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quarta-feira, 9 de março de 2022

O Carrasco de Roma

Título no Brasil: O Carrasco de Roma
Título Original: Rappresaglia
Ano de Produção: 1973
País: França, Itália
Estúdio: CCCF Films
Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: Robert Katz, George P. Cosmatos
Elenco: Richard Burton, Marcello Mastroianni, Leo McKern, John Steiner, Anthony Steel, Peter Vaughan

Sinopse:
II Guerra Mundial. Uma tropa de soldados da Alemanha é morta em uma emboscada. Como represália um oficial nazista da SS toma a decisão de executar mais de 400 italianos, moradores de Roma. O evento passou a ser conhecido como o Massacre de Roma.

Comentários:
Nas guerras todos os tipos de atrocidades são cometidas. A II Guerra Mundial foi palco de muitos crimes de guerra. Para o povo de Roma nada foi pior do que esse massacre promovido por um oficial nazista chamado Herbert Kappler (Burton, em excelente atuação). Depois que soldados do exército alemão caíram em uma emboscada ele decidiu que iria se vingar nos civis. Foram escolhidos 400 moradores de Roma, pessoas selecionadas a esmo, para morrerem em vingança à morte dos militares do III Reich. Uma grande atrocidade, sem dúvida. O filme traz um tema delicado, sensível. Para muitos foi o melhor filme do diretor George P. Cosmatos. Por fim vale lembrar que essa produção chegou a ser lançada no Brasil em VHS pelo selo Globo Vídeo. Só que mudaram o título na ocasião para "O Massacre de Roma".

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de outubro de 2021

Stallone: Cobra

Um dos sucessos de Sylvester Stallone nos anos 80. Durante muito tempo os fãs se perguntaram porque Stallone não fez uma continuação desse filme. Recentemente o próprio ator explicou isso em uma entrevista. Ele disse que não havia gostado do filme, de seu resultado. A crítica malhou muito o filme e acusou Stallone de estar copiando o estilo de outro personagem famoso, o Dirty Harry dos filmes com Clint Eastwood. Pelo visto Stallone ficou bem aborrecido com essas comparações. E tem mais, o filme promovia bastante a atriz  Brigitte Nielsen e como todos sabemos seu casamento com Stallone acabou em desastre. Então ele até mesmo evita de rever o filme hoje em dia.

Já em relação ao filme em si cabem algumas observações. Realmente é um filme muito violento, principalmente nas cenas finais. Sob esse ponto de vista não cabem maiores críticas em relação ao que se mostra em cena. O filme inclusive enfrentou problemas em alguns países (inclusive no Brasil) por causa dessa alta dose de excessos de violência física explícita. E no mais, tirando isso tudo de lado, ainda é um bom filme policial, embora desgastado pela passagem do tempo que o deixou um pouco datado - em especial sua trilha sonora.

Stallone: Cobra (Cobra, Estados Unidos, 1986) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone, baseado na novela policial "Fair Game" de Paula Gosling / Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni / Sinopse: Marion Cobretti (Sylvester Stallone) é um policial durão que use de seus próprios meios para lidar com os criminosos, nem todos eles de acordo com as leis.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Conspiração

Charlie Sheen interpreta Bobby Bishop, um jovem e promissor assessor do Presidente dos Estados Unidos. Sua vida profissional, como se pode perceber, está no auge. Tudo muda quando ele é procurado por um antigo professor da universidade de Direito, que lhe avisa que há uma grande conspiração envolvendo sociedades secretas, como a maçonaria, se formando para tirar o Presidente do poder. Agora ele é o alvo! Filme com roteiro muito bom que acabou fracassando nas bilheterias por culpa do ator Charlie Sheen. Como se sabe Sheen esteve sempre envolvido em escândalos e polêmicas. No começo da carreira Hollywood tentou transformá-lo em um novo Tom Cruise, mas isso obviamente não deu certo. Aliás Sheen ainda não perdeu o jeito para se envolver em todos os tipos de problemas. Recentemente ele assumiu estar com AIDS, além de ser viciado em crack. Deixando isso tudo de lado, todas as revistas de fofocas e a vida escandalosa de Sheen e suas matérias na imprensa marrom, sensacionalista, esse "Shadow Conspiracy" serviu para demonstrar o quanto ele poderia ser interessante apenas atuando nas telas de cinema.

