Mostrando postagens com marcador Tarsem Singh. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tarsem Singh. Mostrar todas as postagens

sábado, 22 de outubro de 2016

Espelho, Espelho Meu

O sonho de Julia Roberts era interpretar a Branca de Neve no cinema. Isso é algo que ela vinha querendo desde o começo de sua carreira. Não deu. Ao invés disso ela virou estrela interpretando uma prostituta em "Uma Linda Mulher", um tipo de conto de fadas moderno. Assim quando pintou essa nova oportunidade ela nem pensou duas vezes. Claro que Roberts não iria interpretar a jovem Branca de Neve pois já não tinha idade para isso. Na falta de algo melhor nada mais adequado que fazer a rainha má! A ideia dessa adaptação em carne e osso da famosa estorinha de Branca de Neve e os Sete Anões surgiu na esteira do sucesso de "Alice" de Tim Burton. O filme foi um sucesso espetacular de bilheteria, assim praticamente todo grande estúdio de Hollywood procurou faturar em cima da mesma ideia: adaptações de contos de fadas famosos, usando astros e estrelas de Hollywood no elenco, tudo embalado em ricas e bonitas produções, com destaque para a direção de arte, figurinos, cenários, etc

O problema é que um raio geralmente não cai duas vezes no mesmo lugar. Assim esse "Espelho, Espelho Meu" passou longe de ser um sucesso comercial como havia sido Alice. O problema básico de mais essa adaptação foi que o ego de Julia Roberts atrapalhou tudo. Como ela ainda se considera uma estrela máxima em Hollywood não aceitou que sua personagem ficasse em segundo plano. Assim acabou se criando uma situação absurda, onde Branca de Neve acabou se tornando a coadjuvante de seu próprio conto de fadas! Vamos convir que algo assim dificilmente daria certo...Sim, a Rainha Má (Julia Roberts, obviamente) virou a personagem principal. A questão é que a vilã que fica sempre na frente do espelho perguntando se haveria alguém mais bela do que ela, nunca foi e nunca será a protagonista dessa estorinha. A atriz Lily Colins que interpreta Branca de Neve também foi pessimamente maquiada. Ela é naturalmente muito bonita, mas erraram a mão na maquiagem da garota. Dizem as más línguas que tudo foi culpa de Julia Roberts, com o objetivo de roubar ainda mais a produção só para si. O resultado é pífio. O filme é bonito, com rica produção, mas não cativa o espectador. Melhor rever o clássico desenho animado da Disney, aquela sim uma verdadeira obra prima da história do cinema.

Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror, EUA, 2012) Direção: Tarsem Singh / Roteiro: Marc Klein, Jason Keller / Elenco: Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer ; Sinopse: Uma adaptação moderna de Branca de Neve e os Sete Anos onde a vilã se tona a principal personagem.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de julho de 2014

A Cela

Título no Brasil: A Cela
Título Original: The Cell
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Tarsem Singh
Roteiro: Mark Protosevich
Elenco: Jennifer Lopez, Vince Vaughn, Vincent D'Onofrio

Sinopse:
Carl Stargher (Vincent D'Onofrio) é um maníaco e psicopata que leva suas vítimas, jovens inocentes, para uma fazenda distante e abandonada. Lá as submetem a todos os tipos de torturas. Quando finalmente é pego pelo FBI sofre um ataque apoplético e entra em coma vegetativo. O problema é que o FBI sabe que ainda há uma vítima escondida pelo criminoso mas não tem mais como saber sua exata localização agora que ele está nessa situação. Para tentar encontrar a garota o FBI busca então ajuda com a Dra Catherine Deane (Jennifer Lopez) que tentará entrar dentro da mente do assassino com o uso de uma tecnologia de última geração. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Maquiagem. Também indicado ao Saturn Award em quatro categorias incluindo Melhor Filme de Ficção e Melhor Atriz (Lopez).

Comentários:
Apesar do roteiro ser interessante (dificilmente filmes sobre Serial Killers são ruins) o que se destaca completamente nesse "The Cell" é a direção de arte, a fotografia, a maquiagem e os figurinos. A concepção de um universo próprio dentro da mente do psicopata certamente é uma das coisas mais imaginativas e bem boladas do cinema nos últimos anos, simplesmente exuberante. Na época de lançamento do filme muitos críticos acusaram o filme de ser um exercício vazio de estética, uma produção muito rica aos olhos mas muito pobre em conteúdo ou profundidade. Bem, pode até haver um fundo de verdade nesse ponto de vista, mas temos que levar em conta que muitos filmes são realizados dessa forma de modo proposital. O cineasta indiano Tarsem Singh quis intencionalmente realizar um filme que fugisse dos padrões mais convencionais. Nesse quesito acertou em cheio. Não conheço nenhum outro filme que tenha um visual parecido. O curioso é que a estética parece mesmo ser o forte de Singh, já que ele levou esse estilo para seus filmes posteriores, em especial o mais recente "Imortais". Pelo visto essa parece ser a marca registrada do diretor, filmes cujas cenas mais parecem quadros vivos de surrealismo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Espelho, Espelho Meu

