Título Original: The Magnificent Matador
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher, Charles Lang
Elenco: Maureen O'Hara, Anthony Quinn, Manuel Rojas
Sinopse:
Karen Harrison (Maureen O'Hara) é uma jovem americana, pertencente a uma família rica e tradicional, que acaba se apaixonando por um aventureiro mexicano, um matador de touradas chamado Luís Santos (Anthony Quinn). Após ir ao México para conhecer o mundo das tradicionais touradas daquele país, ela começa a se tornar mais próxima da cultura e do folclore dos mexicanos.
Comentários:
O cineasta Budd Boetticher era apaixonado por touradas. Sempre que havia algum tempo livre ele ia até o México para assistir aos grandes espetáculos do gênero. Segundo o livro de memórias do filho de Randolph Scott, o diretor tentou de todas as formas convencer o ator a estrelar esse filme que para Budd seria sua obra prima. Ele próprio havia escrito o roteiro mas teve que esperar por longos três anos para que a Fox aprovasse a realização da produção, que não seria barata pois teria que ser rodada no México, nas arenas de matança. Maureen O'Hara e Anthony Quinn foram escalados e todos então partiram não para uma filmagem comum, mas para uma verdadeira aventura. Em dias de politicamente correto algo assim poderia incomodar, afinal os grandes heróis da fita são justamente os matadores, grandes especialistas em touradas sangrentas. Anthony Quinn nunca esteve tão intenso em cena e sua colega Maureen O'Hara ficou belíssima em trajes do folclore local. É um western diferente, rodado no México, com protagonistas mexicanos. Se na Hollywood da época eles eram retratados sempre como bandoleiros indigestos de sombreros, aqui temos uma visão menos estereotipada e ofensiva. Um belo filme sem dúvida.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 4 de junho de 2024
terça-feira, 5 de março de 2024
Buffalo Bill
Título Original: Buffalo Bill
Ano de Lançamento: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: William A. Wellman
Roteiro: Eneas MacKenzie, Clements Ripley
Elenco: Joel McCrea, Maureen O'Hara, Anthony Quinn
Sinopse:
A história de William "Buffalo Bill" Cody (Joel McCrea), lendário nome da mitologia do western dos Estados Unidos, desde seus dias como batedor do exército até suas atividades posteriores como proprietário de um show do Velho Oeste.
Comentários:
O melhor filme sobre Buffalo Bill foi feito na década de 1970 com Paul Newman no papel principal. Aquele sim é um filme historicamente correto sobre essa figura do velho oeste norte-americano. Esse filme aqui vai por outro caminho, tornando como fato certas lorotas que o próprio Bill contava sobre si mesmo. O que não quer dizer que seja um filme ruim, nada disso, apenas tem essa perspectiva diferenciada. O elenco é muito bom, mas devo dizer que Joel McCrea não era o ator certo para interpretar Buffalo Bill. Era um ator sério demais para esse papel. O verdadeiro Buffalo Bill era meio bufão, um tipo mais circense mesmo. Melhor se sai o sempre bom Anthony Quinn, com sua presença sempre forte e carismática. Então é isso, deixo o registro desse faroeste B que tentou contar a história de William "Buffalo Bill" Cody, mesmo de uma forma bem romanceada e estigmatizada.
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de dezembro de 2020
O Suplício de Lady Godiva
Clássico do cinema americano que se destaca por trazer uma história bem diferente. E o mais curioso desse roteiro é que praticamente tudo o que se vê no filme foi baseado em fatos históricos reais. A história se passa durante a Idade Média, Naqueles tempos o Rei Edward da Inglaterra tentava unir o país, conciliando saxões e normandos. Basicamente os dois povos que formaram o reino inglês em seus primórdios. Para isso ele determinou que os nobres saxões casassem com mulheres normandas. Além disso ordenou que todos os senhores feudais abrissem mão de seus exércitos particulares para a criação de apenas um exército inglês para todo o reino unido. Contra essas propostas se levantaram alguns nobres, entre eles o Conde Lord Leofric (George Nader) que não aceitava se casar por questões políticas e nem desarmar suas próprias forças de defesa, o seu próprio exército feudal. Para contrariar o Rei Edward, ele decide então se casar com Lady Godiva (Maureen O'Hara), uma saxã da classe dos plebeus. O desafio faz com que o Rei tome várias providências contra Leofric, que teria que ser forte para enfrentar os terríveis desafios que lhe foram impostos por causa de suas fortes convicções e opiniões políticas.
O filme pode ser classificado como uma aventura medieval com vários elementos diversos em seu roteiro: romance, conspirações políticas, ação e até mesmo pitadas de humor. O filme foi produzido em uma época em que épicos medievais estavam na moda em Hollywood. Na Universal vários filmes com Tony Curtis e outros astros do estúdio estavam sendo produzidos nessa mesma ocasião. Maureen O'Hara interpreta o papel principal de Lady Godiva, uma mulher de temperamento forte e marcante, com bastante opinião própria, mesmo sendo uma mulher que viveu na Idade Média inglesa. Um fato curioso é que em várias cenas achei a atriz extremamente parecida com Rita Hayworth. Aliás Rita foi a primeira opção dos produtores para esse papel. Com sua recusa, o filme foi oferecido para Maureen O'Hara que fez um excelente trabalho de atuação.
Ao seu lado no filme foi contratado o galã George Nader. Quem leu a autobiografia do ator Rock Hudson sabe que Nader foi um dos grandes amigos de Hudson na Universal, estúdio onde ambos trabalharam por longos anos. Uma amizade que durou décadas pois eles tinham algo em comum: eram galãs da Universal e eram gays! Não podiam divulgar sua orientação sexual pois caso o fizessem naquela época teriam suas carreiras liquidadas, afinal de contas nas telas só interpretavam homens conquistadores que eram cobiçados pelas mocinhas dos filmes. George Nader aqui surge bem másculo, com voz imponente e gestos rudes. De qualquer maneira essa pequena fofoca de bastidores não atrapalha em nada a apreciação da película que é realmente muito divertida, funcionando até hoje como um bom entretenimento.