O roteiro tem ótimas sacadas e o elenco é dos melhores, com direito a uma pontinha do escritor Gore Vidal como um senador conservador, mulherengo e crápula. A ironia veio no fato de que Vidal era um dos grandes representantes do movimento gay nos EUA. No mais o filme disseca o lado da podridão da política americana, com seus conchavos e conspirações. Esse é considerado também o filme mais inteligente do cineasta George P. Cosmatos, mais conhecido por "Rambo II - A Missão" e "Stallone Cobra". Infelizmente como o filme fracassou esse também acabou sendo seu último filme. Em Hollywood dificilmente se dá uma segunda chance a um diretor, não importando seus sucessos do passado.

Conspiração (Shadow Conspiracy, Estados Unidos, 1997) Estúdio: Hollywood Pictures / Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Adi Hasak, Ric Gibbs / Elenco: Charlie Sheen, Donald Sutherland, Linda Hamilton, Ben Gazzara, Stephen Lang, Gore Vidal. / Sinopse: Uma grande conspiração se instala nos mais altos escalões do poder dos Estados Unidos. Salve-se quem puder!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Tombstone

A história do OK Curral segue dando manga para muitos filmes, desde "Sem Lei e Sem Alma" com Kirk Douglas (como Doc) e Burt Lancaster (como Earp) até o mais recente "Wyatt Earp" dirigido pelo Kevin Costner. Essa versão "Tombstone" sempre foi considerada a mais "pop" de todas pois o roteiro é agil, movimentado e não perde tempo com tantos detalhes como outros filmes. Aqui também existem algumas diferenças que achei significativas. Por exemplo, nessa versão Wyatt Earp é mais contido e precavido. Ele procura acima de tudo não se meter em confusão. Está sempre receoso de entrar em algum conflito com os bandidos locais. Só quando a coisa fica insuportável é que ele parte para o tudo ou nada ao lado de seus irmãos e Doc Holliday. Achei Val Kilmer muito bem como Doc, muito embora a melhor interpretação do pistoleiro seja mesmo a de Dennis Quaid no filme de Costner. Kurt Russell está apenas ok para falar a verdade. Seu bigode postiço não convence mas como o filme em si é bom e movimentado não paramos muito para pensar sobre isso.

Para falar a verdade o que sempre me chamou atenção nos filmes dos Earps é a figura de Doc Holiday mesmo. Doutor, beberrão, pistoleiro e vivendo eternamente no fio da navalha. Esse sujeito se não tivesse existido de verdade teria que ser inventado por algum roteirista talentoso, porque ele sempre rouba os filmes de seu amigo Earp. É um personagem com muita carga dramática, quase Shakesperiano. Ele sabe que não tem muitos anos de vida pela frente por ser tuberculoso e por isso vive como se não houvesse amanhã. E pensar que ainda hoje o acusam de ser apenas um ladrão beberrão e assaltante barato... Depois de ver tantos filmes cheguei na conclusão que ele era realmente um ladrão... um ladrão do filme alheio.

Tombstone - A Justiça Está Chegando (Tombstone, EUA, 1993) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Kevin Jarre / Elenco: Kurt Russell, Val Kilmer, Sam Elliott, Bill Paxton, Jason Priestley / Sinopse: Wyatt Earp (Kurt Russell) , seus irmãos e Doc Holliday (Val Kilmer) enfrentam um grupo de bandidos em Tombstone Arizona no O.K. Curral. O duelo entrou para a mitologia do velho oeste.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de outubro de 2016

