domingo, 27 de dezembro de 2020

Narcos

Narcos
Comecei a assistir a essa tão falada série da Netflix, "Narcos". Foi sem dúvida um dos grandes sucesso da empresa de streaming. No total foram produzidas três temporadas entre os anos de 2015 a 2017. A série conta a história de Pablo Escobar, aqui interpretado pelo excelente ator brasileiro Wagner Moura. Esse traficante colombiano foi figura central no grande mercado de exportação de drogas para os Estados Unidos durante a década de 1980. Seu produto tomou conta das grandes cidades americanas e ele se tornou um homem imensamente rico e poderoso. Irei comentar nessa postagem todos os episódios da série, com reviews regulares. Abaixo seguem resumos dos episódios mais importantes de "Narcos".

Narcos 1.01 - Descenso
Esse é o primeiro episódio da série e como já era de esperar mostra o começo de tudo. Um bandido de baixo clero chamado "Barata" decide expandir seus negócios. Ele tem pequenos laboratórios de processamento de cocaína bem no meio da selva e precisa de um distribuidor experiente. Acaba escolhendo Pablo Escobar (Moura) para comandar essa operação. Só que Escobar pensa grande, ele quer ir além das fronteiras colombianas. Em razão disso decide que vai levar a cocaína de Barata até Miami, tornando essa cidade um verdadeiro portal para seu produto entrar dentro das fronteiras dos Estados Unidos. E o sucesso de vendas é imediato. E para dar conta da demanda, Escobar precisa expandir ainda mais os negócios, criando meios criativos para que as mulas levem a cocaína até Miami. E nesse processo começam os subornos das autoridades colombianas e também o acerto de contas com os primeiros traidores da organização criminosa. Primeiro episódio excelente, já demonstrando toda a qualidade dessa série que marcou bastante. / Narcos 1.01 - Descenso (Estados Unidos, 2015) Direção: José Padilha / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 1.02 - The Sword of Simón Bolivar
Como surgiu o Cartel de Medellín? Esse episódio traz a história de seu nascimento. Um grupo de guerrilheiros marxistas da Colômbia chamado M-19 decide sequestrar a irmã de dois traficantes. Pablo Escobar fica possesso quando descobre isso. Então ele reúne todos os grandes traficantes da cidade em um hotel de luxo e lá organiza a criação de um novo grupo criminoso, bem armado, inicialmente chamado de "Morte aos sequestradores". E assim começa o banho de sangue dessa infame organização criminosa internacional, tudo financiado pelo dinheiro da cocaína vendida nos Estados Unidos. Aliás, como é bem mostrado no episódio, era tanto dinheiro (em dólar) vindo da América do Norte que Pablo Escobar e seus homens não sabiam mais o que fazer com aquela fortuna. Sem ter sequer condições de lavar tanto dinheiro sujo, acabaram decidindo enterrar tudo! Imagine que situação delicada! Nesse episódio vemos também a chegada de um novo agente do DEA na Colômbia. Ele consegue usar como informante uma jovem prostituta que participava das festinhas de Pablo Escobar e seus comparsas. Enfim, mais um excelente episódio dessa série que é sem dúvida acima da média. Não deixe de assistir. / Narcos 1.02 - The Sword of Simón Bolivar (Estados Unidos, 2015) Direção: José Padilha / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.03 - The Men of Always
Pablo Escobar surpreende a todos ao decidir se candidatar ao congresso nacional da Colômbia. Coloca um candidato fantoche na frente e se torna seu suplente. Quando esse vence as eleições renuncia em favor do traficante. Claro, tudo combinado. E então Pablo Escobar se torna congressista, só que nesse círculo ele não consegue ser aceito. Logo no primeiro dia em que comparece a uma sessão, o ministro da justiça o denuncia publicamente, colocando sua foto quando foi preso anos atrás. Pablo Escobar retira-se do congresso, renuncia, mas não deixa barato. O ministro da justiça é assassinado logo após, com uma rajada de metralhadora dado por dois assassinos contratados por Pablo Escobar. A vingança, já dizia o ditado, é um prato que se serve frio. / Narcos 1.03 - The Men of Always (Estados Unidos, 2015) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 1.04 - The Palace in Flames
Por causa de narcotraficantes como Pablo Escobar, o governo dos Estados Unidos firmou um acordo de extradição com a Colômbia. E isso, claro, foi uma péssima notícia para os criminosos colombianos que exportavam cocaína para o mercado interno dos Estados Unidos. Nesse episódio vemos como Pablo Escobar comprou o grupo guerrilheiro comunista M-19. Os socialistas invadiram a Suprema Corte do país, mataram juízes e destruíram provas contra Escobar. E o mais interessante de tudo é que o próprio Escobar depois mataria os líderes do M-19, após um pequeno teatrinho, onde ele, todo emocionado, dava a espada de Simon Bolívar para Ivã, o Terrível, um dos chefes do M-19. Pois é meus caros, não se deve confiar em palavra de bandido. Essa é uma regra básica da vida. / Narcos 1.04 - The Palace in Flames (Estados Unidos, 2015) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.  

Narcos 1.05 - There Will Be a Future
Haveria um futuro para a Colômbia? O ultimo candidato a presidente do país que prometeu isso acabou sendo morto por Pablo Escobar e seus homens. Agora surge um novo candidato que inicialmente fica receoso em declarar guerra aos traficantes, mas depois de receber recados dos criminosos decide então pagar para ver, assumindo posições contrárias aos narcotraficantes, como ser a favor da extradição de todos eles para os Estados Unidos, algo que Escobar e seus homens abominavam mais do que tudo em suas vidas. Esse episódio mostra perfeitamente como era delicada a situação dos políticos da época que ousassem enfrentar o cartel de Medelín, até porque muitos deles morreriam por suas ideias de defender a legalidade. / Narcos 1.05 - There Will Be a Future (Estados Unidos, 2015) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.06 - Explosivos
Pablo Escobar matava policiais. E quando os outros matavam esses, eram prontamente recompensados. Nesse episódio há dois momentos marcantes. O primeiro ocorre quando Pablo Escobar contrata um rapaz para gravar uma conversa dentro de um avião. Era uma cilada. O gravador na verdade era uma bomba preparada por um especialista em bombas do grupo espanhol ETA. O jovem nem percebeu quando morreu ao apertar a tecla REC, dentro de um avião, com a morte de dezenas de outras pessoas inocentes. Na outra cena o traficante Gacha é perseguido e morto por forças policiais. Ele é metralhado por um helicóptero policial quando tentava fugir. Ótima sequência, uma das mais lembradas dessa primeira temporada. / Narcos 1.06 - Explosivos (Estados Unidos, 2015) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.07 - You Will Cry Tears of Blood  
A Colômbia (e o mundo) ficam chocados ao descobrirem que Pablo Escobar colocou uma bomba em uma avião comercial, matando uma centena de pessoas inocentes. E ele não parece satisfeito. Começa uma onda de sequestros contra parentes de autoridades e famílias da elite colombiana. Isso cria um clima tal de medo e terror no pais que o presidente colombiano César Gaviria, sob pressão intensa, abre negociação com Pablo Escobar. Outro fato interessante nesse episódio é que vemos o surgimento do Cartel de Cali e sua guerra psicológica contra o Cartel de Medellín, comandado por Escobar. Eles literalmente repartiam o território dos Estados Unidos entre si. Cada um com seu próprio mercado de vendas de drogas, em especial cocaína. / Narcos 1.07 - You Will Cry Tears of Blood (Estados Unidos, 2015) Direção: Fernando Coimbra / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.08 - La Gran Mentira
A morte da jornalista que estava refém da quadrilha de Pablo Escobar choca a Colômbia. O presidente do país acaba cedendo às exigências do narcotraficante internacional e aceita suas condições. Escobar acaba construindo sua própria prisão, que na realidade não era prisão coisa nenhuma. Era uma farsa, uma grande mentira como bem deixa claro o nome original do episódio. Porém antes de ir para seu novo endereço, Pablo Escobar sofre uma grande perda em seu grupo. Seu primo Gustavo Escobar é morto de forma brutal por policiais disfarçados. Claro que Escobar promete vingança pela morte daquele que não era apenas eu primo, mas seu amigo de infância. Uma das pessoas mais próximas a Escobar em sua vida. A vingança, como era de se esperar, promete um novo banho de sangue no país. / Narcos 1.08 - La Gran Mentira (Estados Unidos, 2015) Direção: Fernando Coimbra / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco:  Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.09 - La Catedral
Para Pablo Escobar o que importava era a lealdade. Assim quando dois de seus comparsas mais próximos o roubam e o enganam, bem, suas sentenças de mortes são assinadas. No caso dois criminosos que tinham roubado 250 mil dólares de Escobar. Algo assim não seria tolerado. Pablo os mata dentro de sua prisão que mais se parece com um cassino ou um bordel, cheio de prostitutas. Um deles o próprio Pablo Escobar mata, com um taco de sinuca. O outro é morto por seus homens. E ambos os traidores acabam no forno de alta pressão de sua prisão de mentirinha. No Cartel comandado por Pablo Escobar a pena por roubo e traição dentro do grupo sempre era a pena de morte em execução sumária. / Narcos 1.09 - La Catedral (Estados Unidos, 2015) Direção:  Andrés Baiz / Roteiro:  Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.10 - Despegue
Episódio final da temporada. E como termina a série Narcos? Bom, pelo menos nessa primeira temporada. O cerco vai se fechando para Pablo Escobar. Sua prisão (hotel particular) chamado "A Catedral" é cercada pelo exército colombiano. A intenção é que Pablo Escobar seja transferido para outra prisão, tudo por causa da morte de dois ex-comparsas. Eles foram mortos ali mesmo dentro daquela falsa cadeia. O vice-ministro da Justiça é enviado para negociar, entra na Catedral e vira refém do Escobar e seus homens. Diante de tal situação só resta ao presidente Gavíria mandar invadir o lugar com tropas especiais do exército. Escobar então ruma para sua fuga. O episódio acaba com uma frase do próprio Escobar que disse certa vez: "Eu prefiro uma cova na Colômbia do que uma cela nos Estados Unidos". Quase uma profecia do que iria acontecer com ele algum tempo depois. / Narcos 1.10 - Despegue (Estados Unidos, 2015) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato, Doug Miro / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de dezembro de 2020

The Crown - Terceira Temporada

The Crown - Terceira Temporada
Essa terceira temporada da série foi lançada em novembro de 2019. No total foram produzido dez episódios. A mudança mais significativa foi no elenco. Praticamente todos os atores foram substituídos, por uma razão natural. Conforme os personagens se tornam mais velhos surge a necessidade de também mudar a faixa etária de todos os atores e atrizes da série. A atriz Olivia Colman passou a interpretar a rainha Elizabeth II a partir dessa temporada. Interpretar rainhas não é algo novo em sua carreira, uma vez que ela interpretou a rainha Anne no premiado filme "A Favorita" de 2018. Só que agora precisou mudar de postura. Se a rainha Anne era praticamente uma louca, Elizabeth II sempre foi pura razão e equilíbrio. Enfim, a série continuou com o mesmo padrão de qualidade, que não pode ser qualificado como menos do que ótimo. Abaixo irie comentar os episódios, conforme for assistindo aos mesmos.