O Suplício de Lady Godiva (Lady Godiva of Coventry, Estados Unidos, 1955) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Arthur Lubin / Roteiro: Oscar Brodney / Elenco: Maureen O'Hara, George Nader, Victor McLaglen, Eduard Franz, Leslie Bradley / Sinopse: Durante a Idade Média, uma mulher conhecida como Lady Godiva passa a ser alvo de jogadas políticas envolvendo o Rei da Inglaterra e os dois povos que formavam o povo inglês, os saxões e os normandos.
Pablo Aluísio.
O filme pode ser classificado como uma aventura medieval com vários elementos diversos em seu roteiro: romance, conspirações políticas, ação e até mesmo pitadas de humor. O filme foi produzido em uma época em que épicos medievais estavam na moda em Hollywood. Na Universal vários filmes com Tony Curtis e outros astros do estúdio estavam sendo produzidos nessa mesma ocasião. Maureen O'Hara interpreta o papel principal de Lady Godiva, uma mulher de temperamento forte e marcante, com bastante opinião própria, mesmo sendo uma mulher que viveu na Idade Média inglesa. Um fato curioso é que em várias cenas achei a atriz extremamente parecida com Rita Hayworth. Aliás Rita foi a primeira opção dos produtores para esse papel. Com sua recusa, o filme foi oferecido para Maureen O'Hara que fez um excelente trabalho de atuação.
Ao seu lado no filme foi contratado o galã George Nader. Quem leu a autobiografia do ator Rock Hudson sabe que Nader foi um dos grandes amigos de Hudson na Universal, estúdio onde ambos trabalharam por longos anos. Uma amizade que durou décadas pois eles tinham algo em comum: eram galãs da Universal e eram gays! Não podiam divulgar sua orientação sexual pois caso o fizessem naquela época teriam suas carreiras liquidadas, afinal de contas nas telas só interpretavam homens conquistadores que eram cobiçados pelas mocinhas dos filmes. George Nader aqui surge bem másculo, com voz imponente e gestos rudes. De qualquer maneira essa pequena fofoca de bastidores não atrapalha em nada a apreciação da película que é realmente muito divertida, funcionando até hoje como um bom entretenimento.
O Suplício de Lady Godiva (Lady Godiva of Coventry, Estados Unidos, 1955) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Arthur Lubin / Roteiro: Oscar Brodney / Elenco: Maureen O'Hara, George Nader, Victor McLaglen, Eduard Franz, Leslie Bradley / Sinopse: Durante a Idade Média, uma mulher conhecida como Lady Godiva passa a ser alvo de jogadas políticas envolvendo o Rei da Inglaterra e os dois povos que formavam o povo inglês, os saxões e os normandos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
Raça Brava
Martha Price (Maureen O'Hara) é uma viúva que ao lado de sua filha, Hilary (Juliet Mills), e do cowboy Sam Burnett (James Stewart) resolve partir para o distante Texas com o objetivo de implantar a criação de gado da raça Hereford na região. A iniciativa dela esbarra na mentalidade dos fazendeiros texanos que acham o animal inapropriado para criação por causa do clima hostil e inóspito."Raça Brava" é um "Western de pecuária", ou seja, um faroeste diferente que lida com um tema pouco comum no gênero - a implantação do gado Hereford nas fazendas do oeste, A raça Hereford é natural da Inglaterra e só chegou nos EUA no século XIX. Forte e resistente hoje domina as fazendas americanas, o que não deixa de ser irônico pois quando chegou na América encontrou grande resistência no mercado pecuarista. Embora baseado em fatos reais o filme toma várias liberdades, preferindo deixar o tom mais sério de lado para abraçar um desenvolvimento mais soft, leve, de pura diversão. Há cenas cômicas (como a luta inicial dentro de um curral) e uma abordagem mais romântica na fase final da produção mas no saldo final, mesmo não sendo um produto historicamente fiel aos fatos, vale como diversão familiar descompromissada.
O elenco é liderado por James Stewart. Aqui ele prefere uma caracterização bem mais caricata pois seu personagem, um cowboy caipira, fala com forte sotaque. Stewart parece seguir o tom mais cômico do roteiro. A grande surpresa no elenco feminino vem com a dama Maureen O´Hara de tantos filmes clássicos. Preferida de grandes diretores como John Ford, Henry King e Alfred Hitchcock aqui ela tenta se adaptar a um tipo de produção diferente. A elegante atriz empresta muito glamour à sua personagem, uma britânica viúva que tenta a sorte no velho oeste. Na direção temos o também britânico Andrew V. McLaglen que iria nos anos seguintes iniciar uma produtiva parceria ao lado de um de seus atores preferidos, John Wayne. Em suma, “The Rare Breed” é um faroeste bucólico, levemente bem humorado, com muitas paisagens de cartão postal e um elenco carismático. Uma produção bonita e bem fotografada que vai interessar em especial os criadores de gado da raça Hereford.
Raça Brava (The Rare Breed, Estados Unidos, 1966) Direção: Andrew V Mclaglen / Roteiro. Ric Hardman / Elenco: James Stewart, Maureen O'Hara, Brian Keith, Juliet Mills, Don Galloway, Jack Elam, Ben Johnson / Sinopse: Martha Price (Maureen O'Hara) é uma viúva que ao lado de sua filha, Hilary (Juliet Mills), e do cowboy Sam Burnett (James Stewart) resolve partir para o distante Texas com o objetivo de implantar a criação de gado da raça Hereford na região. A iniciativa dela esbarra na mentalidade dos fazendeiros texanos que acham o animal inapropriado para criação por causa do clima hostil e inóspito.
Pablo Aluísio.
O elenco é liderado por James Stewart. Aqui ele prefere uma caracterização bem mais caricata pois seu personagem, um cowboy caipira, fala com forte sotaque. Stewart parece seguir o tom mais cômico do roteiro. A grande surpresa no elenco feminino vem com a dama Maureen O´Hara de tantos filmes clássicos. Preferida de grandes diretores como John Ford, Henry King e Alfred Hitchcock aqui ela tenta se adaptar a um tipo de produção diferente. A elegante atriz empresta muito glamour à sua personagem, uma britânica viúva que tenta a sorte no velho oeste. Na direção temos o também britânico Andrew V. McLaglen que iria nos anos seguintes iniciar uma produtiva parceria ao lado de um de seus atores preferidos, John Wayne. Em suma, “The Rare Breed” é um faroeste bucólico, levemente bem humorado, com muitas paisagens de cartão postal e um elenco carismático. Uma produção bonita e bem fotografada que vai interessar em especial os criadores de gado da raça Hereford.
