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domingo, 8 de setembro de 2024

O Rato que Ruge

Título no Brasil: O Rato que Ruge
Título Original: The Mouse That Roared
Ano de Lançamento: 1959
País: Reino Unido
Estúdio: Highroad Productions
Direção: Jack Arnold
Roteiro: Roger MacDougall, Stanley Mann
Elenco: Peter Sellers, Jean Seberg, William Hartnell

Sinopse:
Uma pequena, pobre e atrasada nação, perdida no mapa e comandada por um ditador ridículo e imbecil, decide declarar guerra aos Estados Unidos. Só que eles não param por aí. Logo uma operação militar é organizada para finalmente invadir o grande país do norte. 

Comentários:
Uma comédia que a despeito do humor também brinca com coisas bem sérias que realmente aconteciam na época. O ator Peter Sellers foi um dos comediantes mais famosos do cinema em seu tempo. E ele aqui encontrou um roteiro que lhe deu margem para desenvolver seu tipo de humor bem inglês e peculiar. Eu sempre gostei desse filme e me recordo bem que ele era exibido até com uma certa regularidade na antiga Sessão da Tarde dos anos 70. É realmente uma pena que filmes tão bons como esse não sejam mais exibidos na TV aberta brasileira. Além de ter contato com um tipo de humor mais inteligente, ainda fazia as novas gerações conhecerem artistas como o próprio Peter Sellers. Eu tive o privilégio de ter vivido em uma época em que as novas gerações tinham muito mais cultura cinematográfica do que esse atual. Também pudera, os bons filmes estavam bem à disposição de quem queria assistir filmes de qualidade do passado. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Onde Imperam as Balas!

Após escapar da morte, um pistoleiro resolve desistir de seu passado. Ele foge para uma pequena cidade do velho oeste e se torna assistente do xerife local. A cidade é dividida entre pequenos fazendeiros e um poderoso dono de terras. Em pouco tempo estará envolvido na disputa. Nas décadas de 40 e 50 a Universal era um verdadeiro celeiro de jovens estrelas. O estúdio fornecia treinamento, publicidade e acompanhamento para futuros astros. Em troca esses atores assinavam contratos leoninos onde quem realmente lucrava após seu sucesso era a própria Universal. Rock Hudson, Tony Curtis e Robert Wagner foram alguns que foram descobertos dessa forma. Rory Calhoun foi outro desses astros fabricados pelo estúdio americano. Geralmente estrelando faroestes B, Calhoun foi aos poucos subindo na carreira, mas não conseguiu virar o astro de primeira grandeza que tantos esperavam.

Isso porque bem no auge de sua ascensão uma revista escandalosa revelou ao público que Rory era um ex presidiário que havia cumprido pena antes de se tornar o famoso cowboy das matinês. Abalado, jamais conseguiu virar um ator de primeira linha. Esse "Onde Imperam as Balas" é justamente isso, mais um western da Universal feito para promover mais uma de suas grandes descobertas. Se não é genial, passa longe de ser um produto medíocre. O filme é simples, mas tem todos os ingredientes que fazem a festa dos fãs desse gênero - inclusive com o esperado duelo final entre dois grandes pistoleiros. Vale a pena assistir, ainda mais para conhecer Calhoun, um dos mais conhecidos "ex futuros grandes astros" da Universal.

Onde Imperam as Balas! (Red Sundown, EUA, 1956) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Martin Berkeley baseado na obra de Lewis B. Patten / Elenco: Com Rory Calhoun, Martha Hyer, Dean Jagger / Sinopse: Após escapar da morte um pistoleiro resolve desistir de seu passado. Ele foge para uma pequena cidade do velho oeste e se torna assistente do xerife local. A cidade é dividida entre fazendeiros e um poderoso dono de terras. Em pouco tempo estará envolvido na disputa.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O Soldo do Diabo

Título no Brasil: O Soldo do Diabo
Título Original: Man in the Shadow
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jack Arnold
Roteiro: Gene L. Coon
Elenco: Jeff Chandler, Orson Welles, Colleen Miller, Ben Alexander
  
Sinopse:
Ben Sadler (Jeff Chandler) é o xerife de uma pequena cidade do oeste americano. Por lá não costumam ocorrer muitos crimes, na maioria das vezes são apenas bebedeiras e pequenos incidentes que acontecem no saloon da rua principal. Não há nada mesmo de muito  grave para se fazer na vida de um homem da lei. As coisas mudam quando um trabalhador mexicano vai até a delegacia de Ben e lhe denuncia um assassinato ocorrido justamente no maior rancho da região, o Império Dourado. Um jovem capataz teria sido brutalmente espancado e morto após ficar muito próximo da filha do patrão, o poderoso rancheiro Virgil Renchler (Orson Welles). Agora Ben precisará investigar o suposto crime ao mesmo tempo em que sofrerá todo tipo de pressão para não seguir em frente com seu trabalho.

