Billie Holiday é considerada uma das maiores cantoras de jazz da história dos Estados Unidos. Nascida pobre e negra, filha de uma prostituta, abandonada ainda na infância, ela foi salva por seu grande talento musical. Esse filme não explora toda a sua biografia, desde sua surgimento, mas foca em um momento bem relevante da vida da cantora. Isso aconteceu quando ela decidiu cantar em seu repertório de shows uma música chamada "Stranger Fruit".
E qual era o próblema dessa triste canção? Sua letra era inspirada em um enforcamento de um homem negro numa árvore em uma fazenda do sul dos Estados Unidos. O FBI imediatamente começou a perseguir a artista pois considerava essa música subversiva e perigosa diante dos graves problemas raciais que existiam no sul. Mesmo com agentes lhe cercando, Billie Holiday não se intimidou. Ela tinha uma personalidade forte, do tipo que encarava face a face os federais. Sem ter outra opção o FBI acabou armando uma armadilha contra a cantora.
Billie Holiday tinha problemas com drogas. Era viciada em heroína. Então o FBI sabia muito bem atingir seu ponto fraco. O roteiro desse filme se concentra basicamente nessa luta da artista contra o governo dos Estados Unidos, que parecia disposto a tudo para levar ela para a prisão. Excelente filme, mostrando como o aparato federal pode ser usado, de forma ilegal, contra artistas mais "indesejáveis" pelo sistema. Uma aula de história sobre o desvirtuamento das instituições estatais em prol de sentimentos inconfessáveis de seus gestores.
Estados Unidos vs. Billie Holiday (The United States vs. Billie Holiday, Estados Unidos, 2021) Direção: Lee Daniels / Roteiro: Suzan-Lori Parks, Johann Hari / Elenco: Andra Day, Trevante Rhodes, Garrett Hedlund / Sinopse: O filme conta a história real da perseguição promovida pelo FBI contra a cantora de jazz Billie Holiday durante as décadas de 1940 e 1950. Considerada subversiva e perigosa ela passou a ser alvo de agentes federais da agência. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Andra Day).
Pablo Aluísio.
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sábado, 22 de maio de 2021
sábado, 28 de dezembro de 2013
Obsessão
Título no Brasil: Obsessão
Título Original: The Paperboy
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Lee Daniels, Peter Dexter
Elenco: Matthew McConaughey, Nicole Kidman, John Cusack, Zac Efron, David Oyelowo
Sinopse:
Hillary Van Wetter (John Cusack) é condenado à morte por supostamente ter assassinado o xerife de uma cidadezinha da Flórida. Convencidos de sua inocência, dois jornalistas investigativos, Ward (Matthew McConaughey) e Yardley (David Oyelowo) ao lado do jovem Jack Jansen (Zac Efron) e da namorada do condenado, Charlotte Bless (Nicole Kidman), resolvem ir a fundo nas investigações para colher provas que inocentem Hillary. A verdade porém não será tão simples assim de encontrar.
Comentários:
Bom filme que apesar do interessante e até mesmo realista roteiro não irá certamente agradar a todos, principalmente o público que deseja ver um belo e convencional final feliz. A trama se passa nos anos 60, em uma região isolada, pantanosa, do calorento estado da Flórida. O espectador é levado todo o tempo a acreditar numa tese sobre a verdadeira morte do xerife local mas isso é apenas uma parte do que será revelado. É um enredo bem escrito e com reviravoltas que para alguns serão radicais demais. Mesmo assim não há como negar que a estória envolve e agrada. O elenco é excepcionalmente muito bom. Nicole Kidman interpreta uma personagem bem distante de seus últimos trabalhos onde a classe e a elegância eram os pontos fortes. Sua Charlotte Bless é uma mulher obsessiva por se apaixonar por homens condenados, prisioneiros no corredor da morte. Ela é a imagem da mulher beirando a vulgaridade da década de 60, sempre se envolvendo com os homens errados. Zac Efron surge como o jovem que se apaixona platonicamente por ela - uma paixão que lhe dará muitos desgostos e tragédias em sua vida pessoal. Apesar de certos exageros no desenrolar de tudo gostei bastante do filme. Certamente não agradará a todos, como já frisei, mas quem embarcar na proposta do diretor certamente vai gostar do resultado final.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Paperboy
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Lee Daniels, Peter Dexter
Elenco: Matthew McConaughey, Nicole Kidman, John Cusack, Zac Efron, David Oyelowo
Sinopse:
Hillary Van Wetter (John Cusack) é condenado à morte por supostamente ter assassinado o xerife de uma cidadezinha da Flórida. Convencidos de sua inocência, dois jornalistas investigativos, Ward (Matthew McConaughey) e Yardley (David Oyelowo) ao lado do jovem Jack Jansen (Zac Efron) e da namorada do condenado, Charlotte Bless (Nicole Kidman), resolvem ir a fundo nas investigações para colher provas que inocentem Hillary. A verdade porém não será tão simples assim de encontrar.