Raça Brava (The Rare Breed, Estados Unidos, 1966) Direção: Andrew V Mclaglen / Roteiro. Ric Hardman / Elenco: James Stewart, Maureen O'Hara, Brian Keith, Juliet Mills, Don Galloway, Jack Elam, Ben Johnson / Sinopse: Martha Price (Maureen O'Hara) é uma viúva que ao lado de sua filha, Hilary (Juliet Mills), e do cowboy Sam Burnett (James Stewart) resolve partir para o distante Texas com o objetivo de implantar a criação de gado da raça Hereford na região. A iniciativa dela esbarra na mentalidade dos fazendeiros texanos que acham o animal inapropriado para criação por causa do clima hostil e inóspito.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
A Paixão de uma Vida
Esse filme é bem interessante porque ele conta a história de um homem comum chamado Martin 'Marty' Maher. Ainda jovem ele imigrou da Irlanda para os Estados Unidos. Chegando lá foi atrás de um emprego e acabou arranjando trabalho como garçom na academia militar de West Point. Depois com a eclosão da guerra seu senso patriótico o fez se alistar como soldado. Depois continuou trabalhando em West Point, se tornando uma figura querida pelos alunos que por lá passaram. O filme mostra praticamente toda a sua vida, desde a juventude até a velhice, quando ele decidiu por conta própria ir falar pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos (ex-aluno da academia) para continuar trabalhando, sem se aposentar, que para ele iria significar sua morte.
Tudo o que se vê na tela foi baseado em fatos reais, na vida do próprio Marty. É um filme bem carinhoso com seu protagonista, o retratando como um homem duro, porém de bom coração. Afetuoso com os alunos acabou se tornando um símbolo de West Point pois gerações de futuros militares o conheceram bem quando estudaram lá. O filme foi dirigido pelo mestre John Ford e pode ser considerado uma de suas obras cinematográficas mais leves e despretensiosas. O diretor criou um carinho especial por seu personagem principal, levando o galã Tyrone Power para interpretá-lo tanto na juventude como na velhice onde o ator surge com maquiagem pesada, o retratando como um velho. Nas duas situações ele está muito bem, mostrando que Power tinha sim talento dramático e não era apenas um rostinho bonito em Hollywood como muitos o trataram por anos a fio, durante sua carreira.
A Paixão de uma Vida (The Long Gray Line, Estados Unidos, 1955) Direção: John Ford / Roteiro: Edward Hope, baseado no livro "Bringing Up the Brass" de Marty Maher / Elenco: Tyrone Power, Maureen O'Hara, Robert Francis / Sinopse: O filme conta a história real de Martin 'Marty' Maher (Power), imigrante irlândes que durante décadas trabalhou na famosa academia militar de West Point onde se tornou querido por gerações de alunos que por lá passaram.
Pablo Aluísio.
Tudo o que se vê na tela foi baseado em fatos reais, na vida do próprio Marty. É um filme bem carinhoso com seu protagonista, o retratando como um homem duro, porém de bom coração. Afetuoso com os alunos acabou se tornando um símbolo de West Point pois gerações de futuros militares o conheceram bem quando estudaram lá. O filme foi dirigido pelo mestre John Ford e pode ser considerado uma de suas obras cinematográficas mais leves e despretensiosas. O diretor criou um carinho especial por seu personagem principal, levando o galã Tyrone Power para interpretá-lo tanto na juventude como na velhice onde o ator surge com maquiagem pesada, o retratando como um velho. Nas duas situações ele está muito bem, mostrando que Power tinha sim talento dramático e não era apenas um rostinho bonito em Hollywood como muitos o trataram por anos a fio, durante sua carreira.
A Paixão de uma Vida (The Long Gray Line, Estados Unidos, 1955) Direção: John Ford / Roteiro: Edward Hope, baseado no livro "Bringing Up the Brass" de Marty Maher / Elenco: Tyrone Power, Maureen O'Hara, Robert Francis / Sinopse: O filme conta a história real de Martin 'Marty' Maher (Power), imigrante irlândes que durante décadas trabalhou na famosa academia militar de West Point onde se tornou querido por gerações de alunos que por lá passaram.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Jake Grandão
John Wayne morreu em 1979. Esse filme foi produzido em 1971, ou seja, no começo da última década de vida do veterano ator. Com os filmes de faroeste em baixa, já que o gênero teve mesmo seu auge durante os anos 40, 50 e 60, o velho astro procurava se manter em cartaz. Esse "Jake Grandão" contou com o dinheiro do próprio ator que praticamente foi o produtor executivo da fita. Para compor elenco e equipe técnica, Wayne reuniu velhos companheiros do cinema (como a atriz Maureen O'Hara) com uma geração jovem, muitos deles filhos de grandes astros do passado que agora tentavam uma chance dentro da indústria cinematográfica. Isso demonstrou acima de tudo o bom caráter de John Wayne, procurando dar oportunidades para todos que o conheciam.
A direção foi creditada a George Sherman, diretor dos bons e velhos tempos dos grandes filmes de western do passado. Só que ele passou por problemas de saúde durante as filmagens e assim o próprio John Wayne acabou dirigindo metade do filme, embora seu nome não constasse nos créditos oficiais da fita. No enredo ele interpretava um velho xerife aposentado, um homem da lei do passado, que agora procurava por paz, além de tentar uma reconciliação com um dos seus amores de um tempo distante. Sua tranquilidade porém seria rompida com o sequestro de seu neto. A partir daí caberia a ele pegar o velho rifle, montar seu cavalo e ir atrás dos criminosos. Bom filme, digno, da fase final da filmografia de um dos grandes mitos da história do cinema americano.
