segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Joe

Depois de ficar alguns anos preso, por ter agredido um policial, Joe (Nicolas Cage) segue com sua vida. Ele mantém um pequeno negócio, onde recruta trabalhadores para envenenar árvores no meio da floresta. A intenção é retirar a mata original para a plantação de pinheiros. É um trabalho duro. Gary (Tye Sheridan) é um jovem desempregado que pede um emprego a Joe. A vida familiar dele é caótica, com sua mãe e irmã oprimidas por seu pai, um sujeito alcoólatra e violento. Tentando ajudar, Joe emprega o rapaz, mal sabendo que isso lhe trará vários problemas no futuro.

Gostei desse filme "Joe". É um dos poucos da recente safra da filmografia do ator Nicolas Cage que realmente vale a pena. Não sei bem a razão, mas Cage entrou em uma fase ruim, trabalhando em produções cada vez piores, algumas com roteiros ridículos. Bom ator certamente ele é, o que faltava era escolher melhor seus projetos. "Joe" é uma pausa muito bem-vinda na mediocridade de sua carreira mais recente. É um bom drama, com personagens interessantes e argumento coeso, que prende a atenção. O protagonista é um homem comum, um trabalhador que tenta ganhar a vida da melhor forma possível.

O diretor David Gordon Green optou por escolher uma narrativa lenta, contemplativa. Nada é muito apressado e o enredo se desenvolve em seu próprio ritmo. A vida de Joe tem muitos problemas, inclusive uma rixa violenta com um sujeito intragável, um bêbado de bar com quem sempre sai na mão quando se encontram. O cenário onde tudo se passa é uma pequena cidadezinha do sul do Texas, com aquele clima de decadência econômica que os americanos do interior conhecem muito bem. A própria atividade de Joe - a de envenenar árvores - é clandestina, pois ele é contratado pelas grandes madeireiras para fazer o serviço sujo, abrindo caminho para elas depois devastarem a floresta. Não é um personagem heroico, muito pelo contrário, é um membro da classe trabalhadora, tentando ganhar a vida. Esse realismo aliás é o grande mérito desse filme.

Joe (Joe, Estados Unidos, 2013) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Gary Hawkins, Larry Brown / Elenco: Nicolas Cage, Tye Sheridan, Gary Poulter / Sinopse: Joe (Cage), um ex-condenado, ganha a vida na floresta ao lado de seus contratados. Sua vida muda quando conhece um garoto com problemas familiares. Ao tentar ajudá-lo Joe acaba se envolvendo em uma situação no mínimo delicada e perigosa. Filme premiado pela Austin Film Critics Association e Venice Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

Nosso Fiel Traidor

Um casal em crise decide passar férias no Marrocos para tentar superar os problemas. Casualmente o marido Perry (Ewan McGregor) acaba conhecendo em um restaurante de Marrakech um russo conhecido apenas como Dima (Stellan Skarsgård). Falastrão e boa praça, logo faz amizade com o britânico, o convidando para uma festa, uma balada para a comunidade russa que vive na região. A noite acaba se estendendo além do limite e Perry no dia seguinte precisa se explicar para a esposa, até porque havia mulheres lindas no local. A intenção de Dima em fazer amizade com Perry porém vai muito além da simples amizade. Ele quer que o inglês dê ao serviço secreto de seu país um pen-drive. Acontece que Dima é o encarregado das finanças da máfia russa e quer delatar todos os membros de sua organização em troca de asilo e proteção na Inglaterra. Perry que sempre foi um homem pacato, um mero  professor universitário de poesia, acaba assim entrando em um jogo perigoso, envolvendo mafiosos e políticos corruptos do próprio parlamento britãnico.

Essa é mais uma adaptação da obra do escritor John le Carré para o cinema. Especialista em tramas de espionagem esse autor é um dos mais populares da literatura. De forma em geral considerei apenas um filme mediano. O problema nem é tanto da obra cinematográfica em si, mas sim da própria estória que conta. Quem em sã consciência aceitaria levar arquivos secretos da máfia russa para entregar ao MI6 em seu retorno para a Inglaterra? Esse é apenas um exemplo da falta de veracidade desse enredo. Outros vão surgindo, em situação inverossímeis demais para se ignorar. A única boa atuação do elenco vem por parte do trabalho do ator sueco Stellan Skarsgård. O seu mafioso russo é cheio de vida, um sujeito expansivo que precisa ir embora antes que o novo chefão da máfia o extermine. Ele pensa em sua família, tem receio que todos sejam mortos e vê naquele inglês pacata a chance de ir embora para sempre do mundo do crime. Já Ewan McGregor não está muito bem e isso é culpa do papel que interpreta, a de um marido meio bobão, bonzinho demais para ser crível. Com um penteado esquisito e cara de bobalhão, fica complicado torcer por ele em cena. Damian Lewis como o agente do MI6 se sai melhor, mas não tem o espaço adequado para desenvolver melhor seu personagem. Então é isso. Um filme bom, OK, bem produzido, mas que sofre pela própria trama que apresenta, pouco crível e verossímil.