Comentários:
"Man in the Shadow" se passa no moderno oeste americano. Em certos momentos me lembrou muito do clássico "Matar ou Morrer", memorável filme de western dirigido por Fred Zinnemann e estrelado por Gary Cooper. As semelhanças existem porque ambos os enredos mostram um honesto xerife precisando lidar praticamente sozinho com a aplicação da lei e da ordem numa cidadezinha perdida no oeste. Para o protagonista interpretado por Jeff Chandler a situação é ainda mais delicada porque o alvo de suas investigações é justamente o homem mais rico e poderoso da região, Virgil Renchler (Orson Welles). Arrogante e se considerando acima da lei, ele não aceita que suas imensas terras se tornem o palco das investigações do xerife. Para piorar o homem da lei não consegue encontrar maiores pistas a não ser o testemunho de uma velho empregado do rancho que teria visto tudo. Depois que ele também é encontrado morto não existem mais dúvidas que um grande plano de acobertamento está mesmo sendo feito, tudo para que os verdadeiros assassinos não sejam punidos. 

Gostei bastante de "O Soldo do Diabo " pois é um filme de curta duração (com pouco mais de 70 minutos) que consegue contar muito bem sua história. O elenco tem dois grandes destaques. O primeiro é o galã de cabelos grisalhos Jeff Chandler. O xerife que interpreta é um homem honesto e íntegro que precisa lidar até mesmo com a hipocrisia da sociedade na cidade onde trabalha. Mesmo todos sabendo que algo muito errado aconteceu no rancho eles não querem que nada seja investigado, uma vez que a maioria deles dependem economicamente de seu proprietário. O outro grande destaque vem com a presença do grande Orson Welles. Consagrado como cineasta de grande talento sempre achei seu trabalho como ator muito subestimado. Seu personagem nesse filme é um achado. Ele é um sujeito que acredita que sua riqueza e poder o deixam completamente imune a qualquer tipo de lei. Violento com as pessoas se mostra particularmente vulnerável quando se trata de sua única filha. Esse excesso de proteção em relação a ela acaba sendo seu grande erro pois seus capangas acabam cometendo um erro fatal. Em suma, bom faroeste que vai fundo sobre a culpa coletiva que muitas vezes surge dentro de uma sociedade assolada pelo crime e pela morte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Balas que não Erram

Mais um bom faroeste estrelado por Audie Murphy. O ator interpreta o temido pistoleiro John Gant. Ele chega em uma pequena cidade do velho oeste e sua reputação de matador implacável logo se espalha. Em pouco tempo todos começam a se perguntar qual seria o seu alvo agora. Gant matou inúmeros homens, sempre atuando como assassino profissional, mas jamais foi condenado pois usa de uma tática inteligente. Ele cria algum tipo de provocação para que seu alvo saque primeiro, assim acaba sempre matando em legítima defesa, escapando da prisão. Nessa nova cidade todos logo ficam nervosos com sua presença, menos o médico da cidade, Luke Canfield (Charles Drake), que não apenas acha a reação das pessoas muito exagerada como também acaba fazendo amizade com Gant, chegando ao ponto de jogar despreocupadas partidas de xadrez com o tão temido pistoleiro. Enquanto isso os demais ditos cidadãos de bem vão entrando em desespero, se convencendo que eles serão mortos por Gaton e sua mira certeira. Assim o hábil diretor Jack Arnold conseguiu criar todo um clima de tensão que domina o filme da primeira à última cena.