Jake Grandão (Big Jake, Estados Unidos, 1971) Direção: George Sherman, John Wayne / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: John Wayne, Richard Boone, Maureen O'Hara, Virginia Capers / Sinopse: Jacob McCandles (John Wayne) é um velho xerife aposentado que precisa voltar à ativa, após ter seu neto sequestrado por um bando de criminosos perigosos.
Pablo Aluísio.
A direção foi creditada a George Sherman, diretor dos bons e velhos tempos dos grandes filmes de western do passado. Só que ele passou por problemas de saúde durante as filmagens e assim o próprio John Wayne acabou dirigindo metade do filme, embora seu nome não constasse nos créditos oficiais da fita. No enredo ele interpretava um velho xerife aposentado, um homem da lei do passado, que agora procurava por paz, além de tentar uma reconciliação com um dos seus amores de um tempo distante. Sua tranquilidade porém seria rompida com o sequestro de seu neto. A partir daí caberia a ele pegar o velho rifle, montar seu cavalo e ir atrás dos criminosos. Bom filme, digno, da fase final da filmografia de um dos grandes mitos da história do cinema americano.
Jake Grandão (Big Jake, Estados Unidos, 1971) Direção: George Sherman, John Wayne / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: John Wayne, Richard Boone, Maureen O'Hara, Virginia Capers / Sinopse: Jacob McCandles (John Wayne) é um velho xerife aposentado que precisa voltar à ativa, após ter seu neto sequestrado por um bando de criminosos perigosos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Jake Grandão
Jake McCandles (John Wayne) é um xerife da velha guarda que após vários anos reencontra sua esposa Martha (Maureen O'Hara). Ao mesmo tempo em que tenta uma reconciliação tem que enfrentar o terrível sequestro de seu neto por um sórdido bando de facínoras foras-da-lei. Devo confessar que quando li sobre o filme pela primeira vez pensei que seria bem fraco. Isso porque "Jake Grandão" é um projeto muito familiar por parte de John Wayne. Dois filhos estão em cena, o próprio Wayne dirigiu parte do filme e para terminar encaixou o filho de seu amigo, Robert Mitchum, no elenco. Assim pensei que seria um western feito a toque de caixa, sem grandes pretensões ou qualidade, feito única e exclusivamente para a filharada ganhar uma grana extra. Também por ser um filme da fase final de sua carreira achei que seria menos produzido, sem grandes pretensões cinematográficas. Realmente me enganei. Claro que por essa época Wayne não fazia mais grandes clássicos da história do cinema. As produções eram bem mais modestas e os roteiros eram simples e derivativos de seus antigos filmes, mas mesmo assim ele conseguia manter um bom padrão de qualidade, coisa que se repete aqui.
"Jake Grandão" nem de longe pode ser comparado com filmes como "Rastros de Ódio". É uma fita simples, de rotina, tipicamente um trabalho na média do que ele produziu nos anos 70. Embora não seja um grande filme é sem dúvidas bem digno. Tem boas sequências de bang-bang, um suspense muito bem feito na cena final, uma boa fotografia, com belas paisagens do oeste e para finalizar aquele pequeno toque de humor que Wayne costumava colocar em seus filmes. Assim "Jake Grandão" traz o pacote inteiro do que se espera de um filme do ator. Diverte e entretém e por isso recomendo aos fãs do estilo.
Jake Grandão (Big Jake, EUA, 1971) Direção de George Sherman, John Wayne / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Richard Boone, Patrick Wayne, Christopher Mitchum / Sinopse: Jake McCandles (John Wayne) é um xerife da velha guarda que após vários anos reencontra sua esposa (Maureen O'Hara). Ao mesmo tempo em que tenta uma reconciliação tem que enfrentar o terrível sequestro de seu neto por um sórdido bando de facínoras foras-da-lei.
Pablo Aluísio.
"Jake Grandão" nem de longe pode ser comparado com filmes como "Rastros de Ódio". É uma fita simples, de rotina, tipicamente um trabalho na média do que ele produziu nos anos 70. Embora não seja um grande filme é sem dúvidas bem digno. Tem boas sequências de bang-bang, um suspense muito bem feito na cena final, uma boa fotografia, com belas paisagens do oeste e para finalizar aquele pequeno toque de humor que Wayne costumava colocar em seus filmes. Assim "Jake Grandão" traz o pacote inteiro do que se espera de um filme do ator. Diverte e entretém e por isso recomendo aos fãs do estilo.
Jake Grandão (Big Jake, EUA, 1971) Direção de George Sherman, John Wayne / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Richard Boone, Patrick Wayne, Christopher Mitchum / Sinopse: Jake McCandles (John Wayne) é um xerife da velha guarda que após vários anos reencontra sua esposa (Maureen O'Hara). Ao mesmo tempo em que tenta uma reconciliação tem que enfrentar o terrível sequestro de seu neto por um sórdido bando de facínoras foras-da-lei.
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de abril de 2018
Rio Grande
O tenente coronel Kirby Yorke (John Wayne) é o comandante de um forte localizado na fronteira do Texas com o México. A região é abalada pela união de várias tribos indígenas que resolvem unir forças contra os brancos. O problema é que sempre que a cavalaria liderada por Kirby consegue localizar os índios selvagens, esses fogem para o outro lado da fronteira, atravessando o grande rio que separa os dois países. Além dos problemas envolvendo conflitos com os nativos, Kirby ainda tem que lidar com a transferência de seu filho, recentemente expulso de West Point, para sua guarnição. Ele não vê o jovem há 15 anos e tem que criar algum relacionamento com ele, mesmo mal o conhecendo de fato. “Rio Grande” é o último filme da trilogia da cavalaria de John Ford. Aqui o lendário diretor utilizou-se de todos os elementos que fizeram seus grandes clássicos: cenas de batalhas bem executadas, música evocativa, lindos cenários naturais (o filme foi todo filmado aos pés do Monument Valley) além é claro da presença do mito John Wayne.