The Crown 3.01 - Olding
Ness primeiro episódio da terceira temporada temos mudanças importantes. Logo na primeira cena a rainha Elizabeth II é levada a conferir as novas moedas e cédulas da Libra. O antigo perfil da rainha, a retratando como uma mulher jovem, dá lugar a um novo desenho, com ela já na idade mais avançada. A rainha envelheceu. E os velhos amigos do passado começam a ir embora. Entre eles o ex-primeiro ministro Winston Churchill. Após sofrer um AVC ele finalmente vem a morrer em 24 de janeiro de 1965, em Kensington. Seu funeral tem toda a honra e pompa necessários a esse grande homem, que venceu Hitler e os nazistas durante a II Guerra Mundial. O trabalhista Harold Wilson acaba se tornando o novo primeiro-ministro. Há boatos de que ele seria um espião da KGB e esses rumores chegam até a rainha. Após investigações ela é informada que o espião não é o Mr. Wilson (que chegou inclusive a ser citado numa música dos Beatles), mas sim o próprio curador de artes do palácio de Buckingham. A revelação, como era de se esperar, deixa todos constrangidos e chocados. Um espião da União Soviética dentro do próprio Palácio da rainha, foi realmente um grande choque para todos. / The Crown 3.01 - Olding (Inglaterra, 2019) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 3.02 - Margaretology  
Esse episódio explora muito bem a tensão que existia entre as duas irmãs, a princesa Margareth e a rainha Elizabeth. A irmã mais jovem sempre teve uma personalidade mais expansiva, extrovertida, ela queria ser a rainha. Porém o trono pertencia à Elizabeth simplesmente porque ela era a mais velha filha do rei. Isso deixava Margareth sempre na sombra e como ela sofria por isso. Nesse episódio Margareth viaja até os Estados Unidos e precisa convencer o presidente Johnson a dar aval para um empréstimo que o Reino Unido precisa desesperadamente. E ela, contra todas as previsões, acaba se dando muito bem na Casa Branca, criando uma forte amizade com o presidente. / The Crown 3.02 - Margaretology (Inglaterra, 2019) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 3.03 - Aberfan  
Em 1966 uma grande barragem se rompeu causando a morte de centenas de pessoas, inclusive de 116 crianças que foram soterradas dentro das salas de aula na escola onde estudavam. A tragédia chocou todo o mundo. O primeiro ministro, Mr. Wilson, foi imediatamente ao lugar, na cidadezinha de Aberfan, no país de Gales, para prestar suas homenagens. A rainha Elizabeth II não. Isso causou um grande mal-estar e só depois que os jornais e a reação do público começou a virar contra a coroa foi que ela finalmente decidiu viajar até lá, visitando os lugares da tragédia. Esse episódio mostra um dos maiores arrependimentos da rainha. Ele se arrependeu muito por ter demorado mais de uma semana para reagir a tudo o que estava acontecendo, algo que acabou arranhando de certo modo sua popularidade, a deixando com uma certa imagem de monarca insensível e fria demais para com as tragédias que se abatiam sobre seu povo. / The Crown 3.03 - Aberfan (Inglaterra, 2019) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 3.04 - Bubbikins
O foco desse episódio é todo em cima da peculiar princesa Alice de Battenberg. Ela era a mãe do Duque de Edimburgo, marido de Elizabeth II. Bisneta da rainha Vitória, ela em determinado momento de sua vida decidiu deixar tudo para trás. Se tornou freira e foi viver para ajudar os pobres. Abriu uma ordem religiosa que acolhia órfãos pobres que viviam pelas ruas na Grécia. Quando houve um golpe militar nesse país na década de 1960 ela precisou ir embora e acabou indo passar seus últimos dias de vida no Palácio real em Londres. A história dela já daria espaço para uma série própria, mas aqui em "The Crown" trouxeram de volta essa pessoa realmente extraordinária. Ela era uma nobre, mas acima de tudo uma nobre em sua alma. E a princesa Alice retornava para a Inglaterra em um momento especialmente complicado, onde a família real tentava melhorar sua imagem pública perante o povo britânico. A produção de um documentário vinha justamente nessa direção, algo que no final das contas acabou não dando muito certo. / The Crown 3.04 - Bubbikins (Inglaterra, 20 ) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Jane Lapotaire. 

The Crown 3.05 - Coup  
Eu jamais poderia imaginar que a Inglaterra quase passou por um golpe militar durante a década de 1960. Pois é, um grupo de banqueiros e empresários procuraram um velho almirante veterano, o Lord Mountbatten (interpretado pelo excelente ator Charles Dance) e lhe fizeram uma proposta absurda. Um golpe militar na Inglaterra com o objetivo de tomar o poder do primeiro-ministro socialista Wilson, naquela altura enfrentando sérios problemas econômicos, inclusive com a queda da Libra. E enquanto tudo isso acontecia em Londres, onde estava a Rainha Elizabeth II? Comprando cavalos na França. Imaginem a saia justa, o choque que ela teve quando tudo aconteceu, ainda mais envolvendo um membro da família real. Realmente uma história por demais interessante e de certo modo também assustadora. / The Crown 3.05 - Coup (Inglaterra, 2019) Direção: Christian Schwochow / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Charles Dance, Tobias Menzies, Marion Bailey.

The Crown 3.06 - Tywysog Cymru 
Nesse episódio o príncipe Charles toma posse como príncipe de Gales, mas as coisas não são tão simples como poderiam parecer à primeira vista. Os galeses formam um povo bem ciente de suas origens, sua história. Eles possuem língua própria e cultura bem diferenciada da dos ingleses. Assim Charles vai passar alguns meses no País de Gales com a intenção de aprender sobre sua língua e cultura. O problema é que seu professor é um sujeito que odeia a Inglaterra e sua dominação sobre o País de Gales. Ele sempre foi um republicano que sonhara com a independência de sua pequena nação. Bom episódio, revelando outro aspecto historicamente relevante. Povo nenhum no mundo gosta de ser dominado por outro povo. E o retrato da Rainha Elizabeth II nesse episódio é o pior possível, a mostrando como uma arrogante incorrigível que sequer tinha muita consideração pelo próprio filho. / The Crown 3.06 - Tywysog Cymru  (Inglaterra, 2019) Direção: Christian Schwochow / Roteiro: Peter Morgan, James Graham / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 3.07 - Moondust  
Esse episódio é centrado na chegada do homem à Lua. É o ano de 1969 e esse foi certamente o grande acontecimento histórico daquele ano. O Príncipe Philip fica particularmente abalado por tudo. Ele que sempre quis ser um aviador, começa a sentir frustrado internamente. Ele racionaliza e chega na conclusão que não fez as coisas que queria em sua vida. A velhice chegou e ele se sente um homem não realizado. E quando os três astronautas da Apolo visitam o Palácio de Buckingham, ele se sente um tanto decepcionado com todos eles. Estava esperando encontrar grandes heróis da conquista do espaço, porém encontra apenas 3 homens comuns, que realizaram um grande feito. Nesse episódio, também quase todo centrado na figura do marido de Elizabeth II, ficamos sabendo que ele acabou patrocinando a reunião de um grupo de religiosos que tinham como principal função discutir os grandes temas da vida e da religião. Um feito pessoal que até hoje lhe traz grande orgulho, apesar do começo bem pouco promissor. / The Crown 3.07 - Moondust (Inglaterra, 2019) Direção: Jessica Hobbs / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: .Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter. 

The Crown 3.08 - Dangling Man 
O Rei Eduardo VIII (ou Edward VIII) abdicou da coroa para se  casar com uma americana divorciada. Foi algo único na história da monarquia inglesa. Mágoas sobraram para todos os lados, principalmente em relação à família real. Assim quando ele piora em sua saúde, quando o seu médico diz que tem poucos dias de vida, a Rainha Elizabeth II lhe faz uma visita de despedida, de adeus. O velho monarca, sem coroa e sem trono, agoniza, mas faz de tudo para receber a rainha como ainda se deve. E lhe dá cartas escritas a ele pelo princípe Charles, o que talvez seja uma pista do porquê Elizabeth nunca ter abdicado do trono em favor do filho, mesmo estando bem velha. Algo ali definitivamente não lhe agradou. / The Crown 3.08 - Dangling Man (Inglaterra, 20'9) Direção: Samuel Donovan / Roteiro: Peter Morgan, David Hancock / Elenco:  Olivia Colman, Tobias Menzies, Marion Bailey. 

The Crown 3.09 - Imbroglio 
O príncipe Charles era apaixonado por Camila muito antes de conhecer Diana. É o que descobrimos quando assistimos a esse episódio. Só que esse romance não era bem visto pelos membros da família real. No máximo eles viam Camila como um mero passatempo para o herdeiro do trono, um prazer temporário e não como uma mulher digna de casar com o futuro Rei da Inglaterra. E isso fica bem claro aqui. No começo a mãe de Charles, a rainha Elizabeth II, até viu com certa tolerância esse namoro, mas depois ficou assustada com as atitudes do filho. E nesse episódio também vemos o enterro de Edward VIII, o velho monarca que abdicou da coroa para casar com uma americana divorciada. Alguém que Charles gostava e que de maneira em geral se inspirava. Olha o tamanho do problema. / The Crown 3.09 - Imbroglio (Inglaterra, 20 ) Direção: Samuel Donovan / Roteiro: eter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter.  