Audie Murphy sempre foi muito modesto em relação a si mesmo. Ele não se considerava um grande ator e até sob certo aspecto essa opinião era bem verdadeira, porém quando assistimos a filmes como esse, logo descobrimos que se por um lado ele era um ator limitado em termos de talento dramático do outro sabia muito bem seguir sua própria intuição. Seu pistoleiro é um sujeito de poucas palavras e jamais cai no clichê de virar um sujeito bonzinho ou algo parecido. Ele realmente está na cidade para cumprir mais um contrato e o fará, sem perder a sua identidade. Outro ponto positivo do roteiro é o segredo sobre a pessoa que ele deve matar. Isso só será revelado na última cena, o que garante o interesse na estória até o fim. Em termos gerais considerei um western acima de tudo muito eficiente. Não se perde tempo com banalidades. Em sua curta duração (pouco mais de 70 minutos) nada fica de fora. O suspense é bem desenvolvido, as cenas são bem criadas e o clímax condiz plenamente com a teia que foi armada durante todo o filme pelo bom roteiro. Da safra de filmes de western dos anos 50 estrelados por Audie Murphy esse é seguramente um dos melhores. Rápido no gatilho como seu protagonista essa é uma daquelas fitas que cumprem tudo aquilo que prometem aos fãs do gênero. A busca por diversão pelo espectador é plenamente satisfeita.

Balas que não Erram (No Name on the Bullet, Estados Unidos, 1959) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Gene L. Coon, Howard Amacker  / Elenco: Audie Murphy, Charles Drake, Joan Evans / Sinopse: Pistoleiro conhecido por ser um matador implacável chega em uma pequena cidade do oeste, causando pânico, ansiedade e preocupação entre os moradores. Conhecido por ser contratado para matar homens, todos se perguntam quem seria o seu alvo dessa vez.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O Incrível Homem Que Encolheu

Título no Brasil: O Incrível Homem Que Encolheu
Título Original: The Shrinking Man
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jack Arnold
Roteiro: Richard Matheson
Elenco: Grant Williams, Randy Stuart, April Kent

Sinopse: 
O filme mostra a incrível estória de Scott Carey que em férias acaba sendo contaminado por uma nuvem radioativa. Inicialmente nada parece mudar em sua vida e em sua saúde até que passado algum tempo ele começa a sofrer com uma incrível diminuição em seu tamanho, o tornando finalmente numa criatura menor do que um alfinete! Agora terá que sobreviver em sua própria casa, enfrentando insetos e animais domésticos que devido à sua pequenez se tornam monstros terríveis!

Comentários:
Filmaço de ficção científica que vai muito além de seus criativos e bastante eficientes efeitos visuais. A estória é simples, mas seu conteúdo difere do tradicional ao realizar uma viagem "literal" de um homem em constante luta em sua determinação de provar sua existência, por mais que tudo esteja contra ele. Desde o inicial constrangimento (a perda do amor de sua esposa) passando pela ferrenha luta pela vida (sua morte pode vir de uma simples aranha de casa), até quando sua vontade de viver irá prevalecer? Amarrado com ótimas cenas de tensão, o filme termina de forma ousada, em momento de existencialismo filosófico, coisa pouco comum, principalmente para a época. E para os interessados no enredo o livro saiu há pouco no Brasil, numa coletânea de histórias do Richard Matheson, Indicadíssimo! (Ricardo Martins).

Pablo Aluísio. 

domingo, 16 de abril de 2006

Os Poderosos Também Caem

Dois caçadores de recompensas chegam em uma velha e isolada cidade do velho oeste. Assim que entram na rua principal logo chamam muito a atenção da população. Eles são negros e os moradores locais não costumam ver negros em liberdade naqueles tempos assolados pela chaga da escravidão. Mesmo assim eles se impõe, não só por sua dignidades pessoais, mas também por serem rápidos no gatilho.

Esse filme faz parte de um movimento que aconteceu no cinema americano durante os anos 70. Eram filmes estrelados por atores negros, feitos para o público preto (nota: até hoje não consigo saber se o termo negro ainda é válido pois tenho visto muitos textos utilizando o termo preto. Em minha época de juventude o termo preto era ofensivo, negro não era ofensivo). Pois bem, o filme também investe em um bom humor que deixa tudo mais leve. Um bom filme desse movimento conhecido nos dias de hoje como Blaxploitation!

Os Poderosos Também Caem (Boss Nigger, Estados Unidos, 1974) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Fred Williamson / Elenco: Fred Williamson, D'Urville Martin, William Smih / Sinopse: Dois caçadores de recompensas negros chegam a cavalo em uma cidadezinha do velho oeste. O lugar, uma cidade de brancos, jamais será o mesmo depois de sua chegada.

Pablo Aluísio.