segunda-feira, 24 de outubro de 2016

The Path - O Caminho

Título Original: The Path
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Television
Direção: Michael Weaver, Mike Cahill
Roteiro: Jessica Goldberg, Julia Brownell
Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Sarah Jones, Hugh Dancy, Emma Greenwell
  
Sinopse:
A série mostra um grupo de pessoas que vive em uma comunidade que segue os ensinamentos de uma seita fundada por um sujeito chamado Dr. Meyer. Na década de 1960 ele criou as bases doutrinárias dessa nova religião, onde se prega uma vida de correção e busca por uma elevada inspiração espiritual. Todos vivem nessa comunidade onde trabalham, vivem e tentam chegar em um grau elevado de espiritualidade.

Comentários:  
The Path, que no Brasil recebeu o nome de "O Caminho" é uma série muito boa. Sua história, embora meramente ficcional, compila muitas coisas que fazem parte de seitas reais nos Estados Unidos, principalmente em estados como Califórnia. Nessas regiões, durante os anos 60, surgiram diversas seitas, com doutrinas levantadas por líderes carismáticos, alguns deles vindo diretamente do movimento hippie. É justamente o que vemos aqui. Um fundador que tem visões e começa a liderar um grupo de seguidores devotos do tal caminho que levará para a luz espiritual máxima. Só que apesar da doutrina trazer toda essa espiritualidade, os membros não são assim tão evoluídos espiritualmente como era de se supor. Eles brigam por poder dentro do movimento, perseguem os que abandonam a religião e não raro cometem crimes para esconder os "podres" do tal movimento. Uma série excelente mostrando a verdadeira face dessas seitas modernas. 

Pablo Aluísio.

MacGyver

Título no Brasil: MacGyver
Título Original: MacGyver
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Television
Direção: James Wan
Roteiro: Peter M. Lenkov, Lee David Zlotoff
Elenco: Lucas Till, George Eads, Sandrine Holt, Tristin Mays, Justin Hires, Vinnie Jones
  
Sinopse:
Angus MacGyver (Lucas Till) é agente de uma organização secreta que combate o terrorismo internacional. Usando de seus conhecimentos em ciência e mecânica, MacGyver é capaz dos maiores feitos de engenharia, usando para isso apenas objetos do cotidiano como uma simples caneta ou um canivete de escoteiro. Agora seu primeiro objetivo é impedir que um vírus mortal seja solto no meio de uma grande cidade, causando milhares de mortes de inocentes.

Comentários:
Temos aqui mais um remake. Dessa vez o alvo foi uma série de sucesso dos anos 80 chamada "Profissão: Perigo" que chegou a ser exibida na TV aberta brasileira com grande sucesso (os mais velhos certamente vão lembrar). O primeiro episódio se chama "The Rising" e desde os primeiros minutos já percebemos todos os problemas desse prato requentado. Antes de qualquer coisa vale o aviso: os antigos fãs de MacGyver certamente vão ficar bem decepcionados (para não dizer com raiva) dessa nova série. Tudo é muito ruim. Os roteiros são rasteiros, sem imaginação e o elenco é realmente péssimo. O ator Lucas Till que agora interpreta MacGyver tem cara de adolescente, de membro de boy band americana. Tirando o penteado (mal feito por sinal) nada mais lembrará do ator original, o bom Richard Dean Anderson! Pior do que isso, fiquei realmente surpreso como um canal como a CBS (uma das principais emissoras dos EUA) conseguiu realizar algo tão ruim como essa nova série. Os efeitos especiais - de explosão - são de doer de tão mal feitos. No primeiro episódio esse novo MacGyver teen tenta evitar que um vírus mortal seja espalhado por San Francisco e para isso ele sobe nos trens de pouso de um avião numa cena tão chata e clichê como entediante. E o que dizer das piadinhas sem graça que estão em todas as cenas, em todos os momentos? Haja paciência!  Pelo primeiro episódio já deixamos o conselho: fuja dessa porcaria sem salvação. Não há outra sentença, esse remake de "Profissão: Perigo" é realmente um lixo completo.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de outubro de 2016

Batman vs Superman

Finalmente vi "Batman vs Superman". Esse filme teve uma repercussão tão negativa por parte da crítica que desanimei completamente na época de seu lançamento. Nem quis conferir no cinema. Talvez por isso, por estar com expectativas baixas demais, acabei gostando do filme. Claro, não é uma maravilha da sétima arte, mas vamos ser sensatos ao menos, para um filme de super-heróis está de bom tamanho. Geralmente história em quadrinhos envolvendo personagens famosos desse universo que vinham com esse chamariz do tipo "Super-herói x Vs Super-herói Y" se resumia a um grande quebra pau entre os personagens. Coisa bem de nerd mesmo. Jovens ficavam sempre se perguntando coisas do tipo "Quem venceria uma briga? O Batman ou o Superman? O Capitão América ou o Homem de Ferro?" A DC Comics que não é boba nem nada resolveu então apostar nisso. Obviamente como são dois heróis extremamente populares a briga entre eles geralmente não davam em nada, mas tudo bem, faz parte do jogo para vender as próximas edições...