The Crown 3.10 - Cri de Coeur
Último episódio da terceira temporada. E como termina a série The Crown? Bom, para encerrar esse ciclo de episódios temos o Jubileu de Ouro da rainha Elizabeth II. Tudo é motivo para a festa do povo da Inglaterra, mas a própria monarca não se sente tão realizada assim. Ela chega a perguntar porque o país piorou tanto com ela no trono. Entretanto o foco principal desse episódio é mesmo a irmã Margareth, mais uma vez envolvida com problemas envolvendo seus homens. Está quase divorciada do marido e arranja um amante para curtir com ela as maravilhas de uma ilha no Caribe. Claro que isso tudo vira um grande escândalo nos tablóides ingleses. Há sempre um preço a se pagar por fazer parte da família real. / The Crown 3.10 (Inglaterra, 2019) Direção: Jessica Hobbs / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Olivia Colman, Tobias Menzies, Helena Bonham Carter   

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

SWAT - Segunda Temporada

SWAT - Segunda Temporada
Depois de assistir toda a primeira temporada, na íntegra, começo a ver os episódios da segunda temporada da série "SWAT - Força de Intervenção". A temporada dois começou a ser exibida em setembro de 2018. No total foram produzidos 23 epistódios, que inclusive podem ser assistidos de forma avulsa. As histórias de cada episódio são independentes, com uma tênua linha narrativa ligando todos eles. É uma série policial mainstream, exibida na TV aberta nos Estados Unidos, por isso não espere por algo que fuja do convencional. Mesmo assim é um bom passatempo. Vou assistir aos episódios de forma gradual e conforme for assistindo irei colocando aqui os reviews de cada um.

SWAT 2.01 - Shaky Town
O episódio começa com Jim Street participando de um racha de motos nas ruas de Los Angeles! Como é?! Um policial participando de rachas? Pois é, depois que foi desligado da SWAT ele parece ter adotado um estilo louco de vida. Hondo continua inflexível, nem pensa em reintegrar ele ao grupo. Enquanto isso Street volta para a patrulha. Mesmo atuando de forma heroica, como quando salva uma garotinha de ser eletrocutada por um fio de alta tensão na água, ele não consegue seu passaporte de volta para a SWAT. A missão do grupo nesse episódio é resgatar um grupo de crianças, imigrantes ilegais, que caíram em mãos da máfia do tráfico de pessoas. O problema é que bem no meio da operação, Los Angeles sofre um forte terremoto, causando caos e destruição nas ruas da cidade de 10 milhões de habitantes. Situação tensa. Em um episódio cheio de cenas de ação destaco a fuga de um criminoso com um helicóptero, com um membro da SWAT pendurado na aeronave, quase caindo no abismo abaixo de si. / SWAT 2.01 - Shaky Town (Estados Unidos, 2018) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.02 - Gasoline Drum
Gostei realmente muito desse episódio. Na história a ex-esposa de um cruel e violento traficante de heroína foge da Turquia para os Estados Unidos, para Los Angeles. O marido vai atrás dela pois quer seus filhos ao seu lado, custe o que custar. E ele leva seu bando de criminosos junto, todos conhecidos como Ômegas. Eles invadem uma casa onde a mulher está e entram em confronto direto com a SWAT. Troca de tiros da pesada mesmo, com ótimas cenas de ação. E eles são muito bem armados, possuem treinamento militar e veículos USV completamente blindados. Não é algo fácil para Hondo e seus homens enfrentarem esse tipo de criminoso internacional. Também achei esse episódio muito bem escrito, com destaque para a luta de Hondo para ajudar o filho de um amigo que está na cadeia cumprindo pena. O garoto tem 15 anos e já está envolvido com roubos e assaltos. Hondo tenta endireitar o caminho dele, mas descobre de forma amarga que nem todas as pessoas querem se salvar. / SWAT 2.02 - Gasoline Drum (Estados Unidos, 2018) Direção: John F. Showalter / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.03 - Fire and Smoke  
Fogo e fumaça, é esse o nome em português desse episódio. Um grupo de criminosos violentos usam de bombas incendiárias para eliminar seus alvos, suas vítimas. E as coisas só pioram. Uma testemunha de um caso importante, envolvendo inclusive suborno de servidores públicos, é morta dessa maneira. Um criminoso joga uma bomba Molotov dentro de seu carro. Ela morre imediatamente. E tudo parece ser ordem de um mafioso armênio chamado George Tarzian, velho conhecido da polícia. Um assassino e criminoso que mata sem piedade. No lado pessoal dos personagens, Hondo precisa recuperar o velho carro de seu pai que foi levado por um "fiador" conhecido dele. Bom episódio, com boas cenas de ação e muito fogo. / SWAT 2.03 - Fire and Smoke (Estados Unidos, 2018) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.05 - S.O.S.  
Episódio muito bom, onde a ação se passa toda dentro de um navio de luxo, um cruzeiro. Antes de entrar no porto de Los Angeles o navio é feito refém de dois traficantes de drogas que estariam levando cocaína do México para os Estados Unidos. Um dos tripulantes consegue entrar em contato com a política e a marinha mercante e a SWAT entra em ação. O problema é que por se tratar de uma embarcação de grande porte, com mais de mil passageiros, tudo se torna ainda mais complicado. Qualquer operação policial poderia resultar em mortes dos passageiros. Ação e tensão nas doses certas. Episódio acima de média, bem recomendado para os fãs da série. / SWAT 2.05 - S.O.S. (Estados Unidos, 2018) Direção: Larry Teng / Roteiro:  Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.06 - Never Again  
Um grupo de mulheres israelenses, com experiência militar no exército de Israel, formam uma quadrilha especializada em roubo de diamantes. Elas agem com equipamento especial, fortemente armadas e mesmo na presença da SWAT não se intimidam. São duronas e abrem fogo contra os policiais comandados por Hondo. Nesse episódio podemos notar também como os roteiros estão trabalhando melhor todos os personagens, mostrando suas vidas privadas. Descobrimos, por exemplo, que a policial Christina 'Chris' Alonso (Lina Esco) é bissexual e está atrás de uma parceira. Acaba encontrando uma garota, mas ela quer que Chris também se envolva com seu noivo. Uma situação bem delicada. Será que ela vai aceitar esse convite fora dos padrões? / SWAT 2.06 - Never Again (Estados Unidos, 2018) Direção: Marc Roskin / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Lina Esco, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.07 - Inheritance  
Hondo está passeando de boa com sua namorada quando seu carro é parado por um patrulheiro rodoviário. A razão? Basicamente nenhuma a não ser o racismo do tal policial, o que deixa Hondo irado pois ele já passou por isso inúmeras vezes em sua vida. Todo negro visto dirigindo um bom carro acaba sendo confundido com traficantes de drogas ou criminosos, na mente dessa gente racista. Essa parte do episódio é bem importante, por trazer consciência social aos espectadores, mas não é o principal mote dessa história. A principal linha narrativa traz uma quadrilha de sequestradores que imitam o infame caso de Patty Hearst nos anos 70. O sequestro agora é feito com a filha de um magnata das redes sociais. E eles querem muito mais do que apenas o dinheiro do resgate. / SWAT 2.07 - Inheritance (Estados Unidos, 2018) Direção: Romeo Tirone / Roteiro: Writers: Robert / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.08 - The Tiffany Experience
Nesse episódio temos uma garota chamada Tiffany. Ela é uma vlogueira influencer com milhões de seguidores na internet. Quando ela dá uma festa para seus fãs as coisas fogem do controle. Tiros são ouvidos e a SWAT é chamada. Há um atirador no local. E ele é um fã obsessivo, um daqueles tipos que enlouquecem e começa a matar todas as pessoas que um dia fizeram algum tipo de mal para Tiffany. E tudo acaba virando uma grande live na internet, com os principais acontecimentos sendo transmitidos ao vivo, com milhares de seguidores. Pelo visto vale (quase) tudo para ter seguidores no meio virtual. Sinal dos tempos em que vivemos nos dias de hoje. Uma calamidade e uma estupidez sem tamanho. / SWAT 2.08 - The Tiffany Experience (Estados Unidos, 2018) Direção: Guy Ferland / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.09 - Day Off 
Péssimo dia para Hondo. Ele descobre que sua própria irmã foi vítima de um estuprador em Los Angeles. O criminoso aplica o famoso golpe do "Boa Noite Cinderela" nela. A sorte é que Hondo chega na hora, com ela caída no banheiro de um nightclub. Outro vilão, em busca de vingança contra um CEO do setor de alta tecnologia, resolve colocar uma substância química no sistema de ventilação no prédio onde funciona a companhia. Caberá a SWAT impedir que isso aconteça. E não apenas no trabalho que os policiais encontram problemas. Ao seu mudarem para um bairro controlado por uma gangue, eles descobrem que provavelmente vão ter problemas com eles. É só uma questão de tempo para o confronto acontecer. / SWAT 2.09 - Day Off (Estados Unidos, 2018) Direção: Lexi Alexander / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.10 - 1000 Joules
Um laboratório forense é atacado por um trio de criminosos fortemente armados. Eles entram, matam o guarda e depois atiram em uma doutora que estava saindo do local, após seu expediente. O que justificaria tamanha atrocidade em um ambiente da ciência como aquele? Simples de entender. Os criminosos queriam roubar provas e evidências que seriam usados em tribunais para condenar outros meliantes. Claro que a SWAT entra no caso. Como diz o comandante lgoo após a invasão do laboratório, "É hora de soltar a coleira da SWAT". Entenda como bem quiser. / SWAT 2.10 - 1000 Joules (Estados Unidos, 2018) Direção: David Rodriguez / Roteiro: Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.11 - School 
Esse episódio foi completamente inspirado no massacre de Columbine quando dois estudantes fortemente armados entraram em uma escola e mataram outros alunos e professores. Inclusive se você prestar atenção vai perceber que há uma personagem que é a mãe de um dos assassinos que agora dá palestras sobre o que aconteceu. Essa personagem é o espelho da mãe de um dos atiradores de Columbine, o Dylan. Assim temos um dos episódios mais marcantes da temporada, inclusive com um trecho final importante onde os atores dão um aviso sério sobre violência nas escolas e as formas de se evitar que uma nova tragédia como a que aconteceu em Columbine volte a acontecer. / SWAT 2.11 - School (Estados Unidos, 2019) Direção: Billy Gierhart / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 2.12 - Los Huesos 
Como controlar uma gangue mexicana violenta que está agindo nos subúrbios de Los Angeles? Bom, reza a boa cartilha policial que infiltrar membros da polícia dentro dessas quadrilhas de criminosos pode ser uma das melhores opções. E é justamente essa a solução encontrada pelos policiais do departamento. Duas policiais, uma delas da SWAT, são enviadas para o México, para assim descobrir tudo por dentro, onde eles vão agir, o que pretendem fazer, desvendar os planos de crimes futuros. E claro que algo assim se torna extremamente perigoso para a vida e a integridade física das agentes envolvidas nessa infiltração dentro do crime organizado. / SWAT 2.12 - Los Huesos (Estados Unidos, 2019) Direção: Alex Kalymnios / Roteiro:  Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.13 - Encore
Um grupo de jovens radicais, envolvidos com um grupo terrorista extremista, que luta contra o capitalismo, volta a atacar. Eles sequestram empregados de grandes corporações de Los Angeles e pedem milhões de dólares por suas vidas. Esses militantes já tinham aparecido em um episódio anterior da série e agora retornam, para espalhar medo e terror por toda a cidade. E para enfrentar esse novo tipo de crime a SWAT é chamada para atuar. E para surpresa dos demais policiais do grupo, o stress de ter que ligar com esse tipo de gente acaba abalando até mesmo o comandante Daniel 'Hondo' Harrelson. Ele começa a dar broncas nos demais policiais, muitas vezes agindo de forma inapropiada. Certas engrenagens dentro da SWAT precisam de um conserto ou pelo menos de uma revisão. / SWAT 2.13 - Encore (Estados Unidos, 2019) Direção: Rob Greenlea / Roteiro: Aaron Rahsaan / Elenco: Shemar Moore, Luke Forbes, Jay Harrington. 

