em seu papel, embora seja australiana de origem, ela convence plenamente como uma russa - até porque ela é uma maravilhosa loira de olhos azuis, tal como as belas garotas de Moscou. O tom é meio frio e distante, mas nesse caso combina perfeitamente com os propósitos de sua personagem.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Antes de Dormir

Título no Brasil: Antes de Dormir
Título Original: Before I Go to Sleep
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott Free Productions, Millennium Films
Direção: Rowan Joffe
Roteiro: Rowan Joffe, baseado na novela de S.J. Watson
Elenco: Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong, Anne-Marie Duff

Sinopse:
Após sofrer um sério acidente, Christine (Nicole Kidman) perde a capacidade de reter memórias recentes. Isso faz com que ela toda manhã acorde sem saber nada sobre o que aconteceu em sua vida nos últimos vinte anos. Seu marido Ben (Colin Firth) precisa todas as manhãs lhe dizer que está casado com ela há 14 anos e que ele tem esse problema sério causado pelas sequelas do acidente. O Dr. Nasch (Mark Strong), um neurologista que cuida de seu caso, aconselha que Christine use uma câmera todos os dias para gravar suas impressões e memórias, para serem assistidas dia após dia. Em pouco tempo ela descobre que há algo muito errado em sua vida.

Comentários:
Temos aqui um thriller de suspense muito enxuto (com apenas 70 minutos de duração) que tenta contar uma estória muito interessante e curiosa sobre uma mulher que perdeu a capacidade de lembrar do que aconteceu recentemente em sua vida. Tudo o que ela consegue relembrar são flashes de momentos marcantes de sua vida passada. Esse é aquele tipo de roteiro que você deve falar o mínimo possível com receios de estragar as surpresas para quem ainda não conferiu o filme. A grande força do enredo vem justamente de uma grande reviravolta que acontece na terça parte final do filme. Alguns matarão a charada logo, outros porém vão ser surpreendidos. O fato porém é que mesmo com a boa trama e talvez pela curta duração do filme, o espectador acaba ficando com uma sensação de que faltou algo. Nicole Kidman continua linda, mas esperava-se mais de seu encontro com o talentoso e oscarizado Colin Firth. O filme basicamente só tem cinco personagens, por isso cada cena com os dois acaba trazendo uma expectativa que nunca se cumpre completamente. Esse é apenas o quarto filme assinado pelo roteirista Rowan Joffe (de "Um Homem Misterioso") e essa falta de experiência em dirigir atores explica o fato dele, apesar de ter um excelente elenco em mãos, não conseguir arrancar grandes interpretações nem de Kidman e nem de Firth. A sensação fria que fica deixa uma incômoda percepção que tudo poderia ser melhor trabalhado e desenvolvido, resultando talvez em um grande filme. Do jeito que está, temos apenas uma película ok, mediana, que se tornará bastante esquecível após sua exibição. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Invasores

Título no Brasil: Invasores
Título Original: The Invasion
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: David Kajganich
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Jeremy Northam

Sinopse:
Uma misteriosa epidemia começa a se espalhar sobre a Terra. A psiquiatra Carol (Nicole Kidman) começa então a trabalhar para descobrir a cura ao lado do colega Ben (Daniel Craig) após seu próprio filho ser infectado. O que afinal estará por trás desses misteriosos incidentes?

Comentários:
Apesar do bom elenco, do tema interessante (baseado na novela de Jack Finney), esse filme não consegue decolar em nenhum momento. De certa forma há uma indecisão sobre qual gênero ele pretende escolher. Em certos momentos há tensão, drama e o lado Sci-fi de todo o enredo fica envolto em uma neblina, nunca se mostrando completamente ao espectador. No meio de jogo de esconde esconde só o que sobra ao público é um ritmo arrastado, beirando o tédio completo. Para quem conhece a fundo os filmes de ficção dos anos 50 haverá ainda algo a gostar, já que o texto procura de certa maneira imitar aquelas antigas produções, mas isso é pouco. Nicole Kidman inclusive surge com um figurino que ficaria bem naquele tipo de ficção. Pena que embora esteja linda em cena também se mostra apagada (o seu personagem também não ajuda muito). Pior se sai Daniel Craig, o James Bond que praticamente entra mudo e sai calado. Em conclusão temos aqui um filme que poderia ser muito melhor caso cumprisse todo o seu potencial. Do jeito que ficou não convence e nem muito menos diverte.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de maio de 2014

A Intérprete

Título no Brasil: A Intérprete
Título Original: The Interpreter
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Martin Stellman, Brian Ward
Elenco: Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Keener

Sinopse:
Silvia Broome (Nicole Kidman) é uma intérprete a serviço da ONU que, sem querer, acaba ouvindo uma conversa secreta sobre um atentado à vida de um ditador africano. Descoberta, ela agora precisa sobreviver pois um grupo deseja tirá-la de circulação, em uma verdadeira operação de queima de arquivo. Para garantir sua vida, ela contará com o apoio do agente do FBI Tobin Keler (Sean Penn), um sujeito íntegro e honesto, que fará de tudo para deixá-la a salvo.

