segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Bandoleiros do Arizona
O problema é que o antigo bando de Quantrill volta a se reunir, agora sob liderança do bandoleiro Montana (George Keymas). Para destruir de uma vez por todas com a ameaça um grupo de homens da lei chamado Arizona Raiders resolve ir atrás dos criminosos, mas dessa vez com antigos membros da velha quadrilha de Quantrill, entre eles o próprio Clint. Esse é basicamente o trama central desse bom faroeste B estrelado pelo ator Audie Murphy. A produção é modesta, mas bem realizada. Há um uso muito interessante de cenários naturais dos desertos próximos a Cortaro no Arizona, com antigas ruínas espanholas de cidades que estavam abandonadas quando o filme foi feito. O interessante é que esse acabou sendo um dos últimos filmes da carreira de Murphy (ele só trabalharia em mais cinco produções depois dessa). O ator tinha vários traumas de guerra e problemas psicológicos que contribuíram para o fim prematuro de sua vida com apenas 46 anos de idade. Para seus fãs (e no Brasil existe uma boa quantidade deles) fica a dica desse bom western onde tudo parece se encaixar muito bem.
Bandoleiros do Arizona (Arizona Raider, EUA, 1965) Direção: William Witney / Roteiro: Alex Gottlieb, Mary Willingham / Elenco: Audie Murphy, Michael Dante, Ben Cooper, George Keymas / Sinopse: Clint (Murphy) é um ex-bandoleiro renegado da quadrilha de William Quantrill que é recrutado pelos homens da lei do grupo Arizona Raiders para caçar no meio do deserto antigos membros da quadrilha que fez parte no passado.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
O Passado Não Perdoa
Título no Brasil: O Passado Não Perdoa
Título Original: The Unforgiven
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Huston
Roteiro: Ben Maddow, baseado no livro de Alan Le May
Elenco: Burt Lancaster, Audrey Hepburn, Audie Murphy, Lillian Gish
Sinopse:
O filme narra as lutas do clã Zachary. O patriarca foi morto há muitos anos pela tribo Kiowa. Agora a liderança da família pertence ao irmão mais velho, Ben Zachary (Burt Lancaster). Ao mesmo tempo em que negocia gado ele precisa manter a salvos seus irmãos mais jovens, entre eles Cash (Audie Murphy) e Rachel (Audrey Hepburn). Essa última tem traços indígenas, o que leva algumas pessoas da região a desconfiarem de que ela na verdade seria Kiowa. A relativa tranquilidade dos Zacharys muda completamente quando guerreiros nativos voltam para seu rancho. Eles querem Rachel, o que dará origem a uma nova guerra entre brancos e índios.
Comentários:
Só o simples fato de ter sido dirigido pelo mestre John Huston já chama a atenção. Quem conhece a obra desse cineasta sabe muito bem que ele nunca rodou filmes banais, que caíssem no lugar comum. É verdade que Huston não realizou muitos filmes de faroeste ao longo de sua carreira, mas quando o fez certamente caprichou. Não há outra qualificação para essa produção, trata-se de mais uma obra prima da filmografia desse talentoso diretor. O roteiro mostra a vida da família Zachary. Eles vivem há décadas em um rancho em um território dominado pela tribo Kiowa. De tempos em tempos ocorrem matanças entre brancos e nativos. Depois de um longo período de paz eles retornam. Querem Rachel (Hepburn) que eles alegam ter sido raptada de sua tribo no passado. Acontece que Rachel já é uma mulher adulta, plenamente integrada à sociedade civilizada. Ela jamais seria levada de volta para as montanhas onde vivem os Kiowas. Para Ben (Lancaster) essa hipótese jamais poderia ser nem ao menos cogitada. A recusa dele para os Kiowas eleva à tensão ao máximo, o que desencadeia uma nova era de conflitos entre os brancos e índios da região.