SWAT 2.14 - The B-Team
Um grupo de jovens japoneses, envolvidos na questão de uma cidade no Japão onde existe uma grande base naval dos Estados Unidos, decide tentar constuir uma arma suja (como são conhecidas armas nucleares contrabandeadas). Um caso delicado para a SWAT potencializado pelo perigo mortal que uma arma dessas poderia causar. Na outra linha narrativa bombeiros e policiais disputam jogos internos entre eles. Rivalidade, claro, mas tudo feito na base da esportividade e camaradagem. Um bom episódio, gostei, apesar de achar que jovens japoneses não chegariam a esse grau de insanidade. / SWAT 2.14 - The B-Team (Estados Unidos, 2019) Direção: Maja Vrvilo / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 2.15 - Fallen
Morte de policial. Um patrulheiro estaciona seu carro para comer algumas rosquinhas. Um grupo de jovens armados entram por trás e abrem fogo. Ele morre. O crime choca Hondo e a equipe da SWAT. Não demora muito e outro policial é morto. Um patrulheiro também. Os crimes possuem ligação e envolvem tiras corruptos ligados a quadrilhas de criminosos latinos na periferia de Los Angeles. Barra-pesada. Bom episódio mostrando uma cena de ação com a SWAT tendo que lidar com uma população de periferia em fúria. O que fazer nesse tipo de situação delicada? Assista para conferir. / SWAT 2.15 - Fallen (Estados Unidos, 2019) Direção: Guy Ferland / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell. 

SWAT 2.16 - Pride
Um radialista homofóbico de Los Angeles incentiva as pessoas a boicotarem a parada do orgulho gay na cidade. E as coisas só pioram quando ouvintes resolvem se organizar para praticar atos violentos contra os homossexuais que vão participar do evento. Um deles joga seu caminhão em cima de dois rapazes, dando começo a uma situação de crise na cidade. Ao mesmo tempo o comissário de polícia encontra seu filho como voluntário da parada, uma situação delicada porque no passado eles sempre tiveram problemas de relacionamento pessoal. / SWAT 2.16 - Pride (Estados Unidos, 2019) Direção: Nina Lopez-Corrado / Roteiro: Robert Hamner / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell.

SWAT 2.17 - Jack
Uma quadrilha de criminosos começa a roubar carros de luxo em Los Angeles. Um crime incomum, uma vez que esses carros possuem mercado muito limitado de venda mesmo no Mercado negro e eles agem de forma violenta agredindo as pessoas até mesmo na frente de suas casas. A SWAT entra em campo para solucionar o problema e acaba descobrindo que há envolvimento de traficantes internacionais de heroína com o roubo dos carros, pior do que isso, há também o envolvimento mafiosos italianos que estavam há muito tempo fora de ação nos Estados Unidos. Bom episódio da série, bem movimentado e com o roteiro coeso e interessante. / SWAT 2.17 - Jack (Estados Unidos, 2019) Direção: Larry Teng / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman.

SWAT 2.21 
Durante uma operação policial uma civil é morta. A situação fica tensa dentro da SWAT, com Hondo tendo perigo de inclusive ser processado, condenado e expulso da força. Sua única salvação seria uma câmera que teria filmado tudo provando a inocência dos policiais.  Episódio de rotina, mas sempre mantendo o interesse para quem curte uma boa série policial ao velho estilo. A série faz sucesso na TV aberta dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Grey's Anatomy - Décima Temporada

Grey's Anatomy - Décima Temporada
Essa temporada de "Grey's Anatomy" foi exibida originalmente na TV americana, no canal abc, entre os meses de setembro de 2013 a maio de 2014. Sobre essa série não há muito o que dizer. É um dos grandes fenômenos de audiência da TV dos Estados Unidos, sempre se mostrando muito competitiva no mercado de canais abertos, ou seja, o mundo televisivo mais importante a ser conquistado dentro da televisão naquele país. Só as séries campeãs conseguem ficar no ar por tanto tempo. Nesse ponto "Grey's Anatomy" se mostra mesmo imbatível pois já está em sua décima sétima temporada! Recentemente inclusive tratou do tema envolvendo a chegada do coronavírus, sobre a pandemia. E o sucesso de audiência consolidou ainda mais o programa. E isso levando-se em conta que a primeira temporada chegou ao ar em 2005. São 15 anos em exibição, não é pouca coisa! Vou comentando os episódios dessa temporada conforme for assistindo.

Grey's Anatomy 10.01 - Seal Our Fate  
Primeiro episódio da décima temporada. No final da temporada anterior o Dr. Richard Webber (James Pickens Jr.) descia ao porão do hospital para religar o gerador de energia bem no meio de uma tempestade. Acabava sendo eletrocutado. Nesse primeiro episódio a jovem Dra. Heather Brooks (Tina Majorino) vai em busca dele e o encontra caído no chão, ao lado do gerador. Só que ao tentar socorrer o Dr. Webber acabava pisando na água do lado do gerador, sendo também eletrocutada. Depois eles são resgatados e a equipe médica tenta salvar a vida dos dois. O problema surge quando a Dra. Cristina Yang (Sandra Oh) e a Dra. Miranda Bailey (Chandra Wilson) não conseguem chegar em um acordo sobre como isso deve ser feito. Quel seria o procedimento médico certo a se adotar? Caberá então a Dra. Dr. Meredith Grey (Ellen Pompeo) decidir a questão. E essa decisão deve ser tomada quando ela ainda está de cama, se recuperando de seu próprio parto! Bom episódio que nos Estados Unidos foi exibido conjuntamente com o segundo episódio, se transformando em um especial de duas horas no canal abc. / Grey's Anatomy 1.01 - Seal Our Fate (Estados Unidos, 2013) Direção: Rob Corn / Roteiro: Shonda Rhimes, Joan Rater / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey´s Anatomy 10.02 - I Want You with Me  
A jovem Dra. Heather Brooks não resiste. Ele foi eletrocutada no episódio anterior e devido a isso morre. Eu já desconfiava que algum personagem importante, ou pelo menos algum personagem da equipe médica, iria falecer. E a Dr. Brooks acabou sendo a escolhida. Quando a mãe dela recebe a notícia no hospital ainda tem que ouvir certas besteiras inúteis contadas, sem nenhuma emoção, pelas colegas dela. Senti um frio daquela gente que vou te contar. O Dr. Webber vai sobrevivendo, apesar de todas as complicações envolvendo as decisões que devem ou não ser tomadas pela equipe para salvar sua vida. Por fim a Dra. Arizona vai perdendo a cabeça, depois que foi abandonada pela esposa que levou inclusive sua filha adotada para a casa de Meredith Grey. Nem é surpresa o drama que aquilo tudo acaba virando. PS: O nome original em inglês desse episódio é o nome de uma música que Elvis Presley gravou em 1961. Pena que não tocaram ela no episódio, mas enfim. / Grey´s Anatomy 10.02 - I Want You with Me (Estados Unidos, 2013) Direção: Chandra Wilson / Roteiro: Shonda Rhimes, Debora Cahn / Elenco:  Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey´s Anatomy 10.03 - Everybody's Crying Mercy  
Nesse episódio descobrimos algumas coisas. A mais importante é que o Dr. Richard Webber não queria ser salvo. A partir do momento em que ele foi eletrocutado e não poderia mais retomar a uma vida normal, ele contava que alguém deixasse ele ir embora. Por isso acabou escolhendo a Dra. Meredith Grey para tomar essa decisão. Ele não queria sobreviver, precisando usar uma sonda para se alimentar. Ele preferia realmente morrer do que viver assim, só que Grey tomou a decisão sentimental e humanitária, salvando sua vida, o deixando numa situação, digamos, delicada. E isso tudo fica claro na cena final, de grande impacto. Grey fica ao seu modo bem chocado, tanto que retira a mão que estava consolando Webber. O que virá depois? Vamos acompanhar nos próximos episódios. / Grey´s Anatomy 10.03 - Everybody's Crying Mercy (Estados Unidos, 2013) Direção: Tony Phelan / Roteiro: Shonda Rhimes, Tia Napolitano / Elenco:  Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey´s Anatomy 10.04 - Puttin' on the Ritz
Manter um hospital custa caro, muito caro. E de tempos em tempos os médicos precisam trabalhar de outra forma. Usam roupas de festa, passam maquiagem e vão a luta em festas cujo propósito é arrecadar fundos para que o hospital continue funcionando. O alvo são ricaços que podem contribuir com generosos valores nesse sentido. E é justamente o que acontece nesse episódio com uma festa até bem extravagante, ao estilo circense, com acrobatas, palhaços e shows de mágica. Só que o que começou como uma grande celebração acaba mal quando um dos trapezistas cai no chão, depois de uma forte queda! / Grey´s Anatomy 10.04 - Puttin' on the Ritz (Estados Unidos, 2013) Direção: Rob Corn / Roteiro: Shonda Rhimes, Austin Guzman / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey´s Anatomy 10.05 - I Bet It Stung  
Esse episódio tem o estranho caso do sujeito que decidiu colocar seu pênis em uma colméia de vespas. Era louco? Não, segundo a esposa ele só teria um estranho prazer de sentir dor. Só que dessa vez ele exagerou e deu ruim... muito ruim. Também tem um duplo transplante de fígado e coração o que acaba gerando uma saia justa entre a Dra. Meredith Grey e a cirurgiã Dra. Cristina Yang. A inteligente oriental diz com todas as letras que Grey já não se dedica totalmente à cirurgia. A razão? Ela é mãe e muitas vezes se preocupa mais com sua filha adotada Zola do que com os pacientes. Complicado demais. E o pior de tudo é que ela tem toda a razão. / Grey´s Anatomy 10.05 - I Bet It Stung (Estados Unidos, 2013) Direção: Mark Jackson / Roteiro:  Shonda Rhimes, Jeannine Renshaw / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey´s Anatomy 10.06 - Map of You  
Como funciona o cérebro humano? Pois é, são bilhões de neurônios em trilhões de conexões. Essas conexões determinam o que somos, do que gostamos, de quem amamos. E é justamente em uma delicada operação cerebral que o Dr. Derek Shepherd (Dempsey) perde um de seus pacientes. Operação muito perigosa, poucas vezes tentada. O resultado é o pior possível e o paciente vem a óbito. Já a Drs. Meredith Grey (Ellen Pompeo) decide fazer uma pesquisa médica. Ela tem a oportunidade de resgatar uma antiga pesquisa feita por sua mãe e nunca terminada. Mas seria essa uma boa escolha? Por fim o Dr. Alex Karev decide reeencontrar seu pai, agora um músico de bar. Rever ele acaba terminando mal, muito mal. / Grey´s Anatomy 10.06 - Map of You (Estados Unidos, 2013) Direção: David Greenspan / Roteiro: Shonda Rhimes, William Harper / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey´s Anatomy 10.07 - Thriller 
Esse é um episódio de Halloween. Enquanto alguns pacientes chegam ao hospital feridos e sangrando, afirmando que foram mordidos por zumbis, uma estranha senhora percorre os corredores do hospital. Ela diz que foi atendida pela jovem Dra. Brookes, mas isso não faz o menor sentido pois ela morreu (eletrocutada naquele episódio anterior). Por fim os jovens médicos tentam cair nas graças do hospital, para serem escolhidos na cirurgia do Dr. Richard Webber. Quem disse que vai ser fácil? Bom episódio, curti, até pela tentativa de se fazer algum tipo de humor negro com as festividades do Dia das Bruxas. / Grey´s Anatomy 10.07 - Thriller (Estados Unidos, 2013) Direção: Cherie Nowlan / Roteiro: Shonda Rhimes, Gabriel Llanas / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers, 