Esse filme é bom porque na simplicidade de seu enredo não tenta ser o que não é! Batman não é Shakespeare e nisso consiste seu valor como cultura pop. Então o roteiro não coloca coisas desnecessárias no filme para torrar nossa paciência. Ele não é o Othelo de Gotham City ou algo parecido. Filmes baseados em quadrinhos são tão melhores quanto mais simples surgem nas telas. Nesse ponto o diretor Zack Snyder acertou no alvo. Basicamente há esses dois heróis em cena, um antipatizando com o outro, que resolvem acertar as contas enquanto Lex Luthor (Jesse Eisenberg, sem convencer muito) tenta trazer uma criatura literalmente apocalíptica de volta à vida. Em termos dos desenvolvimentos dos personagens principais gostei muito da percepção de realismo cruel que o Superman começa a ter do mundo. Esse personagem, o verdadeiro ícone pioneiro do mundo dos super-heróis, sempre foi muito idealista, bondoso e até ingênuo. Em essência era um quadradão conservador dos anos 30. Aqui ele cai na real da maldade do mundo e de como a humanidade precisa ser tratada - não com tanto idealismo, mas sim com uma visão realista de tudo ao seu redor.

Já o Batman continua sendo o torturado de sempre. Não esperava muito dele porque afinal de contas o ator Ben Affleck, que o representaria, sempre foi inexpressivo. A máscara ajuda sua falta de talento dramático, até porque as pessoas não vão perceber o quanto ele pode ser ruim em termos de expressões faciais. Mesmo assim há um momento em que ele tem uma visão do futuro, com Superman agindo como uma divindade fascista no meio dos homens, que achei a coisa mais interessante de todo o filme. Um encontro de Mad Max com o universo DC! Muito bom... Espero que um dia os próximos filmes explorem essa situação... No geral é isso. Não vou perder muito tempo aqui analisando uma produção que é no final das contas um bom produto pop de consumo das massas. É chiclete pop, minha gente! Como eu disse, muitas vezes o problema nem é do filme, mas sim do público nerd que fica procurando defeitos. Isso é uma bobagem sem tamanho. Como eu já disse, não se trata de literatura clássica e nem de obras de autores consagrados. Batman e Superman são cultura pop por excelência e é dessa maneira que devem ser encarados. Deu para se divertir? Então o filme como um todo cumpriu seus objetivos...

Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, Estados Unidos,  2016) Direção: Zack Snyder / Roteiro: Chris Terrio, David S. Goyer  / Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Diane Lane, Laurence Fishburne, Jeremy Irons, Holly Hunter ; Sinopse: Bstman e Superman se encontram e não estarão necessariamente no mesmo lado dessa batalha de titãs.

Pablo Aluísio.

De Olhos Bem Fechados

Stanley Kubrick foi inegavelmente um gênio da história do cinema. Infelizmente sua despedida da sétima arte deixou bastante a desejar. Em 1999 o cineasta realizou seu último filme "Eyes Wide Shut" (que no Brasil recebeu o título de "De Olhos Bem Fechados"). Era um drama com toques eróticos estrelado pelo casal Tom Cruise e Nicole Kidman. Como Kubrick faleceu antes da estreia do filme criou-se uma sensação de que estava por vir mais uma obra prima do diretor, a sua obra prima final. Os críticos criaram muitas expectativas e o público (pelo menos aquele formado por cinéfilos mais interessados na história do cinema) prestigiaram a chegada da película nas telas. Posso dizer, com conhecimento de causa, que a expectativa alta logo se transformou em decepção amarga. Nem os mais fervorosos fãs da obra de Kubrick conseguiram esconder o desapontamento. O filme se revelava na tela inconclusivo, arrastado e até mesmo chato. Pior do que isso, sua carga de erotismo, que deveria seu forte, se revelava pífia, sem sedução alguma.