Huston não se contenta em apenas contar um filme onde nativos são vilões e colonizadores brancos são mocinhos. Ele procura desenvolver cada personagem, cada membro da família Zachary. Com um elenco maravilhoso em mãos, Huston criou um filme que é considerado um dos melhores da década de 1960. Além dos familiares protagonistas da estória, Huston inseriu um personagem por demais interessante, um homem velho em roupas de soldado confederado que passa de tempos em tempos proclamando profecias e trechos do velho testamento, tal como se fosse um profeta do velho oeste. Outro aspecto que chama a atenção é o tema do racismo. Em pleno auge da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, Huston soube como poucos tratar sobre o tema racial de uma forma extremamente inteligente. Se formos analisar atentamente veremos que esse faroeste tem como tema central justamente a diferença de raças e o preconceito sempre latente na mente humana. Em conclusão, temos aqui um excelente filme, genial realmente. Tudo acontece no seu devido tempo e Huston se mostra mais uma vez como um verdadeiro artesão da sétima arte. "The Unforgiven" é item obrigatório em qualquer coleção de western de respeito. Não deixe de assistir.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de setembro de 2017
Duelo Sangrento
Título Original: The Kid from Texas
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Kurt Neumann
Roteiro: Robert Hardy Andrews
Elenco: Audie Murphy, Gale Storm, Albert Dekker, Shepperd Strudwick, William Talman, Martin Garralaga
Sinopse:
O jovem William Bonney (Audie Murphy) chega em uma nova cidade do condado de Lincoln em busca de trabalho. Ele acaba conhecendo um rancheiro que lhe oferece apoio e amizade, lhe arranjando emprego e moradia. Pouco tempo depois seu patrão é covardemente assassinado. Assim Bonney, agora conhecido como "Billy The Kid", resolve vingar sua morte.
Comentários:
A década de 1950 começou e finalmente Audie Murphy encontrou seu caminho em Hollywood. O filme se chamava "Duelo Sangrento" e era a produção ideal que Murphy tanto esperava. Nesse western que tinha o título original de "The Kid from Texas", Murphy interpretava nada mais, nada menos do que um dos personagens históricos mais famosos da mitologia do velho oeste, o pistoleiro William Bonney, mais conhecido como 'Billy the Kid'. É curioso que quando a Universal contratou o diretor Kurt Neumann para dirigir o faroeste esse indicou ao estúdio o próprio Audie Murphy com quem havia trabalhado no filme anterior. Não haveria ninguém melhor para atuar como Kid. A crítica de um modo geral gostou do filme. Para muitos seria um "bom pequeno filme". Outra atração é que ele foi lançado em cores, considerado ainda na época como um sinal de capricho, de que a produção era realmente boa e que o estúdio confiava no sucesso. Historicamente o filme não era muito preciso. Billy The Kid não nasceu no Texas, como fazia supor o roteiro, ele havia nascido em Nova Iorque. Porém de uma maneira em geral aspectos históricos reais da vida de Kid foram mantidos, como seu envolvimento na guerra do condado de Lincoln.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 20 de junho de 2017
Balas que não Erram
Audie Murphy sempre foi muito modesto em relação a si mesmo. Ele não se considerava um grande ator e até sob certo aspecto essa opinião era bem verdadeira, porém quando assistimos a filmes como esse, logo descobrimos que se por um lado ele era um ator limitado em termos de talento dramático do outro sabia muito bem seguir sua própria intuição. Seu pistoleiro é um sujeito de poucas palavras e jamais cai no clichê de virar um sujeito bonzinho ou algo parecido. Ele realmente está na cidade para cumprir mais um contrato e o fará, sem perder a sua identidade. Outro ponto positivo do roteiro é o segredo sobre a pessoa que ele deve matar. Isso só será revelado na última cena, o que garante o interesse na estória até o fim. Em termos gerais considerei um western acima de tudo muito eficiente. Não se perde tempo com banalidades. Em sua curta duração (pouco mais de 70 minutos) nada fica de fora. O suspense é bem desenvolvido, as cenas são bem criadas e o clímax condiz plenamente com a teia que foi armada durante todo o filme pelo bom roteiro. Da safra de filmes de western dos anos 50 estrelados por Audie Murphy esse é seguramente um dos melhores. Rápido no gatilho como seu protagonista essa é uma daquelas fitas que cumprem tudo aquilo que prometem aos fãs do gênero. A busca por diversão pelo espectador é plenamente satisfeita.