Nosso Fiel Traidor (Our Kind of Traitor, Inglaterra, França, 2016) Direção: Susanna White / Roteiro: Hossein Amini, baseado na obra de John le Carré / Elenco: Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, Damian Lewis, Naomie Harris, Grigoriy Dobrygin / Sinopse: Casal inglês decide ajudar mafioso russo a entregar provas para o serviço secreto inglês, se envolvendo em uma complexa rede de crime e espionagem.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de novembro de 2016

Operação Anthropoid

Em 1942, no auge da II Guerra Mundial, o governo inglês e os líderes da resistência tcheca em Londres enviaram um grupo de paraquedistas para Praga. Eles pularam além das linhas inimigas, bem no meio da floresta, e depois foram para a cidade com uma missão específica: localizar e assassinar o General Reinhard Heydrich, o terceiro homem na hierarquia do III Reich alemão, abaixo apenas de Hitler e Heinrich Himmler, o todo poderoso líder das tropas SS. Reinhard Heydrich era um nazista fanático, que ficou conhecido como o "açougueiro de Praga", por causa de seus crimes. Ele era  um criminoso de guerra capaz das maiores atrocidades, como matar homens, mulheres e crianças inocentes, apenas para provar sua autoridade diante de uma nação ocupada e barbarizada por suas tropas. Assim o General era um grande troféu para os membros da resistência contra a invasão nazista naquela nação. A missão de matar esse militar, que acabou não sendo executada com tanta perfeição, é o ponto central do roteiro desse filme.

Desnecessário dizer que se você gosta de filmes de guerra esse é certamente um dos temas mais interessantes da II Guerra. Bem conhecido de estudiosos do período. Tudo é baseado em fatos históricos reais, ideal para quem gosta da história desse conflito. Com excelente reconstituição histórica, boa produção (o filme foi produzido pelos estúdios Universal), o roteiro procura ser o mais fiel possível aos acontecimentos. Um aspecto periférico que a história mostra, que é bem importante citar, é o papel importante desempenhado pelos membros da Igreja Católica contra a expansão nazista na Europa durante aquela época tenebrosa. Bem ao contrário de certas cartilhas marxistas que caluniam a Igreja, tentando convencer a todos que foi justamente o contrário do que efetivamente aconteceu. Aliás é dentro de uma Igreja em Praga que acontece a melhor cena de todo o filme, em clímax completamente violento e insano. O elenco é formado por jovens atores, sendo o nome mais conhecido o de Cillian Murphy. Todos bem empenhados em homenagear seus personagens, que são considerados heróis até hoje pelo povo da atual República Checa. Um dos países mais belos do mundo, tão rico em história e cultura, acabou sendo também uma das primeiras vítimas de um regime atroz. No final das contas a única crítica maior que teria a fazer sobre o roteiro desse filme vem do fato dele se concentrar apenas no lado dos membros da resistência. Os roteiristas esqueceram de certa maneira de desenvolver o lado nazista da história, mostrando as atrocidades do General Heydrich. Isso teria mostrado ainda mais a urgência de toda a operação para matá-lo. No mais é com certeza um excelente filme, bem valorizado pela história edificante que conta. Está assim mais do que bem recomendado.

Operação Anthropoid (Inglaterra, França, República Checa, Estados Unidos, 2016) Direção: Sean Ellis / Roteiro: Sean Ellis, Anthony Frewin / Elenco: Cillian Murphy, Toby Jones, Jamie Dornan, Charlotte Le Bon, Anna Geislerová / Sinopse: Baseado em fatos reais o filme mostra os preparativos para a operação Anthropoid, que tinha como objetivo o assassinato do General e líder nazista Reinhard Heydrich.

Pablo Aluísio.

O Contador

Na infância Christian Wolff (Ben Affleck) foi diagnosticado como portador de uma das espécies mais raras de autismo. Seu pai, um militar linha dura, o treinou para controlar esse problema, evitando assim que ele fosse explorado por causa de seu transtorno. O objetivo era garantir uma vida normal para o garoto no futuro. Como se sabe pessoas autistas apresentam grandes problemas em relacionamentos sociais, porém são extremamente habilidosas para lidar com números, estatísticas, listas, etc. Assim Wolff acaba se tornando um auditor contábil dos mais eficientes em seu ramo profissional. Inicialmente ele começa trabalhando para grupos criminosos, extremamente perigosos e letais, entre eles a máfia italiana em Nova Iorque. Sua racionalidade acima da média o faz sobreviver nesse submundo. Suas atividades porém chamam a atenção do governo americano que resolve descobrir sua identidade. Enquanto não é descoberto, Wolff aceita mais um serviço, em uma empresa especializada em robótica e próteses para deficientes físicos.

Lá descobre um grande desfalque, um desvio de 60 milhões de dólares nas contas. Um dos sócios desviou toda essa fortuna, embolsando o dinheiro para si. A descoberta acaba em tragédia e a auditoria fica pelo meio do caminho, mas Wolff, sem saber, acaba entrando em uma armadilha mortal. Ele precisa salvar não apenas sua vida, mas também a da jovem contadora da empresa, a primeira a descobrir o rombo milionário nas contas corporativas. Eu achei bem interessante esse "O Contador". A premissa realmente é das melhores. Ter um protagonista autista já é um diferencial e tanto. Agora colocá-lo como um sujeito extremamente treinado e preparado para sobreviver até nas mais estressantes e violentas ações já achei um pouco além da conta. Em minha concepção o filme funciona muito bem até mais ou menos sua metade. Somos apresentados ao personagem de Ben Affleck, descobrimos que ele é autista, que tem problemas e transtornos mentais, etc. Tudo muito interessante. Depois que ele vira uma espécie de Rambo indestrutível o filme decai muito. O roteiro perde parte de sua graça ao explorar uma série de cenas de ação. Acho que não era bem por aí. O roteiro se tivesse focado mais no lado cerebral da trama teria sido bem melhor. De qualquer forma ainda está valendo. Não é uma obra prima, passa longe disso, mas pelo menos tenta ser um pouco diferente, fugindo em parte do lugar comum.