Kubrick parecia interessado em explorar o mundo de uma sexualidade mais doentia, misteriosa, fora dos padrões. Em alguns momentos até conseguiu captar algumas belas cenas, tudo valorizado por uma bonita direção de arte, mas foi pouco para quem estava esperando um grande filme.A reação negativa do filme também não se limitou ao círculo restrito ao público que pagou e se decepcionou com o resultado. O próprio casal que estrelou o filme viu sua relação ser abalada, tudo desencadeando para o divórcio. Alguns afirmam que Kidman teria reclamado da exposição a que foi submetida (ela tinha cenas de nudez), mas outros acreditam que Tom Cruise se separou dela apenas por motivos financeiros. A poucas semanas dela ter direito à metade de sua fortuna (algo que teria sido estabelecido em uma cláusula contratual de seu casamento), Cruise teria encerrado o relacionamento. Enfim, ao que parece a experiência de "Eyes Wide Shut" acabou não sendo boa para absolutamente ninguém.

Pablo Aluísio. 

sábado, 22 de outubro de 2016

Espelho, Espelho Meu

O sonho de Julia Roberts era interpretar a Branca de Neve no cinema. Isso é algo que ela vinha querendo desde o começo de sua carreira. Não deu. Ao invés disso ela virou estrela interpretando uma prostituta em "Uma Linda Mulher", um tipo de conto de fadas moderno. Assim quando pintou essa nova oportunidade ela nem pensou duas vezes. Claro que Roberts não iria interpretar a jovem Branca de Neve pois já não tinha idade para isso. Na falta de algo melhor nada mais adequado que fazer a rainha má! A ideia dessa adaptação em carne e osso da famosa estorinha de Branca de Neve e os Sete Anões surgiu na esteira do sucesso de "Alice" de Tim Burton. O filme foi um sucesso espetacular de bilheteria, assim praticamente todo grande estúdio de Hollywood procurou faturar em cima da mesma ideia: adaptações de contos de fadas famosos, usando astros e estrelas de Hollywood no elenco, tudo embalado em ricas e bonitas produções, com destaque para a direção de arte, figurinos, cenários, etc

O problema é que um raio geralmente não cai duas vezes no mesmo lugar. Assim esse "Espelho, Espelho Meu" passou longe de ser um sucesso comercial como havia sido Alice. O problema básico de mais essa adaptação foi que o ego de Julia Roberts atrapalhou tudo. Como ela ainda se considera uma estrela máxima em Hollywood não aceitou que sua personagem ficasse em segundo plano. Assim acabou se criando uma situação absurda, onde Branca de Neve acabou se tornando a coadjuvante de seu próprio conto de fadas! Vamos convir que algo assim dificilmente daria certo...Sim, a Rainha Má (Julia Roberts, obviamente) virou a personagem principal. A questão é que a vilã que fica sempre na frente do espelho perguntando se haveria alguém mais bela do que ela, nunca foi e nunca será a protagonista dessa estorinha. A atriz Lily Colins que interpreta Branca de Neve também foi pessimamente maquiada. Ela é naturalmente muito bonita, mas erraram a mão na maquiagem da garota. Dizem as más línguas que tudo foi culpa de Julia Roberts, com o objetivo de roubar ainda mais a produção só para si. O resultado é pífio. O filme é bonito, com rica produção, mas não cativa o espectador. Melhor rever o clássico desenho animado da Disney, aquela sim uma verdadeira obra prima da história do cinema.

Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror, EUA, 2012) Direção: Tarsem Singh / Roteiro: Marc Klein, Jason Keller / Elenco: Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer ; Sinopse: Uma adaptação moderna de Branca de Neve e os Sete Anos onde a vilã se tona a principal personagem.

Pablo Aluísio.

Stallone Cobra

Na década de 80 o ator Sylvester Stallone estava na crista da onda, colecionando sucessos em Hollywood. Ele tinha conseguido emplacar duas séries de bilheteria: Rocky e Rambo e era o astro mais bem pago da indústria cinematográfica. Depois de mais um êxito comercial, "Rocky IV" onde enfrentava uma máquina de lutar soviética (o grande inimigo dos americanos na época da guerra fria), o próprio Stallone escreveu o roteiro de um novo personagem, um filme policial e violento com toques de "Dirty Harry", o ícone durão que havia sido interpretado por Clint Eastwood numa série de filmes de sucesso entre as décadas de 70 e 80. Aquela fórmula parecia ser uma ótima ideia para Stallone escrever seu novo roteiro e assim ele o fez. O personagem de Stallone era um tenente ítalo americano da polícia chamado Marion 'Cobra' Cobretti. É curioso que a marca registrada dele tenha sido a violência insana. Na época Stallone estava sendo acusado de estrelar filmes muito violentos, sem roteiros convincentes e sem conteúdos relevantes. Por essa razão não é de se admirar que ele tenha escrito um personagem que representava justamente isso, um tira violento que não estava nem aí para os direitos humanos dos bandidos que encontrava pela frente. Sim, era uma "releitura" de Dirty Harry, isso era inegável, mas Stallone soube também colocar elementos novos.