O roteiro foi baseado em uma estória publicada no jornal Saturday Evening Post de autoria de James Warner Bellah. Era comum a publicação de longas estórias de western nos grandes jornais norte-americanos. Alguns desses textos eram tão bons que acabavam indo parar nos cinemas. Esse de Bellah foi um grande sucesso, chegando ao ponto de aumentar as vendas do jornal. John Ford, sempre procurando por bom material, não tardou a comprar os direitos da estória. Sua adaptação é excelente como podemos conferir ao assistirmos essa inspirada saga sobre a cavalaria americana. O filme foi produzido pelo estúdio Republic, que já não existe mais. Dois grandes cenários foram construídos no pé do Monument Valley – o próprio forte do exército e uma pequena vila com uma igreja abandonada onde ocorrem os eventos finais do filme. As construções feitas pela equipe de John Ford ainda existem e viraram ponto de turismo na região! Outro atrativo em “Rio Grande” é a bela participação do grupo musical vocal “The Sons of Pioneers” que chegou a ter suas músicas lançadas na trilha sonora do filme, se tornando um grande sucesso de vendas. O tema principal do filme é a belíssima "I'll Take You Home Again, Kathleen" que ganhou inclusive versão na voz de Elvis Presley na década de 70. No final das contas quem melhor resumiu a produção foi o Los Angeles Times que qualificou “Rio Grande” como “um legítimo épico da mitologia americana”. Ninguém poderia definir melhor.
Rio Grande (Rio Grande, Estados Unidos, 1950) Direção: John Ford / Roteiro: James Kevin McGuinness; Camera Bert Glennon baseados na estória de James Warner Bellah / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Ben Johnson, Claude Jarman Jr, Harry Carey Jr, Victor McLaglen / Sinopse: Comandante de um forte na fronteira entre México e Estados Unidos tem que lidar com tribos selvagens rebeldes ao mesmo tempo em que resolve criar vínculos mais genuínos com seu filho, um soldado recentemente transferido para fazer parte da guarnição sob seu comando.
Pablo Aluísio.
O roteiro foi baseado em uma estória publicada no jornal Saturday Evening Post de autoria de James Warner Bellah. Era comum a publicação de longas estórias de western nos grandes jornais norte-americanos. Alguns desses textos eram tão bons que acabavam indo parar nos cinemas. Esse de Bellah foi um grande sucesso, chegando ao ponto de aumentar as vendas do jornal. John Ford, sempre procurando por bom material, não tardou a comprar os direitos da estória. Sua adaptação é excelente como podemos conferir ao assistirmos essa inspirada saga sobre a cavalaria americana. O filme foi produzido pelo estúdio Republic, que já não existe mais. Dois grandes cenários foram construídos no pé do Monument Valley – o próprio forte do exército e uma pequena vila com uma igreja abandonada onde ocorrem os eventos finais do filme. As construções feitas pela equipe de John Ford ainda existem e viraram ponto de turismo na região! Outro atrativo em “Rio Grande” é a bela participação do grupo musical vocal “The Sons of Pioneers” que chegou a ter suas músicas lançadas na trilha sonora do filme, se tornando um grande sucesso de vendas. O tema principal do filme é a belíssima "I'll Take You Home Again, Kathleen" que ganhou inclusive versão na voz de Elvis Presley na década de 70. No final das contas quem melhor resumiu a produção foi o Los Angeles Times que qualificou “Rio Grande” como “um legítimo épico da mitologia americana”. Ninguém poderia definir melhor.
Rio Grande (Rio Grande, Estados Unidos, 1950) Direção: John Ford / Roteiro: James Kevin McGuinness; Camera Bert Glennon baseados na estória de James Warner Bellah / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Ben Johnson, Claude Jarman Jr, Harry Carey Jr, Victor McLaglen / Sinopse: Comandante de um forte na fronteira entre México e Estados Unidos tem que lidar com tribos selvagens rebeldes ao mesmo tempo em que resolve criar vínculos mais genuínos com seu filho, um soldado recentemente transferido para fazer parte da guarnição sob seu comando.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Asas de Águias
Título no Brasil: Asas de Águias
Título Original: The Wings of Eagles
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Ford
Roteiro: Frank Fenton, William Wister Haines
Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Dan Dailey, Ward Bond, Ken Curtis, Edmund Lowe
Sinopse:
Durante a formação da primeira esquadrilha de aviões da marinha americana, o piloto Frank 'Spig' Wead (John Wayne) acaba se destacando por sua coragem e audácia. Ele é um militar rebelde que nem sempre segue as ordens. Quando a marinha resolve disputar com o exército uma volta ao mundo ele prontamente se dispõe a liderar sua equipe. Apenas uma surpresa do destino acaba parando seus planos para essa aventura inesquecível.
Comentários:
John Ford foi um mestre do cinema. Disso ninguém tem dúvidas. A questão é que até mesmo os grandes cineastas dão tropeços em sua carreira. Esse "Asas de Águias" foi seguramente um dos piores filmes de Ford. Mesmo trabalhando ao lado de John Wayne, em uma história tão interessante, baseada em fatos reais, pouca coisa funciona. No começo do filme Ford adota um tom exageradamente pastelão. Isso mesmo, em um filme que se propunha a ser um drama de guerra, Ford colocou cenas exageradamente cômicas, com direito a bolos e tortas na cara e calhambeques disputando corridas com aviões (como se o espectador estivesse assistindo a um velho filme de "O Gordo e o Magro"). Nada chega a ser engraçado, apenas constrangedor. Depois o filme avança e Ford, aos poucos, vai mudando o estilo. O personagem de John Wayne sofre um acidente doméstico, ao cair de uma escada, e se torna paraplégico. Ele que sempre foi um militar audacioso teria que lidar agora com uma terrível nova realidade. E aí, do nada, o que era pastelão se torna dramalhão. É um pouco demais para o público, vamos convir. Essa montanha russa de estilos cinematográficos acaba atrapalhando o filme como um todo. Sem ter como pilotar novamente então o personagem de John Wayne vai para Hollywood e se torna roteirista de filmes de guerra. A história real de Frank 'Spig' Wead poderia render algo muito mais interessante. Ele próprio poderia ter escrito um roteiro melhor para o filme, porém quando esse foi realizado ele já estava morto. Uma pena, de certa forma John Ford, apesar de todas as suas boas intenções e talento, estragou essa biografia do velho piloto da marinha. Se tivesse adotado um tom sério e mais centrado no drama real vivido por Spig teríamos um filme muito mais interessante. Do jeito que ficou tudo soa muito bobo e fora de propósito. Esse filme certamente foi uma bola fora dentro da filmografia do grande John Ford. A lição que fica é a de que até os grandes gênios do cinema cometem sua dose de bobagens nas telas.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Wings of Eagles
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Ford
Roteiro: Frank Fenton, William Wister Haines
Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Dan Dailey, Ward Bond, Ken Curtis, Edmund Lowe
Sinopse:
Durante a formação da primeira esquadrilha de aviões da marinha americana, o piloto Frank 'Spig' Wead (John Wayne) acaba se destacando por sua coragem e audácia. Ele é um militar rebelde que nem sempre segue as ordens. Quando a marinha resolve disputar com o exército uma volta ao mundo ele prontamente se dispõe a liderar sua equipe. Apenas uma surpresa do destino acaba parando seus planos para essa aventura inesquecível.
