Um casal em crise decide passar férias no Marrocos para tentar superar os problemas. Casualmente o marido Perry (Ewan McGregor) acaba conhecendo em um restaurante de Marrakech um russo conhecido apenas como Dima (Stellan Skarsgård). Falastrão e boa praça, logo faz amizade com o britânico, o convidando para uma festa, uma balada para a comunidade russa que vive na região. A noite acaba se estendendo além do limite e Perry no dia seguinte precisa se explicar para a esposa, até porque havia mulheres lindas no local. A intenção de Dima em fazer amizade com Perry porém vai muito além da simples amizade. Ele quer que o inglês dê ao serviço secreto de seu país um pen-drive. Acontece que Dima é o encarregado das finanças da máfia russa e quer delatar todos os membros de sua organização em troca de asilo e proteção na Inglaterra. Perry que sempre foi um homem pacato, um mero professor universitário de poesia, acaba assim entrando em um jogo perigoso, envolvendo mafiosos e políticos corruptos do próprio parlamento britãnico.
Essa é mais uma adaptação da obra do escritor John le Carré para o cinema. Especialista em tramas de espionagem esse autor é um dos mais populares da literatura. De forma em geral considerei apenas um filme mediano. O problema nem é tanto da obra cinematográfica em si, mas sim da própria estória que conta. Quem em sã consciência aceitaria levar arquivos secretos da máfia russa para entregar ao MI6 em seu retorno para a Inglaterra? Esse é apenas um exemplo da falta de veracidade desse enredo. Outros vão surgindo, em situação inverossímeis demais para se ignorar. A única boa atuação do elenco vem por parte do trabalho do ator sueco Stellan Skarsgård. O seu mafioso russo é cheio de vida, um sujeito expansivo que precisa ir embora antes que o novo chefão da máfia o extermine. Ele pensa em sua família, tem receio que todos sejam mortos e vê naquele inglês pacata a chance de ir embora para sempre do mundo do crime. Já Ewan McGregor não está muito bem e isso é culpa do papel que interpreta, a de um marido meio bobão, bonzinho demais para ser crível. Com um penteado esquisito e cara de bobalhão, fica complicado torcer por ele em cena. Damian Lewis como o agente do MI6 se sai melhor, mas não tem o espaço adequado para desenvolver melhor seu personagem. Então é isso. Um filme bom, OK, bem produzido, mas que sofre pela própria trama que apresenta, pouco crível e verossímil.
Nosso Fiel Traidor (Our Kind of Traitor, Inglaterra, França, 2016) Direção: Susanna White / Roteiro: Hossein Amini, baseado na obra de John le Carré / Elenco: Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, Damian Lewis, Naomie Harris, Grigoriy Dobrygin / Sinopse: Casal inglês decide ajudar mafioso russo a entregar provas para o serviço secreto inglês, se envolvendo em uma complexa rede de crime e espionagem.
Pablo Aluísio.
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segunda-feira, 14 de novembro de 2016
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Homeland
Título no Brasil: Homeland
Título Original: Homeland
Ano de Produção: 2011 - 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Showtime
Direção: Michael Cuesta, Lesli Linka Glatter
Roteiro: Henry Bromell, William Bromell
Elenco: Claire Danes, Damian Lewis, Morena Baccarin
Sinopse:
Após ficar longos anos prisioneiro de grupos radicais islâmicos o fuzileiro naval Nicholas Brody (Damian Lewis) retorna aos Estados Unidos mudado. Resgatado por tropas americanas e recebido em seu país como um herói na guerra contra o terrorismo ele esconde um segredo. Convertido ao islamismo se torna peça chave de retaliação contra os altos escalões do governo americano. Para investigar a ligação de Brody com grupos terroristas a CIA envia a agente Carrie Mathison (Claire Danes) para o caso. Ela porém acaba descobrindo muito mais embaixo de toda a imagem ufanista construída em torno de Brody.
Comentários:
"Homeland" é outra ótima série atualmente em cartaz na TV americana. Produzida pelo canal Showtime (o mesmo de "Dexter"), o seriado se tornou uma febre conquistando até mesmo a audiência do presidente Obama. Eu sou fã assumido. No momento estou começando a conferir a terceira temporada. Todos os personagens já estão bem delimitados e as peças do grande xadrez que formam a trama de "Homeland" já estão sobre a mesa. A interpretação da agente bipolar vivida por Claire Danes é um achado. Ela realmente incorpora os maneirismos, os olhares perdidos e os desafios pelos quais uma pessoa em sua condição passa. Nessa nova temporada temos mais um grande ator adicionado no elenco, o sempre ótimo F. Murray Abraham. Ele havia aparecido timidamente nos últimos episódios da temporada anterior mas agora assume um papel melhor já que depois do grande atentado que fechou a segunda temporada vários personagens foram simplesmente eliminados! Para quem pensa que a guerra contra o terrorismo é algo simples de entender, com vilões e mocinhos bem definidos, "Homeland" é uma ótima pedida.