Grey´s Anatomy 10.08 - Two Against One
A Dra Miranda Bailey começa a apresentar um comportamento estranho nesse episódio. Ela começa a ter "panes" no meio de uma cirurgia. Algumas vezes troca as palavras no meio de uma conversa e termina sofrendo uma espécie de crise, estalando os dedos. Ainda é cedo, mas acredito que esteja sofrendo de algum distúrbio mental. Enquanto isso a Dra.  Meredith Grey insiste em sua impressora 3D. Quem sabe, no futuro, se possa imprimir um órgão humano numa impressora dessas? Tudo é possível. Por fim o Dr. Webber, mesmo internado, salva a vida de uma vizinha de quarto no hospital. Ela cai no corredor e ele faz sua ressuscitação. Médico é médico, mesmo sendo paciente. / Grey´s Anatomy 10.08 - Two Against One (Estados Unidos, 2013) Direção: Kevin McKidd / Roteiro: Meg Marinis / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers, Chandra Wilson. 

Grey´s Anatomy 10.09 - Sorry Seems to Be the Hardest Word
Gostei bastante desse episódio - o melhor dessa décima temporada até aqui. O tema é o erro médico. Não tem jeito, em algum momento da carreira os médicos acabam cometendo um erro grave, são processados e suas vidas viram de cabeça para baixo. A Dra. Callie Torres (Sara Ramirez) faz uma operação de quadril em um atleta olímpico e tudo dá errado. Ele tem um problema no coração bem no meio da operação, precisa ser fechado rapidamente e ela deixa um curativo dentro do corpo do rapaz. A coisa vira uma infecção, sua circulação nas pernas é interrompida e a coisa fica tão séria que se torna necessário amputar suas duas pernas. Que coisa terrível de se acontecer. E depois de tudo isso, claro, o paciente a processa - e ao hospital. Esse foi um dos episódios mais realistas da série. Deixou um pouco o glamour da vida de uma médica para mostrar que essa profissão é para poucos. É uma das profissões mais arriscadas e perigosas do mundo, desde tempos antigos. / Grey´s Anatomy 10.09 - Sorry Seems to Be the Hardest Word (Estados Unidos, 2013) Direção: Jeannot Szwarc / Roteiro: Stacy McKee / Elenco: Sara Ramirez, Sandra Oh, Ellen Pompeo, Jessica Capshaw.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Joana D'Arc

Grande clássico do cinema, contando a história de uma das personagens mais famosas da Idade Média. No século XV, em plena guerra dos cem anos entre Inglaterra e França, surge uma pobre camponesa chamada Joana (Ingrid Bergman) afirmando que Deus teria lhe dado uma missão divina. Ela deveria marchar com as tropas francesas para expulsar o invasor inglês de seu país. Ainda mais, após a vitória ela deveria ajudar a colocar no trono o futuro Rei Carlos VII (José Ferrer). Animados pela presença da vidente em suas fileiras, o exército francês começa uma série de campanhas vitoriosas contra as tropas do exército do Rei britânico Henrique VI, virando completamente os rumos do sangrento conflito. Após atingir seus objetivos, concretizando o que diziam suas vozes a agora adorada pelo povo, Joana D'Arc, de apenas 19 anos, acaba sendo traída e enviada para um tribunal religioso corrompido pela coroa da Inglaterra. Seu destino acaba se tornando trágico. Excelente filme histórico, dirigido por Victor Fleming, o mesmo cineasta do clássico imortal "E O Vento Levou". Aqui temos uma das personagens históricas mais conhecidas de todos os tempos, Jeanne d'Arc (1412 - 1431). Heroína francesa, ela se tornaria santa católica séculos depois de sua morte, quando o Papa Bento XV finalmente reconheceu que seu julgamento foi uma grande farsa, comandada por interesses políticos ingleses. Afinal ela seria considerada a grande responsável pelas derrotas sofridas pelas tropas do Rei Henrique VI.

Joana foi um símbolo, tanto do ponto de vista religioso como político. De certa forma ela foi usada pelos franceses como um sinal divino de que, naquela guerra que parecia interminável, Deus estaria do lado da França. Isso de fato aumentou a moral do exército francês que a partir daí colecionou vitórias e mais vitórias contra os ingleses. Infelizmente Joana estava do lado de um Rei francês corrupto, fraco e frívolo chamado Carlos VII, que não pensou duas vezes em praticamente vendê-la aos ingleses em troca de uma grande soma em dinheiro. Nas mãos dos inimigos foi montado um julgamento completamente parcial que tinha como único e exclusivo objetivo a enviar para a fogueira para ser queimada como herege e bruxa. E de fato os ingleses a chamavam de feiticeira durante as sangrentas batalhas das quais participou. A produção é de excelente nível. Indicada a vários Oscars e vencedor do prêmio nas categorias de Melhor Figurino e melhor direção de fotografia. O filme se revelou tão complicado de se filmar que o estúdio contratou três diretores, sendo que todos eles foram premiados com o Oscar. A atriz Ingrid Bergman encarna a guerreira com perfeição. Ora inocente, ora seguidora de uma fé cega, Joana logo cai nas mãos de traidores que nem pensaram duas vezes antes de a enviar para um terrível martírio. Temos que reconhecer que há uma clara simplificação na história de Joana no filme. Isso é até fácil de entender pois a intenção não era fazer um épico com três ou mais horas de duração. Assim a trama política que envolveu Joana na vida real foi simplificada para dar mais agilidade ao roteiro, decisão que se mostra acertada pois o filme realmente tem um desenvolvimento excelente, jamais cansando o espectador.

Na época em que viveu, Joana teve muitos inimigos, príncipes gananciosos, nobres ateus, pequenos reinados e feudos que a queriam morta. Como forma de enxugar tudo isso os roteiristas colocaram apenas os ingleses e os borguinhões como seus inimigos viscerais. O julgamento de Joana, que ficou famoso na história, tema de inúmeros livros e filmes, também foi simplificado, contando apenas com os mais marcantes momentos. Nada disso porém traz o menor demérito ao filme que certamente continua excelente, mesmo revisto hoje em dia. Como Joana D'Arc sempre foi uma personagem muito marcante na história, o cinema de vez em quando realiza produções explorando sua enigmática biografia. São mais de 90 filmes feitos enfocado a santa guerreira medieval. Essa produção da RKO pode certamente ser considerado uma das melhores, até porque conta com a preciosa e iluminada interpretação de Ingrid Bergman, musa do cinema que ficou imortalizada no eterno clássico "Casablanca". Ela está no tom certo e em termos estéticos ficou maravilhosa com os cabelos curtos tão característicos de Joana. Também adota uma postura de grande respeito com a sua personagem, a tornando muito digna e devota, tal como os livros de história a retrataram por todos esses séculos. Assim se o tema lhe chama a atenção e a personagem lhe desperta curiosidade ou interesse, não deixe de assistir a esse clássico absoluto do cinema americano. É um filme grandioso que realmente faz jus à donzela de Orleans.

Joana D'Arc (Joan of Arc, Estados Unidos, 1948) Estúdio: RKO Pictures / Direção: Victor Fleming / Roteiro: Maxwell Anderson, Andrew Solt / Elenco: Ingrid Bergman, José Ferrer, Francis L. Sullivan / Sinopse: O filme conta a história real da jovem Joana D'Arc. Durante a Idade Média ela afirmava ter visões de Deus. Nessas visões ela teria que ir para a guerra em defesa de seu país a França, para derrotar os ingleses que invadiam suas terras. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Joseph A. Valentine, William V. Skall e Winton C. Hoch) e melhor figurino (Dorothy Jeakins e Barbara Karinska). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Ingrid Bergman), melhor ator coadjuvante (José Ferrer), melhor direção de arte, melhor edição e melhor música (Hugo Friedhofer).

Pablo Aluísio.

Júlio César

Em sua carreira Charlton Heston interpretou grandes nomes da história. Foi Moisés em "Os Dez Mandamentos". Foi o guerreiro medieval El Cid em grande produção e deu vida a Ben-Hur no grande clássico da história do cinema, embora esse último seja um personagem de ficção. Assim era natural que mais cedo ou mais tarde ele fosse interpretar grandes nomes da história romana. Nesse filme ele interpreta Marco Antônio, o mais fiel aliado de Júlio César, o general que acabou se tornando o símbolo da transição da República para o Império na Roma antiga. Embora tivesse sido interpretado com brilhantismo por Richard Burton no clássico "Cleópatra", o fato é que nenhum outro ator em Hollywood parecia tão talhado para esse papel do que o próprio Charlton Heston.

