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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

O Mensageiro do Diabo

Título no Brasil: O Mensageiro do Diabo
Título Original: The Night of the Hunter
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists 
Direção: Charles Laughton
Roteiro: Davis Grubb
Elenco: Robert Mitchum, Shelley Winters, Lillian Gish

Sinopse:
Criminoso e assassino travestido de pastor religioso começa a perseguir duas crianças. Ele deseja descobrir onde foi parar a fortuna da mãe delas. O sujeito é um psicopata e não medirá esforços para alcançar seus objetivos. Afinal, ele é um assassino de viúvas ricas.

Comentários:
Esse filme é muito provavelmente o maior clássico do cinema noir da história de Hollywood. Um filme simplesmente perfeito em seu suspense obscuro que conta com elementos que, na época, eram pouco usuais. O próprio personagem de Robert Mitchum é um achado, um sujeito que se faz passar por bom pastor, mas que na realidade é um criminoso extremamente perigoso. Ele tem ódio e amor tatuados em seus dedos. O filme marcou também a única direção de Charles Laughton, que se demonstrou ser um cineasta excepcionalmente talentoso. Infelizmente, ele entrou em atrito com a produtora, que queria apenas mais um filme noir de rotina, enquanto ele queria fazer cinema autoral de qualidade. O resultado?  Temos aqui sua visão de cinema de alto nível e isso ajudou a transformar o filme em uma obra imortal. O detalhe curioso é que Robert Mitchum explorou maravilhosamente bem seu estigma de anti-herói. Aquele seu jeito fora da linha, fora da curva, à margem do sistema de estrelas de Hollywood daqueles tempos. O filme foi lançado no Brasil em VHS nos anos 80, pelo selo Warner Classics. Muito embora o filme tenha sido produzido originalmente pela United Artists.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Baleias de Agosto

Título no Brasil: Baleias de Agosto
Título Original: The Whales of August
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Nelson Entertainment
Direção: Lindsay Anderson
Roteiro: David Berry
Elenco: Bette Davis, Lillian Gish, Vincent Price, Mary Steenburgen, Ann Sothern, Harry Carey Jr

Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por David Berry, o filme conta a história de duas irmãs idosas, chamadas Libby Strong (Bette Davis) e Sarah Webber (Lillian Gish), que moram na Filadélfia, mas que no verão ficam juntas na cabana da família em uma ilha na costa do Maine. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Ann Sothern).

Comentários:
Filme maravilhoso, contando com duas grandes veteranas da história do cinema, Bette Davis e Lillian Gish. A história do filme é basicamente uma alegoria que poderia ser relacionada à vida das próprias atrizes, aqui no crepúsculo de suas vidas. Inclusive foi o penúltimo filme de Davis, que viria a falecer dois anos depois. E como ela está grandiosa nesse filme, mesmo interpretando uma mulher que está chegando ao fim de sua vida. O roteiro valoriza bastante a diferença de personalidades das duas irmãs. Uma tenta ainda manter uma vida com energia, otimismo. Ela tem planos e adora a vida. A outra sente o peso da velhice. Está praticamente cega, tem uma personalidade mais introvertida e percebe que o fim está próximo. Mesmo assim elas procuram uma ligação emocional, não apenas com o lugar, que fez parte da história familiar delas, como também com conhecidos e vizinhos. Um filme belo, com um roteiro que traz muitas lições de vida. A chegada da idade também é a chegada da sabedoria e da plenitude para muitos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O Passado Não Perdoa

Título no Brasil: O Passado Não Perdoa
Título Original: The Unforgiven
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Huston
Roteiro: Ben Maddow, baseado no livro de Alan Le May
Elenco: Burt Lancaster, Audrey Hepburn, Audie Murphy, Lillian Gish
  
Sinopse:
O filme narra as lutas do clã Zachary. O patriarca foi morto há muitos anos pela tribo Kiowa. Agora a liderança da família pertence ao irmão mais velho, Ben Zachary (Burt Lancaster). Ao mesmo tempo em que negocia gado ele precisa manter a salvos seus irmãos mais jovens, entre eles Cash (Audie Murphy) e Rachel (Audrey Hepburn). Essa última tem traços indígenas, o que leva algumas pessoas da região a desconfiarem de que ela na verdade seria Kiowa. A relativa tranquilidade dos Zacharys muda completamente quando guerreiros nativos voltam para seu rancho. Eles querem Rachel, o que dará origem a uma nova guerra entre brancos e índios.

Comentários:
Só o simples fato de ter sido dirigido pelo mestre John Huston já chama a atenção. Quem conhece a obra desse cineasta sabe muito bem que ele nunca rodou filmes banais, que caíssem no lugar comum. É verdade que Huston não realizou muitos filmes de faroeste ao longo de sua carreira, mas quando o fez certamente caprichou. Não há outra qualificação para essa produção, trata-se de mais uma obra prima da filmografia desse talentoso diretor. O roteiro mostra a vida da família Zachary. Eles vivem há décadas em um rancho em um território dominado pela tribo Kiowa. De tempos em tempos ocorrem matanças entre brancos e nativos. Depois de um longo período de paz eles retornam. Querem Rachel (Hepburn) que eles alegam ter sido raptada de sua tribo no passado. Acontece que Rachel já é uma mulher adulta, plenamente integrada à sociedade civilizada. Ela jamais seria levada de volta para as montanhas onde vivem os Kiowas. Para Ben (Lancaster) essa hipótese jamais poderia ser nem ao menos cogitada. A recusa dele para os Kiowas eleva à tensão ao máximo, o que desencadeia uma nova era de conflitos entre os brancos e índios da região. 

Huston não se contenta em apenas contar um filme onde nativos são vilões e colonizadores brancos são mocinhos. Ele procura desenvolver cada personagem, cada membro da família Zachary. Com um elenco maravilhoso em mãos, Huston criou um filme que é considerado um dos melhores da década de 1960. Além dos familiares protagonistas da estória, Huston inseriu um personagem por demais interessante, um homem velho em roupas de soldado confederado que passa de tempos em tempos proclamando profecias e trechos do velho testamento, tal como se fosse um profeta do velho oeste. Outro aspecto que chama a atenção é o tema do racismo. Em pleno auge da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, Huston soube como poucos tratar sobre o tema racial de uma forma extremamente inteligente. Se formos analisar atentamente veremos que esse faroeste tem como tema central justamente a diferença de raças e o preconceito sempre latente na mente humana. Em conclusão, temos aqui um excelente filme, genial realmente. Tudo acontece no seu devido tempo e Huston se mostra mais uma vez como um verdadeiro artesão da sétima arte. "The Unforgiven" é item obrigatório em qualquer coleção de western de respeito. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.