Stallone Cobra

Na década de 80 o ator Sylvester Stallone estava na crista da onda, colecionando sucessos em Hollywood. Ele tinha conseguido emplacar duas séries de bilheteria: Rocky e Rambo e era o astro mais bem pago da indústria cinematográfica. Depois de mais um êxito comercial, "Rocky IV" onde enfrentava uma máquina de lutar soviética (o grande inimigo dos americanos na época da guerra fria), o próprio Stallone escreveu o roteiro de um novo personagem, um filme policial e violento com toques de "Dirty Harry", o ícone durão que havia sido interpretado por Clint Eastwood numa série de filmes de sucesso entre as décadas de 70 e 80. Aquela fórmula parecia ser uma ótima ideia para Stallone escrever seu novo roteiro e assim ele o fez. O personagem de Stallone era um tenente ítalo americano da polícia chamado Marion 'Cobra' Cobretti. É curioso que a marca registrada dele tenha sido a violência insana. Na época Stallone estava sendo acusado de estrelar filmes muito violentos, sem roteiros convincentes e sem conteúdos relevantes. Por essa razão não é de se admirar que ele tenha escrito um personagem que representava justamente isso, um tira violento que não estava nem aí para os direitos humanos dos bandidos que encontrava pela frente. Sim, era uma "releitura" de Dirty Harry, isso era inegável, mas Stallone soube também colocar elementos novos.

Era óbvio desde seu lançamento que "Stallone Cobra" não primava por um bom roteiro. A trama era das mais simples. Na verdade Stallone caprichou mesmo na criação de cenas bem marcantes, principalmente de ação. Ele não estava interessado em criar um grande perfil psicológico de seu tira, mas sim rechear a produção de muitas cenas violentas, como a do mercadinho e a cena final, que na época de lançamento do filme trouxe problemas, principalmente no Brasil onde o filme acabou ganhando uma classificação absurda de 18 anos, algo que só era usado em filmes pornográficos. A molecada fã do ator reclamou e muito. O jeito foi a distribuidora nacional criar cortes, o que era outro descalabro. Para ganhar uma classificação de 16 anos o filme foi todo picotado, chegando assim ao grande público. Quem lembra do Paulo Brossard, ministro, comprando briga com a produtora do filme? Tempos absurdos aqueles. De uma forma ou outra "Stallone Cobra" fez grande sucesso, mas Stallone deixou o personagem de lado, isso quando todos esperavam por uma continuação tal como havia acontecido com "Rocky" e "Rambo". Pior do que isso em uma entrevista há alguns anos o próprio ator deixou claro que esse "Stallone Cobra" era um filme que não havia lhe agradado muito, apesar de ser sua criação. Pelo visto o policial violento de Stallone nunca mais retornará para as telas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Leviathan

Esse filme foi criticado na época de seu lançamento original porque os críticos de cinema acharam que ele era parecido demais com "Alien, o Oitavo Passageiro". Dirigido pelo George P. Cosmatos, que vinha de um filme da franquia "Rambo", esse filme realmente não conseguia esconder suas semelhanças com o filme de Ridley Scott, até porque depois de Aliens tudo parecia mesmo derivado dele. Bastava ter uma criatura vinda do espaço ou de natureza desconhecida, para gerar essa comparação. Lembrando que Leviatã é o nome de um dos sete monarcas do inferno, um nome que também foi utilizado na antiguidade para um conhecido monstro do mar da mitologia grega. Os marinheiros morriam de medo de morrer em seus ataques quando os navios partiam dos portos.

E olha que "Leviathan" até que não era tão ruim. Havia bons efeittos especiais (para a época, claro) e um roteiro que até tinha boas ideias, boas sacadas. O elenco também era bom. Tinha Peter Weller que havia interpretado "Robocop" no filme de sucesso e o falecido Richard Crenna, que todo cinéfilo conhecia de "Rambo" e outros filmes menores. Enfim, um bom filme Sci-fi dos anos 80, apesar de ter sido massacrado pela crítica da época. Não precisava tanto, vamos convir.

