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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Marlon Brando - Sangue em Sonora

Dos filmes em que Marlon Brando atuou no gênero western, esse pode ser considerado um dos mais convencionais. O roteiro segue a linha básica desse tipo de filme daquela época. Não há maiores inovações em termos estéticos e artísticos. Na verdade, o ator Marlon Brando iria confessar, anos depois, em sua autobiografia, que só realizou o filme porque estava precisando de muito dinheiro na época. Ele havia comprado uma ilha particular nas ilhas polinésias e precisava de dinheiro para construir um hotel para turistas. Então acabou aceitando o que estava sendo oferecido. Dito isso, é bom deixar claro que não se trata de um filme ruim, longe disso. Ele é apenas convencional. No quesito atuação, Marlon Brando apenas entrega o feijão com arroz. Quem acabou surpreendendo e sendo indicado ao Globo de ouro foi justamente o ator John Saxon. Ele está ótimo em seu papel. 

A crítica da época também chamou atenção para a extrema violência desse filme. Realmente para os padrões dos anos 60, o filme tinha cenas bem viscerais. E havia também um bem montado jogo psicológico, principalmente em momentos como a queda de braço com os escorpiões na velha taberna mexicana da fronteira. Outra curiosidade interessante sobre esse filme é que ele foi filmado nas mesmas locações de "Sangue de Bárbaros" com John Wayne. Esse local iria ser anos depois interditado para a frequência de turistas e pessoas, pois estava contaminado com radiação nuclear. Era uma base de testes para o governo americano detonar bombas atômicas. E muitos que trabalharam nesta região acabaram desenvolvendo câncer. O saldo final do filme é positivo, embora sem maiores surpresas. Para quem aprecia um faroeste com estrutura narrativa mais tradicional, embora com toques de violência mais de acordo com o spaghetti, vai acabar curtindo o filme.

Sangue em Sonora (The Appaloosa, Estados Unidos, 1966) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: James Bridges, Roland Kibbee / Elenco: Marlon Brando, John Saxon, Anjanette Comer / Sinopse: Um bandoleiro americano vai até a fronteira entre Estados Unidos e México e acaba tendo que enfrentar um grupo de malfeitores e bandidos que vivem naquela região. Um jogo de vida ou morte logo se instala entre todos eles.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de abril de 2021

Mercenários das Galáxias

Título no Brasil: Mercenários das Galáxias
Título Original: Battle Beyond the Stars
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Jimmy T. Murakami, Roger Corman
Roteiro: John Sayles
Elenco: Richard Thomas, George Peppard, John Saxon, Robert Vaughn, Sybil Danning, Darlanne Fluegel

Sinopse:
Um jovem fazendeiro começa a recrutar mercenários para defender seu planeta pacífico, que está sob ameaça de invasão pelo malvado tirano Sador e sua armada de agressores. E o universo, lotado de mercenários, vai dar uma ajuda em sua luta espacial. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.

Comentários:
Eu cansei de assistir a esse filme em reprises na Sessão da Tarde durante os anos 80. Era um dos "clássicos" das tardes na programação da Rede Globo. E eu confesso que adorava o filme. Claro que hoje em dia sei muito bem que "Mercenários das Galáxias" não passava de uma imitação mal disfarçada de "Guerra nas Estrelas", o grande sucesso comercial daquela época. O diretor e produtor Roger Corman não iria perder mesmo a chance de faturar em cima do mega sucesso de George Lucas. Conhecido como o "Rei dos filmes B" em Hollywood, Roger Corman aqui criou um de suas criações cinematográficas mais lembradas e queridas, principalmente pelo público brasileiro. Os efeitos especiais obviamente envelheceram muito, porém para um adolescente dos anos 80 estavam ótimos! E outro aspecto interessante desse filme é seu elenco coadjuvante. Roger Corman convenceu muitos atores bons a trabalharem nesse filme. O resultado da união de todos esses elementos? Pura nostalgia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Joe Kidd

