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domingo, 27 de dezembro de 2020

Narcos

Narcos
Comecei a assistir a essa tão falada série da Netflix, "Narcos". Foi sem dúvida um dos grandes sucesso da empresa de streaming. No total foram produzidas três temporadas entre os anos de 2015 a 2017. A série conta a história de Pablo Escobar, aqui interpretado pelo excelente ator brasileiro Wagner Moura. Esse traficante colombiano foi figura central no grande mercado de exportação de drogas para os Estados Unidos durante a década de 1980. Seu produto tomou conta das grandes cidades americanas e ele se tornou um homem imensamente rico e poderoso. Irei comentar nessa postagem todos os episódios da série, com reviews regulares. Abaixo seguem resumos dos episódios mais importantes de "Narcos".

Narcos 1.01 - Descenso
Esse é o primeiro episódio da série e como já era de esperar mostra o começo de tudo. Um bandido de baixo clero chamado "Barata" decide expandir seus negócios. Ele tem pequenos laboratórios de processamento de cocaína bem no meio da selva e precisa de um distribuidor experiente. Acaba escolhendo Pablo Escobar (Moura) para comandar essa operação. Só que Escobar pensa grande, ele quer ir além das fronteiras colombianas. Em razão disso decide que vai levar a cocaína de Barata até Miami, tornando essa cidade um verdadeiro portal para seu produto entrar dentro das fronteiras dos Estados Unidos. E o sucesso de vendas é imediato. E para dar conta da demanda, Escobar precisa expandir ainda mais os negócios, criando meios criativos para que as mulas levem a cocaína até Miami. E nesse processo começam os subornos das autoridades colombianas e também o acerto de contas com os primeiros traidores da organização criminosa. Primeiro episódio excelente, já demonstrando toda a qualidade dessa série que marcou bastante. / Narcos 1.01 - Descenso (Estados Unidos, 2015) Direção: José Padilha / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 1.02 - The Sword of Simón Bolivar
Como surgiu o Cartel de Medellín? Esse episódio traz a história de seu nascimento. Um grupo de guerrilheiros marxistas da Colômbia chamado M-19 decide sequestrar a irmã de dois traficantes. Pablo Escobar fica possesso quando descobre isso. Então ele reúne todos os grandes traficantes da cidade em um hotel de luxo e lá organiza a criação de um novo grupo criminoso, bem armado, inicialmente chamado de "Morte aos sequestradores". E assim começa o banho de sangue dessa infame organização criminosa internacional, tudo financiado pelo dinheiro da cocaína vendida nos Estados Unidos. Aliás, como é bem mostrado no episódio, era tanto dinheiro (em dólar) vindo da América do Norte que Pablo Escobar e seus homens não sabiam mais o que fazer com aquela fortuna. Sem ter sequer condições de lavar tanto dinheiro sujo, acabaram decidindo enterrar tudo! Imagine que situação delicada! Nesse episódio vemos também a chegada de um novo agente do DEA na Colômbia. Ele consegue usar como informante uma jovem prostituta que participava das festinhas de Pablo Escobar e seus comparsas. Enfim, mais um excelente episódio dessa série que é sem dúvida acima da média. Não deixe de assistir. / Narcos 1.02 - The Sword of Simón Bolivar (Estados Unidos, 2015) Direção: José Padilha / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.03 - The Men of Always
Pablo Escobar surpreende a todos ao decidir se candidatar ao congresso nacional da Colômbia. Coloca um candidato fantoche na frente e se torna seu suplente. Quando esse vence as eleições renuncia em favor do traficante. Claro, tudo combinado. E então Pablo Escobar se torna congressista, só que nesse círculo ele não consegue ser aceito. Logo no primeiro dia em que comparece a uma sessão, o ministro da justiça o denuncia publicamente, colocando sua foto quando foi preso anos atrás. Pablo Escobar retira-se do congresso, renuncia, mas não deixa barato. O ministro da justiça é assassinado logo após, com uma rajada de metralhadora dado por dois assassinos contratados por Pablo Escobar. A vingança, já dizia o ditado, é um prato que se serve frio. / Narcos 1.03 - The Men of Always (Estados Unidos, 2015) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal. 