Era óbvio desde seu lançamento que "Stallone Cobra" não primava por um bom roteiro. A trama era das mais simples. Na verdade Stallone caprichou mesmo na criação de cenas bem marcantes, principalmente de ação. Ele não estava interessado em criar um grande perfil psicológico de seu tira, mas sim rechear a produção de muitas cenas violentas, como a do mercadinho e a cena final, que na época de lançamento do filme trouxe problemas, principalmente no Brasil onde o filme acabou ganhando uma classificação absurda de 18 anos, algo que só era usado em filmes pornográficos. A molecada fã do ator reclamou e muito. O jeito foi a distribuidora nacional criar cortes, o que era outro descalabro. Para ganhar uma classificação de 16 anos o filme foi todo picotado, chegando assim ao grande público. Quem lembra do Paulo Brossard, ministro, comprando briga com a produtora do filme? Tempos absurdos aqueles. De uma forma ou outra "Stallone Cobra" fez grande sucesso, mas Stallone deixou o personagem de lado, isso quando todos esperavam por uma continuação tal como havia acontecido com "Rocky" e "Rambo". Pior do que isso em uma entrevista há alguns anos o próprio ator deixou claro que esse "Stallone Cobra" era um filme que não havia lhe agradado muito, apesar de ser sua criação. Pelo visto o policial violento de Stallone nunca mais retornará para as telas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Maximum Ride

Título Original: Maximum Ride
Título no Brasil: Maximum Ride - Projeto Angel
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Studio 47
Direção: Jay Martin
Roteiro: James Patterson, Angelique Hanus
Elenco: Allie Marie Evans, Patrick Johnson, Peter O'Brien, Lyliana Wray, Luke Gregory Crosby, Gavin Lewis
  
Sinopse:
Um grupo formado por seis jovens vive escondido numa grande casa isolada nas montanhas. Eles são fugitivos de uma base militar onde tinham passado por todos os tipos de experiências. A razão do interesse em ter todos eles em custódia é o fato de que na realidade aparentam ser criaturas híbridas entre anjos e seres humanos! Um tipo de mutação ainda desconhecida da ciência em geral.

Comentários:
Aventura Sci-fi com adolescentes que possuem asas e saem voando por aí quando necessário. Eles são perseguidos e caçados, principalmente por outras estranhas criaturas conhecidas apenas como captores. Nada é muito explicado nesse filme B que procura fugir dos padrões convencionais. Na verdade penso que essa ideia seria até bem interessante para uma série, pois não é todo dia que se vê algo assim e o público alvo (os teens) poderiam muito bem gostar. A premissa é bem imaginativo e criativa, mas curiosamente a estrutura do roteiro é dos mais banais. A garotinha Angel que faz parte do grupo é capturada e enviada para novos testes em uma instalação remota no Vale da Morte. Assim os mais velhos anjos de sua "família" partem para salvá-la. O enredo não vai muito além disso, nada diferente do que já estamos acostumados (ou melhor dizer, cansados) de ver em outros filmes. O filme também se perde no quesito efeitos especiais. Ora, um roteiro como esse, que pede seres angelicais voando para lá e para cá, precisa de uma boa produção, principalmente no aspecto visual. Como se trata de um filme com orçamento restrito (sim, B) tudo soa meio mal feito. Não chegam a ser efeitos especiais vergonhosos, nada disso, mas deixam a desejar. Pequenos detalhes esboçam esse tipo de falha. Por exemplo, quando os anjos adolescentes sobrevoam um lago seus reflexos não aparecem nas águas cristalinas do lugar. Um erro que pega mal. Pois é, já não se fazem mais anjos como antigamente...

Pablo Aluísio.

Presságios de Um Crime

Título no Brasil: Presságios de Um Crime
Título Original: Solace
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Afonso Poyart
Roteiro: Sean Bailey, Ted Griffin
Elenco: Anthony Hopkins, Colin Farrell, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Matt Gerald, Jose Pablo Cantillo
  
Sinopse:
Após a morte da filha, o Dr. John Clancy (Anthony Hopkins) resolve largar tudo para se isolar em uma casa remota. Ele foi por anos colaborador do FBI na caça de psicopatas perigosos. Seu retiro e luto só é interrompido quando o agente Joe Merriwether (Jeffrey Dean Morgan) resolve lhe procurar. Há um novo serial killer matando inúmeras vítimas, usando sempre o mesmo método. Joe assim pede que Clancy abra uma exceção para participar dessa nova investigação antes que novas pessoas inocentes sejam mortas.