Comentários:
John Ford foi um mestre do cinema. Disso ninguém tem dúvidas. A questão é que até mesmo os grandes cineastas dão tropeços em sua carreira. Esse "Asas de Águias" foi seguramente um dos piores filmes de Ford. Mesmo trabalhando ao lado de John Wayne, em uma história tão interessante, baseada em fatos reais, pouca coisa funciona. No começo do filme Ford adota um tom exageradamente pastelão. Isso mesmo, em um filme que se propunha a ser um drama de guerra, Ford colocou cenas exageradamente cômicas, com direito a bolos e tortas na cara e calhambeques disputando corridas com aviões (como se o espectador estivesse assistindo a um velho filme de "O Gordo e o Magro"). Nada chega a ser engraçado, apenas constrangedor. Depois o filme avança e Ford, aos poucos, vai mudando o estilo. O personagem de John Wayne sofre um acidente doméstico, ao cair de uma escada, e se torna paraplégico. Ele que sempre foi um militar audacioso teria que lidar agora com uma terrível nova realidade. E aí, do nada, o que era pastelão se torna dramalhão. É um pouco demais para o público, vamos convir. Essa montanha russa de estilos cinematográficos acaba atrapalhando o filme como um todo. Sem ter como pilotar novamente então o personagem de John Wayne vai para Hollywood e se torna roteirista de filmes de guerra. A história real de Frank 'Spig' Wead poderia render algo muito mais interessante. Ele próprio poderia ter escrito um roteiro melhor para o filme, porém quando esse foi realizado ele já estava morto. Uma pena, de certa forma John Ford, apesar de todas as suas boas intenções e talento, estragou essa biografia do velho piloto da marinha. Se tivesse adotado um tom sério e mais centrado no drama real vivido por Spig teríamos um filme muito mais interessante. Do jeito que ficou tudo soa muito bobo e fora de propósito. Esse filme certamente foi uma bola fora dentro da filmografia do grande John Ford. A lição que fica é a de que até os grandes gênios do cinema cometem sua dose de bobagens nas telas.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Maureen O'Hara
Uma das atrizes mais famosas do período clássico em Hollywood, Maureen O'Hara era irlandesa de nascimento, o que talvez explique sua personalidade forte, que lhe valeu a imagem de mulher independente, à frente de seu tempo. Ela desde cedo mostrou aptidão para competições esportivas mas seu grande amor mesmo passou a ser o teatro que começou a fazer quando ainda era apenas uma colegial.
Com apenas 14 anos conseguiu entrar para uma conceituada companhia teatral que encenava suas peças no Abbey Theatre em Dublin. Por essa época se apaixonou pelo canto lírico, paixão que levou para sempre em sua vida. Sua carreira e sua vida mudaram completamente quando conheceu o ator Charles Laughton que impressionado por seu talento resolveu dar uma ajuda à jovem atriz. Mudou seu nome de Maureen FitzSimons para Maureen O'Hara e decidiu que tentaria entrar para o concorrido mercado americano de cinema.
O começo, como era de se esperar, foi complicado. Após duas pequenas pontas conseguiu sua primeira boa oportunidade em "A Estalagem Maldita" de 1939. Com esse filme recebeu suas primeiras boas críticas. Era ótimo para uma atriz jovem como ela ser notada e mais ainda ser elogiada. Aos 19 anos assinou com a RKO Pictures para atuar em uma série de filmes, entre eles "O Corcunda de Notre Dame", muito elogiado em seu lançamento. Depois vieram seus maiores sucessos de bilheteria até então, "Como Era Verde o Meu Vale" (1941) e "De Ilusão Também Se Vive" (1947).
Sua carreira entrou em nova fase quando começou a trabalhar com John Ford e John Wayne. Com o Duke trabalhou em cinco filmes: "Rio Bravo" (1950), "Depois do Vendaval" (1952), "Asas de Águias" (1957), "Quando um Homem é Homem" (1963) e "Jake Grandão" (1971), sendo os três primeiros com John Ford. Ela se tornou grande amiga de Johh Wayne e sobre ele costumava dizer: "Para as pessoas em todo o mundo, John Wayne não é apenas um ator, ele é a personificação do que de melhor existe nos Estados Unidos da América". Assim como Wayne se tornou uma mulher de posições conservadoras, se filiando - e trabalhando - nas campanhas de vários candidatos presidenciais do Partido Republicano ao longo dos anos.
Já sobre John Ford ela também teceu vários elogios ao longo de sua vida. Chegou a resumir o diretor em um pensamento muito inteligente que dizia: "Hoje a maioria dos diretores estão em outra sala assistindo os atores pelos monitores. Eles mandam suas instruções por rádio. Não existe mais conexão entre os diretores e os atores. John Ford não era assim. Ele estava o tempo todo junto de seu elenco, colhendo opiniões, incentivando, provocando, instigando grandes atuações! Era um diretor maravilhoso".
Curiosamente a atriz acabou rompendo com Ford após um acesso de ciúmes dele ao vê-la tratando com outro diretor em sua presença. "Acredito que ele sentiu-se desrespeitado ou algo assim. Não lhe dei a atenção que ele pensava merecer e fui falar com outro diretor com o qual queria trabalhar. A reação de Ford foi muito rude! Ele me disse que nunca mais voltaria a trabalhar comigo e assim o fez!". A amizade de anos chegou ao fim por uma bobagem, algo que nem ela sabe explicar direito o motivo.