Comentários:
Foi extremamente criticado em seu lançamento. Um exagero, vamos convir. Na verdade se trata de um bom filme, com enredo bem escrito e que tenta de alguma forma inovar dentro do saturado gênero de thrillers de suspense. De certa forma há duas maneiras de encarar "The Interpreter". Primeiro se formos comparar com outros grandes filmes desse excelente cineasta Sydney Pollack. Sob esse ponto de vista de fato não se pode considerar um de seus mais brilhantes trabalhos. A outra maneira é fazer uma comparação com o que se produz no cinema americano atual. Nesse ponto o filme é um achado, já que a mediocridade impera atualmente no mercado cinematográfico, infelizmente. Credito grande parte do aspecto positivo da produção ao belo trabalho de atuação de Sean Penn, um ator muito politizado, que não aceita mais participar de bobagens nessa altura de sua carreira. E o filme, apesar das críticas que lhe fizeram, de fato não é uma bobagem, muito longe disso. Recomendo certamente, embora reconheça que nem todos vão gostar do resultado final.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Uma Longa Viagem

Título no Brasil: Uma Longa Viagem
Título Original: The Railway Man
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Austrália
Estúdio: Lionsgate
Direção: Jonathan Teplitzky
Roteiro: Frank Cottrell Boyce, Andy Paterson
Elenco: Colin Firth, Nicole Kidman, Stellan Skarsgård

Sinopse:
Colin Firth interpreta Eric Lomax, um veterano da segunda guerra mundial que tenta reconstruir sua vida. Introvertido e com estranhos hobbies (como trens e horários de viagem) ele acaba conhecendo a bela Patti (Nicole Kidman) numa dessas viagens que realiza. A aproximação acaba criando um vínculo entre eles mas o relacionamento sofre por causa dos constantes ataques psicológicos que afligem Eric, por causa dos inúmeros traumas de guerra que desenvolveu por ter sido torturado quando se tornou prisioneiro dos japoneses na Birmânia.

Comentários:
Drama baseado em fatos reais cujo tema parecerá bem próximo a certas pessoas no Brasil, especialmente àquelas que foram torturadas durante o regime militar. O roteiro explora um tema que não é tão comum em filmes ultimamente, a dos traumas causados por prisioneiros de guerra que foram brutalmente torturados por japoneses. O argumento mostra um aspecto muito interessante, a das marcas psicológicas profundas que seguem com os torturados mesmo após o fim dos conflitos. As guerras passam mas os traumas ficam. Não é um drama de fácil digestão. O tema é pesado e como a história foi baseada em fatos reais nem sempre as soluções que surgem na tela serão do agrado dos espectadores. O clima é de melancolia e tristeza e os poucos momentos românticos, do envolvimento amoroso do casal Firth e Nicole Kidman, logo passam. Assim temos duas linhas narrativas, uma no presente, onde Colin Firth interpreta Eric na velhice, sofrendo de traumas psicológicos, e outra no passado onde acompanhamos Eric na guerra, como um jovem engenheiro do exército britânico que se torna prisioneiro de guerra e passa a ser usado pelas tropas japonesas na construção de uma estrada de ferro nas selvas da Birmânia. Após ser descoberto um rádio improvisado pelos prisioneiros ingleses ele passa a ser sistematicamente torturado por oficiais japoneses, todos sádicos e brutais. Em suma, um filme por demais interessante que toca em temas importantes. Mostra que a tortura deixa marcas que nem o tempo apaga.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Reféns

Título no Brasil: Reféns
Título Original: Trespass
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Karl Gajdusek
Elenco: Nicolas Cage, Nicole Kidman, Cam Gigandet

Sinopse:
Kyle Miller (Nicolas Cage) é um comerciante de diamantes que tem uma bela casa e uma família formada por sua linda esposa Sarah (Nicole Kidman) e sua filha Avery (Liana Liberato). Sua rotina feliz porém é brutalmente interrompida quando um grupo de criminosos invade sua casa para roubar as pedras preciosas. A partir daí se instala um jogo mortal de ameaças e violência. 

Comentários:
Sinceramente estava esperando um abacaxi daqueles! O filme foi tão criticado em seu lançamento que pensei tratar-se de outro filmeco da carreira de Nicolas Cage. Bobagem, "Reféns" passa longe de ser tão ruim como disseram. Na verdade posso dizer que como thriller e dentro de sua proposta ele cumpre muito bem seus objetivos. O roteiro vai explorando essa situação de desespero, jogando com várias reviravoltas ao longo da projeção. Algumas delas soam forçadas mas outras me agradaram. Kidman está lindissima no começo do enredo, mostrando que idade nem sempre rima com perda da beleza e charme, basta apenas saber envelhecer com elegância. Cage está até bem interessante em seu personagem. Ao invés de ser o herói cool de ação de seus últimos filmes (ruins) ele interpreta um típico pai de família americano que negocia no mercado de diamantes e se vê envolvido numa situação limite. O cineasta Joel Schumacher dirige o filme. Como eu já tive oportunidade de escrever aqui antes ele é um profissional irregular, com altos e baixos na carreira. Esse filme aqui eu colocaria entre seus trabalhos medianos, nem se enfileira com seus melhores momentos e nem tampouco pode ser considerado uma de suas porcarias infames (como aquele Batman que todos odeiam). Um filme com pouco mais de 90 minutos (duração ideal) que certamente se transforma em um bom passatempo para um domingo à tarde preguiçoso.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Billy Bathgate - O Mundo a Seus Pés