Comentários:
Esse filme começa muito bem. O roteiro é dos mais atrativos. Há um psicopata à solta, matando pessoas que supostamente estariam condenadas por doenças incuráveis. Ele as mata da forma mais indolor possível, com um curto, certeiro e cirúrgico golpe na base da nuca, causando morte imediata. O Dr. John Clancy (Anthony Hopkins) é então contactado pelo FBI para se unir ao grupo de agentes que investigam os assassinatos. Ele não é um especialista forense comum. Na verdade seu grande tom é antecipar os passos dos assassinos. Dono de um tipo único de visão, de origem desconhecida, ele consegue não apenas ver a cena do crime no passado, como também antever o que virá depois. Uma vantagem e tanto para os membros do FBI. O problema é que tudo leva a crer que o assassino em série também tem o mesmo tipo de poder. Ou seja, o argumento é dos mais interessantes. Infelizmente depois de apresentar os personagens principais (todos interessantes) o filme decai justamente quando o psicopata surge em cena, revelando sua identidade. Ele é interpretado pelo ator Colin Farrell que definitivamente não convence no papel. Querendo trazer uma espécie de misericórdia para suas vítimas ele é confrontado por Hopkins em um duelo de vida ou morte. Farrell definitivamente não era o ideal para esse tipo de personagem. Esse problema aliás tem sido recorrente em Hollywood ultimamente, a má escolha de certos atores para determinadas caracterizações. Tudo em prol de tornar o filme mais comercialmente viável nas bilheterias. Assim "Solace" funciona muito bem em mais ou menos dois terços de sua duração, onde há o mistério a se revelar, as motivações e os detalhes dos crimes sangrentos. Na terça parte final porém, quando tudo vem à luz, ele decai muito. A cena final, o clímax, até tem seus méritos, mas destoa completamente do restante do filme. Assim seu resultado final fica prejudicado. Era um filme muito promissor, que poderia ser muito melhor do que realmente foi.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Matador em Conflito

Título no Brasil: Matador em Conflito
Título Original: Grosse Pointe Blank
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Buena Vista Pictures
Direção: George Armitage
Roteiro: Tom Jankiewicz
Elenco: John Cusack, Minnie Driver, Dan Aykroyd, Joan Cusack, Alan Arkin, Hank Azaria
  
Sinopse:
Martin Q. Blank (John Cusack) é convidado para comparecer na reunião de ex-alunos de sua escola. Há mais de dez anos que ele não vê ninguém de sua classe. A ideia parece ser até interessante já que ele tem mesmo que voltar para sua antiga cidade para executar um pequeno serviço. Rever os velhos amigos pode ser divertido. O que nenhum deles sabe é que Martin ganha a vida como assassino profissional.

Comentários:
Esse é certamente um dos melhores filmes da carreira do ator John Cusack. O roteiro é a melhor coisa dessa produção que investe em um divertido humor negro. O protagonista é um bem sucedido homem de negócios no ramo de liquidar pessoas. Isso mesmo, o filme trata com bom humor o fato do personagem de John Cusack ser um assassino de aluguel. Tudo levado em um tom bem mais ameno, inclusive contando como o ótimo Dan Aykroyd no papel de um colega de "profissão" que quer ter em seu curriculum a honra de ter matado o próprio Martin. Assim a trama explora o fato de que Cusack precisa viver em dois mundos separados, a de um sujeito normal, que vai até a reunião de seus velhos amigos dos tempos da escola e a do profissional que mata pessoas por dinheiro, sob encomenda. Outros destaques do elenco contam com a presença da própria irmã de John, a talentosa atriz Joan Cusack, em uma participação muito divertida e Minnie Driver, sempre no papel da garota inteligente que se apaixona pelos homens errados. Esse também é o melhor filme da carreira do diretor George Armitage que infelizmente depois perderia o rumo completamente, encerrando prematuramente sua filmografia com a comédia "O Golpe", estrelada por Owen Wilson e Morgan Freeman.

Pablo Aluísio.