Comentários:
Bom filme que apesar do interessante e até mesmo realista roteiro não irá certamente agradar a todos, principalmente o público que deseja ver um belo e convencional final feliz. A trama se passa nos anos 60, em uma região isolada, pantanosa, do calorento estado da Flórida. O espectador é levado todo o tempo a acreditar numa tese sobre a verdadeira morte do xerife local mas isso é apenas uma parte do que será revelado. É um enredo bem escrito e com reviravoltas que para alguns serão radicais demais. Mesmo assim não há como negar que a estória envolve e agrada. O elenco é excepcionalmente muito bom. Nicole Kidman interpreta uma personagem bem distante de seus últimos trabalhos onde a classe e a elegância eram os pontos fortes. Sua Charlotte Bless é uma mulher obsessiva por se apaixonar por homens condenados, prisioneiros no corredor da morte. Ela é a imagem da mulher beirando a vulgaridade da década de 60, sempre se envolvendo com os homens errados. Zac Efron surge como o jovem que se apaixona platonicamente por ela - uma paixão que lhe dará muitos desgostos e tragédias em sua vida pessoal. Apesar de certos exageros no desenrolar de tudo gostei bastante do filme. Certamente não agradará a todos, como já frisei, mas quem embarcar na proposta do diretor certamente vai gostar do resultado final.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
O Mordomo da Casa Branca
Título no Brasil: O Mordomo da Casa Branca
Título Original: The Butler
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Follow Through Productions
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong, Wil Haygood
Elenco: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, John Cusack, Mariah Carey, Vanessa Redgrave, Cuba Gooding Jr, James Marsden, Alan Rickman, Jane Fonda
Sinopse:
Baseado em fatos reais o filme conta a história de Cecil Gaines (Forest Whitaker), pobre e negro, nascido em um dos estados sulistas mais racistas dos Estados Unidos. Após testemunhar seu pai ser morto por um branco que não sofreu qualquer condenação por esse assassinato, ele começa a aprender uma nova profissão, a de serviçal na fazenda rural onde mora. Conforme os anos passam ele começa a melhorar de vida, inclusive trabalhando em grandes hotéis, até ser admitido para ser mordomo na Casa Branca, exercendo essa função por mais de 30 anos.
Comentários:
Filme que tem causado grande repercussão nos Estados Unidos. Não é para menos já que conta a história do homem que vê sua vida passando, servindo como mordomo da Casa Branca, ao mesmo tempo em que vai testemunhando as mudanças sociais pelas quais passa a sociedade americana. Ele chega na Casa Branca durante a presidência de Dwight D. Eisenhower, ainda nos anos 1950, e só se aposenta durante os anos presidenciais do republicano Ronald Reagan. O roteiro é extremamente bem escrito e mostra nos dois filhos de Cecil o destino de muitos jovens negros daquela época. Um deles se torna ativista, entra para os Panteras Negras e começa a lutar pelos direitos civis dos negros. O outro resolve ir por um caminho diferente e se torna soldado do exército americano durante a Guerra do Vietnã. Com isso a família de Cecil acaba sendo um alegoria do que foi toda a história dos negros americanos durante aqueles anos turbulentos.