Isso porém em nada impediu Maureen O'Hara de levar em frente sua carreira. No total realizou 65 filmes, muitos deles grandes clássicos da história de Hollywood. Aos poucos porém seus interesses foram se ampliando e ela se tornou também uma bem sucedida editora de modas na Califórnia. Um verdadeiro mito do cinema que ainda continua produtiva e ativa, mesmo após completar seus bem vividos 90 anos de idade.
Pablo Aluísio.
Com apenas 14 anos conseguiu entrar para uma conceituada companhia teatral que encenava suas peças no Abbey Theatre em Dublin. Por essa época se apaixonou pelo canto lírico, paixão que levou para sempre em sua vida. Sua carreira e sua vida mudaram completamente quando conheceu o ator Charles Laughton que impressionado por seu talento resolveu dar uma ajuda à jovem atriz. Mudou seu nome de Maureen FitzSimons para Maureen O'Hara e decidiu que tentaria entrar para o concorrido mercado americano de cinema.
O começo, como era de se esperar, foi complicado. Após duas pequenas pontas conseguiu sua primeira boa oportunidade em "A Estalagem Maldita" de 1939. Com esse filme recebeu suas primeiras boas críticas. Era ótimo para uma atriz jovem como ela ser notada e mais ainda ser elogiada. Aos 19 anos assinou com a RKO Pictures para atuar em uma série de filmes, entre eles "O Corcunda de Notre Dame", muito elogiado em seu lançamento. Depois vieram seus maiores sucessos de bilheteria até então, "Como Era Verde o Meu Vale" (1941) e "De Ilusão Também Se Vive" (1947).
Sua carreira entrou em nova fase quando começou a trabalhar com John Ford e John Wayne. Com o Duke trabalhou em cinco filmes: "Rio Bravo" (1950), "Depois do Vendaval" (1952), "Asas de Águias" (1957), "Quando um Homem é Homem" (1963) e "Jake Grandão" (1971), sendo os três primeiros com John Ford. Ela se tornou grande amiga de Johh Wayne e sobre ele costumava dizer: "Para as pessoas em todo o mundo, John Wayne não é apenas um ator, ele é a personificação do que de melhor existe nos Estados Unidos da América". Assim como Wayne se tornou uma mulher de posições conservadoras, se filiando - e trabalhando - nas campanhas de vários candidatos presidenciais do Partido Republicano ao longo dos anos.
Já sobre John Ford ela também teceu vários elogios ao longo de sua vida. Chegou a resumir o diretor em um pensamento muito inteligente que dizia: "Hoje a maioria dos diretores estão em outra sala assistindo os atores pelos monitores. Eles mandam suas instruções por rádio. Não existe mais conexão entre os diretores e os atores. John Ford não era assim. Ele estava o tempo todo junto de seu elenco, colhendo opiniões, incentivando, provocando, instigando grandes atuações! Era um diretor maravilhoso".
Curiosamente a atriz acabou rompendo com Ford após um acesso de ciúmes dele ao vê-la tratando com outro diretor em sua presença. "Acredito que ele sentiu-se desrespeitado ou algo assim. Não lhe dei a atenção que ele pensava merecer e fui falar com outro diretor com o qual queria trabalhar. A reação de Ford foi muito rude! Ele me disse que nunca mais voltaria a trabalhar comigo e assim o fez!". A amizade de anos chegou ao fim por uma bobagem, algo que nem ela sabe explicar direito o motivo.
Isso porém em nada impediu Maureen O'Hara de levar em frente sua carreira. No total realizou 65 filmes, muitos deles grandes clássicos da história de Hollywood. Aos poucos porém seus interesses foram se ampliando e ela se tornou também uma bem sucedida editora de modas na Califórnia. Um verdadeiro mito do cinema que ainda continua produtiva e ativa, mesmo após completar seus bem vividos 90 anos de idade.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Galeria Cine Western - Kirk Douglas
Kirk Douglas em imagem promocional do western da Universal Pictures "Homem Sem Rumo" (Man Without a Star, EUA, 1951). No filme o ator interpretava um cowboy chamado Dempsey Rae, um homem em busca de si mesmo que acabava se envolvendo em uma intriga mortal no velho oeste. O filme foi produzido pelo próprio Kirk Douglas e se tornou um grande sucesso de bilheteria, abrindo as portas para que Douglas procurasse cada vez mais por projetos ousados e de apelo popular. Essa mesma produtora, de sua propriedade, iria produzir alguns anos depois o grande épico "Spartacus" onde Kirk Douglas finalmente chegaria ao ápice, ao auge de toda a sua carreira cinematográfica. "Man Without Star" foi dirigido pelo mestre King Vidor e até hoje é considerado um dos grandes faroestes clássicos dos anos 1950. Um marco na carreira de Douglas.
As guerras indígenas sempre foram bastante exploradas por roteiristas americanos durante os anos 1950. Aqui vemos Maureen O'Hara e Jeff Chandler no clássico western "A Grande Audácia" (War Arrow, EUA, 1953), película dirigida pelo mestre do faroeste George Sherman, que inclusive tinha nome de general da guerra civil. O filme mostrava a luta para se chegar a um acordo de paz com os guerreiros apaches e Kiowas em um território hostil e deserto do oeste americano. Um dos grandes interesses do filme vem justamente da presença de Maureen O'Hara que iria se tornar uma das mais queridas Ladys dos filmes de western da época. As filmagens foram realizadas no deserto Nogales, no Arizona e numa das cenas de batalha o ator e astro Jeff Chandler se feriu gravemente ao cair de um cavalo em disparada o que fez com que as filmagens fossem interrompidas por mais de dois meses. Ossos do ofício de se interpretar um herói do velho oeste naqueles tempos heróicos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 6 de junho de 2006
Barão do Oeste
Também conhecido pelo título nacional de "Quando um Homem é Homem", esse excelente faroeste estrelado por John Wayne ainda hoje surpreende por seu bom roteiro e ótimo desenvolvimento de todos os personagens. O Inesquecível Wayne interpreta George Washington 'G.W.' McLintock, um rico fazendeiro de um território do velho oeste. A região tem pouca água e os mananciais estão todos em suas terras. Isso cria uma certa tensão entre os colonos que chegam todos os dias em busca de uma nova vida. G.W. avisa que ali não há terras férteis para plantações, mas isso não inibe a chegada de mais e mais caravanas. E também há a questão dos nativos, muitos deles amigos do fazendeiro há muitos anos. Entre os índios e os colonos logo surge uma rivalidade complicada de se administrar.