Um Negócio de Risco

Título no Brasil: Um Negócio de Risco
Título Original: Criminal Activities
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Image Entertainment
Direção: Jackie Earle Haley
Roteiro: Robert Lowell
Elenco: John Travolta, Michael Pitt, Dan Stevens, Christopher Abbott, Edi Gathegi, Jackie Earle Haley
  
Sinopse:
Tentando dar uma de espertinhos, quatro amigos decidem comprar um grande lote de ações de uma empresa do ramo farmacêutico que está prestes a anunciar uma grande descoberta, um novo remédio que promete elevar o valor de suas ações às alturas. Para isso um deles acaba tomando dinheiro emprestado de um mafioso, Eddie (Travolta). Quando a empresa vai à bancarrota eles ficam com uma enorme dívida a saltar com a máfia, que definitivamente não costuma deixar algo assim sair barato. 

Comentários:
Inicialmente achei que seria mais um filme de gangsters sem muitos atrativos. Acabei me surpreendendo por alguns aspectos do roteiro que me agradaram bastante. Para saldar a dívida com um mafioso (John Travolta, muito bem em cena) um grupo de amigos precisam fazer um "servicinho" para ele. Nada mais, nada menos, do que sequestrar um sobrinho de um poderoso chefão da maior quadrilha de tráfico de drogas da cidade. Obviamente não parece uma boa ideia, mas como eles não querem morrer, acabam aceitando o tal "serviço". Por serem amadores e nada profissionais nesse ramo do crime as coisas logo saem do controle. Enquanto os rapazes fazem o serviço sujo, o chefe mafioso Eddie (Travolta) conspira contra a principal quadrilha rival de seus próprios negócios no mundo do crime. O elenco é muito bom, mas como sempre, Travolta se destaca. Com o cabelo cheio de brilhantina e sinais de que recentemente fez alguma cirurgia plástica, o ator esbanja seu já conhecido carisma em cena. Outro destaque vem dos atores jovens, todos bons. E o gangster sequestrado interpretado pelo ator negro Edi Gathegi acaba tendo alguns dos melhores diálogos de todo o roteiro. Nos dez minutos finais o filme dá uma incrível reviravolta e todos acabam descobrindo que nada era o que aparentava ser, o que não deixa de ser bem divertido. Claro que alguns furos de lógica ficam no meio do caminho, mas quando essa virada ocorre o jogo já está ganho, pois o filme se desenrola muito bem. Por fim um aspecto curioso: o próprio diretor do filme está também no elenco. Jackie Earle Haley interpreta um dos capangas de Travolta. Sua cena em que encontra um velho amigo da infância sendo torturado é realmente muito bem bolada. Enfim é isso, um bom filme sobre gangsters modernos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Um Assassino à Solta

Título no Brasil: Um Assassino à Solta
Título Original: Switchback
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jeb Stuart
Roteiro: Jeb Stuart
Elenco: Dennis Quaid, Danny Glover, Claudia Stedelin, R. Lee Ermey, Jared Leto, William Fichtner
  
Sinopse:
Um agente do FBI, Frank LaCrosse (Dennis Quaid), é afastado das investigações sobre um serial killer após esse colocar as mãos em seu próprio filho. Para o FBI ele não teria mais isenção e nem equilibrio emocional para seguir em frente na caçada, pois estaria envolvido pessoalmente com o criminoso. Indignado com a decisão de sua agência de investigação, o agente resolve ignorar as ordens superiores e parte em busca do psicopata.

Comentários:
Filmes sobre serial killers sempre são interessantes. Porém é necessário que a escolha do elenco seja mais criteriosa, pois certos atores não possuem a personalidade adequada para esse tipo de papel, afinal psicopatas são criminosos frios, desalmados e calculistas. Escalar um ator mais especializado em personagens bonachões e bondosos não parece ser uma escolha ideal. Mesmo assim, com esse pequeno deslize, não podemos deixar de gostar desse interessante thriller policial. Um filme ágil, com ótimas sacadas em seu roteiro e que conta com um elenco realmente excepcional. Além do sempre correto Dennis Quaid e de um inspirado Danny Glover em um papel bem diferente em sua carreira, o filme ainda contava com R. Lee Ermey, ator especializado em sargentos durões do exército (basta lembrar dele em "Nascido Para Matar") aqui atuando como um xerife linha dura e... pasmem, um ainda bem jovem Jared Leto dando o ar de sua graça. No geral é um bom filme, com cenas realmente bem criadas e desenvolvidas. Só não é melhor porque, como disse, há esse pequeno problema de casting (escalação de elenco) que quase leva tudo a perder.

Pablo Aluísio.