Título no Brasil: Billy Bathgate - O Mundo a Seus Pés
Título Original: Billy Bathgate
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Robert Benton
Roteiro: Tom Stoppard, baseado no livro de E.L. Doctorow
Elenco: Dustin Hoffman, Nicole Kidman, Loren Dean, Bruce Willis, Steve Buscemi, Stanley Tucci

Sinopse:
Billy Bathgate (Loren Dean) é um jovem aspirante à gangster que se torna o braço direito do chefão Dutch Schultz (Dustin Hoffman) durante o auge dos sindicatos do crime nos anos 1920 e 1930. Schultz acaba vendo no jovem ambicioso um reflexo dele próprio quando era apenas um iniciante no mundo da máfia americana. Vendo potencial em Billy ele o inicia em um jogo perigoso onde riqueza e fortuna convivem lado a lado com perigo e morte.

Comentários:
Algumas vezes o cinema parece com o mundo do futebol. No papel você tem uma grande equipe, cheia de craques, mas na prática a coisa não funciona. Essa produção tem ótimo elenco, coadjuvantes realmente de luxo, do primeiro time, mas o resultado é muito fraco, nada marcante, tanto que pouca gente lembra desse filme hoje em dia, uma lástima. "Billy Bathgate" foi um fracasso comercial, a maioria ignorou, inclusive a crítica que nem se importou em malhar o filme (dando razão ao velho ditado que "Não se deve chutar cachorro morto"). Uma pena. Eu até mesmo simpatizo com o filme, até porque gosto desse tipo de película, gangsters e tudo mais. Aliás é muito fácil culpar um tipo de gênero por causa de um fracasso de bilheteria. Quando um faroeste não faz sucesso todos se apressam em dizer frases como "filmes de western não fazem mais sucesso". A mesma coisa disseram aqui. Quando a produção naufragou todos se apressaram em afirmar que "filmes de gangster não fazem mais sucesso". Que bobagem! O filme não fez sucesso porque é realmente fraco. Não adianta culpar todo um estilo. Mesmo assim acho que a produção merece uma segunda chance.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de março de 2014

A Bússola de Ouro

Título no Brasil: A Bússola de Ouro
Título Original: The Golden Compass
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chris Weitz
Roteiro: Chris Weitz, baseado na obra de Philip Pullman
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards

Sinopse:
A garotinha Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards) é uma órfã que descobre a existência de uma nova substância desconhecida da ciência e dos mestres de sabedoria de seu mundo. Em busca de respostas ela viaja para Londres e entra em contato com uma nova realidade mágica ao seu redor.

Comentários:
Embora muitos não parem para pensar sobre isso o fato é que cinema também é um negócio. Os investidores investem fortunas esperando ter um retorno espetacular de volta. Esse "A Bússola de Ouro" nasceu como um projeto ousado, que prometia se tornar uma nova franquia ao estilo "O Senhor dos Anéis" e "Harry Potter". Os produtores investiram 180 milhões de dólares na realização do filme (uma fortuna!) esperando um big hit, um enorme sucesso de bilheteria mas... o público desprezou o filme assim que chegou nas salas de cinema. O prejuízo foi enorme e praticamente levou a New Line Cinema à falência. A companhia só não fechou as portas porque rapidamente investiu numa série de remakes de filmes de terror famosos dos anos 80 para sobreviver ao tsunami financeiro. Em minha opinião foi um fracasso comercial injusto pois "The Golden Compass" tem uma produção muito bonita, de encher os olhos, com excelente elenco (Nicole Kidman está deslumbrante) e uma boa direção, que conseguiu adaptar muito bem a obra de Philip Pullman para o cinema (alguns arriscam a dizer que o filme consegue ser mesmo até superior ao livro). Assim o que era para ser o primeiro de uma longa franquia acabou ficando pelo meio do caminho. Os estúdios não querem nem ouvir falar em continuações desse filme hoje em dia. Uma pena porque tudo ficou pela metade, sem conclusão. O filme é bem feito e sinceramente não entendo porque ele não caiu no gosto do público. Tinha tudo para dar certo. Vai entender o que as pessoas querem... Eles deveriam agora tentar continuar o enredo em forma de animação - sairia mais barato e talvez criasse um grupo de fãs... quem sabe um dia...

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

De Olhos Bem Fechados

Título no Brasil: De Olhos Bem Fechados
Título Original: Eyes Wide Shut
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick, Frederic Raphael
Elenco: Tom Cruise, Nicole Kidman, Todd Field

Sinopse:
Dr. William Harford (Tom Cruise), um médico de Nova York, que é casado com uma curadora de arte, Alice Harford (Nicole Kidman), resolve descobrir o limite de seu relacionamento com a esposa ao experimentar a liberdade sexual e moral de um perigoso jogo de sexo, poder e sedução, numa longa noite de excessos pela cidade.