Leviathan (Leviathan, Estados Unidos, 1989) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: David Webb Peoples, Jeb Stuart / Elenco: Peter Weller, Richard Crenna, Amanda Pays / Sinopse: Explorando o casco de um cargueiro soviético naufragado, uma equipe de mineiradores de alto mar liderada pelo oceanógrafo Steven Beck fica cara a cara com uma criatura mutante e desconhecida até então.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de agosto de 2014

Leviathan

Título no Brasil: Leviathan
Título Original: Leviathan
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Peter Weller, Richard Crenna, Amanda Pays, Daniel Stern, Meg Foster

Sinopse:
Um grupo de mineradores das profundezas acaba encontrando por mero acaso uma antiga embarcação soviética naufragada. Ao resgatar parte de sua carga descobrem que algo muito sinistro se esconde no meio daquelas caixas, um tipo de ser orgânico desconhecido, que mais se parece uma manifestação de outro planeta. Filme vencedor do Festival de Avoriaz na categoria Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Filme de ficção que chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros na época, mas que depois foi quase que praticamente esquecido. O enredo lembra muito outro filme com temática praticamente igual, "O Abismo do Terror", de Sean S. Cunningham. Ambos lidavam com seres desconhecidos que eram descobertos por acaso e que voltavam à vida, exterminando quem passasse pela frente. Os efeitos especiais obviamente envelheceram pela passagem do tempo mas "Leviathan" ainda consegue se tornar interessante por causa da linguagem bem anos 80 de se contar essa história. E por falar naquela década o filme foi dirigido pelo cineasta George P. Cosmatos, o mesmo de "Rambo II - A Missão", um dos filmes símbolos daqueles anos. E como isso não bastasse no elenco temos Peter Weller (o ator que interpretou "Robocop" na franquia original) e Richard Crenna (sim, o Coronel de Rambo). Com tantas reverências não é de admirar que "Leviathan" tenha se tornado após todos esse anos um verdadeiro exercício de nostalgia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Rambo II - A Missão

Após os acontecimentos do primeiro filme John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado em uma missão secreta pelo governo norte-americano para o sudeste asiático. Seu objetivo é se infiltrar na selva para confirmar ou não a existência de campos de prisioneiros americanos da guerra do Vietnã. Tudo que deveria fazer era fotografar os campos caso existentes e retornar para os EUA. Porém Rambo tem outros planos para seus antigos companheiros de guerra, agora prisioneiros em condições deploráveis. "Rambo II - A Missão" é até hoje considerado um dos melhores filmes da franquia. Não há a carga dramática do primeiro filme, aqui o foco é realmente na ação pura e simples. Rambo surge finalmente com as características que iriam lhe definir nos filmes seguintes, ou seja, um super soldado, treinado nas melhores técnicas e que de posse de material de alta tecnologia era capaz de enfrentar sozinho todo um exército. Quando lançado o filme fez tanto sucesso de bilheteria que no Brasil ocorreu um fenômeno raro, a produtora a pedido dos exibidores, promoveu um relançamento do primeiro filme nos cinemas, um fato único ocorrido naquela época. 

Além do relançamento do filme original o sucesso de Rambo II consolidou o personagem como herói multimídia no mercado. Rambo virou coleção de brinquedos, desenho animado e marca para licenciamento de produtos como lancheiras, cadernos e tudo o mais que se possa imaginar. Nascido como personagem de literatura Rambo virou ícone da cultura pop moderna. Muito disso se deve a visão dos produtores Mario Kassar e Andrew G Vajna que sabiam que poderiam transformar Rambo em um produto de sucesso no mercado. Outro aspecto curioso de Rambo II é que ele virou tema de uma boba patrulha ideológica em seu lançamento. O personagem Rambo logo foi associado ao setor mais reacionário da política externa americana, sendo ligado ideologicamente ao estilo linha dura do presidente americano Ronald Reagan (que chegou a declarar publicamente que Rambo era um de seus personagens preferidos). Pura bobagem. "Rambo II - A Missão" é apenas um competente filme de ação dirigido com maestria pelo especialista George P. Cosmatos (falecido em 2005). Qualquer leitura política ou social de Rambo é mera bobagem. O que vale em si é a aventura e o entretenimento aqui, coisa que o filme cumpre muito bem, diga-se de passagem.  