Narcos 1.04 - The Palace in Flames
Por causa de narcotraficantes como Pablo Escobar, o governo dos Estados Unidos firmou um acordo de extradição com a Colômbia. E isso, claro, foi uma péssima notícia para os criminosos colombianos que exportavam cocaína para o mercado interno dos Estados Unidos. Nesse episódio vemos como Pablo Escobar comprou o grupo guerrilheiro comunista M-19. Os socialistas invadiram a Suprema Corte do país, mataram juízes e destruíram provas contra Escobar. E o mais interessante de tudo é que o próprio Escobar depois mataria os líderes do M-19, após um pequeno teatrinho, onde ele, todo emocionado, dava a espada de Simon Bolívar para Ivã, o Terrível, um dos chefes do M-19. Pois é meus caros, não se deve confiar em palavra de bandido. Essa é uma regra básica da vida. / Narcos 1.04 - The Palace in Flames (Estados Unidos, 2015) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.  

Narcos 1.05 - There Will Be a Future
Haveria um futuro para a Colômbia? O ultimo candidato a presidente do país que prometeu isso acabou sendo morto por Pablo Escobar e seus homens. Agora surge um novo candidato que inicialmente fica receoso em declarar guerra aos traficantes, mas depois de receber recados dos criminosos decide então pagar para ver, assumindo posições contrárias aos narcotraficantes, como ser a favor da extradição de todos eles para os Estados Unidos, algo que Escobar e seus homens abominavam mais do que tudo em suas vidas. Esse episódio mostra perfeitamente como era delicada a situação dos políticos da época que ousassem enfrentar o cartel de Medelín, até porque muitos deles morreriam por suas ideias de defender a legalidade. / Narcos 1.05 - There Will Be a Future (Estados Unidos, 2015) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.06 - Explosivos
Pablo Escobar matava policiais. E quando os outros matavam esses, eram prontamente recompensados. Nesse episódio há dois momentos marcantes. O primeiro ocorre quando Pablo Escobar contrata um rapaz para gravar uma conversa dentro de um avião. Era uma cilada. O gravador na verdade era uma bomba preparada por um especialista em bombas do grupo espanhol ETA. O jovem nem percebeu quando morreu ao apertar a tecla REC, dentro de um avião, com a morte de dezenas de outras pessoas inocentes. Na outra cena o traficante Gacha é perseguido e morto por forças policiais. Ele é metralhado por um helicóptero policial quando tentava fugir. Ótima sequência, uma das mais lembradas dessa primeira temporada. / Narcos 1.06 - Explosivos (Estados Unidos, 2015) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.07 - You Will Cry Tears of Blood  
A Colômbia (e o mundo) ficam chocados ao descobrirem que Pablo Escobar colocou uma bomba em uma avião comercial, matando uma centena de pessoas inocentes. E ele não parece satisfeito. Começa uma onda de sequestros contra parentes de autoridades e famílias da elite colombiana. Isso cria um clima tal de medo e terror no pais que o presidente colombiano César Gaviria, sob pressão intensa, abre negociação com Pablo Escobar. Outro fato interessante nesse episódio é que vemos o surgimento do Cartel de Cali e sua guerra psicológica contra o Cartel de Medellín, comandado por Escobar. Eles literalmente repartiam o território dos Estados Unidos entre si. Cada um com seu próprio mercado de vendas de drogas, em especial cocaína. / Narcos 1.07 - You Will Cry Tears of Blood (Estados Unidos, 2015) Direção: Fernando Coimbra / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.08 - La Gran Mentira
A morte da jornalista que estava refém da quadrilha de Pablo Escobar choca a Colômbia. O presidente do país acaba cedendo às exigências do narcotraficante internacional e aceita suas condições. Escobar acaba construindo sua própria prisão, que na realidade não era prisão coisa nenhuma. Era uma farsa, uma grande mentira como bem deixa claro o nome original do episódio. Porém antes de ir para seu novo endereço, Pablo Escobar sofre uma grande perda em seu grupo. Seu primo Gustavo Escobar é morto de forma brutal por policiais disfarçados. Claro que Escobar promete vingança pela morte daquele que não era apenas eu primo, mas seu amigo de infância. Uma das pessoas mais próximas a Escobar em sua vida. A vingança, como era de se esperar, promete um novo banho de sangue no país. / Narcos 1.08 - La Gran Mentira (Estados Unidos, 2015) Direção: Fernando Coimbra / Roteiro: Chris Brancato, Carlo Bernard / Elenco:  Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.09 - La Catedral
Para Pablo Escobar o que importava era a lealdade. Assim quando dois de seus comparsas mais próximos o roubam e o enganam, bem, suas sentenças de mortes são assinadas. No caso dois criminosos que tinham roubado 250 mil dólares de Escobar. Algo assim não seria tolerado. Pablo os mata dentro de sua prisão que mais se parece com um cassino ou um bordel, cheio de prostitutas. Um deles o próprio Pablo Escobar mata, com um taco de sinuca. O outro é morto por seus homens. E ambos os traidores acabam no forno de alta pressão de sua prisão de mentirinha. No Cartel comandado por Pablo Escobar a pena por roubo e traição dentro do grupo sempre era a pena de morte em execução sumária. / Narcos 1.09 - La Catedral (Estados Unidos, 2015) Direção:  Andrés Baiz / Roteiro:  Chris Brancato / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Narcos 1.10 - Despegue
Episódio final da temporada. E como termina a série Narcos? Bom, pelo menos nessa primeira temporada. O cerco vai se fechando para Pablo Escobar. Sua prisão (hotel particular) chamado "A Catedral" é cercada pelo exército colombiano. A intenção é que Pablo Escobar seja transferido para outra prisão, tudo por causa da morte de dois ex-comparsas. Eles foram mortos ali mesmo dentro daquela falsa cadeia. O vice-ministro da Justiça é enviado para negociar, entra na Catedral e vira refém do Escobar e seus homens. Diante de tal situação só resta ao presidente Gavíria mandar invadir o lugar com tropas especiais do exército. Escobar então ruma para sua fuga. O episódio acaba com uma frase do próprio Escobar que disse certa vez: "Eu prefiro uma cova na Colômbia do que uma cela nos Estados Unidos". Quase uma profecia do que iria acontecer com ele algum tempo depois. / Narcos 1.10 - Despegue (Estados Unidos, 2015) Direção: Andrés Baiz / Roteiro: Chris Brancato, Doug Miro / Elenco: Wagner Moura, Boyd Holbrook, Pedro Pascal.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Tropa de Elite