Comentários:
O último filme do mito Stanley Kubrick. Ao que tudo indica Cruise não deixaria passar a oportunidade de estrelar um filme dirigido pelo famoso cineasta, mesmo que o roteiro e o argumento não fossem lá grande coisa. Ao lado da esposa (na terceira e última atuação juntos no cinema) Cruise se despiu de vaidades, aceitando protagonizar ousadas cenas de sexo e sensualidade (para um astro de seu status, é claro). Após uma conturbada filmagem o filme foi lançado com reações adversas. Muitos não gostaram do resultado final e consideram a pior obra da filmografia do gênio Kubrick. Uma coisa porém é certa, mesmo não sendo unanimidade o filme segue como um dos mais marcantes da filmografia de Tom Cruise. Se do ponto de vista profissional o filme virou uma referência para o ator, no aspecto profissional as coisas não foram tão bem. O relacionamento com sua esposa, Nicole Kidman, se deteriorou bastante, o que causaria o rompimento definitivo entre eles pouco tempo depois. Para alguns, a atriz culpava Cruise por ele ter deixado que ela se expusesse em demasia no filme, em uma concessão descabida, supostamente dada à genialidade de Kubrick. E por falar em genialidade, o mestre Kubrick mostra aqui claros sinais de desgate, falta de novas ideias e saturação. Ele parece querer se esconder atrás da imagem de seu próprio mito mas em vão. "Eyes Wide Shut" é uma obra opaca, sem vida, que tenta desesperadamente se apoiar em cenas chocantes e escandalosas para lhe dar algum sentido artístico. Os esforços porém soam sem resultado. Se não houvesse a assinatura de Stanley Kubrick nos créditos o filme certamente seria massacrado ainda mais pela crítica em seu lançamento. Hoje seria ignorado, certamente. Não foi um canto de cisne à altura de um mito do cinema como Stanley Kubrick, infelizmente.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Obsessão

Título no Brasil: Obsessão
Título Original: The Paperboy
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Lee Daniels, Peter Dexter
Elenco: Matthew McConaughey, Nicole Kidman, John Cusack, Zac Efron, David Oyelowo 

Sinopse:
Hillary Van Wetter (John Cusack) é condenado à morte por supostamente ter assassinado o xerife de uma cidadezinha da Flórida. Convencidos de sua inocência, dois jornalistas investigativos, Ward (Matthew McConaughey) e Yardley (David Oyelowo) ao lado do jovem Jack Jansen (Zac Efron) e da namorada do condenado, Charlotte Bless (Nicole Kidman), resolvem ir a fundo nas investigações para colher provas que inocentem Hillary. A verdade porém não será tão simples assim de encontrar.

Comentários:
Bom filme que apesar do interessante e até mesmo realista roteiro não irá certamente agradar a todos, principalmente o público que deseja ver um belo e convencional final feliz. A trama se passa nos anos 60, em uma região isolada, pantanosa, do calorento estado da Flórida. O espectador é levado todo o tempo a acreditar numa tese sobre a verdadeira morte do xerife local mas isso é apenas uma parte do que será revelado. É um enredo bem escrito e com reviravoltas que para alguns serão radicais demais. Mesmo assim não há como negar que a estória envolve e agrada. O elenco é excepcionalmente muito bom. Nicole Kidman interpreta uma personagem bem distante de seus últimos trabalhos onde a classe e a elegância eram os pontos fortes. Sua Charlotte Bless é uma mulher obsessiva por se apaixonar por homens condenados, prisioneiros no corredor da morte. Ela é a imagem da mulher beirando a vulgaridade da década de 60, sempre se envolvendo com os homens errados. Zac Efron surge como o jovem que se apaixona platonicamente por ela - uma paixão que lhe dará muitos desgostos e tragédias em sua vida pessoal. Apesar de certos exageros no desenrolar de tudo gostei bastante do filme. Certamente não agradará a todos, como já frisei, mas quem embarcar na proposta do diretor certamente vai gostar do resultado final.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de novembro de 2013

Um Sonho Distante

Título no Brasil: Um Sonho Distante
Título Original: Far and Away
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Bob Dolman, Ron Howard
Elenco: Tom Cruise, Nicole Kidman, Thomas Gibson

Sinopse: 
O jovem Joseph Donnelly (Tom Cruise) decide deixar sua terra natal, a Irlanda, em busca de uma nova vida na América. Seu objetivo é participar da corrida em busca de novas terras na colonização do território do Oklahoma em 1893. O filme é um retrato da expansão rumo ao oeste dos Estados Unidos da América.

Comentários:
Após conhecer Nicole Kidman no set de "Dias de Trovão" e se apaixonar por ela, Cruise retorna à parceria nessa super produção com ares de filmes antigos. A pretensão do ator era realmente estrelar um épico ao velho estilo, com muitas cenas edificantes, músicas grandiosas e paisagens de cartão postal. Aqui ele interpreta um imigrante irlandês que vem tentar a sorte na América em 1892. O filme tem linda fotografia, uma direção de arte suntuosa e uma produção de encher os olhos mas não conseguiu cair no gosto do público. Feito para render milhões o filme comercialmente falando ficou bem abaixo das expectativas. De qualquer forma é um bom momento na carreira de Cruise, um filme que foi prejudicado por um marketing equivocado mas que mesmo assim vale a pena como bom entretenimento.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Margot e o Casamento

Relacionamento entre irmãs nem sempre é um mar de rosas. O roteiro desse filme mostra exatamente esse aspecto. Nas vésperas do casamento de sua irmã, Pauline (Jennifer Jason Leigh), a complexa Margot (Nicole Kidman) começa a plantar dúvidas na cabeça de sua mana sobre sua escolha. Seria mesmo aquele homem o perfeito para sua vida? Para complicar ainda mais o noivo é um sujeito sem emprego e aparentemente sem muito futuro, um artista que ainda não se encontrou na vida interpretado pelo ator Jack Black (em papel não cômico, fugindo das características que sempre marcaram sua filmografia). As palavras de Margot acabam indo fundo na alma da irmã a jogando numa situação muito conflituosa e psicologicamente desgastante.