O Contador (The Accountant, Estados Unidos, 2016) Direção: Gavin O'Connor / Roteiro: Bill Dubuque / Elenco: Ben Affleck, Anna Kendrick, J.K. Simmons, John Lithgow / Sinopse: Christian Wolff (Ben Affleck) é um auditor contábil, com problemas de autismo, que precisa sobreviver a inimigos do passado e do presente. Ele, com os anos, se tornou um arquivo vivo que precisa ser eliminado de todas as formas possíveis.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de novembro de 2016

Jack Reacher: Sem Retorno

Jack Reacher (Tom Cruise) é um ex-major do exército americano que vaga pelo país em busca de algum propósito para sua vida. Ao entrar em contato com uma militar baseada em Washington DC ele acaba simpatizando com ela. Surge um flerte casual entre ambos. Sem pensar muito Jack resolve ir até a capital do país para conhecê-la pessoalmente. Quem sabe ele não consegue um encontro ou algo assim. Quando chega lá acaba descobrindo que ela está presa, acusada de espionagem! Completamente surpreso, Reacher acredita que pode haver algo por trás de sua prisão. Ela provavelmente está sendo usada como bode expiatório, principalmente após ter descoberto um caso envolvendo crimes militares em uma base no Afeganistão. Tudo leva a crer que um carregamento de armas dado como desaparecido, foi vendido no mercado negro de tráfico internacional de armas. Ao começar a investigar o próprio Reacher porém se torna alvo de suspeitas de envolvimento com espionagem e traição ao país, tendo que fugir para sobreviver.

Segundo filme estrelado por Tom Cruise no papel do ex-militar Jack Reacher. Essa é uma nova franquia no qual o ator anda apostando suas fichas. Ele não apenas atua como também produz o filme. Os direitos dos livros foram comprados por ele, ou seja, é um projeto pessoal do próprio Cruise. O problema é que o filme, apesar de ser bem realizado, não foge muito da velha fórmula desgastada dos filmes de ação. Há uma pequena trama, de fácil entendimento por trás, que serve de pretexto para cenas e mais cenas de perseguição, tiroteios e coisas do gênero. Logo se torna cansativo pela repetição e falta de novas ideias. O primeiro filme também tinha esses mesmos defeitos, mas até que me agradou por ser mais objetivo. Esse aqui peca por trazer uma personagem bem irritante e inútil para o roteiro, uma adolescente que supostamente seria a filha de Reacher. A garota só serve para ficar aborrecendo o tempo todo o casal fugitivo - e de quebra enche a paciência também do espectador. Aborrescentes deveriam ficar fora desse tipo de filme. Outro defeito é a velha mania que alguns roteiros americanos apresentam de ofender a inteligência do público. Em determinada cena, por exemplo, Cruise e sua colega conseguem fugir de uma prisão militar do exército de alta segurança sem grandes problemas. Sinceramente, momentos como esse ultrapassam qualquer sinal de bom senso. Enfim, um filme apenas mediano que parece melhor do que realmente é por causa da massiva campanha de marketing utilizada em seu lançamento.

Jack Reacher: Sem Retorno (Jack Reacher: Never Go Back, Estados Unidos, 2016) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Richard Wenk, Edward Zwick / Elenco: Tom Cruise, Cobie Smulders, Aldis Hodge / Sinopse: Jack Reacher (Tom Cruise) é um ex-major do exército americano que acaba sendo envolvido em uma falsa acusação de espionagem de uma colega de farda. Assim ele tenta escapar da prisão (e provavelmente da morte) enquanto tenta desvendar a conspiração que existe por trás de tudo.

Pablo Aluísio.

O Encontro

Richard Gere foi um dos mais populares galãs de Hollywood. Curiosamente quando seus cabelos começaram a ficar grisalhos ele não morreu como ator, como era de se supor em relação a um galã. Pelo contrário, ele assumiu a idade e começou a estrelar uma série de filmes bem interessantes, alguns bem mais relevantes do que os que ele fazia quando era apenas um rostinho bonito em Hollywood. Esse "O Encontro", devo confessar, é um dos filmes  mais humanos de sua filmografia. Gere interpreta George, um sem-teto que vaga por uma Nova Iorque cosmopolita e desalmada. Ele não tem trabalho, meios de sobreviver e nem onde ficar. Está velho e com sinais de desequilíbrio mental. Despejado de um velho apartamento caindo aos pedaços, que ele diz ser de uma amiga (possivelmente imaginária), ele acaba indo parar no lugar para onde vão todos os pobres e esquecidos da América: a rua!