Título no Brasil: Tropa de Elite
Título Original: Tropa de Elite
Ano de Produção: 2007
País: Brasil
Estúdio: Zazen Produções, Posto 9
Direção: José Padilha
Roteiro: André Batista, Bráulio Mantovani
Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Fernanda de Freitas

Sinopse:
Dois aspirantes recebem treinamento para trabalhar no BOPE, o batalhão de operações especiais da polícia militar do Rio de Janeiro. No comando, o capitão Nascimento (Wagner Moura) tenta superar seus próprios problemas pessoais, ao mesmo tempo em que combate a criminalidade na cidade onde vive. Filme premiado no Berlin International Film Festival.

Comentários:
Esse filme se tornou o maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro dos últimos anos. Tecnicamente perfeito, foi bastante elogiado também pela crítica, inclusive no exterior. É um filme realmente muito bem produzido, que não deixa a desejar em nada se comparado com produções americanas. O roteiro também é um ponto forte, baseado no livro escrito por um ex-oficial do próprio BOPE. Por essa razão experiências reais podem ser conferidas na tela. Com tudo em seus eixos, "Tropa de Elite" só não conseguiu ser bem compreendido por parte do público que o assistiu e adorou o resultado. Isso porque muitas pessoas não conseguiram captar a real mensagem que o diretor quis passar. "Tropa de Elite" não é um filme de ação com um protagonista justiceiro, que faz justiça pelas próprias mãos. O capitão Nascimento não é um herói. Ele é um personagem mais humano do que muitas pessoas pensam. De certa maneira é uma figura trágica. Quando ele tortura jovens no alto do morro, não o faz para ser aplaudido, mas para ser lamentado. Os realizadores desse filme são todos progressistas, de viés de esquerda, que queriam acima de tudo mostrar como a pressão sofrida por um policial no Rio poderia afetar até mesmo seu equilíbrio emocional e mental. A tortura, a violação de direitos humanos, não é algo para se aplaudir, mas um reflexo dessa situação aflitiva. De qualquer maneira, mesmo sendo muito mal interpretado por certos espectadores, "Tropa de Elite" não deixa de ser uma das melhores coisas que o cinema brasileiro fez nos últimos anos. Um grande filme que merece todos os elogios.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de março de 2020