"Margot e o Casamento" não é aquele tipo de produção que se indique a todos os tipos de público. O clima muitas vezes é melancólico, sufocante e sua dramaturgia não vai agradar a todo mundo pois em determinado momento evita por soluções facéis demais. Nicole Kidman continua linda mas o filme não engrena. A sensação que se tem muitas vezes no transcorrer da trama é a de que algo interessante vai acontecer mais cedo ou mais tarde mas a verdade pura e simples é que nada de muito relevante acontece. É um roteiro ao estilo "chove mas não molha". Por outro lado os defensores da película acreditam que o roteiro inconclusivo é um reflexo da própria vida real. Esse tipo de texto até pode dramaturgicamente deixar a desejar, mas no final das contas ganha em credibilidade. Na dúvida arrisque, afinal a proposta do filme pode vir a lhe agradar.

Margot e o Casamento (Margot at the Wedding, Estados Unidos, 2007) Direção: Noah Baumbach / Roteiro: Noah Baumbach / Elenco: Nicole Kidman, Jennifer Jason Leigh, Jack Black / Sinopse: O filme mostra a complicada relação entre duas irmãs muito diferentes nas vésperas do casamento de uma delas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Austrália

Nem sempre uma grande produção e um enredo ao velho estilo garantem a realização de um bom filme. Um exemplo disso é esse “Austrália”, uma superprodução que tinha a pretensão de reviver o clima dos grandes épicos do passado, mais precisamente da era de ouro de Hollywood. Não deu muito certo. Usando como referência um dos maiores clássicos da história, “E o Vento Levou”, o diretor Baz Luhrmann tentou recriar as tintas desse tipo de filme que sinceramente não se faz mais. Não adianta ter uma mulher forte como personagem central e nem um interesse romântico personificado em um homem rude como vemos aqui. Tem que haver mais, entre elas uma estória de fato cativante e o mais importante: muito calor humano nos dramas passados na tela. “Austrália” infelizmente não tem nada disso. O roteiro narra a luta de uma dona de fazendas naquele distante país. Ela tem que enfrentar não apenas as adversidades naturais como também os problemas causados pelo próprio homem, entre eles uma guerra internacional (a II Guerra Mundial) e conflitos internos.

Essa personagem é uma aristocrata interpretada pela atriz Nicole Kidman. Sua fazenda é um latifúndio a se perder de vista, com mais de duas mil cabeças de gado. Ao seu lado conta apenas com o apoio de seus empregados, entre eles um rústico capataz vivido pelo “Wolverine” Hugh Jackman. Como a intenção do diretor sempre foi recriar algo próximo do famoso filme com o casal Vivien Leigh e Clark Gable, seus personagens em cena lembram em muito os que vimos no clássico de 1939. O problema é que não possuem carisma nenhum. Adoro Nicole Kidman como atriz e profissional mas ela está completamente perdida aqui. Não consegue encontrar o tom certo de seu papel e se perde no meio da trama arrastada que parece nunca ter fim (o filme é longo demais, certamente confundindo longa duração com qualidade, algo que definitivamente não é a mesma coisa). No final das contas temos um verdadeiro elefante branco cinematográfico. Um filme que não agradou a ninguém (foi um fracasso de bilheteria) provando que não basta apenas tentar repetir a fórmula dos grandes filmes do passado para fazer um épico clássico, tem que ter talento para isso.

Austrália (Australia, Estados Unidos, Austrália, 2008) Direção: Baz Luhrmann / Roteiro: Baz Luhrmann, Ronald Harwood / Elenco: Nicole Kidman,  Hugh Jackman, Bryan Brown / Sinopse: Rica proprietária de uma enorme fazenda na Austrália tem que enfrentar uma série de adversidades para tocar em frente seu empreendimento.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Hemingway & Gellhorn

Ernest Hemingway (1899 – 1961) foi um dos maiores escritores da literatura americana. Embora fosse brilhante com as letras era um sujeito complicado de se viver. Sempre envolvido em brigas, caçadas, mulheres e bebidas, acabou criando uma mítica em torno de si mesmo e suas aventuras. Esteve presente em vários conflitos armados e foi justamente em um deles, na guerra civil espanhola, que se apaixonou por Martha Gellhorn, uma jornalista que atuava como correspondente de guerra. Enquanto o general Franco dizimava seus opositores (formados principalmente por voluntários que foram lutar pela democracia na Espanha), Hemingway e Gellhorn se apaixonavam perdidamente. E é justamente essa a história central dessa boa produção do canal HBO. Com Clive Owen e Nicole Kidman interpretando os personagens centrais o filme tenta captar aspectos da genialidade de Ernest Hemingway, ao mesmo tempo em que destrincha seu romance com Martha Gellhorn. É uma obra que exige fôlego do espectador pois tem mais de duas horas e meia de duração mas no final não decepciona, embora tenha alguns pequenos problemas.