E no mundo selvagem dos chamados homeless ele precisa viver a cada dia. Sem ter onde dormir procura por abrigos, muitas vezes perigosos. Vivendo da caridade alheia acaba vendendo peças de sua própria roupa para comprar bebidas alcoólicas - um velho mal que atinge muitos moradores de rua. O passado ficou para trás. Sua esposa morreu precocemente de câncer de mama e após perder o emprego, sua casa e praticamente toda a vida, acabou se tornando uma pessoa invisível, que anda pelas ruas da grande metrópole sendo ignorado pelos apressados moradores que viram o rosto sem cerimônia para a pobreza e a miséria de sua sociedade. Sua única ligação com a vida que tinha é sua filha, que trabalha como bartender em um bar de periferia. Ele tenta uma reaproximação, mas tudo é muito difícil. Ela tem mágoas por ele não ter segurado a barra quando a esposa morreu. Velhas feridas e traumas familiares que custam a cicatrizar. Gere poucas vezes esteve tão bem. Ele leva o espectador para o mundo dos que não possuem mais nada, muitas vezes, nem ao menos esperança. O clima do filme é triste de uma maneira em geral, porém a cena final, com uma clara mensagem de redenção ao seu próprio modo, nos deixam pelo menos com um pequeno e tímido sorriso nos lábios. Afinal, nesse mundo tão injusto, nem tudo está irremediavelmente perdido.

O Encontro (Time Out of Mind, Estados Unidos, 2014) Direção: Oren Moverman / Roteiro: Oren Moverman, Jeffrey Caine / Elenco: Richard Gere, Ben Vereen, Jena Malone, Steve Buscemi, Jeremy Strong, Kyra Sedgwick / Sinopse: George (Richard Gere) é um sem-teto que tenta novamente se aproximar de sua filha, que o detesta e o odeia por causa de traumas familiares do passado. Filme premiado pelo Toronto International Film Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A Série Divergente - Convergente

Título no Brasil: A Série Divergente - Convergente
Título Original: Allegiant
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Noah Oppenheim, Adam Cooper
Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Octavia Spencer, Naomi Watts
  
Sinopse:
Após a vitória dos rebeldes divergentes sobe ao poder Evelyn (Naomi Watts), que começa a tomar atitudes tirânicas, com execuções sumárias de inimigos e prisões arbitrárias. Cansada de tudo Tris (Shailene Woodley) decide explorar ao lado de seus amigos o mundo além dos muros da cidade, o que acaba revelando algo que ela nem sonhara existir.

Comentários:
Terceiro filme da saga Divergente. Depois do segundo filme, que foi bem mais ou menos, eu nem ia assistir esse terceiro filme, porém como diz o ditado se começou algo, termine. Assim resolvi conferir. É a tal coisa, a escritora Veronica Roth que escreveu os livros originais parece ter caído naquela velha armadilha de dar voltas sobre si mesma. No segundo filme tudo parecia resolvido, a trama tinha chegado ao fim, os rebeldes venceram os tiranos, mas... eis que tudo volta para a estaca zero. Uma vez no poder os revolucionários logo se tornam tão tirânicos como o regime anterior, sendo que não há outro caminho a seguir a não ser... uma nova guerra! Em poucas palavras: cansativo! Ok, estamos aqui na presença de um produto teen, feito para adolescentes, mas um pouquinho de criatividade ou inovação cairia muito bem. Voltar a contar a mesma estória de novo me soa uma grande picaretagem por parte dessa escritora. Deixando isso de lado devo dizer que até gostei da produção em geral. 

O filme tem bons efeitos visuais - mais do que os dois anteriores - e uma boa direção de arte. Só peca mesmo pelo roteiro, já que o livro original nunca fez muito sentido. Falando sinceramente essa trama é bem confusa, mal desenvolvida, sempre apelando para clichês de todos os tipos. De uma maneira ou outra, o fato é que essa terceira parte foi mal recebida por parte do público e crítica, o que fez com que a quarta parte no cinema fosse cancelada! (sim, as coisas ainda iriam em frente!). O estúdio porém resolveu que os fãs não ficarão sem o quarto filme, mas esse será produzido para ser exibido apenas na TV, em ritmo de orçamento modesto. Além disso o elenco original será todo substituído. A atriz Shailene Woodley (que inclusive foi presa recentemente nos EUA) está fora da quarta parte. Nada de gastos excessivos. A ordem agora é fazer um filme final, para encerrar o ciclo, porém sem gastar muito. Melhor assim, pois será mais fácil ignorar. A conclusão de tudo é simples: a série Divergente não terá mais futuro no cinema. Já era tempo. The End.

Pablo Aluísio.

A Qualquer Custo

Ótimo filme! No enredo temos dois irmãos que se encontram após muitos anos por causa do falecimento de sua mãe. Ela morreu pobre e endividada, por causa de uma hipoteca feita para salvar seu rancho. O irmão mais velho Tanner (Ben Foster) passou muitos anos preso. De volta à liberdade acaba convencendo seu irmão mais jovem, Toby (Chris Pine), a realizar uma série de assaltos em pequenas agências bancárias de cidadezinhas perdidas no oeste do Texas. A ideia é roubar o dinheiro necessário para pagar a hipoteca do rancho da mãe, evitando assim que o banco fique com a propriedade. Após os primeiros assaltos entram em cena dois policiais veteranos. O xerife Marcus (Jeff Bridges) é um velho homem da lei, prestes a se aposentar. Seu parceiro, o mestiço Alberto (Gil Birmingham), é um excelente policial, com muita experiência em campo. O segredo para prender os dois ladrões de bancos é antecipar seus próximos crimes. Descobrir onde eles atacarão em seguida. Para isso os tiras procuram descobrir qual será a próxima agência a ser roubada. Inicia-se assim uma verdadeira caçada humana no meio da imensidão do Texas.