7 Dias em Entebbe

A história do filme é baseada em fatos reais. Durante a década de 1970 vários grupos radicais europeus de esquerda decidiram apoiar a causa palestina. Um casal de alemães então decide fazer algo impensável: sequestrar um avião da Air France que viajava de Tel Aviv até Paris. No meio da viagem eles sacaram suas armas dentro do avião, colocaram a tripulação e os passageiros como reféns e partiram rumo a Uganda, país comunista africano comandando pelo sanguinário ditador Idi Amin Dada. O ato terrorista alarmou as autoridades israelenses pois grande parte dos passageiros eram judeus. Todos ficaram sob controle de homens armados no terminal do aeroporto da cidade de Entebbe;

A partir dessa grave crise o governo de Israel então resolveu agir, mandando um grupo de militares altamente treinados. Um comando especializado em situações de terrorismo. A função deles passou então a ser libertar todos os reféns, matando os sequestradores. E tudo isso deveria ser feito em território de outro país.

O curioso é que esse filme foi dirigido pelo brasileiro José Padilha. Só não espere por muitas cenas de ação como se vê em outros filmes do diretor como "Robocop" ou "Tropa de Elite". Aqui, muitas vezes, ele optou pela sutileza. Por exemplo, na cena final, quando temos a chegada dos militares israelenses em Uganda não há a exploração do confronto, da ação. Tudo é sutilmente mesclado com um grupo de dança. Acredito que Padilha usou esse artifício narrativo em respeito às vítimas. De qualquer modo é um filme muito bom, que resgata um ato terrorista acontecido em 1976 e que nem sempre é muito lembrado nos dias de hoje. A ideologia, como já bem sabemos, cega as pessoas e as fazem cometer os atos mais bárbaros de violência.

7 Dias em Entebbe (Entebbe, Estados Unidos, Inglaterra, França, 2018) Direção: José Padilha / Roteiro: Gregory Burke / Elenco: Daniel Brühl, Rosamund Pike, Brontis Jodorowsky, Lior Ashkenazi, Eddie Marsan / Sinopse: Em 1976 um avião comercial rumo a Paris é sequestrado por um grupo terrorista de esquerda. Eles tomam a aeronave de refém e a levam até Uganda, exigindo a libertação de terroristas presos em troca da vida dos passageiros judeus e da tripulação.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de novembro de 2015

RoboCop

O primeiro RoboCop é uma pequena obra prima dos anos 80. Claro que as várias sequências, algumas bem ruins, saturaram de certa maneira o personagem. Isso porém nunca tirou o mérito original do primeiro filme. Agora com a escassez de ideias que assola Hollywood resolveu-se realizar um remake, zerando a franquia, recomeçando tudo de novo. O resultado é essa nova versão dirigida pelo brasileiro José Padilha. Como ele foi o diretor dos excelentes filmes nacionais da franquia "Tropa de Elite" eu pensei que haveria mais conteúdo e substância nessa repaginada. Afinal de contas até mesmo o filme original colocava em pauta assuntos interessantes como a força das corporações controlando o aparelho policial que deveria ficar nas mãos do Estado. Certamente haveria bom material para levar adiante.