Pablo Aluísio.
Título Original: Homeland
Ano de Produção: 2011 - 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Showtime
Direção: Michael Cuesta, Lesli Linka Glatter
Roteiro: Henry Bromell, William Bromell
Elenco: Claire Danes, Damian Lewis, Morena Baccarin
Sinopse:
Após ficar longos anos prisioneiro de grupos radicais islâmicos o fuzileiro naval Nicholas Brody (Damian Lewis) retorna aos Estados Unidos mudado. Resgatado por tropas americanas e recebido em seu país como um herói na guerra contra o terrorismo ele esconde um segredo. Convertido ao islamismo se torna peça chave de retaliação contra os altos escalões do governo americano. Para investigar a ligação de Brody com grupos terroristas a CIA envia a agente Carrie Mathison (Claire Danes) para o caso. Ela porém acaba descobrindo muito mais embaixo de toda a imagem ufanista construída em torno de Brody.
Comentários:
"Homeland" é outra ótima série atualmente em cartaz na TV americana. Produzida pelo canal Showtime (o mesmo de "Dexter"), o seriado se tornou uma febre conquistando até mesmo a audiência do presidente Obama. Eu sou fã assumido. No momento estou começando a conferir a terceira temporada. Todos os personagens já estão bem delimitados e as peças do grande xadrez que formam a trama de "Homeland" já estão sobre a mesa. A interpretação da agente bipolar vivida por Claire Danes é um achado. Ela realmente incorpora os maneirismos, os olhares perdidos e os desafios pelos quais uma pessoa em sua condição passa. Nessa nova temporada temos mais um grande ator adicionado no elenco, o sempre ótimo F. Murray Abraham. Ele havia aparecido timidamente nos últimos episódios da temporada anterior mas agora assume um papel melhor já que depois do grande atentado que fechou a segunda temporada vários personagens foram simplesmente eliminados! Para quem pensa que a guerra contra o terrorismo é algo simples de entender, com vilões e mocinhos bem definidos, "Homeland" é uma ótima pedida.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Lista de Filmes - Edição VII
O Último Batalhão
Drama de guerra baseado em fatos reais sobre um batalhão americano de mais de 500 homens que fica preso atrás das linhas inimigas na Floresta Argonne em outubro de 1918 na França, durante as semanas finais da Primeira Guerra Mundial. Bom filme de guerra. Curiosamente a I Guerra Mundial nunca teve o mesmo espaço no cinema do que a II Guerra Mundial, talvez por essa último ser mais próxima, historicamente, à nossa geração. Esse é um telefilme que no Brasil foi exibido pelo canal a cabo A&E Mundo. Nos Estados Unidos teve boa repercussão de público e crítica, tendo várias indicações ao Primetime Emmy Awards, o Oscar da TV americana. Para quem gosta do tema é uma boa pedida. Além disso o filme resgata o contexto histórico dessa guerra de trincheiras onde havia muitas doenças, armas químicas e sofrimento no front de batalha. A I Guerra Mundial foi seguramente um dos conflitos armados mais selvagens e sem regras que se teve notícia na humanidade. / O Último Batalhão (The Lost Battalion, Estados Unidos, 2001) Direção: Russell Mulcahy / Roteiro: James Carabatsos / Elenco: Ricky Schroder, Phil McKee, Jamie Harris.
Fuga de Colditz
Enquanto um oficial aliado da segunda guerra mundial é mantido prisioneiro no notório castelo e prisão de Colditz, na Alemanha, ele arma um plano de fuga com outros prisioneiros, tentando ganhar a liberdade de qualquer maneira. O roteiro desse filme foi baseado em fatos históricos reais, embora os produtores tenham optado por mudar o nome dos personagens no roteiro (questão envolvendo futuros processos judiciais). Curiosamente os alemães ainda mantiveram um certo respeito por prisioneiros militares na primeira fase da guerra. Eles eram aprisionados de acordo com os tratados internacionais. Porém conforme a guerra foi avançando os nazistas começaram a ignorar tudo isso, cometendo as atrocidades que todos conhecemos. Parte da trama desse filme se passa ainda em uma época mais, digamos, civilizada nos campos de prisioneiros da Alemanha nazista. Depois a coisa toda desandou para a pura barbárie. / Fuga de Colditz (Colditz, Estados Unidos, 2005) Direção: Stuart Orme / Roteiro: Richard Cottan, Peter Morgan / Elenco: Damian Lewis, Tom Hardy, James Fox, Jason Priestley.