Joe Kidd (Clint Eastwood) é preso por um crime menor. Ele foi pego pelo xerife caçando em uma reserva natural, o que era proibido por lei. Levado a julgamento, ele tem uma surpresa quando o tribunal é invadido por um bandoleiro mexicano chamado Luis Chama (John Saxon). Ele intimida o juiz, afirmando que não há mais justiça naquela região onde latifundiários americanos roubam as terras que eram tradicionalmente povoadas por colonos mexicanos. Ele cansou de esperar por lei e ordem e resolve agir por conta própria, comandando um grupo de pistoleiros e assassinos. Imediatamente uma força tarefa é organizada pelo xerife para capturar o foragido mexicano, mas tudo em vão. Entra em cena então o pistoleiro e caçador de recompensas Frank Harlan (Robert Duvall). Já que o xerife é um fraco, os grandes fazendeiros resolvem contratar um profissional. Seu objetivo é encontrar Chama e seus homens, para liquidar com todos eles. Harlan conhece o passado de Joe Kidd. Sabe que há muitos anos ele foi um conhecido caçador de recompensas e matador como ele. Assim resolve oferecer um valor irrecusável a ele, para entrar no bando que vai ao deserto em busca do revolucionário bandoleiro. Com certo receio Kidd acaba aceitando o convite, dando início a uma verdadeira caçada humana pelos desertos da fronteira entre Estados Unidos e México.

Esse "Joe Kidd" é mais um filme da fase americana da carreira de Clint Eastwood. Como se sabe ele ficou muitos anos trabalhando na Itália ao lado do diretor Sergio Leone. Com o sucesso de produções como "Por um Punhado de Dólares", "Por uns Dólares a Mais" e "Três Homens em Conflito", Clint virou um astro dos filmes de faroeste. De volta aos Estados Unidos ele começou uma nova safra de filmes do gênero. Esse aqui foi rodado logo após Clint estrelar um de seus grandes sucessos, "Perseguidor Implacável", o primeiro com o personagem do policial durão Dirty Harry.Apesar do êxito comercial desse filme de ação, Clint não queria abandonar o gênero western. "Joe Kidd" é certamente um bom filme, mas ainda fica bem abaixo de outras obras primas que Clint ainda iria participar como "Um Estranho Sem Nome" e "O Cavaleiro Solitário". Esses dois são certamente os melhores que ele fez nos anos seguintes. Mesmo assim não deixa de ser muito bom ver Clint Eastwood dirigido pelo mestre John Sturges, um veterano dos filmes de faroeste, que havia dirigido um dos grandes clássicos do estilo, o aclamado "Sete Homens e um Destino". Com tantos nomes importantes envolvidos em sua realização esse "Joe Kidd" é certamente um item obrigatório na coleção de todo fã de western que se preze.

Joe Kidd (Joe Kidd, Estados Unidos, 1972) Direção: John Sturges / Roteiro: Elmore Leonard / Elenco: Clint Eastwood, Robert Duvall, John Saxon, Don Stroud, Stella Garcia, James Wainwright / Sinopse: Joe Kidd (Clint Eastwood), um ex-caçador de recompensas e pistoleiro, se une ao bando de Frank Harlan (Robert Duvall), para caçar um agitador e bandoleiro mexicano Luis Chama (John Saxon), que almeja vingança contra fazendeiros e colonos americanos que ocuparam terras que tradicionalmente eram pertencentes aos povos do México.

Pablo Aluísio. 