Padilha porém não se aprofundou muito nesse aspecto. De certa maneira ele se rendeu ao sistema mais formulaico que os grandes estúdios impõe em filmes como esse. Não houve o menor espaço para Padilha ser minimamente autoral. Ele parece o tempo todo mais preocupado em ser aceito dentro da indústria americana de cinema do que desenvolver algo que venha a ser marcante. O discurso político foi devidamente varrido para debaixo do tapete, ou melhor dizendo, amenizado ao máximo. O que sobrou foi um filme de ação e violência até competente, mas que poderia ser muito mais do que realmente é. Afinal de contas qual seria a necessidade de refilmar algo que já foi tão bom sem acrescentar nada em troca? Deixando tudo isso de lado vale a pena ao menos elogiar a competência técnica que o filme apresenta e a boa atuação de Joel Kinnaman no papel principal. Um ator já bem conhecido dos fãs da série "The Killing" ele certamente surpreendeu positivamente no papel do policial Alex Murphy.

RoboCop (Estados Unidos, 2014) Direção: José Padilha / Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier / Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton / Sinopse: Remake do clássico RoboCop de 1987. A história segue basicamente a mesma. Policial é ferido e acaba se tornando o protótipo de um novo programa que busca criar um novo tipo de homem da lei, unindo a racionalidade e a precisão de uma máquina com a consciência de um ser humano. Nasce assim RoboCop, meio homem, meio máquina, um tira total.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de março de 2015

RoboCop

Título no Brasil: RoboCop
Título Original: RoboCop
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Columbia Pictures
Direção: José Padilha
Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton

Sinopse:
Alex Murphy (Joel Kinnaman) é um policial que cumpre muito bem suas funções, tanto que acaba descobrindo um jogo sujo envolvendo tiras como ele. Antes que denuncie o esquema acaba sofrendo um atentado a bomba que deixa seu corpo destroçado. Isso acaba se tornando uma ótima oportunidade para que um projeto de unir homem e máquina em prol da lei seja revitalizado, surgindo daí RoboCop, o modelo ideal do policial do futuro.

Comentários:
Remakes via de regra são bem desnecessários, a não ser que o material original dê margem para uma nova releitura, mais atualizada e moderna. O primeiro filme com o policial do futuro soava muito interessante na década de 80. Era um filme de ficção policial que não se resumia a apresentar a mais pura ação descerebrada, pois tinha um interessante argumento por trás (a mudança da estrutura estatal da segurança pública para o mundo corporativo). "RoboCop" assim seria a materialização da transformação pelo qual a sociedade passava na época (inclusive sob o ponto de vista tecnológico). Até hoje é considerado um bom filme, muito coeso e bem realizado. Então chegamos a esse novo remake. Houve mesmo alguma necessidade em realizar essa obra? Sinceramente depois de assistir cheguei na conclusão que não! O cineasta José Padilha é sem dúvida talentoso, basta lembrar de "Tropa de Elite", mas aqui ele foi controlado completamente pela máquina industrial do cinema americano. No fundo não há nada de autoral nessa revisão. Ora, se o novo RoboCop não traz maiores novidades (o roteiro segue praticamente o mesmo, sem traços do diretor em seu conceito) para que refazer o que já tinha ficado tão bom? No papel principal de Alex Murphy temos o ator Joel Kinnaman, que interpreta o policial noiado da boa série "The Killing". Se não surpreende, pelo menos não atrapalha. Sua atuação é uma das poucas novidades dignas de nota. Assim chegamos na conclusão que o novo "RoboCop" não tinha mesmo razão para existir.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de março de 2014

RoboCop

Título no Brasil: RoboCop
Título Original: RoboCop
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Columbia Pictures
Direção: José Padilha
Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton

Sinopse:
Após algumas investigações o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) descobre um amplo esquema de corrupção envolvendo a corporação. Como retaliação acaba sofrendo um terrível atentado a bomba ao abrir seu carro. À beira da morte, sem possibilidade de continuar vivo pelos meios convencionais a empresa OmniCorp resolve usar o que sobrou de seu corpo numa nova tecnologia inovadora que une máquina e homem em apenas um organismo. Nasce assim RoboCop, um novo conceito de policial do futuro, pronto para combater a criminalidade pelas ruas da suja e violenta Detroit.