Rudy
Rudy sempre ouviu que ele era muito baixo para jogar futebol americano na faculdade. Mas ele está determinado a superar as adversidades e realizar seu sonho de jogar pela Notre Dame. Filmes sobre futebol americano sempre encontraram terreno árido entre o público brasileiro. Em nosso país esse esporte é considerado complicado de entender, pouco interessante, muito violento. Nos Estados Unidos porém é uma instituição nacional, tão valorizado como o beisebol e o basquete. Esse bom drama, com excelente edição valorizando as partidas disputadas, não teve qualquer repercussão entre o público brasileiro. Já era esperado isso. Porém vale pelo bom elenco e pelas situações mais dramáticas. O resto, o esporte americano em si, se torna secundário. / Rudy (Rudy, Estados Unidos, 1993) Direção: David Anspaugh / Roteiro: Angelo Pizzo / Elenco: Sean Astin, Jon Favreau, Ned Beatty.
Regras da Atração
Os alunos incrivelmente mimados e super privilegiados do Camden College são o cenário de um triângulo amoroso incomum entre um traficante de drogas, uma virgem e um colega bissexual. Um bom filme colegial, assim eu poderia definir esse filme. O ator James Van Der Beek ficou famoso logo no começo da carreira, quando ainda era um jovem, por causa da série de TV de grande sucesso de audiência Dawson's Creek. Só que a série acabou se tornando uma maldição para ele pois nunca mais se livrou do personagem de Dawson Leery. Ficou marcado para sempre. Esse filme aqui foi lançado enquanto a série ainda fazia sucesso na televisão. Depois que ela acabou o Van Der Beek não conseguiu emplacar no cinema. Uma pena pois sempre o considerei um bom ator. No mais essa fita prova, mais uma vez, que o cinema americano é realmente ótimo na produção desse tipo de filme. Adolescentes, colégios, tudo funciona muito bem na tela. / Regras da Atração (The Rules of Attraction, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Avary / Roteiro: Bret Easton Ellis, Roger Avary / Elenco: James Van Der Beek, Ian Somerhalder, Shannyn Sossamon.
Assalto à 13ª DP
Uma parceria improvável entre um oficial de patrulha rodoviária, dois criminosos e um secretário de estação é formada para defender uma delegacia abandonada de Los Angeles contra o cerco de uma gangue de rua sanguinária. O gênero de filmes policiais teve um de seus auges durante a década de 1970. Os filmes desse estilo nessa década eram realistas, crus e viscerais. Algumas obras-primas surgiram durante esse período. Esse aqui é um bom filme, trazendo todas as características da época. E ainda por cima foi dirigido pelo ótimo diretor John Carpenter, que também escreveu o roteiro. Nenhum grande astro está no elenco, o que pode fazer muitos cinéfilos ignorarem o filme, mas o resultado final dessa fita policial é dos melhores. Gosta do cinema de Carpenter? Então não deixe passar em branco. / Assalto à 13ª DP (Assault on Precinct 13, Estados Unidos, 1976) Direção: John Carpenter / Roteiro: John Carpenter / Elenco: Austin Stoker, Darwin Joston, Laurie Zimmer.
Pablo Aluísio.
Drama de guerra baseado em fatos reais sobre um batalhão americano de mais de 500 homens que fica preso atrás das linhas inimigas na Floresta Argonne em outubro de 1918 na França, durante as semanas finais da Primeira Guerra Mundial. Bom filme de guerra. Curiosamente a I Guerra Mundial nunca teve o mesmo espaço no cinema do que a II Guerra Mundial, talvez por essa último ser mais próxima, historicamente, à nossa geração. Esse é um telefilme que no Brasil foi exibido pelo canal a cabo A&E Mundo. Nos Estados Unidos teve boa repercussão de público e crítica, tendo várias indicações ao Primetime Emmy Awards, o Oscar da TV americana. Para quem gosta do tema é uma boa pedida. Além disso o filme resgata o contexto histórico dessa guerra de trincheiras onde havia muitas doenças, armas químicas e sofrimento no front de batalha. A I Guerra Mundial foi seguramente um dos conflitos armados mais selvagens e sem regras que se teve notícia na humanidade. / O Último Batalhão (The Lost Battalion, Estados Unidos, 2001) Direção: Russell Mulcahy / Roteiro: James Carabatsos / Elenco: Ricky Schroder, Phil McKee, Jamie Harris.
