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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Caminhos Sem Fim

Caminhos Sem Fim
Muitos cinéfilos só conhecem Alan Ladd pelo clássico do western "Os Brutos Também Amam". Visão superficial de um bom ator que atuou em diversos gêneros cinematográficos ao longo de sua carreira. E em seus anos de Hollywood ele também fez muitos filmes de gângters. De certa forma sua filmografia estava cheia dessas produções. O típico criminoso que Ladd interpretava porém era diferente daqueles personagens de James Cagney ou Edward G. Robinson. Ao invés do gângster durão que agredia e ameaçava quem cruzasse seu caminho, Ladd estava mais habituado a interpretar o bandido social, que havia entrado no mundo do crime por não ter outra saída a seguir na vida. Havia sempre um misto de decepção consigo mesmo e melancolia nessa trajetória. O arrependimento e a redenção estavam sempre presentes nos roteiros. 

Nesse filme em questão, ele não interpretava um gângster, mas sim um jornalista. seu personagem passa a trabalhar como repórter investigativo no caso de uma mulher que foi assassinada. Seu corpo foi encontrado no lado sul da velha Chicago, em um tempo em que a cidade era infestada e dominada por gângsters como Al Capone. Os policiais parecem não querer solucionar o crime e ele então começa a descobrir que figurões da cidade estariam envolvidos com a morte da vítima. Só que seu personagem era um sujeito frágil, corroído pelo alcoolismo. Sua vulnerabilidade pessoal iria se acentuar ainda mais ao se envolver nesse crime. Um filme muito bom, mostrando toda a sofisticação intelectual que imperava nos roteiros da Hollywood clássica, mesmo em filmes policiais como esse. Bons tempos para o cinema.

Caminhos Sem Fim (Chicago Deadline, Estados Unidos, 1949) Direção: Lewis Allen / Roteiro: Warren Duff, Tiffany Thayer / Elenco: Alan Ladd, Donna Reed, June Havoc / Sinopse: Jornalista investigativo com problemas de alcoolismo descobre o  envolvimento de figurões da cidade na morte de uma jovem na velha Chicago dos anos 1930. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O Solar das Almas Perdidas

Título no Brasil: O Solar das Almas Perdidas
Título Original: The Uninvited
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis Allen
Roteiro: Dodie Smith, Frank Partos
Elenco: Ray Milland, Ruth Hussey, Donald Crisp, Cornelia Otis Skinner, Dorothy Stickney, Barbara Everest

Sinopse:
Um compositor e sua irmã à procura de uma nova casa se deparam com uma antiga mansão no estilo gótico sendo vendida a um preço realmente tentador. Com sua construção lembrando a era vitoriana, a proposta de sua compra se torna irrecusável. Após a compra da propriedade, eles se mudam para o local, mas logo percebem que há algo de muito errado com aquela velha casa. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (Charles Lang).

Comentários:
Um clássico dos filmes de terror e suspense, "O Solar das Almas Perdidas" tem um daqueles enredos bem tradicionais envolvendo casas mal assombradas. Curiosamente a tônica desse argumento nem sempre se apega a sustos e medo em série. Há uma clara tentativa também de mostrar com um certo humor negro tudo o que os personagens passam ao seu mudaram para aquele velho casarão, que por si só é bem sinistro. A direção foi entregue ao veterano cineasta inglês Lewis Allen, que com muita classe soube desenvolver a história com charme e elegância, jamais caindo na caricatura ou no humor involuntário. Isso de certa forma era mesmo de se esperar pois os ingleses, de uma forma em geral, têm muita experiência nesse tipo de filme com temática sobrenatural, uma vez que seus castelos e casas centenárias de seu país se prestam muito bem a esse tipo de lenda envolvendo fantasmas e almas penadas. Charmoso e nostálgico, "O Solar das Almas Perdidas" é uma ótima pedida para quem estiver em busca de conhecer os antigos filmes de terror da década de 1940. Esse sem dúvida é um dos melhores daquela época.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de outubro de 2020