De certa forma esse novo filme estrelado pelo sempre ótimo Jeff Bridges é uma espécie de faroeste moderno, passado no oeste americano da atualidade. Todos os personagens são bem desenvolvidos e o filme conta com um excelente roteiro. Os dois irmãos criminosos são apresentados como pessoas comuns, que tentam sobreviver de alguma forma. O excelente ator Ben Foster interpreta o irmão mais velho, ex-presidiário, que gosta do que faz, dos crimes que comete. Ele parece adorar a adrenalina da perseguição policial, do perigo em se entrar em um banco com armas na mão anunciando um assalto. Seu irmão mais jovem, interpretado pelo ator Chris Pine (sim, o Capitão Kirk da nova franquia "Star Trek") faz o sujeito com ficha limpa que embarca nos planos alucinados de seu mano. O destaque porém vai para a ótima atuação de Bridges como o velho xerife. Experiente, com um sotaque todo característico da região, onde palavras são confundidas com resmungos ranzinzas, ele passa o filme inteiro trocando farpas com seu parceiro. Sendo ele um policial com origem mexicana, isso acaba rendendo ótimos momentos de humor, sem qualquer intenção de ser ofensivo, sendo apenas divertido. O filme tem um clímax muito bom, que me lembrou inclusive de velhos filmes de western, onde bandidos e mocinhos se enfrentam nas ingremes montanhas texanas. Um filme realmente muito bom, valorizado sobretudo por causa desse teor nostálgico de seu roteiro. Mais do que recomendado.

A Qualquer Custo (Hell or High Water, Estados Unidos, 2016) Direção: David Mackenzie / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Jeff Bridges, Ben Foster, Chris Pine, Gil Birmingham  / Sinopse: Uma dupla de policiais veteranos caça dois irmãos, assaltantes de bancos, no oeste texano. Tentando antecipar onde os próximos crimes serão cometidos, eles montam uma tocaia para aprisionar os criminosos. Filme indicado ao Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Doutor Estranho

Como não sou leitor de quadrinhos pouco sabia sobre esse personagem da Marvel chamado Dr. Estranho. Fazendo uma rápida pesquisa vi que ele foi criado em 1963 por Stan Lee. Provavelmente nessa época Lee criava um personagem novo por semana, tamanha a galeria de heróis que compõem sua coleção de criações para os quadrinhos. Para fugir um pouco do normal Lee resolveu ambientar as aventuras do Dr. Estranho em um mundo paralelo, uma outra dimensão. Por isso o aspecto psicodélico de suas histórias. Na procura por algo diferente realmente ele criou um herói sui generis, nada convencional! Como esse é o primeiro filme do que promete ser uma nova série cinematográfica (já que a produção fez sucesso, ficando duas semanas no topo entre as maiores bilheterias dos Estados Unidos), o roteiro precisou se preocupar em apresentar o personagem para um novo público que não o conhecia (grupo do qual eu mesmo faço parte).

Assim somos apresentados a esse neurocirurgião arrogante e egocêntrico chamado Dr. Stephen Strange. Ele se considera o ápice de sua área, sempre procurando por desafios. Tudo muda quando sofre um sério acidente de carro e perde parte dos movimentos de suas mãos, algo essencial para um cirurgião. Desesperado por perder a capacidade de trabalho ele resolve apelar para tudo, até mesmo para uma suposta cura que pode encontrar no outro lado do mundo, no distante e frio Nepal. Lá conhece uma mestre em misticismo que acaba o levando para uma realidade que ele jamais sonhara existir. O filme não deixa de ser interessante, inclusive em seu visual. Com efeitos especiais que lembram muito "A Origem", aquela ficção com Leonardo DiCaprio, esse "Dr. Estranho" mostra um mundo místico, espiritual, onde forças do bem e do mal se enfrentam. Justamente nisso reside o maior problema desse enredo, em minha visão. Dr. Estranho é bem diferente em sua formação, mas o enredo não foge muito do que se vê em filmes com os vingadores, por exemplo. No fundo é praticamente a mesma coisa - um ser muito poderoso, conquistador de mundos, ameaça o planeta e Strange tenta defender a humanidade. Nesse aspecto o roteiro se mostra banal. Mesmo assim, sem muitas novidades em termos de enredo, o filme ainda vale a pena. O ator Benedict Cumberbatch (da série Sherlock) finalmente tem a chance de ter seu próprio filme de sucesso nos cinemas. Já estava na hora disso acontecer.

Doutor Estranho (Doctor Strange, Estados Unidos, 2016) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: Jon Spaihts, Scott Derrickson / Elenco: Benedict Cumberbatch, Tilda Swinton, Rachel McAdams, Mads Mikkelsen, Chiwetel Ejiofor / Sinopse: Neurocirurgião tenta se recuperar de um acidente de carro usando para isso os mistérios de um milenar conhecimento místico do oriente. Assim acaba descobrindo uma dimensão que jamais imaginara existir.

Pablo Aluísio.