Na vida pessoal McLintock também tem problemas para lidar. Ele é casado com uma mulher de gênio forte, dada a brigas homéricas. Ela passa vários meses na capital e volta para a fazenda quando sua filha está prestes a chegar de viagem. Ela estuda em uma escola para ricos na cidade grande, na capital. McLintock fica feliz por sua família estar reunida novamente e providencia uma grande festa de boas vindas. Esse filme, como já frisei, tem excelente roteiro. De certa maneira é uma novela sobre uma família naqueles tempos pioneiros. Embora a trama tenha várias ramificações surge espaço inclusive para o humor, como na cena da briga generalizada, onde todos (inclusive John Wayne) vão parar em um grande poço de lama e argila. Enfim, um faroeste bem acima da média e um dos melhores momentos do grande Wayne no cinema.
Barão do Oeste / Quando um Homem é Homem (McLintock!, Estados Unidos, 1963) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Edward Grant / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Patrick Wayne, Stefanie Powers / Sinopse: Fazendeiro rico e poderoso precisa lidar com problemas na região onde está localizada suas vastas terras, ao mesmo tempo em que precisa resolver questões familiares envolvendo sua esposa briguenta e sua jovem filha adolescente, de volta à casa do pai para passar suas férias escolares.
Pablo Aluísio.
Na vida pessoal McLintock também tem problemas para lidar. Ele é casado com uma mulher de gênio forte, dada a brigas homéricas. Ela passa vários meses na capital e volta para a fazenda quando sua filha está prestes a chegar de viagem. Ela estuda em uma escola para ricos na cidade grande, na capital. McLintock fica feliz por sua família estar reunida novamente e providencia uma grande festa de boas vindas. Esse filme, como já frisei, tem excelente roteiro. De certa maneira é uma novela sobre uma família naqueles tempos pioneiros. Embora a trama tenha várias ramificações surge espaço inclusive para o humor, como na cena da briga generalizada, onde todos (inclusive John Wayne) vão parar em um grande poço de lama e argila. Enfim, um faroeste bem acima da média e um dos melhores momentos do grande Wayne no cinema.
Barão do Oeste / Quando um Homem é Homem (McLintock!, Estados Unidos, 1963) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Edward Grant / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Patrick Wayne, Stefanie Powers / Sinopse: Fazendeiro rico e poderoso precisa lidar com problemas na região onde está localizada suas vastas terras, ao mesmo tempo em que precisa resolver questões familiares envolvendo sua esposa briguenta e sua jovem filha adolescente, de volta à casa do pai para passar suas férias escolares.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de maio de 2006
Terra Selvagem
Título no Brasil: Terra Selvagem
Título Original: Comanche Territory
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Lewis Meltzer, Oscar Brodney
Elenco: Maureen O'Hara, Macdonald Carey, Will Geer, Charles Drake, Pedro de Cordoba, Ian MacDonald
Sinopse:
Durante a conquista do oeste americano, um grupo de colonos decide romper, por conta própria, um tratado de paz firmado entre o governo e a nação comanche. Eles cobiçam a prata que pode ser encontrada no território comanche. E essa invasão de suas terras dá origem a um conflito brutal entre homens brancos e nativos.
Comentários:
O diretor George Sherman tinha nome de general ianque da guerra civil. Isso parece ter abençoado sua carreira cinematográfica pois ele, desde cedo, se especializou em filmes com histórias passadas no velho oeste. Esse faroeste aqui tem uma característica interessante, pois foi estrelado por uma mulher! Isso mesmo, a atriz Maureen O'Hara era a verdadeira protagonista no filme, interpretando uma personagem chamada Katie Howard, uma pioneira naquelas terras selvagens. Maureen O'Hara era uma das principais estrelas da Universal, assim o estúdio decidiu arriscar, produzindo um western estrelado por uma atriz de personalidade forte. A "ousadia" deu certo, o filme foi elogiado pela crítica da época e rendeu uma boa bilheteria nos cinemas. Revisto nos dias atuais é sem dúvida um bom filme de western, com todos os elementos presentes, bom roteiro, elenco empenhado e ótimas cenas de batalha. Um bom fã do estilo não teria do que reclamar.
Pablo Aluísio.
Título Original: Comanche Territory
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Lewis Meltzer, Oscar Brodney
Elenco: Maureen O'Hara, Macdonald Carey, Will Geer, Charles Drake, Pedro de Cordoba, Ian MacDonald
Sinopse:
Durante a conquista do oeste americano, um grupo de colonos decide romper, por conta própria, um tratado de paz firmado entre o governo e a nação comanche. Eles cobiçam a prata que pode ser encontrada no território comanche. E essa invasão de suas terras dá origem a um conflito brutal entre homens brancos e nativos.
Comentários:
O diretor George Sherman tinha nome de general ianque da guerra civil. Isso parece ter abençoado sua carreira cinematográfica pois ele, desde cedo, se especializou em filmes com histórias passadas no velho oeste. Esse faroeste aqui tem uma característica interessante, pois foi estrelado por uma mulher! Isso mesmo, a atriz Maureen O'Hara era a verdadeira protagonista no filme, interpretando uma personagem chamada Katie Howard, uma pioneira naquelas terras selvagens. Maureen O'Hara era uma das principais estrelas da Universal, assim o estúdio decidiu arriscar, produzindo um western estrelado por uma atriz de personalidade forte. A "ousadia" deu certo, o filme foi elogiado pela crítica da época e rendeu uma boa bilheteria nos cinemas. Revisto nos dias atuais é sem dúvida um bom filme de western, com todos os elementos presentes, bom roteiro, elenco empenhado e ótimas cenas de batalha. Um bom fã do estilo não teria do que reclamar.
Pablo Aluísio.
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