sábado, 19 de janeiro de 2019

Cavaleiro Elétrico

“Cavaleiro Elétrico” conta a estória do cowboy de rodeios Sonny Steele (Robert Redford). Envelhecido e entregue ao alcoolismo o velho campeão vive agora uma rotina de desilusão e falta de esperanças. Contratado por uma agência de publicidade ele se limita a fazer aparições em eventos e shows apenas para promover a marca que lhe paga seu salário. De Cowboy e campeão passa a condição de um mero garoto-propaganda! Obviamente que tudo isso acaba mexendo com sua cabeça. Longe das competições e da glória só lhe resta agora viver do passado em um presente inglório e sem perspectivas. Seu destino porém muda quando ele fica indignado pelo tratamento dado a um cavalo puro sangue de 12 milhões de dólares. O animal é sistematicamente drogado e espancado para agir de acordo com o que exige o show. Procurando por redenção decide então jogar tudo para o alto com o objetivo de libertar o cavalo e o devolver para a natureza selvagem. Seu plano é levar o cavalo para os campos sem fim do estado americano de Utah! E não é complicado entender a razão. O animal de certa forma acaba se tornando seu próprio espelho, pois o velho cowboy também não suporta mais aquela rotina massacrante dos rodeios falsos de Las Vegas, da roupas espalhafatosas e ridículas e do circo que se cria ao seu redor.

Como se pode perceber o filme é uma homenagem ao espírito e estilo de vida dos cowboys americanos (os verdadeiros, não os falsos do mundo do entretenimento). O personagem interpretado por Robert Redford demonstra muito bem isso. Ele simplesmente não agüenta mais viver em um mundo completamente falso que tenta imitar de forma patética a figura mitológica do cowboy real. Vestindo um figurino absurdo e desconfortável (uma das roupas chega a ser toda enfeitada com luzinhas de natal), ele chega ao seu limite. Após dar um basta em tudo ganha o campo aberto, a natureza, ao lado do cavalo que ele deseja devolver para a liberdade em seu meio natural.

Obviamente por se tratar de um animal tão valioso ele logo se torna um procurado da justiça e da lei. Robert Redford encarna com perfeição o chamado “homem de Marlboro”. Ao seu lado também em estado de graça surge Jane Fonda, que vive uma jornalista que fica completamente intrigada pela estória toda de Sonny e o cavalo Rising Star. No fundo “Cavaleiro Elétrico” trata sobre o valor da liberdade e da impossibilidade de sermos o que não somos. Um argumento muito sensível e verdadeiro que merece ser redescoberto pelas novas gerações de cinéfilos.

Cavaleiro Elétrico (The Electric Horseman, EUA, 1979) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: Robert Garland, Paul Gaer / Elenco: Robert Redford, Jane Fonda, Valerie Perrine, Willie Nelson, John Saxon / Sinopse: Velho cowboy (Robert Redford) sobrevive como garoto-propaganda em eventos de Las Vegas até decidir libertar um cavalo puro sangue. Perseguido pela polícia e autoridades ele ganha o campo aberto ao lado de uma jornalista (Jane Fonda) para libertar o animal.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Joe Kidd

Joe Kidd (Clint Eastwood) é preso por um crime menor. Ele foi pego pelo xerife caçando em uma reserva natural, o que era proibido por lei. Levado a julgamento, ele tem uma surpresa quando o tribunal é invadido por um bandoleiro mexicano chamado Luis Chama (John Saxon). Ele intimida o juiz, afirmando que não há mais justiça naquela região onde latifundiários americanos roubam as terras que eram tradicionalmente povoadas por colonos mexicanos. Ele cansou de esperar por lei e ordem e resolve agir por conta própria, comandando um grupo de pistoleiros e assassinos. Imediatamente uma força tarefa é organizada pelo xerife para capturar Chama, mas tudo em vão. Entra em cena então o pistoleiro e caçador de recompensas Frank Harlan (Robert Duvall). Já que o xerife é um fraco, os grandes fazendeiros resolvem contratar um profissional. Seu objetivo é encontrar Chama e seus homens, para liquidar com todos eles. Harlan conhece o passado de Joe Kidd. Sabe que há muitos anos ele foi um conhecido caçador de recompensas e matador como ele. Assim resolve oferecer um valor irrecusável a ele, para entrar no bando que vai ao deserto em busca do revolucionário bandoleiro Luis Chama. Com certo receio Kidd acaba aceitando o convite, dando início a uma verdadeira caçada humana pelos desertos da fronteira entre Estados Unidos e México.