Antes de mais nada é importante chamar a atenção para o fato de ser uma produção televisiva o que obviamente significa ter um orçamento bem mais modesto do que de um filme para o cinema. Aqui os produtores resolveram inserir os personagens principais dentro de cenas reais da época, tudo realizado de forma digital. Funciona? Em alguns momentos sim, em outros não. Claro que esse tipo de decisão foi feita para deixar o orçamento mais enxuto, pois seria bem complicado (e caro) reproduzir cenas da guerra civil da Espanha e da invasão da China pelo Japão (lugares onde o casal passa parte de sua história). Assim sempre que há necessidade da inclusão de alguma cena mostrando esses eventos históricos se utiliza dessa artimanha. Nicole Kidman está, como sempre, maravilhosa. Para os fãs de seu “talento natural” fica o aviso de que há boas seqüências sensuais dela ao lado do ator Clive Owen. Na mais marcante delas os dois se entrelaçam nus em um quartel de hotel em Madrid enquanto a cidade é bombardeada por forças leais a Franco. Por falar em  Clive Owen tenho algumas observações a fazer em relação ao seu trabalho. O seu Ernest Hemingway não me agradou completamente. Além de não serem fisicamente parecidos, Owen muitas vezes cai na caricatura ao retratar um escritor machista, porcalhão e nada ético. De uma maneira ou outra, mesmo com todas essas reservas, ainda vale a pena assistir ao filme, nem que seja para ter uma noção didática sobre a guerra civil espanhola e o nascimento da grande obra literária “Por Quem Os Sinos Dobram”. Fica a recomendação então.

Hemingway & Gellhorn (Idem, Estados Unidos, 2012) Direção: Philip Kaufman / Roteiro: Jerry Stahl, Barbara Turner / Elenco: Nicole Kidman, Clive Owen, David Strathairn, Rodrigo Santoro, Peter Coyote / Sinopse: O filme narra a história de amor entre a jornalista e corresponde de guerra Martha Gellhorn (Nicole Kidman) e o escritor Ernest Hemingway (Clive Owen).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

As Horas

Três linhas narrativas. Três excelentes atrizes. Um grande filme. Assim poderia resumir esse maravilhoso “As Horas”. Na trama acompanhamos três estórias envolvendo três mulheres em épocas diferentes mas com algo em comum: a impossibilidade de alcançar a verdadeira felicidade. Na primeira estória surge a figura da consagrada autora Virginia Woolf (interpretada com maestria por Nicole Kidman, perfeita, no papel que lhe valeu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor atriz). Grande talento nas letras ela vive um drama em sua vida pessoal. Sofrendo de uma forte depressão e outros problemas mentais não consegue mais ter o controle sobre sua própria vida. Ela é casada com um homem que parece estar disposto a fazer tudo por sua felicidade mas essa parece cada vez mais distante e inatingível. A vida perdeu o próprio sentido de ser. Enquanto escreve seu grande livro, “Mrs Dalloway” (publicado em 1925), ela vai afundando em seus próprios dramas pessoais até que resolve tomar uma atitude extrema. Na segunda estória, passada na década de 50, conhecemos Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa infeliz com a rotina de um casamento frustrante e banalizado. O marido a ama e tenta agradar mas ela, muito tímida e sempre melancólica, não consegue encontrar mais motivações para seguir em frente. Lendo “Mrs Dalloway” ela acaba se identificando com a forma de ver o mundo da protagonista do famoso romance.
   
A terceira e última linha narrativa de “As Horas” traz o espectador para a Nova Iorque dos dias atuais. É lá que vive a bem sucedida editora de livros Clarissa Vaughan (Meryl Streep). Ela tem um relacionamento estável com outra mulher há longos dez anos mas parece incapaz de esquecer o grande amor de sua vida, o escritor Richard (Ed Harris) que está morrendo de AIDS lentamente. Embora tenha uma vida complicada com agenda cheia ela não perde a oportunidade de visitá-lo, afinal ele é o amor platônico, idealizado, nunca superado de sua vida sentimental. Ela almeja organizar uma grande festa para trazer o prazer de viver novamente a Richard, mas esse, vendo o final se aproximando, tem outros planos. “As Horas” é um filme sensível mas também doloroso, pesado, não recomendado para pessoas que tenham algum tipo de depressão. O seu texto não procura amenizar o espectador nem trazer algum tipo de falsa esperança para as vidas frustrantes de seus personagens. No fundo todos parecem estar mergulhados na mesma melancolia de viver da personagem principal do livro de Virginia Woolf. São mulheres vivendo em tempos diferentes mas que compartilham o mesmo sentimento de frustração, infelicidade e falta de perspectivas em suas vidas. A falta da realização pessoal, a impossibilidade de alcançar uma existência plena são os temas centrais desse filme realmente marcante. Uma obra prima do cinema que merece todos os elogios e prêmios que recebeu em seu lançamento.

As Horas (The Hours, Estados Unidos, Inglaterra, 2002) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: David Hare, baseado no livro de Michael Cunningham / Elenco:  Meryl Streep, Julianne Moore, Nicole Kidman, Ed Harris, Toni Collette, Claire Danes, Jeff Daniels / Sinopse: Três mulheres vivendo em épocas diferentes passam pelo drama de não conseguir alcançar a verdadeira felicidade.  Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman). Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris), Melhor Atriz Coadjuvante (Julianne Moore), Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme Drama e Melhor Atriz Drama (Nicole Kidman).