Na trama voltamos no tempo, de volta ao passado glorioso de Roma. Júlio César retorna vitorioso de suas campanhas militares e almeja tomar todo o poder da república para si, deixando de lado a força do senado romano. Em reação a isso um grupo de senadores resolvem matar César para salvar o sistema republicano. Marco Antônio (Charlton Heston), o mais leal general de César, resolve então iniciar uma campanha para inflamar o povo contra os conspiradores assassinos, entre eles Brutus e Caius Cassius. A guerra civil volta a surgir nos horizontes da cidade eterna.

Essa produção da década de 1970 é uma adaptação da famosa peça de autoria de William Shakespeare. Inicialmente essa é a principal informação ao espectador. E o que isso necessariamente significa? Significa que não é um épico com grandes cenas de batalha e lutas cenográficas entre legiões romanas, não, se trata mesmo de um filme com clara linguagem teatral, com o elenco se esforçando ao máximo para declamar o rico vocabulário do texto original do grande mestre inglês. Outro ponto a se destacar é que o roteiro se apoia bastante nas figuras dos personagens Brutus e Caius Cassius, dois membros do senado romano que conspiraram para a morte de Júlio César pois esse estava obviamente querendo concentrar todo o poder em suas mãos, deixando o senado e o conceito de república completamente para trás. A trama se concentra da morte de César nos idos de março até a batalha em que Marco Antônio (Charlton Heston) e Otávio, o sobrinho e herdeiro de César, futuro imperador romano Augusto, conseguem retomar o poder em Roma. Não há sinal de Cleópatra e nem dos acontecimentos que ocorrem depois que essa aliança é formada (aliança essa que duraria pouco tempo aliás). Enfim, fica a recomendação desse bom momento de Shakespeare na sétima arte. Aqui contando com um elenco classe A.

Júlio César (Julius Caesar, Inglaterra, 1970) Estúdio: Commonwealth United Entertainment / Direção: Stuart Burge / Roteiro: Robert Furnival, baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Charlton Heston, Jason Robards, John Gielgud / Sinopse: Júlio César, general e político romano, acaba sendo assassinado dentro do senado romano em 15 de março de 44 a.C. Sua morte desencadeia uma série de eventos violentos, culminando numa sangrenta guerra civil.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O Solar das Almas Perdidas

Título no Brasil: O Solar das Almas Perdidas
Título Original: The Uninvited
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis Allen
Roteiro: Dodie Smith, Frank Partos
Elenco: Ray Milland, Ruth Hussey, Donald Crisp, Cornelia Otis Skinner, Dorothy Stickney, Barbara Everest

Sinopse:
Um compositor e sua irmã à procura de uma nova casa se deparam com uma antiga mansão no estilo gótico sendo vendida a um preço realmente tentador. Com sua construção lembrando a era vitoriana, a proposta de sua compra se torna irrecusável. Após a compra da propriedade, eles se mudam para o local, mas logo percebem que há algo de muito errado com aquela velha casa. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (Charles Lang).

Comentários:
Um clássico dos filmes de terror e suspense, "O Solar das Almas Perdidas" tem um daqueles enredos bem tradicionais envolvendo casas mal assombradas. Curiosamente a tônica desse argumento nem sempre se apega a sustos e medo em série. Há uma clara tentativa também de mostrar com um certo humor negro tudo o que os personagens passam ao seu mudaram para aquele velho casarão, que por si só é bem sinistro. A direção foi entregue ao veterano cineasta inglês Lewis Allen, que com muita classe soube desenvolver a história com charme e elegância, jamais caindo na caricatura ou no humor involuntário. Isso de certa forma era mesmo de se esperar pois os ingleses, de uma forma em geral, têm muita experiência nesse tipo de filme com temática sobrenatural, uma vez que seus castelos e casas centenárias de seu país se prestam muito bem a esse tipo de lenda envolvendo fantasmas e almas penadas. Charmoso e nostálgico, "O Solar das Almas Perdidas" é uma ótima pedida para quem estiver em busca de conhecer os antigos filmes de terror da década de 1940. Esse sem dúvida é um dos melhores daquela época.

Pablo Aluísio.

Os Esquecidos

Título no Brasil: Os Esquecidos
Título Original: Los Olvidados
Ano de Produção: 1950
País: México
Estúdio: Ultramar Films
Direção: Luis Buñuel
Roteiro: Luis Alcoriza, Luis Buñuel,
Elenco: Alfonso Mejía, Javier Amezcua, Roberto Cobo, Victorio Blanco, Estela Inda.

Sinopse:
Um grupo de garotos de rua vivem da marginalidade numa Cidade do México miserável e super povoada. Para sobreviver à crueldade que impera nos becos e vielas o líder do bando, El Jaibo (Roberto Cobo), não se importa em cometer roubos e outros crimes. A situação realmente sai do controle quando durante uma briga ele espanca um rapaz até a morte. Pedro (Alfonso Mejía), um dos membros delinquentes de seu grupo, acaba tendo uma crise de consciência com tudo o que acontece o que o fará enfrentar El Jaibo mais cedo ou mais tarde pelos destinos e rumos de todos aqueles jovens.

Comentários:
O cinema pode ser também um belo instrumento de denúncia dos males sociais. Que o diga o genial Luis Buñuel nesse Los Olvidados, considerada uma de suas maiores obras primas. Em seu lançamento o filme chocou pois não mostrou crianças e jovens idealizados (como era comum no cinema americano, por exemplo) mas sim garotos endurecidos por uma realidade brutal e sem salvação. Vivendo numa verdadeira lei da selva das ruas o diretor mostra de uma forma muito inteligente os instintos mais básicos e viscerais do ser humano. Nada de bobagens, apenas a realidade nua e crua. Um filme que na verdade é um estudo humanista das misérias do terceiro mundo. O retrato de Buñuel não está muito distante das nossas ruas na atualidade por isso não consigo entender quando vejo um espectador brasileiro ficando chocado com esse filme. Será que essa pessoa nunca olhou pela janela de seu carro para a miséria que assola o Brasil também? De qualquer forma o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes em 1951 dado a Luis Buñuel foi mais do que merecido já que a direção que ele desenvolveu aqui realmente é fantástica! Uma obra excepcional. Coisa de gênio.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O Que a Carne Herda

Filme clássico dirigido pelo grande Elia Kazan. A história é bem interessante. Patricia 'Pinky' Johnson (Jeanne Crain) é uma descendente de negros, só que com a pele branca, que retorna à casa de sua avó no sul dos Estados Unidos após se formar em uma escola de enfermagem no norte. De volta ao lar ela acaba se apaixonando pelo Dr. Thomas Adams, um médico branco, que nada sabe de sua herança negra. Sabendo de sua origem familiar, o Dr. Canady, um médico negro do sul, lhe pede que ajude um grupo de alunos afro-americanos mas ela recusa. Ela vive uma grande crise existencial, sem saber direito se assume sua herança familiar negra ou se esconde isso para ser aceita completamente na sociedade branca sulista, racista por tradição.

Não bastasse ter o grande Kazan na direção, essa produção ainda contou com a ajuda do mestre John Ford (embora ele não tenha sido creditado na direção). O tema é dos mais espinhosos, ainda mais para um filme realizado nos anos 40. Mostra as dificuldades enfrentadas por negros na parte mais racista dos Estados Unidos, o sul. O roteiro é engenhoso pois ao colocar uma personagem com a pele branca, embora descendente de negros, ele coloca uma opção a ela de simplesmente rejeitar sua herança negra para ser mais bem aceita pelos brancos sulistas. Afinal de contas para Pinky isso seria muito mais conveniente pois é apaixonada por um homem branco que dificilmente se relacionaria com ela se soubesse de suas origens. Então entra o dilema em sua vida, negar sua família, sua ascendência negra, ou assumir esse lado e viver com a consciência tranquila? Um belo exemplo do cinema socialmente consciente de Elia Kazan, uma obra inteligente e bem escrita que merece ser conhecida por amantes da sétima arte.

O Que a Carne Herda (Pinky, Estados Unidos. 1949) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Elia Kazan / Roteiro: Philip Dunne, baseado na novela de Cid Ricketts Sumner / Elenco: Jeanne Crain, Ethel Barrymore, Ethel Waters / Sinopse: Drama de época, enfocando a questão racial no sul dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

O Homem Que Quis Matar Hitler

Título no Brasil: O Homem Que Quis Matar Hitler
Título Original: Man Hunt
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Geoffrey Household, Dudley Nichols
Elenco: Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine, Roddy McDowall, Ludwig Stössel

Sinopse:
No meio do maior conflito armado da história (a segunda guerra mundial) um capitão das forças armadas britânicas, Alan Thorndike (Walter Pidgeon), é enviado para uma missão perigosa e praticamente suicida: localizar o esconderijo do líder alemão Adolf Hitler na Bavária para assassiná-lo. Capturado pelas tropas do III Reich, ele é torturado, mas consegue escapar. De volta à Londres, o militar começa a ser perseguido pelo serviço secreto alemão que por ordens diretas de Hitler deve matar aquele que ousou atentar contra sua vida.

Comentários:
Mais uma excelente obra do mestre Fritz Lang. O enredo é completamente ficcional, mas realizado em plena guerra, acabou despertando suspeitas no próprio Hitler que se convenceu que havia um plano mirabolante para matá-lo. Aumentou sua segurança pessoal e construiu um bunker inexpugnável em regiões isoladas da Alemanha. Curiosamente o Fuhrer acabou virando alvo não dos ingleses, como é mostrado no filme, mas sim de parte de seus próprios comandantes militares que tentaram matar o chefe em mais de uma ocasião, sendo a mais conhecida o atentado que foi enfocado em vários filmes, inclusive o conhecido "Operação Valquíria" com o astro Tom Cruise. Aqui o que vale mesmo é o desfile de técnicas do grande cineasta. Há obviamente todo um clima noir que ronda todo o desenrolar do enredo, que é muito bem bolado, Pena que a história ficou restrita apenas ao mundo da ficção. Uma boa oportunidade para conhecer bem o estilo do grande Fritz Lang, um dos diretores mais talentosos diretores europeus que já pisaram em Hollywood.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de dezembro de 2020

O Suplício de Lady Godiva

Clássico do cinema americano que se destaca por trazer uma história bem diferente. E o mais curioso desse roteiro é que praticamente tudo o que se vê no filme foi baseado em fatos históricos reais. A história se passa durante a Idade Média, Naqueles tempos o Rei Edward da Inglaterra tentava unir o país, conciliando saxões e normandos. Basicamente os dois povos que formaram o reino inglês em seus primórdios. Para isso ele determinou que os nobres saxões casassem com mulheres normandas. Além disso ordenou que todos os senhores feudais abrissem mão de seus exércitos particulares para a criação de apenas um exército inglês para todo o reino unido. Contra essas propostas se levantaram alguns nobres, entre eles o Conde Lord Leofric (George Nader) que não aceitava se casar por questões políticas e nem desarmar suas próprias forças de defesa, o seu próprio exército feudal. Para contrariar o Rei Edward, ele decide então se casar com Lady Godiva (Maureen O'Hara), uma saxã da classe dos plebeus. O desafio faz com que o Rei tome várias providências contra Leofric, que teria que ser forte para enfrentar os terríveis desafios que lhe foram impostos por causa de suas fortes convicções e opiniões políticas.