Balas que não Erram (No Name on the Bullet, Estados Unidos, 1959) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Gene L. Coon, Howard Amacker / Elenco: Audie Murphy, Charles Drake, Joan Evans / Sinopse: Pistoleiro conhecido por ser um matador implacável chega em uma pequena cidade do oeste, causando pânico, ansiedade e preocupação entre os moradores. Conhecido por ser contratado para matar homens, todos se perguntam quem seria o seu alvo dessa vez.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de setembro de 2016
Quadrilha do Inferno
Título no Brasil: Quadrilha do Inferno
Título Original: Posse from Hell
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Herbert Coleman
Roteiro: Clair Huffaker
Elenco: Audie Murphy, John Saxon, Lee Van Cleef, Zohra Lampert Vic Morrow, Robert Keith, Rodolfo Acosta
Sinopse:
Uma quadrilha de bandoleiros violentos chega numa cidadezinha do velho oeste chamada Paradise e toma vários moradores como reféns. Eles querem assaltar o banco da cidade e para isso usam as pessoas como verdadeiros escudos humanos. O Xerife tenta evitar, mas cai em uma emboscada e morre. Depois que roubam o banco os bandidos fogem com uma refém, uma jovem chamada Helen (Zohra Lampert). Os moradores então resolvem forma um grupo de resgate, comandados pelo assistente do xerife, Banner Cole (Murphy). Juntos vão para o deserto para tentar capturar os criminosos e libertar a refém.
Comentários:
Faroeste B da Universal estrelado pelo astro da época Audie Murphy (que se tornou estrela em Hollywood após ser o soldado americano mais condecorado na II Guerra Mundial). Pois bem, o roteiro como se pode perceber na sinopse, é bem básico, praticamente uma caçada a ladrões de bancos pelo deserto. Murphy interpreta um personagem um pouco antipático, um sujeito durão que não parece estar muito preocupado em ser educado ou gentil com os que lhe ajudam nessa empreitada. Em certos aspectos o sujeito é bastante rude e mal-educado. Assim quem acaba se destacando são dois coadjuvantes. O primeiro deles é o ator John Saxon. Ele interpreta um almofadinha, um empregado que o banco que foi roubado envia junto da patrulha comandada por Audie Murphy. Um sujeito de Nova Iorque que não parece acostumado nem a montar um cavalo, quanto mais a usar uma arma de fogo. A despeito de sua falta de jeito acaba se revelando uma surpresa quando finalmente o bando de ladrões é confrontado.
Outro destaque vem da presença de Lee Van Cleef. Ele interpreta um bandido, em um papel sem maior importância. Para os fãs de suas fitas de western spaghetti (que iria realizar depois quando foi para a Itália), é no mínimo curioso ver o ator, ainda bem jovem, dando os seus primeiros passos em sua longa lista de homens maus que iria interpretar no cinema. Por fim um aspecto do roteiro que merece ser citado. A jovem que é sequestrada pela quadrilha deixa claro para o personagem de Audie Murphy que foi estuprada por todos os criminosos que a tinham como refém. A forma direta que isso é tratado pelo roteiro causa surpresas, pois na época esse tema ainda era considerado tabu dentro do cinema americano. No máximo um crime como estupro era sugerido pelos roteiros e não tratado de forma tão aberta! Ela inclusive fica tão enojada e envergonhada por ter sido estuprada que se recusa a voltar para sua antiga cidadezinha, com receios de ficar estigmatizada. Esse detalhe do roteiro certamente era algo bem inovador na época, demonstrando que o filme, pelo menos nesse quesito, foi bem inovador.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de novembro de 2006
domingo, 5 de novembro de 2006
domingo, 22 de outubro de 2006
O Passado Não Perdoa
Pouco tempo depois o próprio George (Cooper) surge com dinheiro suficiente para abrir sua própria empresa de navegação. O negócio prospera e ele fica rico. Sua esposa Martha (interpretada pela ótima Debora Kerr) começa a ficar desconfiada de tudo. Afinal o dinheiro roubado na empresa jamais fora encontrado. Teria sido ele o real assassino? O roteiro assim aproveita essa situação limite para desenvolver toda a sua trama. Um aspecto interessante é que até a cena final o espectador fica na dúvida sobre ser o personagem de Cooper inocente ou culpado. Extremamente bem escrito, é um ótimo momento da filmografia do ator. Infelizmente Cooper morreria naquele mesmo ano, sendo esse seu último filme.
