sábado, 6 de maio de 2006

Jornada Sangrenta

Na véspera do começo da guerra civil americana o tenente Jed Sayre (Audie Murphy) é enviado para um distante forte da cavalaria, nos confins da fronteira. A região é pacificada, pois vigora há muitos anos um tratado de paz entre o governo americano e a nação Navajo. O novo comandante da guarnição também é um novato, o capitão Lee Whitlock (Robert Sterling), que logo demonstra pouca experiência no contato com os indígenas nativos. Após o desaparecimento de uma carroça com armamentos e munições a situação volta a ficar tensa. Acontece que logo surgem boatos de que as armas tinham sido roubadas pelos Navajos. A notícia logo chega aos ouvidos do General B.N. Stone (Ray Collins). Ele, fingindo estar surpreso, exige que a carga seja devolvida ao exército imediatamente. A situação soa estranha para o tenente Jed (Murphy), uma vez que ele acredita na inocência dos índios locais. O que os envolvidos não sabem é que tudo no fundo é uma artimanha do General Stone, um sulista que almeja abandonar o exército da União para se unir às forças da Confederação. Antes de anunciar sua traição porém ele deseja que uma nova guerra entre a cavalaria e os Navajos estoure pois assim as tropas do exército americano ficariam fragilizadas ao enfrentar uma nova guerra com os nativos.

Mais um bom western estrelado pelo ator Audie Murphy. Aqui ele interpreta um tenente com larga experiência que começa a entender que está na verdade no meio de uma grande conspiração envolvendo inclusive o seu general, alguém que deveria seguir ordens, mas que na verdade se trata de um traidor perigoso. Amigo dos Navajos, inclusive de seu chefe, ao qual conhece há muitos anos, ele terá que evitar um verdadeiro massacre gratuito pois acaba descobrindo que os roubos e mortes atribuídos aos Navajos não foram cometidos por eles, mas sim por homens cumprindo ordens do general corrupto.

"Jornada Sangrenta" além de ser um western acima da média, com muita ação e batalhas, ainda traz um belo roteiro, muito bem arquitetado que mostra uma situação que foi bem real no começo da guerra civil quando muitos oficiais de alta patente simplesmente deserdaram para as tropas rebeldes, confederadas do sul, causando um grande problema de evasão nas tropas da União, chamadas de Ianques. Audie Murphy, herói de guerra na vida real, representa toda a lealdade daqueles que lutaram ao lado dos casacos azuis. No final das contas "Jornada Sangrenta" é de fato um bom retrato de um dos momentos mais violentos da história dos Estados Unidos.

Jornada Sangrenta (Column South, Estados Unidos, 1953) Direção: Frederick De Cordova / Roteiro: William Sackheim / Elenco: Audie Murphy, Joan Evans, Robert Sterling, Ray Collins / Sinopse: Um pelotão da cavalaria americana estacionada em um forte da fronteira com a nação Navajo se torna peça de intriga de um perigoso jogo político envolvendo um general traidor que nas vésperas da guerra civil pretende aderir ao exército rebelde confederado do Sul.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Cinema Clássico
    Jornada Sangrenta
    Pablo Aluísio.

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  2. Esse ainda é um daqueles filmes em que os Índios eram maus e os brancos bons, suas vítimas. Eu detestava os Índios, até os do filme do Elvis. kkkkkk

    P.S. Pablo: anote essa série da Netflix: "O Gambito da Rainha". Promete.

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  3. Nesse faroeste até que os nativos são retratados como homens íntegros e honestos. O vilão é o general sulista, racista, cheio de canalhices.

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