A Conexão Francesa

Há muitos pontos em comum entre esse "A Conexão Francesa" e "Operação França", o clássico. O contexto histórico é praticamente o mesmo. O filme se passa na década de 1970, em Marselha, no Sul da França. É nessa região que se forma uma extensa rede criminosa cujo maior objetivo é traficar para os Estados Unidos uma imensa quantidade de heroína, a droga letal injetável. Em pouco tempo a cidade acaba se tornando a principal exportadora da droga, envolvendo políticos, policiais e membros do governo. Com tudo corrompido ficaria realmente complicado deter o avanço do tráfico internacional, até que um juiz, Pierre Michel (Jean Dujardin), resolve enfrentar a questão de frente. Durante anos a polícia da cidade jamais conseguiu chegar no líder da conexão francesa (nome dado para a quadrilha), justamente por contar com integrantes do governo corrupto. O juiz Pierre Michel então forma uma aliança com os poucos policiais honestos da cidade e começa a prender os criminosos, gente miúda, que começa a revelar os nomes de seus comandantes.

É curioso esse roteiro porque é baseado em fatos reais. Não conheço a fundo o sistema judiciário francês, mas me deixou perplexo o fato de um magistrado se tornar praticamente um investigador, atuando ao lado dos policiais, procurando conseguir provas por todos os meios, legais e ilegais. No sistema judiciário brasileiro isso não seria possível pois o juiz jamais pode se tornar uma figura policial, completamente parcial nos processos em que irá atuar. Uma distância segura das investigações garante essa imparcialidade. Deixando de lado essas peculiaridades jurídicas, esse é de fato um bom filme. Toda a trama é desenvolvida muito bem, mostrando inclusive a vida pessoal não apenas do juiz Pierre Michel, como também de seu antagonista, o chefe da operação do crime organizado atuando em Marselha, Gaëtan 'Tany' Zampa (Gilles Lellouche). Como eu disse, uma boa opção seria assistir aos dois filmes da saga "Operação França" e depois esse "A Conexão Francesa", pois são enredos que se completam entre si.

A Conexão Francesa (La French, França, 2014) Direção: Cédric Jimenez / Roteiro: Audrey Diwan, Cédric Jimenez / Elenco: Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Céline Sallette / Sinopse: Juiz íntegro e honesto começa a desbaratar uma quadrilha especializada em tráfico internacional de heroína para os Estados Unidos. Filme indicado ao César Awards, o Oscar francês, nas categorias de Melhor Design de Produção e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Versões de um Crime

O ator Keanu Reeves interpreta um jovem advogado de defesa que precisa defender um adolescente acusado de matar seu próprio pai. Supostamente ao ver sua mãe sendo agredida e abusada por ele não pensou duas vezes e, em um ataque de fúria, o matou com uma faca, a sangue frio. Mesmo sendo menor de idade ele acaba indo a julgamento no tribunal do júri como adulto por causa da brutalidade do crime. Acontece que Reeves conhece toda a família do acusado, foi inclusive muito próximo ao pai assassinado (que também era um advogado bem sucedido) e precisa encontrar forças para ao menos tentar salvar o garoto acusado de assassinato da pena máxima, a pena de morte. O que temos aqui é um drama de tribunal como aqueles antigos filmes dos anos 1970 cujos roteiros discutiam os limites entre a lei, a justiça e a verdade. O advogado protagonista do filme se vê em uma situação delicada, ainda mais quando vai supostamente chegando mais próximo da verdade, conforme o julgamento avança. Como era de se esperar temos aqui um roteiro com muitas reviravoltas, algumas bem criadas, outras soando forçadas. No geral porém é um roteiro que ao menos tenta manipular no bom sentido o espectador, tudo em nome da diversão, indo de um lado para o outro da verdade. Aquele público que gosta de desvendar mistérios certamente vai curtir as várias nuances desse roteiro. Prestar atenção em tudo o que acontece em cena se torna assim essencial.

Esse é apenas o segundo filme da diretora, nascida em Memphis, Courtney Hunt. Apesar da sua pouca experiência é de se reconhecer que seu primeiro filme "Rio Congelado" é muito bom, um drama humano sobre as pessoas pobres que vivem em estados em crise econômica dos Estados Unidos. Aqui ela mudou radicalmente seu foco, deixando a denúncia social para realizar um filme mais convencional em sua estrutura. A boa notícia é que a diretora conseguiu realizar um bom filme. A produção não é excelente, ficando na média de, digamos, um telefilme bem produzido. Não há grandes cenas bem elaboradas com bonita fotografia, mas a força do roteiro acaba compensando esse tipo de coisa. Em termos de elenco até que gostei da atuação de Keanu Reeves, logo ele que sempre costuma ser tão criticado. Esse filme porém me chamou muito a atenção pois foi o primeiro que assisti de Renée Zellweger após sua tão falada cirurgia plástica. Levei até um certo tempo para reconhecê-la pois realmente virou uma outra pessoa de tão diferente que está. Aquela graciosidade texana de seus filmes antigos ficaram definitivamente no passado. Não gostei de seu visual. Realmente mais uma bela atriz que obcecada pela juventude eterna acabou estragando sua beleza. Uma pena.

Versões de um Crime (The Whole Truth, Estados Unidos, 2016) Direção: Courtney Hunt / Roteiro: Courtney Hunt / Elenco: Keanu Reeves, Renée Zellweger, Jim Belushi, Gugu Mbatha-Raw, Gabriel Basso / Sinopse: O jovem advogado Ramsey (Reeves) precisa livrar o garoto Mike (Basso) da acusação de ter matado seu próprio pai durante uma briga, algo que definitivamente não será nada fácil pois não faltam provas de sua autoria nesse crime chocante.

Pablo Aluísio.