Meu Ofício é Matar

A pequena cidade de Suddenly é das mais pacatas do meio oeste dos Estados Unidos. Há muitos anos nenhum crime mais sério é registrado, talvez por isso o principal passatempo do xerife local seja tentar conquistar o afeto da jovem viúva Ellen Benson (Nancy Gates). Seu marido morreu na segunda guerra e ela ficou sozinha para criar seu único filho. Morando com seu pai, um veterano do serviço secreto, numa casa localizada em uma colina bem em frente à estação de trem, ela, por enquanto, não deseja mesmo se envolver romanticamente com ninguém. A rotina sossegada da cidadezinha muda porém quando o xerife Tod Shaw (Sterling Hayden) é informado que o presidente dos Estados Unidos chegará na estação local para passar alguns dias de folga. Ele pretende pescar e desfrutar da tranquilidade local. Isso obviamente muda completamente a rotina dos moradores. Agentes do serviço secreto e membros da polícia estadual logo tomam as ruas para garantir a segurança do presidente. Até mesmo a casa de Ellen é visitada por supostos agentes do FBI. Liderados por John Baron (Frank Sinatra) eles entram em sua casa dizendo-se membros da segurança do presidente. O que a família de Ellen não sabe é que na verdade são assassinos profissionais que estão ali justamente para matar o presidente. A localização da casa, bem em frente ao local onde o presidente desembarcará de seu trem é perfeita para um tiro de longa distância dado por Baron.

"Meu Ofício é Matar" surpreende por vários aspectos. Muitos anos antes do assassinato do presidente JFK, o roteiro antecipa várias coisas que aconteceriam com Kennedy. O atirador que almeja matar o presidente, interpretado muito bem por Frank Sinatra, era, assim como Lee Oswald, o assassino de JFK, um veterano das forças armadas. O uso de uma janela, acima de qualquer suspeita, para a colocação de um rifle de alta precisão também é similar ao que aconteceria na vida real anos depois. O grande diferencial porém é que Oswald conseguiu uma certa tranquilidade em seu local de tiro (um armazém de livros em Dallas) enquanto o personagem de Sinatra teve que lidar com várias pessoas dentro da casa de Ellen, tendo que se preocupar não apenas em atirar de forma certeira no presidente, mas também administrar seus reféns.

Frank Sinatra está muito bem como o atirador, o assassino profissional contratado para o serviço de sua vida. Afinal matar um presidente dos Estados Unidos não era algo fácil de fazer. Com ares de delírio o personagem de Sinatra se mostra um psicopata perigoso e cruel. O curioso é que o roteiro glorifica os esforços das pessoas que estão feitas reféns dentro da casa para evitar a morte do presidente. O desfecho assim é dos mais interessantes. Gostei muito desse filme. Diria até que foi um dos melhores filmes que assisti com Frank Sinatra. Assim deixo a recomendação desse surpreendente "Meu Ofício é Matar", um filme que antecipou em quase dez anos o que aconteceria na morte de um dos mais populares e marcantes presidentes da história americana.

Meu Ofício é Matar (Suddenly, Estados Unidos, 1954) Direção: Lewis Allen / Roteiro: Richard Sale / Elenco: Frank Sinatra, Sterling Hayden, James Gleason, Nancy Gates / Sinopse: Durante a visita do presidente dos Estados Unidos a uma pequena cidadezinha, um grupo de assassinos profissionais toma de refém uma família para da janela de sua casa mirar e acertar o líder americano assim que ele descer de seu trem.

Pablo Aluísio.