Pablo Aluísio

quinta-feira, 21 de março de 2013

Os Outros

“Os Outros” foi um dos últimos grandes filmes de terror e suspense a chegar em nossas telas. Seu roteiro é um primor e a escolha de se priorizar o clima sufocante de uma grande casa que vive sempre às escuras foi mais do que acertada. A trama é relativamente simples: numa isolada e grande casa na Ilha de Jersey vive Grace (Nicole Kidman) e seus dois filhos. As crianças sofrem de uma estranha doença que as torna muito sensíveis a luz e por isso a casa está sempre fechada, com as cortinas cerradas. A rotina soturna da família começa a mudar quando chegam três novos empregados no local. Eles vêm em busca de emprego após os serviçais anteriores simplesmente sumirem. O problema é que a velha casa começa a mostrar sinais inexplicáveis como sons, móveis se arrastando e portas batendo. Intrigada Grace (Kidman) começa a investigar o que poderia estar acontecendo e descobre alarmada que o motivo talvez seja a presença de entidades sobrenaturais no local. Com o marido distante na guerra só lhe resta enfrentar o perigo oculto que se esconde nos cômodos escuros e sinistros do imóvel.

“Os Outros” é inteligente, bem desenvolvido e tem uma das melhores reviravoltas finais do cinema contemporâneo. O projeto foi o último do casal Nicole Kidman e Tom Cruise. O famoso ator aqui surge como produtor. Em crise o casal ainda conseguiu finalizar o filme mas o casamento não sobreviveu por muito tempo. Quando foi lançado e chegou finalmente nos cinemas o casal já se encontrava em processo de divórcio. Para as más línguas o ator Tom Cruise se separou de Nicole Kidman poucos dias antes dela ganhar direito à metade de sua fortuna pessoal (algo que havia sido estipulado no contrato pré-nupcial). Em vista de tantos problemas pessoais é de se admirar a grande atuação de Nicole Kidman (tão boa que lhe valeu a indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz – categoria Drama). Assim fica a recomendação. Se ainda não viu esse excelente “Os Outros” não perca mais tempo pois o filme já é desde já um clássico do gênero.

Os Outros (The Others, Estados Unidos, 2001) Direção: Alejandro Amenábar / Roteiro: Alejandro Amenábar / Elenco: Nicole Kidman, Fionnula Flanagan, Christopher Eccleston, Alakina Mann, James Bentley / Sinopse: Grace (Nicole Kidman) e seus filhos vivem numa isolada e distante casa na Ilha de Jersey quando começa a notar eventos inexplicáveis no local. Não tarda para ela começar a sentir a presença de entidades sobrenaturais. Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza

Pablo Aluísio

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dogville

O mundo é hostil. Essa é a mensagem que permeia todo o enredo de Dogville, um dos filmes mais instigantes e inovadores do cinema moderno. Assinado por Lars Von Trier o argumento é uma crônica sobre a maldade e a hipocrisia humanas. Usando como microcosmo uma pequena cidade do oeste americano vamos acompanhando as atrocidades e explorações cometidas contra Grace Margaret Mulligan (Nicole Kidman), uma forasteira que chega nessa localidade e descobre, da pior maneira possível, como a humanidade é hipócrita, sórdida, imunda. Todos os moradores cultivam externamente uma postura de bondade, de ética, de moralidade. Por baixo das convenções sociais porém existe um mar de ódios, sentimentos mesquinhos, invejas, desejos baixos, mostrando a verdadeira face da corja local. Lars aqui usa esse grupo populacional para expor toda a sociedade humana. Através do micro ele tenta mostrar ao espectador o macro, o cerne da hipocrisia humana elevada à nona potência. O diretor sempre procurou em seus filmes expor teses, defender argumentos. O seu ponto de vista aqui é muito simples de entender. O que Lars propõe é simplesmente expor as vísceras do mundo em que vivemos. A lição básica é: que não se deve confiar em ninguém pois o mundo na verdade é sim muito hostil.

Além do tema central Lars também inova na própria maneira de se realizar um filme. A linguagem utilizada é totalmente inovadora e singular. A produção não tem cenários, nem portas, nem ambientes. Toda a pequena cidade do Colorado no qual se passa a estória de Dogville simplesmente não existe. Apenas marcas no chão mostram os limites entre as casas, as ruas e os logradouros públicos. A idéia é certamente genial mas pegou muita gente de surpresa no lançamento do filme. Os mais desavisados com o cinema transgressor de Lars ficaram inicialmente um pouco perdidos diante de tudo aquilo mas logo se ambientaram, até porque o texto de Dogville é tão substancial, tão bem escrito que tudo o mais se torna meramente secundário. Para que portas e janelas se o próprio argumento do filme já é tão maravilhoso? O elenco está genial. Como sempre Lars extraiu tudo o que podia de seus atores. Para Nicole Kidman as filmagens se transformaram em uma experiência visceral que ela até hoje não consegue esquecer. O resultado de tanto preciosismo surge na tela. Não resta a menor dúvida que essa foi a maior atuação de sua carreira. Kidman se entrega de corpo e alma à sua personagem e não me admira que tenha saído das filmagens com os nervos em frangalhos! Dogville é uma experiência tão marcante que não deixou ninguém ileso  O espectador também não ficará imune ao que se passa em cena. Por isso realço o convite, se ainda não viu Dogville não perca mais tempo. Esse é um filme realmente essencial. Uma obra prima do gênio Lars Von Trier. No final da exibição, quando as luzes se acenderem e você voltar à realidade certamente concordará com a mensagem do cineasta. Sim, o mundo é hostil.