Fuga de Colditz
Enquanto um oficial aliado da segunda guerra mundial é mantido prisioneiro no notório castelo e prisão de Colditz, na Alemanha, ele arma um plano de fuga com outros prisioneiros, tentando ganhar a liberdade de qualquer maneira. O roteiro desse filme foi baseado em fatos históricos reais, embora os produtores tenham optado por mudar o nome dos personagens no roteiro (questão envolvendo futuros processos judiciais). Curiosamente os alemães ainda mantiveram um certo respeito por prisioneiros militares na primeira fase da guerra. Eles eram aprisionados de acordo com os tratados internacionais. Porém conforme a guerra foi avançando os nazistas começaram a ignorar tudo isso, cometendo as atrocidades que todos conhecemos. Parte da trama desse filme se passa ainda em uma época mais, digamos, civilizada nos campos de prisioneiros da Alemanha nazista. Depois a coisa toda desandou para a pura barbárie. / Fuga de Colditz (Colditz, Estados Unidos, 2005) Direção: Stuart Orme / Roteiro: Richard Cottan, Peter Morgan / Elenco: Damian Lewis, Tom Hardy, James Fox, Jason Priestley.
Rudy
Rudy sempre ouviu que ele era muito baixo para jogar futebol americano na faculdade. Mas ele está determinado a superar as adversidades e realizar seu sonho de jogar pela Notre Dame. Filmes sobre futebol americano sempre encontraram terreno árido entre o público brasileiro. Em nosso país esse esporte é considerado complicado de entender, pouco interessante, muito violento. Nos Estados Unidos porém é uma instituição nacional, tão valorizado como o beisebol e o basquete. Esse bom drama, com excelente edição valorizando as partidas disputadas, não teve qualquer repercussão entre o público brasileiro. Já era esperado isso. Porém vale pelo bom elenco e pelas situações mais dramáticas. O resto, o esporte americano em si, se torna secundário. / Rudy (Rudy, Estados Unidos, 1993) Direção: David Anspaugh / Roteiro: Angelo Pizzo / Elenco: Sean Astin, Jon Favreau, Ned Beatty.
Regras da Atração
Os alunos incrivelmente mimados e super privilegiados do Camden College são o cenário de um triângulo amoroso incomum entre um traficante de drogas, uma virgem e um colega bissexual. Um bom filme colegial, assim eu poderia definir esse filme. O ator James Van Der Beek ficou famoso logo no começo da carreira, quando ainda era um jovem, por causa da série de TV de grande sucesso de audiência Dawson's Creek. Só que a série acabou se tornando uma maldição para ele pois nunca mais se livrou do personagem de Dawson Leery. Ficou marcado para sempre. Esse filme aqui foi lançado enquanto a série ainda fazia sucesso na televisão. Depois que ela acabou o Van Der Beek não conseguiu emplacar no cinema. Uma pena pois sempre o considerei um bom ator. No mais essa fita prova, mais uma vez, que o cinema americano é realmente ótimo na produção desse tipo de filme. Adolescentes, colégios, tudo funciona muito bem na tela. / Regras da Atração (The Rules of Attraction, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Avary / Roteiro: Bret Easton Ellis, Roger Avary / Elenco: James Van Der Beek, Ian Somerhalder, Shannyn Sossamon.
Assalto à 13ª DP
Uma parceria improvável entre um oficial de patrulha rodoviária, dois criminosos e um secretário de estação é formada para defender uma delegacia abandonada de Los Angeles contra o cerco de uma gangue de rua sanguinária. O gênero de filmes policiais teve um de seus auges durante a década de 1970. Os filmes desse estilo nessa década eram realistas, crus e viscerais. Algumas obras-primas surgiram durante esse período. Esse aqui é um bom filme, trazendo todas as características da época. E ainda por cima foi dirigido pelo ótimo diretor John Carpenter, que também escreveu o roteiro. Nenhum grande astro está no elenco, o que pode fazer muitos cinéfilos ignorarem o filme, mas o resultado final dessa fita policial é dos melhores. Gosta do cinema de Carpenter? Então não deixe passar em branco. / Assalto à 13ª DP (Assault on Precinct 13, Estados Unidos, 1976) Direção: John Carpenter / Roteiro: John Carpenter / Elenco: Austin Stoker, Darwin Joston, Laurie Zimmer.
Pablo Aluísio.
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