O outro belo clássico que assisti foi "O Passado Não Perdoa". Esse é um faroeste dirigido por John Huston. Todo cinéfilo sabe que Huston foi um mestre da sétima arte. Ele nunca realizava filmes banais ou que caíssem no lugar comum. Era um cineasta dos mais constantes na realização de obras primas. Esse filme é uma delas. O roteiro começa mostrando o dia a dia de um clã familiar no velho oeste. Eles vivem em um rancho situado no deserto, em pleno território Kiowa. De tempos em temos os nativos guerreiros promovem massacres de colonos brancos na região. O patriarca da família Zachary foi morto em um desses ataques. Agora quem lidera o clã é Ben Zachary (Burt Lancaster), o irmão mais velho. Ele vive de transportar e vender gado pela região. A rotina familiar segue tranquila e feliz até que os Kiowas retornam.
Eles querem que Ben lhes dê a sua própria irmã, a jovem Rachel (interpretada por Audrey Hepburn, maravilhosa como sempre), para que ela seja levada para as montanhas onde vive a tribo. Para os Kiowas ela teria sido raptada de sua aldeia no passado. Um ataque feito pelo próprio patriarca Zachary. Claro que Ben (Lancaster) recusa de forma veemente a possibilidade de Rachel ser entregue de volta aos índios, o que acaba dando origem a uma verdadeira guerra entre brancos e indígenas. Huston mostra maestria na condução do filme. Ele não tem pressa, desenvolvendo cada personagem de forma bem caprichada. O elenco conta ainda com dois outros coadjuvantes bem interessantes para os cinéfilos: a presença da diva do cinema mudo Lilian Gish, como a velha matriarca e Audie Murphy, como o irmão do meio da família Zachary, uma pessoa que ainda não conseguiu superar seus preconceitos de natureza racial. Em suma, um belíssimo trabalho do mestre John Huston, um diretor que jamais me decepcionou.
Pablo Aluísio.
domingo, 23 de julho de 2006
quarta-feira, 5 de julho de 2006
sexta-feira, 2 de junho de 2006
Onde Impera a Traição
Título Original: The Duel at Silver Creek
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Don Siegel
Roteiro: Gerald Drayson Adams
Elenco: Audie Murphy, Faith Domergue, Stephen McNally, Susan Cabot, Gerald Mohr, Eugene Iglesias
Sinopse:
O cowboy e pistoleiro Luke Cromwell (Audie Murphy), também conhecido como "The Silver Kid" resolve se unir ao xerife Lightning Tyrone (Stephen McNally) para defender uma pequena cidade do velho oeste de uma quadrilha de bandoleiros, assassinos e saqueadores violentos e cruéis.
Comentários:
Esse filme tem alguns aspectos importantes. O primeiro deles é que foi dirigido pelo ótimo cineasta Don Siegel. Nesses últimos anos ele tem sido considerado um dos melhores diretores de faroeste da história por críticos de cinema e historiadores de arte. Um verdadeiro artesão da sétima arte. Segundo, o filme foi roteirizado por Gerald Drayson Adams, que era escritor, autor de livros romanceados com histórias que se passavam justamente no velho oeste, ou seja, ele entendia bem do tema que era a base de seu roteiro. Por fim essa foi uma das produções comerciais mais bem sucedidas da carreira do astro Audie Murphy. Ele não era ator de profissão, mas sim um veterano condecorado na II Guerra Mundial. Por isso a Universal ainda tinha dúvidas se ele poderia dar certo no cinema. Acabou dando, como foi bem provado pelos números alcançados nas bilheterias da época. E ele acabou se tornando um dos cowboys mais queridos da mitologia do faroeste no cinema. Talvez por ter morrido precocemente, sua fama ficou intacta, gerando nostalgia e Alegria para o seu grande fã clube, inclusive no Brasil, onde sempre foi um ator muito querido dos fãs de filmes de western.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de maio de 2006
Rifles Apaches
A história desse filme se passa em 1879, no território do Arizona. Um grupo de guerreiros apaches rompem o tratado de paz, deixam sua reserva e partem em luta contra os soldados do exército. O Capitão Jeff Stanton (Audie Murphy) é designado pelo alto comando para liderar uma unidade da cavalaria para localizar, combater e capturar os Apaches rebeldes. E no meio de todo esse clima de confronto ainda surgem mineradores mal intencionados que desejam roubar os metais preciosos nessas mesmas terras de conflito. Bom filme de western, contando com Audie Murphy, veterano da II Guerra Mundial, que se tornou ator bem popular de filmes de faroeste da época, inclusive no Brasil.