O filme pode ser classificado como uma aventura medieval com vários elementos diversos em seu roteiro: romance, conspirações políticas, ação e até mesmo pitadas de humor. O filme foi produzido em uma época em que épicos medievais estavam na moda em Hollywood. Na Universal vários filmes com Tony Curtis e outros astros do estúdio estavam sendo produzidos nessa mesma ocasião. Maureen O'Hara interpreta o papel principal de Lady Godiva, uma mulher de temperamento forte e marcante, com bastante opinião própria, mesmo sendo uma mulher que viveu na Idade Média inglesa. Um fato curioso é que em várias cenas achei a atriz extremamente parecida com Rita Hayworth. Aliás Rita foi a primeira opção dos produtores para esse papel. Com sua recusa, o filme foi oferecido para Maureen O'Hara que fez um excelente trabalho de atuação.

Ao seu lado no filme foi contratado o galã George Nader. Quem leu a autobiografia do ator Rock Hudson sabe que Nader foi um dos grandes amigos de Hudson na Universal, estúdio onde ambos trabalharam por longos anos. Uma amizade que durou décadas pois eles tinham algo em comum: eram galãs da Universal e eram gays! Não podiam divulgar sua orientação sexual pois caso o fizessem naquela época teriam suas carreiras liquidadas, afinal de contas nas telas só interpretavam homens conquistadores que eram cobiçados pelas mocinhas dos filmes. George Nader aqui surge bem másculo, com voz imponente e gestos rudes. De qualquer maneira essa pequena fofoca de bastidores não atrapalha em nada a apreciação da película que é realmente muito divertida, funcionando até hoje como um bom entretenimento.

O Suplício de Lady Godiva (Lady Godiva of Coventry, Estados Unidos, 1955) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Arthur Lubin / Roteiro: Oscar Brodney / Elenco: Maureen O'Hara, George Nader, Victor McLaglen, Eduard Franz, Leslie Bradley / Sinopse: Durante a Idade Média, uma mulher conhecida como Lady Godiva passa a ser alvo de jogadas políticas envolvendo o Rei da Inglaterra e os dois povos que formavam o povo inglês, os saxões e os normandos.

Pablo Aluísio.

César e Cleópatra

Título no Brasil: César e Cleópatra
Título Original: Caesar and Cleopatra
Ano de Produção: 1945
País: Inglaterra
Estúdio: Gabriel Pascal Productions, United Artists
Direção: Gabriel Pascal
Roteiro: George Bernard Shaw
Elenco: Claude Rains, Vivien Leigh, Stewart Granger, Flora Robson, Francis L. Sullivan, Basil Sydney

Sinopse:
Cleópatra (Vivien Leigh) é uma jovem princesa, descendente da dinastia dos Ptolomeus, que almeja um dia se tornar a Rainha do Egito. Para isso terá que vencer a disputa pelo trono com seu próprio irmão. Em busca de apoio ela acaba conhecendo o influente romano Júlio César (Claude Rains) que logo cai em seus braços. César encontra a perspectiva de um romance mais tentador do que ele esperava, uma vez que Cleópatra é uma política rara, além de brilhante. Como se esses atributos não lhe bastassem ainda é uma linda mulher. E para Cleópatra, um relacionamento amoroso com o homem mais poderoso do mundo pode lhe render muitos dividendos no futuro.

Comentários:
Quando se fala em Cleópatra no cinema as pessoas lembram imediatamente de Elizabeth Taylor. Também pudera, a super produção que estrelou na Fox durante os anos 60 realmente marcou época. O fato porém é que muitos anos antes de Taylor dar vida à Rainha do Egito, outra grande atriz da sétima arte interpretou a marcante figura histórica. Vivien Leigh encarnou com perfeição essa personagem da história tão marcante. O texto, baseado na peça do grande George Bernard Shaw, é bem mais teatral do que o que vimos no filme de Elizabeth Taylor. Além disso não há como comparar ambos os filmes em termos de produção pois essa foi realizada na Inglaterra, sem o luxo e pompa do filme americano. Mesmo assim considero o roteiro desse filme bem mais inteligente e bem escrito, com mais detalhes e desenvolvimento de personagens, do que a megalomania Hollywoodiana estrelada por Liz Taylor. Vivien Leigh também está muito bela, esbanjando charme e elegância em sua interpretação. Para falar a verdade sua atuação é bem mais convincente pois captou melhor a essência da personalidade da  Cleópatra real que não era apenas uma mulher bonita mas ambiciosa e ardilosa também. Assim deixamos a dica desse filme épico que realmente impressiona ainda hoje, mesmo após tantos anos de seu lançamento original. Que tal conhecer a Cleópatra de Vivien Leigh? Não vá deixar passar em branco.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Adeus, Amor

Título no Brasil: Adeus, Amor
Título Original: Bye Bye Birdie
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Sidney
Roteiro: Michael Stewart, Irving Brecher
Elenco: Ann-Margret, Dick Van Dyke, Janet Leigh, Maureen Stapleton, Bobby Rydell, Jesse Pearson

Sinopse:
Um famoso cantor de rock, ídolo internacional da música jovem, vai até uma cidadezinha perdida no Ohio para gravar seu programa de despedida antes de ir servir o exército americano. Lá é feito um concurso para escolher a fã número 1 dele que ganhará o direito de beijar seu grande ídolo. A adolescente Kim McAfee (Ann-Margret) entra no concurso disposta a sair vencedora.

Comentários:
Um musical simpático, bem humorado e com uma inédita postura de sátira besteirol, algo que era bem raro no começo dos anos 60. Para o cinema em geral o filme revelou a linda Ann-Margret que chamou tanto a atenção do público que o diretor George Sidney a levou para contracenar com Elvis Presley em "Amor a Toda Velocidade". Aliás nada mais conveniente, pois Ann-Margret foi chamada por um cronista de Nova Iorque como a "Elvis de saias". Curiosamente um dos satirizados dentro do enredo é o próprio Elvis, pois o personagem chave da estória é um roqueiro famoso que vai servir o exército deixando suas fãs apavoradas e desesperadas! Era a própria história de Elvis que servia como paródia ao roteiro desse filme.  A produção é apenas mediana. Porém o sabor de nostalgia, principalmente para quem viveu aqueles tempos, é simplesmente impecável. Além disso o espectador é ainda presenteado com a presença carismática da atriz Ann-Margret, aqui bem jovem e no auge de sua beleza. Enfim, deixo a dica desse filme que é pura diversão. Aproveite a festa e caso tenha vivido aqueles anos distantes sinta muitas saudades! Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor música (Johnny Green) e melhor som (Charles J. Rice). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - comédia ou musical e melhor atriz - comédia ou musical (Ann-Margret).

Pablo Aluísio.

O Renegado do Forte Petticoat

O tenente Frank Hewitt (Audie Murphy) entra em atrito com seus superiores por causa da política de violência implantada contra índios que deixam as reservas determinadas por tratados entre o governo americano e as nações indígenas. Após um massacre gratuito promovido por seu coronel de batalhão, Frank decide ir até o Texas (seu local de nascimento) para alertar os fazendeiros da região dos perigos de um provável ataque de comanches, em represália às mortes nas tribos da região. Em plena guerra civil americana, poucos homens restaram nessas propriedades rurais, então Frank une um grupo de mulheres para treiná-las contra o iminente ataque dos índios. Ao mesmo tempo precisa ganhar a confiança de todas elas, uma vez que veste uma farda ianque, do exército da União, o que para muitas daquelas sulistas era um ato de traição contra as forças confederadas.

"O Renegado do Forte Petticoat" é mais um bom western da filmografia do ator Audie Murphy. Esse aqui procura inovar pois em um gênero tão masculino temos na linha de frente mulheres fortes e decididas, prontas para defender suas terras. E elas não se saem nada mal para falar a verdade! O choque ocorre em uma velha missão católica abandonada. Esse detalhe do roteiro lembra até mesmo do clássico Álamo". As semelhanças são bem claras nesse aspecto. Temos um grupo de texanas encurraladas na missão, mas lutando até o fim contra os inimigos. No caso da história mostrada nesse filme saem os mexicanos do Álamo e entram os comanches, selvagens, guerreiros que querem a expulsão do homem branco de suas terras.

Praticamente todo o enredo se desenvolve em cima dessa situação. Felizmente o roteiro é bem escrito, ágil e não deixa em nenhum momento o filme cair no tédio, o que seria previsível diante da situação única explorada pelos roteiristas. Na verdade a fita tem a duração ideal, com pouco mais de 70 minutos, algo que faltou no filme "O Álamo" que acabou sendo vítima de suas próprias pretensões. Sendo de menor duração, as cenas de ação e combate se tornam menos repetitivas, trazendo agilidade ao faroeste como um todo. Por fim uma curiosidade: Seguindo os passos de Randolph Scott, o ator Audie Murphy por essa época começou ele próprio a também produzir seus filmes. Aqui ele assina a produção ao lado de Harry Joe Brown, produtor que inclusive produziu vários filmes de western com Randolph Scott.

O Renegado do Forte Petticoat (The Guns of Fort Petticoat, Estados Unidos, 1957) Direção: George Marshall / Roteiro: Walter Doniger, C. William Harrison / Elenco: Audie Murphy, Kathryn Grant, Hope Emerson / Sinopse: Tenente da cavalaria ianque vai até o Texas para ajudar um grupo de mulheres a se defender de um ataque da tribo comanche.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

A Vingança de um Pistoleiro

Não era ainda o grande Jack Nicholson que aprendemos a gostar dentro do mundo do cinema. Na época em que escreveu o roteiro de "A Vingança de um Pistoleiro" Jack ainda era um ator em busca do estrelato, de um lugar ao sol. Como nas décadas de 1950 e 1960 o estilo western estava no auge da popularidade, Nicholson resolveu escrever seu próprio faroeste. Afinal se conseguisse vender o roteiro (e quem sabe até estrelar o filme) poderia chamar mais a atenção para si como artista. Assim Jack conseguiu um financiamento de apenas 70 mil dólares com a pequena companhia Proteus Films e partiu para o distante e desértico estado americano de Utah para as filmagens. O orçamento era mais do que apertado, as condições certamente não eram as ideais mas Jack e o diretor Monte Hellman (que tinha dirigido coisas como "A Besta da Caverna Assombrada") conseguiram realizar um filme muito eficiente, que escondia bem seus problemas de dinheiro.