Quando as Luzes se Apagam

Título no Brasil: Quando as Luzes se Apagam
Título Original: Lights Out
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: David F. Sandberg
Roteiro: Eric Heisserer, David F. Sandberg
Elenco: Teresa Palmer, Gabriel Bateman, Maria Bello
  
Sinopse:
A infância e juventude de Rebecca (Teresa Palmer) não foram fáceis. Sua mãe tinha problemas mentais e alegava ver e conviver com uma estranha criatura sobrenatural que surgia nas sombras de sua casa. As coisas pioraram quando Rebecca também começou a ver a assombração chamada Diana. Agora, passados muitos anos, ela precisa proteger seu jovem irmão Martin (Gabriel Bateman) pois Diana parece estar muito interessado nele. Como combater algo assim, sobrenatural? Procurando por respostas Rebecca descobre que Diana foi uma jovem com uma rara doença que no passado morreu de forma trágica. Agora é necessário combater sua ligação com sua família.

Comentários:

Esse filme de terror até tem boas ideias. A premissa de uma criatura que surge apenas nas trevas (e que desaparece assim que as luzes são acessas) até que funciona bem. O problema básico desse roteiro é que ele não valoriza o suspense. Assim em pouco tempo o espectador logo se cansa de ver aquele ser sumindo e desaparecendo, enquanto suas vítimas ficam acendendo e apagando as luzes. Isso também cria um humor involuntário pois a repetição exagerada dessa situação nos leva a perguntar porque apagam as luzes mesmo após entenderem o "mecanismo" de aparição da assombração? Quem, em sã consciência, ficaria apagando as luzes após perceber a presença de uma entidade do mal em seu ambiente? A explicação sobre a origem dessa mesma criatura também é revelada cedo demais, sem dar chance ao espectador de construir algumas teorias interessantes sobre ela. É um típico horror comercial para ser lançado em cinemas de shopping center, o que de certa forma aniquila a existência de um roteiro mais sutil e que brinque melhor com as ansiedades do público. Tudo parece muito apressado, em ritmo de fast food. Particularmente ainda prefiro o bom terror do passado, que tinha mais um estilo gourmet sofisticado. Esse aqui é realmente para os que não estão muito interessados em sutilezas ou medos mais bem elaborados.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Filmes da Semana - Edição IV

Filmes da TV aberta: Semana (14/12 a 18/12) - Como venho fazendo todas as semanas aqui vai uma rápida pincelada sobre o que assistir em termos de filmes na TV aberta durante os próximos dias. Pois bem, hoje (quarta) teremos a exibição de O Justiceiro. Não se trata da primeira versão, dos anos 80, mas sim do remake mais recente, com Thomas Jane e John Travolta. É mais uma versão do famoso personagem dos quadrinhos da Marvel, um sujeito violento, disposto a tudo para impor sua visão própria de justiça pelas ruas escuras da cidade. É um filme apenas razoável, mais indicado para os fãs das revistas. O filme será exibido na madrugada pela Rede Globo.

Na quinta-feira (15) teremos dois filmes interessantes sendo exibidos (sempre nas madrugadas da Globo). O primeiro é Trovão Tropical. É uma sátira com ótimo elenco (Ben Stiller, Jack Black e Robert Downey Jr) que se destaca mesmo pela participação de Tom Cruise em um papel completamente diferente em sua carreira. Logo a seguir será exibido O Atirador, com Tom Berenger. É um filme antigo, mas muito bom, investindo na linha ação e violência. Os mais veteranos certamente vão se lembrar. Fazia anos que tinha sido exibido pela última vez na TV aberta, por isso vale o interesse.

O destaque da sexta-feira na Globo é Uma Linda Mulher. Comédia romântica que fez um enorme sucesso de bilheteria quando foi lançada, revitalizando a carreira de um decadente Richard Gere e transformando em estrela a atriz Julia Roberts, na época uma notória desconhecida do grande público. No roteiro temos o velho conto de fadas do príncipe encantado, só que numa roupagem moderna. Gere interpreta o bonitão milionário que se apaixona por uma jovem garota de programa. Ainda funciona? Assista para conferir. Já no sábado a Globo exibirá em Supercine o filme Irmã Dulce, sobre a grande figura religiosa. Uma mulher de coragem e extrema fé que mudou a vida de milhares de pessoas. Vale conferir.

Por fim, no domingo, dois filmes bons para assistir. O Espetacular Homem-Aranha será exibido pela tarde na Temperatura Máxima. A garotada certamente vai curtir o filme, depois daquele almoço com toda a família. Eu particularmente ainda prefiro a primeira trilogia do personagem da Marvel, já que esse aqui é o primeiro da segunda linha de filmes. Mesmo assim fica a recomendação para os mais jovens (adolescentes em especial). Assim a semana chega ao fim na madrugada de domingo para segunda com a exibição de Até o Limite da Honra, filme de guerra onde a atriz Demi Moore vira uma marine, uma fuzileira naval americana, careca e cheia de músculos. Convence muito? Não, mas é divertido.

Pablo Aluísio.

Filmes da Semana - Edição III

Filmes da TV aberta: Semana (05/12 a 09/12) - Fim de ano chegando as emissoras vão melhorando seu cardápio de filmes. As coisas essa semana não começam muito bem, mas vão ficando melhor com o passar dos dias. Na segunda, em Tela Quente, será exibido Jack o Caçador de Gigantes. É a tal coisa, com o sucesso de Alice de Tim Burton os estúdios correram e adaptaram vários contos infantis. Alguns deram certo, outros não. Esse Jack tem muitos efeitos especiais, mas deixa a desejar no conteúdo. Eles faz parte do segundo grupo, daqueles que ficaram pelo meio do caminho. Veja pelos efeitos digitais e nada muito além disso. Não espere por nada melhor do que uma bem produzida direção de arte.

