Mostrando postagens com marcador Jonathan Teplitzky. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jonathan Teplitzky. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Churchill

Churchill foi um dos líderes políticos mais importantes do século XX. É de surpreender que não existam grandes filmes sobre ele. Provavelmente isso seja decorrência do fato de que sua biografia foi complexa demais, com muitos eventos históricos importantes. Apenas um filme não seria suficiente para contar sua história. Assim o roteiro dessa nova produção acerta em cheio ao se concentrar em um momento muito específico da vida do primeiro ministro britânico. Todo o enredo se passa em apenas três dias, justamente nos que antecederam ao desembarque das tropas aliadas na Normandia, norte da França, naquela operação militar que passaria a ser conhecida como o Dia D.

O que mais surpreende é saber que até o último momento Churchill tentou cancelar tudo. Ele havia sido militar no passado e tinha participado de um desembarque como aquele, que havia terminado em desastre. Por isso ele tinha muitos receios de uma operação daquela magnitude, envolvendo milhares de homens. Não queria ter a consciência pesada pela morte daqueles soldados. Para trazer ainda mais tensão,  Churchill tampouco acreditava nos detalhes e nas estratégias desenvolvidas pelos generais aliados. Chegou a rezar para que o clima não ajudasse nas operações e que tudo fosse devidamente cancelado. Claro que ele estava errado. Apesar das baixas a operação Overlord foi um grande sucesso. Esse foi o momento da II Guerra Mundial em que o jogo virou e as tropas nazistas começaram a sofrer diversas derrotas na guerra.

Outro aspecto digno de nota é que o roteiro explora também bastante o lado mais humano de Churchill. Ele é visto como um homem que tem receios, medos e desconta suas frustrações em subordinados (como uma pobre e jovem secretária em que ele despeja toda a sua ira). A esposa de Churchill também tem participação importante, chegando a lhe dar um tapa após uma de suas grosserias. Pois é, até mesmo os mais grandiosos líderes também possuíam fraquezas de caráter. Dessa maneira o Churchill que aparece na tela é bem diferente daquele que muitas vezes surge nas páginas dos livros de história. Esse ponto de vista do roteiro é o grande diferencial desse novo filme, pois deixa de lado o aspecto mais oficial da história para se concentrar no ser humano Churchill, sem máscaras. Nesse ponto ganha muito em termos de qualidade cinematográfica.

Churchill (Churchill, Inglaterra, 2017)  Direção: Jonathan Teplitzky / Roteiro: Alex von Tunzelmann / Elenco: Brian Cox, Miranda Richardson, John Slattery / Sinopse: O filme mostra os três dias que antecederam o desembarque das tropas aliadas no norte da França, naquele que seria conhecido pela história como o Dia D. O líder britânico tinha sérias dúvidas sobre as possibilidades de êxito de uma operação como aquela, que envolvia muitos soldados e equipamento militar. Ele temia uma derrota e um fracasso monumental que significasse a vitória de Hitler e os nazistas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Uma Longa Viagem

Título no Brasil: Uma Longa Viagem
Título Original: The Railway Man
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Austrália
Estúdio: Lionsgate
Direção: Jonathan Teplitzky
Roteiro: Frank Cottrell Boyce, Andy Paterson
Elenco: Colin Firth, Nicole Kidman, Stellan Skarsgård

Sinopse:
Colin Firth interpreta Eric Lomax, um veterano da segunda guerra mundial que tenta reconstruir sua vida. Introvertido e com estranhos hobbies (como trens e horários de viagem) ele acaba conhecendo a bela Patti (Nicole Kidman) numa dessas viagens que realiza. A aproximação acaba criando um vínculo entre eles mas o relacionamento sofre por causa dos constantes ataques psicológicos que afligem Eric, por causa dos inúmeros traumas de guerra que desenvolveu por ter sido torturado quando se tornou prisioneiro dos japoneses na Birmânia.

Comentários:
Drama baseado em fatos reais cujo tema parecerá bem próximo a certas pessoas no Brasil, especialmente àquelas que foram torturadas durante o regime militar. O roteiro explora um tema que não é tão comum em filmes ultimamente, a dos traumas causados por prisioneiros de guerra que foram brutalmente torturados por japoneses. O argumento mostra um aspecto muito interessante, a das marcas psicológicas profundas que seguem com os torturados mesmo após o fim dos conflitos. As guerras passam mas os traumas ficam. Não é um drama de fácil digestão. O tema é pesado e como a história foi baseada em fatos reais nem sempre as soluções que surgem na tela serão do agrado dos espectadores. O clima é de melancolia e tristeza e os poucos momentos românticos, do envolvimento amoroso do casal Firth e Nicole Kidman, logo passam. Assim temos duas linhas narrativas, uma no presente, onde Colin Firth interpreta Eric na velhice, sofrendo de traumas psicológicos, e outra no passado onde acompanhamos Eric na guerra, como um jovem engenheiro do exército britânico que se torna prisioneiro de guerra e passa a ser usado pelas tropas japonesas na construção de uma estrada de ferro nas selvas da Birmânia. Após ser descoberto um rádio improvisado pelos prisioneiros ingleses ele passa a ser sistematicamente torturado por oficiais japoneses, todos sádicos e brutais. Em suma, um filme por demais interessante que toca em temas importantes. Mostra que a tortura deixa marcas que nem o tempo apaga.

Pablo Aluísio.