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Trágica Fatalidade

Victor Scott (Edward G. Robinson) é um vaidoso promotor de justiça que acaba acusando um homem inocente de assassinato. Condenado à cadeira elétrica descobre-se depois que ele não havia cometido o crime. Em crise existencial pelo ocorrido Victor decide abandonar a promotoria para se tornar advogado de defesa pois em suas próprias palavras prefere deixar 100 culpados soltos do que condenar um inocente à pena capital. Na nova vida como profissional liberal ele abre um pequeno escritório de advocacia onde começa a atender clientes acusados dos mais diversos crimes. Entre eles está Frank Garland (Albert Dekker) que sob a fachada de ser um mero homem de negócios é na verdade um gangster perigoso e violento. Edward G. Robinson fez mais de 100 filmes em sua longa carreira no cinema, quase sempre interpretando gangsters. Aqui ele muda de lado e faz um homem da lei, um promotor e depois advogado, que tenta de todas as formas ter uma postura ética e isenta em sua profissão, o problema é que como descobrirá depois não há muito espaço para esse tipo de postura no meio jurídico americano.

“Trágica Fatalidade” é claramente uma crítica ao sistema judicial, onde definitivamente não há espaço para crises éticas ou existenciais. Robinson está perfeito em seu papel, um sujeito que logo se vê corrompido pelo sistema, tendo que aplicar pequenos (e grandes) golpes para sobreviver entre os tubarões. Para piorar se vê enrolado nas teias do crime organizado após abandonar seu cargo de promotor. O roteiro é muito bem escrito, joga muito bem com as artimanhas do meio jurídico e tira bastante proveito das chamadas brechas da lei. No elenco além da sempre importante presença de Edward G. Robinson temos a bela Jayne Mansfield. Sua interpretação é claramente uma imitação dos trejeitos de Marilyn Monroe em todos os aspectos (até o jeito de falar sussurrando Jayne tenta copiar). Sua personagem é secundária e sem importância durante todo o filme mas assume uma função vital no clímax que ocorre no tribunal. Enfim, para quem gosta de roteiros bem trabalhados e tensos casos judiciais “Trágica Fatalidade” certamente é uma boa opção.

Trágica Fatalidade (Illegal, EUA, 1955) Direção: Lewis Allen / Roteiro: W.R. Burnett, James R. Webb / Elenco: Edward G. Robinson, Nina Foch, Hugh Marlowe / Sinopse: Promotor decide abandonar a carreira após trabalhar em um caso onde um homem inocente é mandado para a cadeira elétrica por erro judicial. Após se tornar advogado de defesa de vários criminosos se vê envolvido numa teia de corrupção e violência sob as ordens de um violento gangster.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de maio de 2006

Bonanza

Título no Brasil: Bonanza
Título Original: Bonanza
Ano de Produção: 1959 - 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: William F. Claxton, Lewis Allen
Roteiro: Série criada por David Dortort e Fred Hamilton
Elenco: Lorne Greene, Michael Landon, Dan Blocker, Pernell Roberts, Victor Sen Yung, Ray Teal

Sinopse:
A série "Bonanza" narra os dramas, aventuras e desafios vividos por Ben Cartwright (Lorne Greene) e seus filhos. Rancheiros no velho oeste eles enfrentam todos os tipos de dificuldades para levar em frente sua fazenda. Inseridos na comunidade local vivem como uma típica família rural americana de sua época.

Comentários:
Um verdadeiro marco na história da TV americana. "Bonanza" é certamente a série de western mais bem sucedida de todos os tempos. Atravessou três décadas de muita popularidade e chegou na marca incrível de quatorze temporadas, tendo no total mais de 400 episódios. Nos Estados Unidos praticamente todas as temporadas foram lançadas em DVD mas no Brasil ela permanece ainda inédita, fruto é claro dos problemas de mercado em nosso país. De qualquer maneira quem estiver em busca de conhecer melhor o seriado vale a indicação de suas exibições periódicas no canal especializado TCM. Em minha opinião "Bonanza" resistiu bem ao teste do tempo. Os episódios ainda soam interessantes, fruto do fato de terem sido bem dirigidos, produzidos e escritos. Não é para menos, na época de seu auge "Bonanza" era um dos carros chefes da programação da poderosa NBC, que nunca poupou recursos para a série. Até mesmo a trilha sonora de abertura se tornou um ícone de popularidade. Enfim, se você gosta de western, "Bonanza" certamente não poderá faltar em sua coleção.

Pablo Aluísio.