Rifles Apaches (Apache Rifles, Estados Unidos, 1964) Direção: William Witney / Roteiro: Charles Smith, Kenneth Gamet / Elenco: Audie Murphy, Michael Dante, Linda Lawson / Sinopse: Capitão da cavalaria do exército dos Estados Unidos recebe ordens para combater e aprisionar um grupo de violentos guerreiros Apaches que deixaram a reserva onde viviam para partir em uma campanha de vingança contra os homens brancos que invadiram suas terras ancestrais.
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de maio de 2006
Jornada Sangrenta
Mais um bom western estrelado pelo ator Audie Murphy. Aqui ele interpreta um tenente com larga experiência que começa a entender que está na verdade no meio de uma grande conspiração envolvendo inclusive o seu general, alguém que deveria seguir ordens, mas que na verdade se trata de um traidor perigoso. Amigo dos Navajos, inclusive de seu chefe, ao qual conhece há muitos anos, ele terá que evitar um verdadeiro massacre gratuito pois acaba descobrindo que os roubos e mortes atribuídos aos Navajos não foram cometidos por eles, mas sim por homens cumprindo ordens do general corrupto.
"Jornada Sangrenta" além de ser um western acima da média, com muita ação e batalhas, ainda traz um belo roteiro, muito bem arquitetado que mostra uma situação que foi bem real no começo da guerra civil quando muitos oficiais de alta patente simplesmente deserdaram para as tropas rebeldes, confederadas do sul, causando um grande problema de evasão nas tropas da União, chamadas de Ianques. Audie Murphy, herói de guerra na vida real, representa toda a lealdade daqueles que lutaram ao lado dos casacos azuis. No final das contas "Jornada Sangrenta" é de fato um bom retrato de um dos momentos mais violentos da história dos Estados Unidos.
Jornada Sangrenta (Column South, Estados Unidos, 1953) Direção: Frederick De Cordova / Roteiro: William Sackheim / Elenco: Audie Murphy, Joan Evans, Robert Sterling, Ray Collins / Sinopse: Um pelotão da cavalaria americana estacionada em um forte da fronteira com a nação Navajo se torna peça de intriga de um perigoso jogo político envolvendo um general traidor que nas vésperas da guerra civil pretende aderir ao exército rebelde confederado do Sul.
Pablo Aluísio.
domingo, 5 de março de 2006
A Morte Tem Seu Preço
Título Original: Gunsmoke
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Nathan Juran
Roteiro: D.D. Beauchamp
Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Paul Kelly, Charles Drake, Mary Castle, Jack Kelly
Sinopse:
Reb Kittredge (Audie Murphy) é um jovem pistoleiro contratado que acaba se arrependendo de seu passado. Assim passa a defender a vida de um rancheiro e sua filha, ameaçados por um facínora que ambiciona suas terras.
