O ano de 1968 na carreira de Elvis foi dominado pelo seu especial de TV no canal NBC. Desde 1960 Elvis não aparecia na televisão e desde 1961 não realizava concertos ao vivo. Era tempo em demasia sem contato nenhum com o público em geral. A principal razão para ficar tanto tempo afastado foi o extenso número de obrigações contratuais que tinha assinado com os estúdios de cinema. Com a agenda cheia, Elvis pouco produziu visando apenas o lado musical de sua carreira. Praticamente todas as canções desse período eram direcionadas para os filmes, sobrando pouco (ou quase) nada para quem admirava apenas o cantor Elvis.
Embora 1968 seja o começo do fim, onde Elvis finalmente via uma luz no fim do túnel de suas obrigações no cinema, ele ainda teria que desperdiçar uma grande parte de seu tempo para honrar todos os compromissos assumidos. Para se ter uma ideia, só nesse ano Elvis gravou 4 trilhas sonoras! Fora as intensas sessões de gravação dedicadas ao especial de TV. Com isso ele mal entrou em estúdio para gravar material convencional. Se em 1966 e 1967 Elvis ainda produziu um número razoável de canções fora do circuito de Hollywood, em 1968 não sobrou quase nenhum tempo para a produção de material desse estilo.
Apenas em janeiro desse ano Elvis entrou em estúdio para gravar material convencional. Foi nessa sessão que Elvis gravou as boas versões de Too Much Monkey Business, Goin' Home e U.S. Male. Mas fora isso nada mais foi produzido por Elvis que fugisse ao esquema dos estúdios de cinema e TV (o especial da NBC incluído). Assim o verdadeiro renascimento da carreira musical de Elvis só seria definitivamente consolidada nas sessões do American Studios no ano seguinte. Até lá Elvis ainda se veria forçado e limitado por contratos com os grandes estúdios.
Em 1968 a RCA também deu adeus aos álbuns comerciais das trilhas sonoras de Elvis. O fracasso de vendas das trilhas anteriores de Spinout, Clambake e Easy Come Easy Go já tinham acendido a luz vermelha na gravadora do cantor. Com o grande fracasso de Speedway em 1968 a RCA finalmente desistiu desses discos. Não haveria mais a edição desse tipo de material, embora Elvis ainda continuasse a gravar músicas para trilhas a RCA resolveu que as lançariam dali em diante de forma esporádica, em singles ou em coletâneas, não mais investindo em títulos próprios e específicos. O prejuízo amargado pela gravadora jogou definitivamente uma pá de cal nesse tipo de álbum.
O grande destaque em relação a Elvis nesse ano de 1968 foi realmente o especial de TV. Gravado em meados do ano o NBC TV Special passou por uma série de problemas antes de ver a luz do dia. Os executivos da TV americana achavam que Elvis estava muito em baixa e por isso sugeriram que ele dividisse os holofotes com outra estrela (sugeriram ao Coronel que o especial fosse apresentado por Jerry Lewis). O Coronel recusou mas também deu sua cota de sugestões infelizes aos produtores, ao indicar um especial de natal com Elvis vestido de Papai Noel. Graças a Deus dessa vez não deram ouvidos ao que o Coronel Parker dizia. Enfim, foi graças a Steve Binder, o produtor do especial, que procurou investir apenas na imagem de ídolo da música do astro, que Elvis foi salvo de ver sua carreira afundar de vez. Era a salvação, o renascimento do Rei do Rock. Dali para frente a carreira de Elvis iria gradualmente entrar nos eixos. O ano de 1968 e o especial de TV iriam influenciar dali em diante todo o restante da carreira de Elvis. Definitivamente 1968 foi o ano que não acabou, inclusive na trajetória de Elvis Presley.
Pablo Aluísio.
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