Esse "Joe Kidd" é mais um filme da fase americana da carreira de Clint Eastwood. Como se sabe ele ficou muitos anos trabalhando na Itália ao lado do diretor Sergio Leone. Com o sucesso de produções como "Por um Punhado de Dólares", "Por uns Dólares a Mais" e "Três Homens em Conflito", Clint virou um astro dos filmes de faroeste. De volta aos Estados Unidos ele começou uma nova safra de filmes do gênero. Esse aqui foi rodado logo após Clint estrelar um de seus grandes sucessos, "Perseguidor Implacável", o primeiro com o personagem do policial durão Dirty Harry.Apesar do êxito comercial desse filme de ação, Clint não queria abandonar o gênero western. "Joe Kidd" é certamente um bom filme, mas ainda fica bem abaixo de outras obras primas que Clint ainda iria participar como "Um Estranho Sem Nome" e "O Cavaleiro Solitário". Esses dois são certamente os melhores que ele fez nos anos seguintes. Mesmo assim não deixa de ser muito bom ver Clint Eastwood dirigido pelo mestre John Sturges, um veterano dos filmes de faroeste, que havia dirigido um dos grandes clássicos do estilo, o aclamado "Sete Homens e um Destino". Com tantos nomes importantes envolvidos em sua realização esse "Joe Kidd" é certamente um item obrigatório na coleção de todo fã de western que se preze.

Joe Kidd (Joe Kidd, Estados Unidos, 1972) Direção: John Sturges / Roteiro: Elmore Leonard / Elenco: Clint Eastwood, Robert Duvall, John Saxon, Don Stroud, Stella Garcia, James Wainwright / Sinopse: Joe Kidd (Clint Eastwood), um ex-caçador de recompensas e pistoleiro, se une ao bando de Frank Harlan (Robert Duvall), para caçar um agitador e bandoleiro mexicano Luis Chama (John Saxon), que almeja vingança contra fazendeiros e colonos americanos que ocuparam terras que tradicionalmente eram pertencentes aos povos do México.

Pablo Aluísio. 

domingo, 11 de setembro de 2016

Quadrilha do Inferno

Título no Brasil: Quadrilha do Inferno
Título Original: Posse from Hell
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Herbert Coleman
Roteiro: Clair Huffaker
Elenco: Audie Murphy, John Saxon, Lee Van Cleef, Zohra Lampert Vic Morrow, Robert Keith, Rodolfo Acosta
  
Sinopse:
Uma quadrilha de bandoleiros violentos chega numa cidadezinha do velho oeste chamada Paradise e toma vários moradores como reféns. Eles querem assaltar o banco da cidade e para isso usam as pessoas como verdadeiros escudos humanos. O Xerife tenta evitar, mas cai em uma emboscada e morre. Depois que roubam o banco os bandidos fogem com uma refém, uma jovem chamada Helen (Zohra Lampert). Os moradores então resolvem forma um grupo de resgate, comandados pelo assistente do xerife, Banner Cole (Murphy). Juntos vão para o deserto para tentar capturar os criminosos e libertar a refém.

Comentários:
Faroeste B da Universal estrelado pelo astro da época Audie Murphy (que se tornou estrela em Hollywood após ser o soldado americano mais condecorado na II Guerra Mundial). Pois bem, o roteiro como se pode perceber na sinopse, é bem básico, praticamente uma caçada a ladrões de bancos pelo deserto. Murphy interpreta um personagem um pouco antipático, um sujeito durão que não parece estar muito preocupado em ser educado ou gentil com os que lhe ajudam nessa empreitada. Em certos aspectos o sujeito é bastante rude e mal-educado. Assim quem acaba se destacando são dois coadjuvantes. O primeiro deles é o ator John Saxon. Ele interpreta um almofadinha, um empregado que o banco que foi roubado envia junto da patrulha comandada por Audie Murphy. Um sujeito de Nova Iorque que não parece acostumado nem a montar um cavalo, quanto mais a usar uma arma de fogo. A despeito de sua falta de jeito acaba se revelando uma surpresa quando finalmente o bando de ladrões é confrontado. 