Comentários:
Acredito que a década de 1950 legou alguns dos melhores filmes de faroeste da história. Mesmo quando esses filmes eram, digamos, considerados menores, a boa qualidade cinematográfica se revelava nas telas. Audie Murphy foi provavelmente o rei dos filmes B de western. Eram produções feitas com orçamentos menores, mas que nem por isso deixavam de se destacar. Esse "Gunsmoke" é muito bom. Inclusive daria origem a uma série de TV alguns anos depois (sem Murphy no papel principal). O tema aqui é o arrependimento. O personagem de Audie Murphy é um pistoleiro, um homem que colocava seu colt de aluguel a quem lhe pagasse melhor. Só que não seria de bom tom colocar o herói mais condecorado da segunda guerra mundial numa cilada dessas. Por isso o roteiro ia pelo caminho da redenção. O roteiro apenas adaptou a novela escrita por Norman A. Fox. Romances de western eram comuns na época e o cinema, claro, aproveitou muitas dessas histórias, transformando tudo em bons filmes do gênero.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006
O Bandoleiro Temerário
Título Original: The Texican
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: John C. Champion
Elenco: Audie Murphy, Broderick Crawford, Diana Lorys
Sinopse:
Procurado nos Estados Unidos por roubo, Jess Carlin (Audie Murphy) decide fugir para o México onde pretende viver em paz o resto de seus dias de vida. Ele consegue cruzar a fronteira, mas quando pensa que terá paz descobre que seu irmão foi morto nos Estados Unidos por um caçador de recompensas que estava atrás dele. Procurando por vingança, ele retorna para acertar contas com o assassino de seu irmão. Começa então um jogo de vida e morte entre aqueles dois homens unidos por esse destino trágico.
Comentários:
Um dos últimos filmes da carreira de Audie Murphy. Uma produção entre Estados Unidos e Espanha o que já demonstrava que se tivesse vivido mais alguns anos Murphy teria mais cedo ou mais tarde se transferido definitivamente para o Western Spaghetti. É um faroeste B razoável, que se utiliza de um argumento um pouco saturado para faturar em cinemas pelo interior da América. O orçamento é pequeno e não há nada que lembre uma grande produção classe A de western do cinema americano. A Columbia Pictures, o mais modesto estúdio americano, resolveu realmente produzir um filme sem grandes pretensões comerciais, visando apenas faturar um pouco sem gastar muito. Tirando os dois nomes principais do elenco, Audie Murphy e Broderick Crawford, todos os demais membros do elenco são espanhóis. O filme foi rodado em uma região perto de Barcelona, conhecida por ter um deserto bem parecido com o deserto americano da Califórnia. O lugar é conhecido como Catalonia e vários faroestes spaghettis foram filmados por lá. Então é isso, um western mediano que passa longe de ser considerado um dos melhores da carreira de Audie Murphy. Mesmo assim vale a pena ser conhecido e assistido, nem que seja por apenas uma vez.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006
Antro de Desalmados
Título Original: The Wild and the Innocent
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures (UI)
Direção: Jack Sher
Roteiro: Sy Gomberg, Jack Sher
Elenco: Audie Murphy, Sandra Dee, Joanne Dru, Gilbert Roland, Jim Backus, George Mitchell
Sinopse:
John Yancy (Audie Murphy) é um caçador de peles nas montanhas geladas do território do Wyoming. Após mais uma temporada de trabalho duro ele decide ir para a cidade mais próxima, para vender e trocar as mercadorias que conseguiu nos últimos meses, porém acaba se envolvendo numa série de conflitos no lugar quando tenta ajudar a doce jovem Rosalie (Sandra Dee).
Comentários:
Audie Murphy sempre tinha uma visão muito mordaz e pessimista sobre seus filmes no cinema. Acredito que ele lia as críticas da época e ficava transtornado, dando razão aos seus críticos mais ferozes. Esse pessimismo pessoal dele porém não se confirmou com o passar dos anos. Revendo hoje em dia seus filmes de faroeste B na Universal não vejo nada que o desmereça como astro cowboy, muito pelo contrário. Embora ele não fosse um gênio da atuação (ninguém estava esperando por isso mesmo) ele tinha boa presença de cena, sempre atuando com dignidade. Não é à toa que se tornou um dos mais populares astros do western nos anos 50. Se fosse tão ruim como pensava de si mesmo não teria feito todo esse sucesso, vamos convir. Esse " Antro de Desalmados" trazia um atrativo extra para os jovens, a presença da atriz e cantora Sandra Dee, uma estrela adolescente em ascensão. Ele sempre teve muito carisma e igualmente fez muito sucesso em sua juventude, porém acabou tendo um destino cruel e trágico, marcado por abuso de drogas e bebidas, o que fragilizou sua saúde. De qualquer forma vale a pena revê-la aqui, jovem e esbanjando beleza e simpatia. Um motivo a mais para se conferir esse faroeste dos anos 50.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de fevereiro de 2006
Cine Western - Audie Murphy
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006
Gatilhos da Violência
Título Original: A Time for Dying
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Corinth Films
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher
Elenco: Richard Lapp, Anne Randall, Audie Murphy
Sinopse:
Cass Bunning (Richard Lapp) é um cowboy bom de mira e rápido no gatilho que chega na pequena cidade de Silver City. Assim que coloca os pés por lá, resolve salvar uma jovem chamada Nellie Winters (Anne Randall) de se tornar a nova prostituta do bordel local. Depois se casa com ela em uma cerimônia presidida pelo famoso juiz Roy Bean (Victor Jory). Agora, com as novas responsabilidades de um homem casado resolve se tornar caçador de recompensas, o que lhe fará encontrar com bandidos famosos e perigosos como Jesse James (Audie Murphy).