Comentários:
Remakes são complicados, ainda mais de filmes marcantes. O primeiro RoboCop e suas sequências ainda são muito presentes na memória dos cinéfilos. Por isso quando essa nova versão foi anunciada não fiquei muito entusiasmado. Como todos sabem a direção foi entregue ao talentoso cineasta brasileiro José Padilha, que se consagrou com o excelente "Tropa de Elite". Pois bem, finalmente temos agora um diretor de cinema no primeiro time em Hollywood. Dito isso é bom deixar claro algumas coisas. O novo "RoboCop" é um competente filme de ação futurista que na minha opinião se enquadra completamente dentro do que Hollywood tem produzido nos últimos anos. Não achei nada autoral como muito foi dito por aí. Certamente Padilha inseriu pequenos aspectos de sua visão pessoal sobre o personagem, isso é inegável, mas também é fato que o filme não sai muito do que se vê na linha de produção do cinema americano atualmente.

O argumento segue sendo basicamente o mesmo, com pequenas mudanças na trama que não a descaracteriza e nem a deixa muito longe do que vimos no filme original de Paul Verhoeven. Há inclusive a inserção de trechos de reportagens televisivas ao longo de toda a estória (algo marcante e bem característica da primeira versão). Some-se a isso a mensagem subliminar contra o poder das grandes corporações empresarias americanas, algo que também estava bem presente no primeiro filme de 1987. Em termos de aspectos técnicos do filme há boas mudanças. Inicialmente o design do policial robô homenageia o estilo mostrado na franquia original. Depois RoboCop ganha um novo visual, todo negro e com um capacete high tech, com visor vermelho e elegante. Muito cool realmente. Mas será que apenas esse tipo de coisa chega a justificar a existência desse novo remake? Assim temos altos e baixos em uma película 100% Made in USA (ao contrário do que muitos críticos nacionais queriam). Passa longe da criatividade e qualidade de um "Tropa de Elite" e está, repito, na média do que Hollywood costumeiramente produz todos os anos. Se você não for ao cinema esperando uma obra prima certamente se divertirá. Agora se for atrás de algo muito autoral do diretor, com uma marca verde e amarela em cada cena, pode ir tirando o cavalinho da chuva, pois isso definitivamente você não encontrará.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de março de 2012

Tropa de Elite 2

Com certo atraso finalmente assisti "Tropa de Elite 2". Realmente se trata de um filme ambicioso. Não no sentido de ser pedante mas sim no objetivo de tentar resumir a situação do país atual em pouco menos de duas horas de duração. Vamos convir que isso não é nada fácil. O roteiro (muito bem construído) sai de uma situação individual (no caso os acontecimentos que cercam o personagem Capitão Nascimento) para uma complexa rede de intrigas e corrupções que deixaria qualquer articulador de teorias da conspiração satisfeito. Para isso o diretor usou de um argumento didático que a despeito de entreter acaba também conscientizando muito bem.

Fiquei particularmente satisfeito em saber que uma mensagem assim encontrou tanto campo, já que o filme é o mais assistido da história do cinema brasileiro. Se ele servir para conscientizar as pessoas do jogo sujo que existe entre políticos, bandidos e milicianos no Brasil então já valeu sua existência. Deixando esse aspecto sociológico de lado e vendo o filme apenas como um produto cinematográfico em si, devo dizer que, apesar de ter lá seus clichês, o saldo final é muito positivo. Tropa 2 é inteligente, sabe envolver o espectador e não deixa os fãs do primeiro filme decepcionados. Há ótimas cenas de ação (não tantas como no primeiro mas competentes) e um clima de tensão que deixa o público realmente ligado nos acontecimentos. Para resumir "Tropa de Elite 2" é um excelente filme (e um soco no estômago pois leva o espectador a refletir sobre a situação da segurança no Brasil). Se ainda não assistiu não perca mais tempo.

Tropa de Elite 2 (Tropa de Elite 2, Brasil, 2010) Direção: José Padilha / Roteiro: José Padilha / Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Irandhir Santos / Sinopse: Segundo filme com o famoso personagem Capitão Nascimento (Wagner Moura) . Oficial do BOP do Rio de Janeiro agora ele tem que lidar com o mundo da política e corrupção.

Pablo Aluísio.