A trama de "A Vingança de um Pistoleiro" é bem simples. No velho oeste um grupo de pessoas inocentes são acusadas de crimes que não cometeram. A partir do momento que todos se convencem de que eles são culpados a coisa fica realmente complicada. Fugindo de justiceiros armados os inocentes acabam virando eles próprios assassinos. O roteiro trabalha muito bem com a situação e parece querer demonstrar bem a diferença entre justiça e vingança - dois conceitos que geralmente são confundidos por todos. Também mostra a infantilidade que pode tomar conta da chamada consciência coletiva. Jack Nicholson abraça uma interpretação bem mais realista do que o público estava acostumado, já antecipando seu grande talento que em poucos anos iria brilhar em Hollywood. O curioso é que o filme anterior de Jack também havia sido um faroeste, "Disparo para Matar", inclusive com esse mesmo diretor. Será que ele planejava seguir os passos de um Randolph Scott? Bom, de uma forma ou outra os rumos de sua carreira iriam mesmo mudar definitivamente com "Sem Destino", uma odisséia pela América. Mas isso é uma outra história.

A Vingança de um Pistoleiro (Ride in the Whirlwind, Estados Unidos, 1966) Direção: Monte Hellman / Roteiro: Jack Nicholson / Elenco: Jack Nicholson, Cameron Mitchell, Millie Perkins / Sinopse: Uma trama de vingança e justiça no meio de um dos desertos mais selvagens e inóspitos do velho oeste.

Pablo Aluísio.

Paixão dos Fortes

Reza a lenda que no ano de 1927 o mítico Wyatt Berry Stapp Earp, ou simplesmente Wyatt Earp (1848 -1929) numa entrevista concedida ao mestre John Ford, contou-lhe em detalhes como fora o famoso duelo de Ok.Corral que ocorrera na cidade de Tombstone no ano de 1881, entre os irmãos Earp e os Clanton. Anos depois, transformado numa obra de arte e batizado de "Paixão dos Fortes" (My Darling Clementine - 1946) o clássico - erguido na exuberância de Monument Valley, palco principal do legendário diretor John Ford - conta a história (verídica) dos irmãos Earp (Wyatt, James, Virgil e Morgan Earp) que depois de abandonarem a cidade de Dodge City - onde Wyatt Earp (Henry Fonda) era xerife - partem para a região do Arizona dedicando-se a criação de gado.

Certa noite, Wyatt, Virgil e Morgan Earp vão até à cidade de Tombstone para conhecê-la um pouco mais e deixam o irmão mais novo, James Earp, sozinho, tomando conta do gado e do acampamento. Ao retornarem, o cenário é desolador: todo o gado havia sido roubado e James Earp, assassinado. Depois de enterrar o irmão, Wyatt torna-se xerife de Tombstone com o objetivo de vingar os assassinos do jovem irmão, e manter a cidade em paz. Ele ainda não sabe quem são os assassinos de seu irmão, no entanto, uma certa turma não sai de sua cabeça: os Clanton (Clanton pai, Billy Clanton, Ike Clanton) e seus comparsas: Billy Claiborne, Tom e Frank McLaury. Wyatt conhece Chihuahua (Linda Darnel) uma espevitada dançarina do saloon local, que alimenta apenas um sonho: a volta de sua paixão, John Henry "Doc" Holliday, ou apenas Doc Holliday: pistoleiro, jogador e dentista (daí o apelido Doc).

A fervura aumenta com a chegada à cidade do irascível Doc Holliday (Victor Mature). Depois de rever a bela Chihuahua o dentista conhece de perto o lendário Wyatt Earp. Wyatt aproxima-se de Doc, mas o encontro dos dois que a princípio poderia se tranformar numa grande amizade vira uma conturbada relação de amizade e ódio que se arrasta até o fim do clássico. Certo dia chega à cidade a bela Clementine Carter (Cathy Downs). Antiga paixão do Doc, Clementine (que inspira a trilha sonora) chega para reencontrar seu antigo e intratável amor. Doc odeia sua presença e diz que se ela não for embora, ele irá. Wyatt apaixona-se por Clementine que resolve ficar. Revoltada com a presença de Clementine em Tombstone, Chihuahua vai até seu quarto para expulsá-la do hotel e da cidade no exato momento em que  é surpreendida pela chegada de Wyatt Earp que acalma a situação. Enquanto conversa com Chihuahua, Earp nota que ela está usando um colar que pertenceu ao seu irmão assassinado. O famoso xerife fica então a poucos instantes de descobrir quem realmente matou seu irmão.

Paixão dos Fortes é um diamante da sétima arte e foi reconhecido pelo próprio John Ford como o seu filme mais precioso. Durante quarenta e cinco dias de filmagens, Ford construiu um verdadeiro monumento, não só ao cinema mas às artes em geral. Ele não era apenas um diretor de cinema, mas também um poeta, um pintor e um visionário de cenas antológicas que marcaram para sempre a história do cinema americano. No clássico, sua chancela está em cada cena e em cada fala. A esplêndida direção de fotografia de Joseph Mac Donald equilibra as imagens em preto e branco com brilhos e sombreamentos excepcionais. O elenco, recheado de lendas do cinema como Henry Fonda, Linda Darnell, Victor Mature e Walter Brennan são a cereja do bolo deste clássico inesquecível que entrou para a história do cinema.

Paixão dos Fortes (My Darling Clementine, EUA, 1946) Direção: John Ford / Roteiro: Samuel G. Engel, Winston Miller / Elenco:  Henry Fonda, Linda Darnell, Victor Mature / Sinopse: Um dos grandes clássicos de John Ford "Paixão dos Fortes" conta parte da história do lendário xerife Wyatt Earp e o famoso conflito armado ocorrido no OK Corral.

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O Violento

No século XIX no estado americano do Wyoming, três ranchos tentam conviver pacificamente entre si. O juiz da cidade é proprietário de um deles. O segundo pertence a uma arrojada mulher que quer se estabelecer definitivamente na região, com um rebanho de 20 mil cabeças de gado. Por fim há Ben Justin (Charles Bronson) que é um pequeno criador que tenta sobreviver ao lado de ricos e poderosos rancheiros do local. Esse filme "O Violento" nada mais é na realidade do que a união de dois episódios, "Duel at Shiloh" e "Nobility of Kings", da popular série de TV "The Virginian" (que no Brasil recebeu o título de "O Homem da Virgínia). Essa série foi uma das mais populares da década de 1960 nos EUA e contou com grandes nomes em seu elenco, inclusive Charles Bronson. O interessante é que embora tenha sido filmado nos anos 60 (para ser mais preciso, em 1963 e 1965) a Universal só editou os episódios e o lançou como filme em 1972 e a razão disso não é complicada de entender.

Acontece que Charles Bronson havia virado um astro. De simples coadjuvante por anos ele começou a emplacar uma série de sucessos no cinema. Como havia participado da série nos anos 60 e esse material se mostrou adequado para a edição de um filme o estúdio resolveu então não perder a oportunidade de faturar. A boa notícia é que os dois episódios que deram origem a esse filme são realmente muito bons. Mesmo que a edição tenha ficado truncada em certos momentos (o que era previsível), o fato é que o resultado final compensou. É um bom enredo mostrando as lutas de um pequeno rancheiro em sobreviver no meio de grandes tubarões. Tudo o que ele deseja é ser um bem sucedido criador de gado, o que não será nada fácil. O personagem de Bronson aliás é o grande atrativo aqui. Turrão, diria até bronco e rude, ele se destaca por viver em uma luta pessoal enorme pois não aceita desistir de seus sonhos. Assim se você é fã do ator não deve perder. Por fim uma última informação: no Brasil "O Violento" também ficou conhecido pelo título "Chumbo Quente" quando foi relançado em VHS.

O Violento (The Bull of the West, Estados Unidos, 1972) Direção: Jerry Hopper, Paul Stanley / Roteiro:  D.D. Beauchamp / Elenco: Charles Bronson, Geraldine Brooks, Gary Clarke / Sinopse: Rancheiros rivais entre si tentam conviver pacificamente nas distantes terras do Wyoming durante o século XIX.

Pablo Aluísio.

Hombre

Título no Brasil: Hombre
Título Original: Hombre
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Martin Ritt
Roteiro:  Irving Ravetch, Harriet Frank Jr
Elenco: Paul Newman, Fredric March, Richard Boone, Cameron Mitchell e Fredric March.

Sinopse: 
John Russell (Paul Newman), um mestiço, acaba sofrende preconceito dos viajantes de uma diligência que será alvo de um ataque de bandidos foras-da-lei. No meio do fogo cerrado ele provará seu valor.

Comentários: 
Baseado na obra literária homônima de Elmore Leonard, "Hombre" (Hombre - 1967) dirigido pelo professor do famoso Actor's Studio e diretor, Martin Ritt, discorre sobre a vida de John Russel (Paul Newman), um mestiço, criado numa tribo de apaches mescaleros. Em 1880, Russel leva uma vida muito pacata e difícil numa pequena cidade do Arizona, quando, num certo dia, fica sabendo que herdou uma pequena propriedade de seu pai que está sendo administrada por Jessie (Diane Cilento). Sem interesse em tocar o novo negócio, Russel avisa à Jessie que pretende vender o que herdou e ir embora daquele mundo de brancos preconceituosos que não gostam dele. No dia seguinte, seis pessoas aguardam a chegada da diligência, entre eles, o apache John Russel. Incomodados com a presença de um índio na diligência, o casal Dr. Alex Favor e sua esposa Audra Favor exigem que na primeira parada, Russel viaje na parte de cima da diligência junto ao cocheiro Henry Mendez (Martin Balsam). Porém, o que eles não sabem, é que durante a viagem, a carruagem será atacada por bandidos armados e perigosos, e diante deste quadro a turma de madames e senhores endinheirados pode precisar da coragem, da rapidez e da fúria de um apache mescalero. "Hombre" é um faroeste de primeira grandeza, com ótima direção do americano Martin Ritt - que doze anos mais tarde se consagraria com o clássico "Norma Rae" (1979). Não podemos esquecer do ótimo elenco com astros do quilate de: Richard Boone, Cameron Mitchell e Fredric March, encabeçado pela categoria e charme do stanislavskiano apache de olhos azuis, Paul Newman.

Telmo Vilela Jr.