Na terça-feira, também na Globo, será exibido um filme razoável, que até dá para assistir numa boa. Na Sessão da Tarde teremos Ondas da Vida com Helen Hunt. Ela interpreta uma mãe que resolve seguir seu filho após ele decidir se tornar um surfista profissional. Bacaninha, bem ao estilo mesmo da Sessão da Tarde, recomendado para quem gosta de surfe e relações humanas envolvendo mães e filhos. A Helen Hunt inclusive é aquele tipo de atriz que faz valer qualquer esforço, mesmo quando o filme não é tão bom ou excepcional.

Na quarta-feira, também na Sessão da Tarde, eu indicaria Coração de Cavaleiro. Esse filme tive a oportunidade de ver no cinema. É uma aventura medieval com elementos modernos (como sua trilha sonora). Embora não seja grande coisa serviu para colocar o ator Heath Ledger em destaque dentro do mundo do cinema. Depois dessa aventura adolescente sua carreira começou a despontar e o resto da história já bem sabemos. Uma chance interessante de rever Ledger em seus primeiros momentos de fama. Na quarta ainda outro filme interessante será exibido no Corujão, às duas da manhã: Água para Elefantes. É um filme de época, com bom elenco, onde se destacam Reese Witherspoon, Robert Pattinson e Christoph Waltz. Com boa produção chegou a chamar bastante a atenção durante seu lançamento. Vale a pena conferir.

Uma boa surpresa surge na quinta-feira de madrugada, com a exibição, também no Corujão, de Na Teia da Aranha. Esse suspense estrelado por Morgan Freeman mostra os esforços de um detetive para localizar o paradeiro da filha de um senador. É uma pena que a Globo e as demais emissoras não exibam mais com tanta frequência filmes de boa qualidade como esse. Por fim, fechando a semana, a Rede Record exibirá na sexta-feira à noite (22:30hs) o blockbuster O Hobbit – A Desolação de Smaug. Como já tive oportunidade de escrever aqui no blog particularmente gosto muito dessa segunda franquia do Senhor dos Anéis. Esse filme em particular tem ótimos efeitos especiais, mostrando o dragão Smaug, imerso em sua caverna, com tesouros por todos os lados. É um dos melhores filmes dessa franquia. Altamente recomendado. Não vá perder se ainda não assistiu.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

10 Curiosidades - Animais Fantásticos e Onde Habitam

Top 10 Curiosidades - Animais Fantásticos e Onde Habitam

1. A intenção do estúdio é inaugurar uma nova franquia com cinco filmes. Inicialmente seria uma trilogia, porém com a boa recepção mudou-se os planos iniciais. O diretor David Yates planeja dirigir todos os filmes, porém o estúdio ainda não confirmou sua presença nas demais continuações. Provavelmente, se formos pensar na franquia Harry Potter, isso não acontecerá.

2. É a primeira vez que a escritora JK Rowling assina o roteiro de um filme. A autora esclareceu que a nova franquia não se trata de uma sequência, nem de um prequel de Harry Potter, mas sim de uma ambiciosa extensão de seu universo. Outros projetos na mesma linha não estão descartados.

3. O livro original foi escrito em 2001 pela escritora JK Rowling que doou oitenta por cento do lucro de suas vendas para instituições de caridade ao redor do mundo.

4. O filme teve várias locações na cidade de Liverpool, a terra natal dos Beatles. Antigo porto importante da Inglaterra suas históricas construções do século XIX se revelaram ideais para compor parte do cenário da produção.

5. "Animais Fantásticos e Onde Habitam" estreou em primeiro lugar nas bilheterias americanas, tirando "Doutor Estranho" do topo. O filme que custou 180 milhões de dólares faturou 77 milhões em seu primeiro fim de semana nas salas americanas.

6. Um fato curioso é que toda a estória que você assiste nesse filme virou um livro muito popular dentro do universo de Harry Potter. O bruxinho inclusive o leu em seus anos de estudante em Hogwarts.

7. Uma das grandes atrações em termos de elenco vem da atuação do astro Johnny Depp como o vilão Gellert Grindelwald. Inicialmente houve um certo receio do estúdio por causa das reações negativas envolvendo Depp com a imprensa recentemente. Ele foi acusado de ter batido em sua esposa. Depois todos se acalmaram quando o diretor Yates brincou dizendo: "Ora, ele é o vilão do filme! Ninguém verá Depp como o sujeito bonzinho na tela!"

8. Segundo algumas estimativas e boatos Depp teria recebido um cachê recorde de 10 milhões de dólares para atuar na franquia, um valor muito superior ao do ator Eddie Redmayne que interpreta o protagonista Newt Scamander.

9. Eddie Redmayne foi vencedor do Oscar por sua interpretação no filme "A Teoria de Tudo" onde representou o cientista Stephen Hawking em seus anos na faculdade.

10. Colin Farrell jamais pensou em atuar em um filme do universo de Harry Potter. Sobre isso ele declarou: "Eu sou um irlandês com cara de mosca de bar. Não sei como pensaram em mim para o papel".

Pablo Aluísio.