Depois do grande sucesso da versão cinematográfica de Alice dirigido por Tim Burton praticamente todo estúdio em Hollywood anunciou uma nova versão de algum conto de fadas. Esse "Espelho, Espelho Meu" foi apenas mais um deles. O mais curioso é que não é o único a ser feito tentando trazer de volta às telas o conto de fadas "Branca de Neve e os Sete Anões". Há um outro projeto bem mais ambicioso estrelado por Kristen Stewart. Se aquele tem cara de "Branca de Neve invade a Terra Média" por causa da semelhança absurda da produção com a franquia "O Senhor dos Anéis" esse aqui é bem mais modesto em suas pretensões. O projeto é mais um ataque de egolatria de Julia Roberts que há tempos procura reencontrar o caminho do sucesso. Não será com esse "Mirror, Mirror" que ela vai alcançar os seus objetivos. O filme foi lançado na semana em que "Jogos Vorazes" dominava as bilheterias o que fez o filme ser praticamente ignorado - embora não tenha sido o fracasso todo que algumas notícias divulgaram. A tônica aqui é realmente de filme infantil, uma produção feita para as crianças embora tome certas liberdades com o conto original (nem sempre de forma feliz). Os anões foram provavelmente os personagens mais prejudicados. Na versão de Disney - a melhor já feita até hoje - eles eram trabalhadores divertidos, pessoas do bem. Já aqui viram um bando de ladrões, salteadores, infames. Embora o roteiro tente trazer um certo humor e suavidade ao grupo eles surgem em cena mal encarados, antipáticos, nada parecidos com os anões que conhecemos em nossa infância. Também surgem com nomes diferentes, nada simpáticos, um inclusive é chamado de "Açougueiro", imagine você! As pernas de pau que usam é outra coisa totalmente fora de propósito, sem qualquer atrativo.

A atriz que faz Branca de Neve, Lily Collins, foi prejudicada por uma maquiagem muito pesada, nada sutil ou elegante. Com sobrancelhas enormes e pretas tudo soa muito deselegante. O pior é que a moça é bonita, não precisavam estragar seu bonito rosto com tudo aquilo. Será que a Julia Roberts a enfeiou propositalmente com medo dela roubar o filme? Não duvido nada. Se fez isso então ela agiu exatamente como a rainha má que interpreta o que não seria surpresa nenhuma. Ao natural Lily é bela, delicada e lembra em certos momentos Audrey Hepburn mas no filme surge praticamente "escondida" sob a maquiagem fora de tom. A produção do filme também não é melhor. A direção de arte é muito excessiva, não particularmente bonita ou de bom gosto. Tudo é muito kitsch, mesmo sendo um conto de fadas deveriam ter trilhado um caminho mais soft do que é apresentado em cena. O roteiro também não agrada. Tenta contar a velha estória de uma forma inovadora o que é um erro. Contos de fadas foram escritos e passados de gerações em gerações para ensinar valores morais e culturais para a criançada. São simples por natureza e devem permanecer assim. Qualquer tentativa de mudar sua essência é bem condenável sob qualquer ponto de vista. Provavelmente Jacob e Wilhelm Grimm estejam se revirando na tumba com o que fizeram com sua estorinha. Lamentável.

Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror, Estados Unidos, 2012) Direção: Tarsem Singh / Roteiro: Jason Keller, Marc Klein, Melisa Wallack baseado no conto de fadas escrito por Jacob Grimm e Wilhelm Grimm / Elenco: Lily Collins, Julia Roberts, Armie Hammer, Nathan Lane, Sean Bean / Sinopse: Branca de Neve (Lily Collins) fica sob os cuidados da madrasta, a Rainha (Julia Roberts) após seu pai desaparecer na floresta negra.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Imortais

Fui assistir a esse filme com o fiasco de "Fúria de Titãs" na cabeça. Por isso não tinha a menor fé em nada - pensei que seria mais um lixo Hollywoodiano. Para minha surpresa acabei achando interessante. Talvez por estar com expectativas quase a zero acabei ao final achando um blockbuster decente. Obviamente não aconselho aos estudiosos de mitologia grega, esses ficarão desapontados. O roteiro toma enormes liberdades com os mitos originais. Teseu, por exemplo, virou um rebeldinho revoltado, sem consistência. Monstros famosos como o Minotauro foram relegados a um simples grandalhão com máscara de touro feito de gravetos e por aí vai. O que salva "Imortais" do desastre é em primeiro lugar a linda direção de arte do filme e em segundo a presença sempre muito bem-vinda do ator Mickey Rourke. O filme é o que gosto de chamar de produção de luxo. Claro que praticamente todo ele foi gerado digitalmente mas mesmo assim achei tudo de muito bom gosto, sua fotografia em tons dourados, as cores gritantes das capas e uniformes. Até mesmo o figurino, que foi tachado de brega e excessivo em algumas resenhas, acabou me agradando.

Já Mickey Rourke é um capítulo à parte. Esse é o tipo de ator forjado no Actors Studio que consegue sobreviver a (quase) tudo. Não escondo de ninguém que sou admirador de carteirinha dele. Aqui temos o típico caso de ator maior que o filme. Seu personagem, o rei Hyperion, não é nem melhor e nem pior que outros vilões que enchem os blockbusters americanos todos os anos, a diferença é que Rourke declama até os mais simples diálogos com cuidado, capricho, e isso é sem dúvida uma grande diferença com os canastrões de hoje em dia. E por falar em canastrão o tal de Henry Cavill (que faz Teseu) é de uma nulidade gritante. Sem carisma, mono facial e sem graça quase leva tudo a perder. Se não fosse Rourke segurando as pontas o quesito atuação do filme seria simplesmente desastroso. Enfim, gostei de Rourke, da direção de arte e do bom gosto. Desgostei do Cavill, dos deuses (medíocres) e dos Titãs (esses últimos parecem zumbis de quinta categoria). Apesar de tudo no fim das contas vale uma espiadinha.

Imortais (Immortals, Estados Unidos, 2011) Direção de Tarsem Singh / Roteiro: Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides / Elenco: Henry Cavill, Mickey Rourke, John Hurt / Sinopse: Teseu é um mortal que é escolhido por Zeus para liderar uma guerra contra o tirânico rei Hyperion que está em busca de uma arma capaz de destruir toda a humanidade.

Pablo Aluísio.