Rambo II - A Missão (Rambo: First Blood Part II, Estados Unidos, 1985) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone, Kevin Jane e James Cameron baseados no personagem criado por David Morrell / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Grenna, Charles Napier, Steven Berkof / Sinopse: Após os acontecimentos do primeiro filme John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado em uma missão secreta pelo governo norte-americano para o sudeste asiático. Seu objetivo é se infiltrar na selva para confirmar ou não a existência de campos de prisioneiros americanos da guerra do Vietnã. Tudo que deveria fazer era fotografar os campos caso existentes e retornar para os EUA. Porém Rambo tem outros planos para seus antigos companheiros de guerra, agora prisioneiros em condições deploráveis.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Stallone Cobra

Já que o assunto filmes de ação e pancadaria da década de 80 vieram á tona me lembrei de uma das produções mais famosas daqueles anos: "Stallone Cobra". Na época em que o filme chegou nos cinemas pela primeira vez houve uma avalanche de reações extremas em relação ao seu lançamento. Os fãs de Stallone obviamente adoraram ver o ator distribuindo sua cota de sopapos nos vilões em cenas cada vez mais violentas. Já os que acusavam esses filmes de incidar a violência na sociedade foram à luta e aqui no Brasil o filme saiu em diversas versões, várias delas censuradas: uma para menores de 18 anos (com cenas cortadas), outra para maiores de 18 anos (com todas as cenas de sangue) e por fim uma versão para menores de 16 anos com cortes amenizados. Uma coisa de louco! O resultado foi que a bilheteria do filme praticamente triplicou porque o público acabou indo ao cinema várias vezes para conferir todas as versões - o que no fundo era uma bobagem pois os cortes somados não chegam nem a dois minutos. O sucesso continuou depois quando a fita chegou nas locadoras, liderando por semanas o ranking das mais alugadas. Não há como negar que se viveu uma verdadeira febre de popularidade de "Stallone Cobra" no país. Os críticos obviamente ficaram loucos e arrancaram os cabelos pois não se cansavam de criticar tudo na produção. 

O público por sua vez adorou e quebrou cada novo recorde de bilheteria da semana anterior que já havia sido quebrada pelo próprio filme! "Cobra" foi sem dúvida um filme de extremos, quem odiava não perdoava nada e quem adorava Stallone simplesmente idolatrou a fita e ignorou todo o resto! E no meio desse cabo de batalha quem afinal tinha razão? Nenhuma posição extrema ou radical consegue ter razão no final das contas. Os críticos que pareciam ter uma rixa pessoal com o ator americano exageraram nas críticas ferozes e o público tampouco conseguiu ver os defeitos do filme meio que hipnotizados pela incrível popularidade que Sylvester Stallone tinha na ocasião. Na verdade "Stallone Cobra" é uma boa fita de ação policial com um personagem muito carismático, principalmente para a população que muitas vezes sente falta de um "justiceiro" como ele. A mesma coisa aconteceu recentemente com o Capitão Nascimento de "Tropa de Elite". São tiras que querem resolver o problema da criminalidade se tornando eles mesmos a cura para a situação. Cobra não se importa em pendurar um bandido em um gancho, assim como o Capitão Nascimento também não se importa em dar uns "corretivos" na malandragem do morro! O povo obviamente adora esse tipo de personagem! São duas facetas da mesma moeda. De certa forma são todos filhos de Dirty Harry, o policial politicamente incorreto feito por Clint Eastwood na década de 70 que provocava os bandidos dizendo "Faça o meu dia, punk!". Em outras palavras "reaja para que eu possa mandar você para o buraco logo!". Claro que qualquer pessoa pode ser contra esse tipo de atitude. Agora, o que não vale a pena é censurar personagens de ficção como Cobra ou Capitão Nascimento como forma de dar alguma lição de moral para a sociedade, aí sinceramente já foge do que seria razoável. Censura no Brasil nunca mais!  

Stallone Cobra (Cobra, Estados Unidos, 1986) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone baseado na novela de Paula Gosling / Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni / Sinopse: Marion 'Cobra' Cobretti (Sylvester Stallone) é um tira de métodos poucos usuais que não perdoa bandidos e meliantes em geral.  

Pablo Aluísio.