Conforme a imprensa dos EUA revelou recentemente alguns eventos mostrados no filme são meramente ficcionais mas isso em nada diminui a ótima qualidade cinematográfica desse "O Mordomo da Casa Branca". Em termos de elenco o espectador encontrará uma galeria de estrelas mas como não poderia ser diferente quem rouba todas as atenções é mesmo o ator Forest Whitaker no papel principal. Ele tem uma atuação magistral mostrando o mordomo Cecil desde sua juventude até seus dias de velhice e aposentadoria. A apresentadora de TV Oprah Winfrey interpreta sua esposa e se saí muito bem. Embora não sejam parecidos fisicamente com os personagens que interpretam os atores John Cusack (Nixon), James Marsden (Kennedy) e Alan Rickman (Reagan) conseguem trazer para o filme a essência dos presidentes que interpretam. A direção também é muito bem realizada, procurando nunca cair na pieguice mas sem perder a emoção em nenhum momento. Enfim, grande filme, bela mensagem e uma forma muito didática e agradável de contar parte da história americana do século XX. Seja você ativista ou não, assista, pois é uma excelente obra cinematográfica.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Butler
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Follow Through Productions
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong, Wil Haygood
Elenco: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, John Cusack, Mariah Carey, Vanessa Redgrave, Cuba Gooding Jr, James Marsden, Alan Rickman, Jane Fonda
Sinopse:
Baseado em fatos reais o filme conta a história de Cecil Gaines (Forest Whitaker), pobre e negro, nascido em um dos estados sulistas mais racistas dos Estados Unidos. Após testemunhar seu pai ser morto por um branco que não sofreu qualquer condenação por esse assassinato, ele começa a aprender uma nova profissão, a de serviçal na fazenda rural onde mora. Conforme os anos passam ele começa a melhorar de vida, inclusive trabalhando em grandes hotéis, até ser admitido para ser mordomo na Casa Branca, exercendo essa função por mais de 30 anos.
Comentários:
Filme que tem causado grande repercussão nos Estados Unidos. Não é para menos já que conta a história do homem que vê sua vida passando, servindo como mordomo da Casa Branca, ao mesmo tempo em que vai testemunhando as mudanças sociais pelas quais passa a sociedade americana. Ele chega na Casa Branca durante a presidência de Dwight D. Eisenhower, ainda nos anos 1950, e só se aposenta durante os anos presidenciais do republicano Ronald Reagan. O roteiro é extremamente bem escrito e mostra nos dois filhos de Cecil o destino de muitos jovens negros daquela época. Um deles se torna ativista, entra para os Panteras Negras e começa a lutar pelos direitos civis dos negros. O outro resolve ir por um caminho diferente e se torna soldado do exército americano durante a Guerra do Vietnã. Com isso a família de Cecil acaba sendo um alegoria do que foi toda a história dos negros americanos durante aqueles anos turbulentos.
Conforme a imprensa dos EUA revelou recentemente alguns eventos mostrados no filme são meramente ficcionais mas isso em nada diminui a ótima qualidade cinematográfica desse "O Mordomo da Casa Branca". Em termos de elenco o espectador encontrará uma galeria de estrelas mas como não poderia ser diferente quem rouba todas as atenções é mesmo o ator Forest Whitaker no papel principal. Ele tem uma atuação magistral mostrando o mordomo Cecil desde sua juventude até seus dias de velhice e aposentadoria. A apresentadora de TV Oprah Winfrey interpreta sua esposa e se saí muito bem. Embora não sejam parecidos fisicamente com os personagens que interpretam os atores John Cusack (Nixon), James Marsden (Kennedy) e Alan Rickman (Reagan) conseguem trazer para o filme a essência dos presidentes que interpretam. A direção também é muito bem realizada, procurando nunca cair na pieguice mas sem perder a emoção em nenhum momento. Enfim, grande filme, bela mensagem e uma forma muito didática e agradável de contar parte da história americana do século XX. Seja você ativista ou não, assista, pois é uma excelente obra cinematográfica.
Pablo Aluísio.
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