Dogville ((Dogville, Suécia / Estados Unidos, 2003) Direção:: Lars von Trier / Roteiro: Lars Von Trier / Elenco: Nicole Kidman, Harriet Andersson, Lauren Bacall, James Caan, Jean-Marc Barr./ Sinopse: Durante a grande depressão da década de 1930 a jovem Grace (Nicole Kidman) chega num pequeno vilarejo no interior dos EUA. No começo é muito bem acolhida pelos moradores mas em pouco tempo começa a ser explorada em um processo de degradação de sua condição. O que poucos sabem é que Gracie está sendo procurada, tanto por um grupo de gangsters como pela polícia da região.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Da Magia à Sedução

Título no Brasil: Da Magia à Sedução
Título Original: Practical Magic
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Griffin Dunne
Roteiro: Alice Hoffman, Robin Swicord
Elenco: Sandra Bullock, Nicole Kidman, Stockard Channing, Dianne Wiest, Evan Rachel Wood, Aidan Quinn
  
Sinopse:
Duas irmãs, Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman), tentam fugir de uma maldição secular. As mulheres de sua família, bruxas em um passado distante, não conseguem ser felizes no amor. Os homens com quem elas se envolvem geralmente acabam tendo finais trágicos. Para fugir desse destino tão cruel elas então tentam mudar o futuro, olhando para as lições do passado. Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Stockard Channing).

Comentários:
É um filme que hoje em dia está mais do que datado. E isso nem faz muita diferença pois o filme realmente nunca foi grande coisa! O roteiro jamais convence, é tudo muito popzinho, inofensivo, nada marcante. Revisto hoje em dia o maior atrativo vem obviamente do elenco, com uma ótima dupla de beldades de Hollywood, ainda bem jovens, bonitas e sensuais na época, prestes a se tornarem grandes estrelas de cinema (na época do filme elas ainda não tinham atingido esse status, sendo apenas atrizes promissoras). Como escrevi o argumento é bobinho, bobinho, tudo baseado na obra teen da escritora Alice Hoffman (alguém ainda lembra dos livros dela?). Nicole Kidman, já com os cabelos alisados, sem aqueles grandes cachos do começo de sua carreira, mas ainda bem ruivos, rouba todas as atenções com sua beleza. Já Bullock faz a linha mais inteligente, intelectual, embora também esteja muito bonita em cena. Um detalhe curioso: esse foi um dos primeiros trabalhos de Evan Rachel Wood (de "Westworld"). Ela era apenas uma garotinha e foi indicada, veja só, ao prêmio da Young Artist Awards! Mas enfim, esse é mesmo um desses filmes sobre magia que eram direcionados mais para o público jovem dos anos 90. Hoje em dia anda bem esquecido, o que não deixa de ser completamente compreensível porque é um filme bem mais ou menos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Reencontrando a Felicidade

Becca (Nicole Kidman) é uma jovem mãe que entra em profunda depressão após a morte de seu filho em um acidente. Tentando reconstruir sua vida ela procura reencontrar a felicidade em pequenos detalhes de sua existência. "Reencontrando a Felicidade" é um filme depressivo, pesado, melancólico, baixo astral, fúnebre, triste e sem esperança. Isso pode até assustar o espectador mas é a pura verdade. As cenas de tristeza profunda se sucedem, a personagem de Nicole Kidman vive um verdadeiro inferno astral pela morte de seu único filho de 4 anos e assim somos convidados a assistir essa peça triste. Apesar disso não qualificaria o filme como ruim, longe disso, pois a humanidade do roteiro salva o longa de virar um mero dramalhão feito para arrancar lágrimas de pessoas sensíveis. Eu não recomendaria o filme para pessoas depressivas ou que tenham perdido algum ente familiar querido recentemente. Para essas pessoas Rabbit Hole pode se tornar um filme indigesto e penoso, agravando sua situação.

Colocando isso de lado o fato é que Nicole Kidman está linda no filme, mesmo tendo que mostrar serviço em uma sucessão sem fim de cenas depressivas e chorosas. Ela praticamente segura o filme nas costas e merece o reconhecimento por sua interpretação. A veterana atriz Dianne Wiest também está marcante no papel da mãe de Nicole no filme. Suas cenas são bem comoventes e ela injeta uma dose de sensibilidade extra no roteiro. De certa forma acredito que "Rabbit Hole" seja mais indicado para os fãs de Nicole que não tenham se envolvido em situação parecida em sua vida real. Por fim o mais irônico de tudo isso é que o filme acabou se intitulando no Brasil como "Reencontrando a Felicidade" um dos nomes mais equivocados que já vi, ainda mais se tratando desse filme, pois de felicidade "Rabbit Hole" não tem nada.

Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole, Estados Unidos, 2010) Direção: John Cameron Mitchell / Roteiro: David Lindsay-Abaire / Elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest / Sinopse: Becca (Nicole Kidman) é uma jovem mãe que entra em profunda depressão após a morte de seu filho em um acidente. Tentando reconstruir sua vida ela procura reencontrar a felicidade em pequenos detalhes de sua existência

Pablo Aluísio