O Entardecer de uma Estrela

Título no Brasil: O Entardecer de uma Estrela
Título Original: The Evening Star
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Harling
Roteiro: Larry McMurtry, Robert Harling
Elenco: Shirley MacLaine, Bill Paxton, Juliette Lewis, Jack Nicholson, Miranda Richardson, Ben Johnson, Scott Wolf
  
Sinopse:
Sequência de "Laços de Ternura". Após a morte de sua filha, Aurora Greenway (Shirley MacLaine) precisa cuidar da criação de seus três netos, jovens adolescentes com problemas de relacionamento, vida e estudos. Mesmo cansada e desiludida do mundo, Aurora ainda consegue encontrar forças para levar adiante nesse novo desafio em sua existência. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marion Ross).

Comentários:
"Laços de Ternura" é um dos melhores filmes dos anos 80. Consagrado pelos diversos prêmios da academia, o filme segue sendo um drama maravilhoso, mesmo após tantos anos de seu lançamento. É curioso que quatorze anos depois tenha sido produzido essa continuação tardia. Para muitos era algo completamente desnecessário, uma vez que o primeiro filme já se fechava maravilhosamente bem em si mesmo. Algumas histórias não precisam de continuação, isso é um fato. Acontece que o escritor Larry McMurtry escreveu esse romance que basicamente mostrava o que acontecia depois dos fatos mostrados em "Laços de Ternura". A atriz Shirley MacLaine leu o livro e amou. Diante disso ela procurou convencer a Paramount Pictures a realizar uma sequência. Afinal ela tinha mesmo interesse em voltar a interpretar a forte Aurora, pois essa personagem havia lhe dado o único Oscar de sua vida. Convencidos de seus argumentos o estúdio então produziu esse "The Evening Star". Na época de lançamento desse filme muitos se perguntaram se Jack Nicholson também retornaria ao papel do astronauta maluco, o namorado inconsequente  de Aurora. Inicialmente Nicholson não mostrou interesse nesse novo filme, mas atendendo a um pedido especial de sua amiga Shirley MacLaine resolveu aparecer em uma pequena ponta (que quase nem foi creditada!). Verdade seja dita, mesmo aparecendo por poucos momentos o bom e velho Jack Nicholson quase roubou o filme inteiro para si. Coisas de gênio. Enfim, mesmo assim temos que reconhecer que esse filme ainda é muito bom, nada comparado com "Laços de Ternura" que é uma obra prima da sétima arte, é verdade, mas ainda assim um ótimo drama sobre netos e a vida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Inverno Rigoroso

Título no Brasil: Inverno Rigoroso
Título Original: Edge of Winter
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Rob Connolly
Roteiro: Rob Connolly, Kyle Mann
Elenco: Joel Kinnaman, Tom Holland, Percy Hynes White, Shaun Benson, Shiloh Fernandez, Rachelle Lefevre
  
Sinopse:
Elliot Baker (Joel Kinnaman) é um pai divorciado que recebe seus dois filhos para passarem o fim de semana ao seu lado. A ex-esposa vai sair em um cruzeiro com o novo marido e pede que ele cuide dos garotos. Para ter algum tipo de aproximação maior ao lado dos jovens, Elliot decide levá-los até o campo, mesmo que o inverno esteja rigoroso, com tudo coberto de neve. Ele quer ensinar os seus filhos a caçar. No começo tudo sai bem até que na volta para casa o carro fica preso na estrada após um pequeno acidente. E esse é apenas o primeiro problema que vão enfrentar.

Comentários:
Esse texto apresenta spoiler. Esse é um thriller de suspense que começa com ares de drama familiar e depois começa a se transformar em algo mais assustador. A ideia do pai e seus filhos passando algum tempo juntos no campo não é nada muito original. Já foi visto em inúmeros filmes. A novidade vem na forma que o roteiro trata essa disfuncional relação familiar. Particularmente não gostei muito como o pai é representado no filme. Ele está desempregado, sua ex-mulher agora é casada com um sujeito muito bem situado financeiramente, a ponto de dar uma vida de luxo a ela e aos garotos e para piorar tudo Elliot descobre que está crescendo uma barreira entre ele e os garotos. Ele é um homem da velha escola e seus filhos, todos educados em escolas de grã-finos, já não curtem muito seu jeito de ser. Por acaso um dos filhos acaba confessando ao pai que vai passar muito tempo sem vê-los dali em diante pois seu padrasto está indo morar na Inglaterra. Com essa informação Elliot simplesmente entra em colapso - enlouquece ao descobrir que até seus filhos serão tirados de sua companhia. Desse ponto em diante o paizão que procurava criar um elo de intimidade com os jovens começa a apresentar um comportamento fora do normal, tendo acessos de fúria e raiva. Em minha opinião o roteiro faz mau uso do personagem de Joel Kinnaman. A coisa vai ficando cada vez mais sinistra e de certa maneira inverossímil, tudo talvez, para criar uma reviravolta inesperada para o espectador. Não era necessário algo nesse estilo. "Edge of Winter" certamente poderia ir por outro caminho mais ameno e menos apelativo.

