quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Mengele

Nessa semana terminei de ler esse livro chamado "Mengele - A História Completa do Anjo da Morte de Auschwitz", escrito pela dupla de autores Gerald L. Posner e John Ware. E quem foi Mengele? Foi um dos maiores carrascos nazistas, responsável direto pela morte de milhares de crianças, idosos, mulheres e homens judeus que foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz. Médico oficial da SS, ele era um sádico que fazia experiências pseudo científicas em pessoas. Esses experimentos não tinham nada de científico, era tudo baseado naquelas teorias racistas de superioridade racial. Mengele queria descobrir uma maneira de "apurar a raça", tentando chegar ao seu ideal de raça ariana. Um insano completo.

Para os brasileiros o livro tme um interesse a mais. Acontece que após o fim da II Guerra Mundial, Josef Mengele fugiu da Europa. Certamente se fosse preso por seus crimes seria condenado à morte. Ele então fugiu para a Argentina, onde viveu por alguns anos. O serviço secreto de Israel começou a caçar nazistas fugitivos por essa época. Outro carrasco nazista chamado Adolf Eichmann foi pego pelo Mossad justamente na Argentina. Com medo, Mengele se mudou então para o Paraguai. Conforme os caçadores de nazistas iam seguindo seus passos ele, novamente com receios de ser capturado, decidiu então fugir para o Brasil. Morou em uma fazenda em Serra Negra e depois se mudou para uma pequena casinha de periferia, um bangalô, em Eldorado Paulista, onde viveu seus últimos anos. Acabou morrendo na praia de Bertioga, após sofrer um AVC. Nunca pagou pelos seus crimes horrendos perante um tribunal internacional de crimes de guerra.

O livro disseca não apenas a vida de Mengele após sua fuga, como também as falhas do Mossad em capturá-lo. Ele morreu aos 67 anos de idade, ou seja, houve muito tempo para que o serviço secreto de Israel o capturasse. Porém problemas internos do próprio Mossad atrapalharam muito nessa caçada. Todos esses problemas de bastidores estão retratados no livro. Também são descritos as diversas teorias que eram levantadas na época. Muitos diziam que Mengele vivia em uma fortaleza nas selvas da América do Sul, cercado de homens armados e tudo o mais. Tudo besteira. O segredo para que Mengele continuasse solto foi seu modo de vida. Ele assumiu a identidade de um idoso no Brasil, o "Seu Pedro", que trabalhava com carpintaria e adorava as crianças.

Os últimos anos de Mengele no Brasil foram de pobreza. Ele vivia numa casinha, tinha muitos problemas de saúde e passou por muitas dificuldades financeiras. Sua família na Alemanha de vez em quando mandava dinheiro para ele sobreviver, mas não era suficiente. Seu filho Rolf o visitou uma única vez, em 1977, em Eldorado. Encontrou uma ruína de homem. Doente, pobre, vivendo em eterna paranoia de ser pego. Nada lembrava o oficial nazista da SS que tinha orgulho de sua posição dentro do III Reich alemão que deveria ter durado mil anos. De jovem médico, numa das melhores universidades da Alemanha, ele se tornou um fugitivo pelo resto da vida. O nazismo acabou com sua vida, mas ao mesmo tempo tudo leva a crer que ele jamais abandonou a ideologia de atrocidades que abraçou quando foi para as fileiras da SS. Enfim, um livro muito bom, muito bem escrito, produzido em cima de grande pesquisa. É especialmente recomendado para historiadores e pessoas que geral que queiram conhecer um pouco mais sobre a loucura e a atrocidade nazista e seus efeitos nefastos em todos os que cruzaram seu caminho.

Pablo Aluísio.

17 comentários:

  1. Livros - Biblioteca
    Mengele
    Pablo Aluísio.

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  2. Esse monstro genocida envergonha toda a classe médica mundial, do passado, do presente e do futuro. Subverteu todos os princípios e valores que um médico deve seguir em sua vida e profissão. Malditos nazistas psicopatas.

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  3. Dom Pablo, uma informação adicional. A ossada do Mengele, seus restos mortais, se encontram atualmente na universidade de medicina de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A famílai dele na Alemanha nunca requisitou esse material para enterrar na Alemanha. Nem querem ouvir falar do Mengele. Ele é um pária, sangue ruim que ninguém quer por perto.

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  4. O Mengele foi terrível, horrível. Bom, se serve de consolo, o conselho médico da Alemanha revogou o status de médico dele, ainda em vida. Mesmo assim ele ainda trabalho irregularmente como médico na Argentina, fazendo abortos ilegais. Quando uma jovem morreu sob seus "cuidados" ele ficou com medo de ser preso e descoberto. Só andou pela obscuridade. Não merecia ser chamado de médico. Era apenas um psicopata mesmo.

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  5. Obs: "Ele ainda trabalhou irregularmente..."

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  6. Não sabia que seus restos mortais estão em Ribeirão Preto SP. O livro não cita essa informação. A família Mengele de fato não quer aproximação mais com a história dele. Isso apesar do pai de Mengele ter sido um nazista que usou a guerra para ficar rico com sua fábrica de materiais agrícolas e mecânicos. Tudo gente ruim.

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  7. Sim, na verdade esses ossos pertencem à USP. São usadas inclusive para aulas de criminologia forense. E são do carrasco mesmo. Testes de DNA comprovaram tudo. Ele foi enterrado em Embu das Artes quando morreu em 1979.

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  8. Ironia macabra do destino, Lord Erick. Agora o Mengele serve realmente à ciência, ciência verdadeira e não loucuras da ideologia nazista.

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  9. Mengele era um monstro assassino. Mandava crianças de 3 anos para a câmara de gás. Queime no inferno nazista!

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  10. Thaís, Mengele foi uma figura da história realmente deplorável e lamentável. Sua história (e a do nazismo) precisa ser lembrada, para que novos erros como esse jamais se repitam.

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  11. Esse fim patetico do Mengele, se considerarmos o orgulho do soldado alemão nazista, foi pior que dez sentenças de morte.

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  12. Eu sempre penso tambem na alma de quem deu a ordem para que se lançasse as bombas atômicas no Japão, sem pensar nos inocentes.

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  13. Pois é Serge, o outrora todo orgulhoso oficial da SS, considerada a nata da tal raça ariana, morreu como um idoso pobre, doente, numa casinha no interior de São Paulo. Morreu completamente abandonado pela família.

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  14. Eu considero o lançamento das suas bombas atômicas sobre populações civis do Japão crimes de guerra impunes.

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    1. Impunes e pouco questionados. Parece que quando você vence, os crimes horrendos são tolerados e até exaltados.

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  15. Correção: "Das DUAS bombas atômicas..."

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