Outro destaque vem da presença de  Lee Van Cleef. Ele interpreta um bandido, em um papel sem maior importância. Para os fãs de suas fitas de western spaghetti (que iria realizar depois quando foi para a Itália), é no mínimo curioso ver o ator, ainda bem jovem, dando os seus primeiros passos em sua longa lista de homens maus que iria interpretar no cinema. Por fim um aspecto do roteiro que merece ser citado. A jovem que é sequestrada pela quadrilha deixa claro para o personagem de Audie Murphy que foi estuprada por todos os criminosos que a tinham como refém. A forma direta que isso é tratado pelo roteiro causa surpresas, pois na época esse tema ainda era considerado tabu dentro do cinema americano. No máximo um crime como estupro era sugerido pelos roteiros e não tratado de forma tão aberta! Ela inclusive fica tão enojada e envergonhada por ter sido estuprada que se recusa a voltar para sua antiga cidadezinha, com receios de ficar estigmatizada. Esse detalhe do roteiro certamente era algo bem inovador na época, demonstrando que o filme, pelo menos nesse quesito, foi bem inovador.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Um Drink no Inferno

Eu gosto de Quentin Tarantino. Definitivamente gosto do cinema que ele faz. Até defendo quando o acusam de ser nerd demais ou excessivamente apelativo. São duas acusações que até possuem seu fundo de verdade, mas se pararmos para pensar bem que outro diretor nesses últimos anos conseguiu imprimir tão profundamente sua marca no cinema quanto Tarantino? Dito isso ele também realizou sua cota de bobagens indefensáveis. Um dos filmes de Tarantino que nunca consegui gostar foi justamente esse amalucado (no mal sentido da palavra) "From Dusk Till Dawn". Eu acredito que Tarantino sabia que não tinha um material muito bom em mãos e por essa razão cedeu seu roteiro para ser dirigido por Robert Rodriguez, uma espécie de pupilo do cineasta.

Com poucos minutos de filme eu já tinha percebido que se tratava de uma das piores porcarias já feitas com o universo dos vampiros (de que gosto muito!). Não há necessariamente uma história para contar, apenas muito sangue, violência gratuita (e cartunesca) além de uma infinidade de diálogos pateticamente constrangedores. Na época em que o filme chegou nas telas o ator George Clooney não era nenhum astro do cinema, apenas um ator de TV, de seriado médico, que tentava emplacar fora da telinha. O resultado é completamente descartável, quase um delírio pessoal de Tarantino que no final das contas nem faz muito sentido. É violência pela violência e nada mais. Não que os outros filmes dele saíssem muito dessa fórmula, mas aqui ele certamente exagerou no besteirol. E afinal alguma coisa ainda vale a pena citar? Basicamente nada, a não ser a bela presença de Salma Hayek como a vampira Santanico Pandemonium! Ela é uma das poucas lembranças que você terá desse filme que caiu no esquecimento (de forma justa, aliás). Uma bola fora Tarantinesca. Até porque ninguém é perfeito.

Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dawn, EUA, 1996) Direção: Robert Rodriguez / Roteiro: Quentin Tarantino, Robert Kurtzman / Elenco: George Clooney, Juliette Lewis, Harvey Keitel, Salma Hayek, Danny Trejo, Quentin Tarantino, John Saxon, Kelly Preston / Sinopse: Dois criminosos e seus reféns vão parar em uma espelunca perdida no meio do deserto. Eles estão tentando fugir da polícia e tencionam ficar lá por pouco tempo, mas tudo acaba em caos quando descobrem que o lugar está infestado de vampiros sedentos por sangue humano. Filme "premiado" pelo Framboesa de Ouro na categoria de Pior Ator Coadjuvante (Tarantino).