Comentários:
Último filme da carreira de Audie Murphy (aqui atuando ainda como produtor) e também último western assinado pelo cineasta Budd Boetticher. Só esses fatos já levariam o filme a ser considerado essencial pelos fãs de faroestes. O problema é que apesar de ser o adeus de dois grandes nomes do gênero, "Gatilhos da Violência" não consegue impressionar, muito pelo contrário, pois logo se torna uma decepção completa. O roteiro é completamente sem foco, disperso e mal escrito. Há uma tentativa de inserir humor em certos momentos, mas o tiro sai pela culatra pois todas as cenas cômicas são constrangedores de tão sem graça. Audie Murphy surge tão rapidamente como desaparece. Ele só tem uma cena no filme inteiro quando encontra o tal caçador de recompensas no meio do deserto. Fala duas linhas de diálogo e some, dando adeus ao cinema para sempre. Melhor se sai o ator Victor Jory que interpreta o juiz Roy Bean (aquele mesmo do filme com Paul Newman). Atuando muito bem, salva o filme de ser uma bomba completa. Já Richard Lapp que interpreta o cowboy protagonista é um desastre completo. Canastrão, não consegue convencer. Provavelmente só foi escolhido por ter uma semelhança incrível com Audie Murphy quando ele era bem mais jovem. No geral, infelizmente, é isso, não há outra conclusão, o filme é bem ruim mesmo. Uma despedida melancólica de Murphy e Boetticher do velho oeste.
Pablo Aluísio.
sábado, 28 de janeiro de 2006
Cine Western - Audie Murphy
domingo, 22 de janeiro de 2006
Traição Cruel
Título Original: Ride Clear of Diablo
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jesse Hibbs
Roteiro: George Zuckerman, D.D. Beauchamp
Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Dan Duryea
Sinopse:
Clay O'Mara (Murphy) é um homem honesto, que vive de seu trabalho demarcando terras, mas decide que chegou o momento de vingar a morte de seu pai e seu irmão, que foram covardemente assassinados. Assim ele se junta a um bandoleiro, Duryea, e parte em busca de sua vingança pessoal. A sua caminhada porém não será nada simples pois Duryea tem muitos inimigos, inclusive uma perigosa e sanguinária quadrilha de ladrões de gado.
Comentários:
Mais um faroeste B com Audie Murphy na Universal. Existem muitos críticos que torcem o nariz para esse tipo de produção mais modesta. Eu as acho fascinantes, pois são de um tempo em que westerns eram produzidos em massa, principalmente por estúdios como a Universal, que tinha inclusive um rancho próprio apenas para rodar esse tipo de filme. Como se sabe Audie Murphy ainda hoje é muito querido no Brasil. Vários de seus faroestes eram exibidos nos anos 60 e 70 nas TVs brasileiras (em especial na antiga TV Record) e assim ele acabou ficando muito famoso por aqui. De certa maneira comparo sua filmografia com a de Randolph Scott. Embora esse último tenha estrelado filmes de maior envergadura, ambos se especializaram em rodar muitos westerns de orçamentos mais enxutos, que apostavam em eficientes roteiros para divertir seu público alvo. O que posso adiantar é que os fãs de longa data de Audie Murphy certamente não ficarão decepcionados com esse "Ride Clear of Diablo" pois todos os elementos que fizeram o sucesso em sua carreira estão presentes. Uma ótima diversão com aquele doce sabor de nostalgia.
Pablo Aluísio.