Pablo Aluísio.

A Voz do Meu Coração

Título no Brasil: A Voz do Meu Coração
Título Original: Grace of My Heart
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Allison Anders
Roteiro: Allison Anders
Elenco: Illeana Douglas, John Turturro, Sissy Boyd, Jennifer Leigh Warren, Richard Schiff, Diane Robin
  
Sinopse:
Uma cantora e compositora aspirante ao sucesso, muito talentosa, abre mão de tudo para escrever músicas para outros artistas. O filme segue mostrando sua vida, desde a dor das rejeições das grandes gravadoras, passando pelo seu desastroso casamento, indo até seu triunfo final quando ela finalmente consegue superar todas as adversidades. Filme indicado ao Chlotrudis Awards e ao prêmio Satellite Awards.

Comentários:
Para quem gosta da combinação entre drama e música esse filme "Grace of My Heart" é certamente uma boa pedida. De modo em geral ele mostra a dura vida de uma jovem talentosa que acaba encontrando muitas portas fechadas em sua cara, durante sua luta para ser bem sucedida ou famosa. É a tal coisa, nem todos vencerão no show business, muito pelo contrário, as histórias de fracasso e frustração são bem mais mais amplas e disseminadas. É o velho sonho de ir para Hollywood ou Los Angeles (Nashville no caso de cantores de country music) para se tornar uma estrela da música e não encontrar nada pela frente a não ser a pura decepção. Esse filme, um projeto bem pessoal da diretora e roteirista Allison Anders tem elementos biográficos pois ela mesma trilhou um caminho parecido com a da sua protagonista. Enfim, um bom drama, mostrando o duro caminho até se chegar ao topo, seja no mundo da música, seja no mundo do cinema. A fama, muitas vezes, pode ser apenas um sonho em vão.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Soldado Universal 2 - O Retorno

Título no Brasil: Soldado Universal 2 - O Retorno
Título Original: Universal Soldier - The Return
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Films
Direção: Mic Rodgers
Roteiro: Richard Rothstein, Christopher Leitch
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Bill Goldberg, Heidi Schanz, Justin Lazard, Daniel von Bargen, James Black
  
Sinopse:
Luc Devereaux (Jean-Claude Van Damme) se torna o único sobrevivente do grupo original dos Soldados Universais, uma super tropa de elite. Agora ele trabalha com Dylan Cotne, um gênio da informática, em um novo projeto. O objetivo é unir as habilidades desses super soldados com o máximo em tecnologia de ponta, só que o super computador que deveria comandar tudo apresenta um inesperado problema, um erro que coloca a vida de todos em perigo! Apenas Devereaux poderá evitar um desastre de proporções assustadoras.

Comentários:
É a tal coisa, o primeiro filme passou longe de ser bom, porém fez sucesso. Mesmo no final dos anos 90 o estilo dos heróis de ação dos anos 80 ainda resistia e conseguia boas bilheterias. Havia também o mercado de vídeo VHS, que era ideal para esse tipo de produção. Inclusive no Brasil onde várias fitas como essa foram lançadas no mercado através do selo América Vídeo (quem viveu a época se lembra bem, com aquelas caixinhas que eram bem características, com muitas estrelas, baseadas na bandeirona dos Estados Unidos). Pois bem, aqui a Columbia resolveu colocar a mão no bolso para pagar um belo cachê ao astro Jean-Claude Van Damme que definitivamente não queria estrelar esse segundo filme. A produção aliás foi bem mais cara do que o habitual para esse tipo de filme, custando a pequena fortuna de 40 milhões de dólares. Era de certa maneira um investimento praticamente de retorno certo, afinal Van Damme tinha muitos fãs na época. Deixando de lado toda essa questão comercial o fato é que o filme consegue ser bem mais fraco do que o primeiro. O roteiro, absurdo como sempre, apresenta inúmeros problemas e furos. As sequências de ação porém eram bem feitas, o que no final era justamente o que os apreciadores desse tipo de filme de ação queriam. No final acabou ficando elas por elas, com o público cativo de Van Damme saindo bem satisfeito dos cinemas. 

Pablo Aluísio.