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de abril de 2006

Sangue em Sonora

Filmado em locações no Estado americano de Utah, em 1966, o filme "Sangue em Sonora" trouxe um Marlon Brando estrelando um western de estrutura tradicional, o que de certa forma era um surpresa já que o ator era conhecido não só por seu talento, mas também por sempre procurar trabalhar em projetos mais ousados e polêmicos. O que teria acontecido então para Brando embarcar em um projeto, digamos assim, tão comum? Conforme explicou em sua própria autobiografia "Canções que minha mãe me ensinou" o que o levou a filmes como esse foi a simples necessidade de ganhar muito dinheiro para bancar os problemas financeiros que enfrentou.

Na década de 1960 Brando teve que enfrentar uma incrível série de contratempos. Suas ex-esposas o processaram, a guarda de seus filhos exigia que o ator desembolsasse somas cada vez maiores para pagar os advogados e sua querida ilha Tetiroa só lhe trazia prejuízos. Mal conseguia construir seu hotel um furacão vinha e destruía com tudo. O ator pretendia transformar o local em ponto turístico ambiental mas jamais concretizou seus planos por causa da irascível natureza da região. Assim, atolado com muitas dívidas, Marlon Brando se dispôs a se deslocar para uma locação de díficil acesso para começar as filmagens desse faroeste.

Em seu livro Brando recordou que ficou surpreso ao chegar lá e saber que tinha sido o mesmo local onde John Wayne havia filmado um conhecido western na era de ouro do cinema. O problema era que o local ficava muito próximo de uma base americana de testes nucleares. Para Brando muito provavelmente foi nesse local que John Wayne teria sido contaminado por depósitos de lixo nuclear (urânio), o que teria sido decisivo para o desenvolvimento do câncer que vitimaria o veterano ator anos depois. Brando afirmaria depois: "Não deixava de ser uma ironia o fato do grande defensor da indústria armamentista nuclear norte-americana ter sido morto justamente por ter sido contaminado por seu lixo deixado no local". Não era novidade para ninguém que ambos os atores se detestavam na vida pessoal, pois Brando era um típico liberal enquanto John Wayne era um defensor ferrenho dos ideais do partido Republicano, símbolo do conservadorismo nos Estados Unidos.

Deixando de lado todos esses problemas de egos tão comuns nos grandes atores de cinema, vamos ao filme em si. Como afirmei antes o filme tem uma estrutura comum e simples. O diretor Sidney J Furie não quis arriscar muito, até porque na época não passava de um novato com poucos filmes significantes no currículo. Trabalhar com Marlon Brando também não era nada fácil, pois o ator tinha um histórico de problemas com diretores nos sets de filmagens. A sorte de Furie foi que na ocasião Brando estava envolvido em tantos problemas pessoais que simplesmente não quis infernizar ainda mais sua vida com confusões de bastidores no set de filmagens.

Assim os trabalhos transcorreram sem grandes incidentes, tudo resultando em um filme que é um bom western, embora muito longe do que se esperaria de um gênio da atuação como Brando. Na realidade só existem dois bons momentos para Brando em toda a (curta) duração do filme. A cena inicial do filme, por exemplo, com Brando na Igreja, gera bons momentos ao roteiro, porém a melhor parte acontece depois quando Brando enfrenta o vilão Chuy Medina (interpretado por um irreconhecível John Saxon) na taberna. A queda de braço com escorpiões realmente foi uma excelente idéia, que casou muito bem com a proposta do filme que no fundo não passava de um Western de rotina com altas doses de Tequila. "Sangue em Sonora" não é nem de longe o mais brilhante momento do mito Brando nas telas nos anos 1960, mas mantém o interesse e diverte, o que no final é o que realmente importa.

Sangue em Sonora (The Appaloosa, Estados Unidos, 1966) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: James Bridges, Roland Kibbee / Elenco: Marlon Brando, Anjanette Comen, John Saxon / Sinopse: Matt Fletcher (Marlon Brando) chega em uma cidade perdida na fronteira entre EUA e México. Lá pretende encontrar com um amigo do passado que agora está casado e com família. Os eventos porém se interpõe em seu caminho o lançando em uma luta de proporções gigantescas com bandoleiros e patifes que infestam a região. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (John Saxon).

Pablo Aluísio.