domingo, 10 de outubro de 2021
Stallone: Cobra
Já em relação ao filme em si cabem algumas observações. Realmente é um filme muito violento, principalmente nas cenas finais. Sob esse ponto de vista não cabem maiores críticas em relação ao que se mostra em cena. O filme inclusive enfrentou problemas em alguns países (inclusive no Brasil) por causa dessa alta dose de excessos de violência física explícita. E no mais, tirando isso tudo de lado, ainda é um bom filme policial, embora desgastado pela passagem do tempo que o deixou um pouco datado - em especial sua trilha sonora.
Stallone: Cobra (Cobra, Estados Unidos, 1986) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone, baseado na novela policial "Fair Game" de Paula Gosling / Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni / Sinopse: Marion Cobretti (Sylvester Stallone) é um policial durão que use de seus próprios meios para lidar com os criminosos, nem todos eles de acordo com as leis.
Pablo Aluísio.
sábado, 22 de outubro de 2016
Stallone Cobra
Era óbvio desde seu lançamento que "Stallone Cobra" não primava por um bom roteiro. A trama era das mais simples. Na verdade Stallone caprichou mesmo na criação de cenas bem marcantes, principalmente de ação. Ele não estava interessado em criar um grande perfil psicológico de seu tira, mas sim rechear a produção de muitas cenas violentas, como a do mercadinho e a cena final, que na época de lançamento do filme trouxe problemas, principalmente no Brasil onde o filme acabou ganhando uma classificação absurda de 18 anos, algo que só era usado em filmes pornográficos. A molecada fã do ator reclamou e muito. O jeito foi a distribuidora nacional criar cortes, o que era outro descalabro. Para ganhar uma classificação de 16 anos o filme foi todo picotado, chegando assim ao grande público. Quem lembra do Paulo Brossard, ministro, comprando briga com a produtora do filme? Tempos absurdos aqueles. De uma forma ou outra "Stallone Cobra" fez grande sucesso, mas Stallone deixou o personagem de lado, isso quando todos esperavam por uma continuação tal como havia acontecido com "Rocky" e "Rambo". Pior do que isso em uma entrevista há alguns anos o próprio ator deixou claro que esse "Stallone Cobra" era um filme que não havia lhe agradado muito, apesar de ser sua criação. Pelo visto o policial violento de Stallone nunca mais retornará para as telas.
Pablo Aluísio.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Guerreiros de Fogo
Revisto hoje em dia “Guerreiros de Fogo” soa bem datado. Não é surpresa. O filme teve um orçamento bem mais modesto do que Conan, por exemplo, e tinha um roteiro frouxo, sem foco. Arnold Schwarzenegger apenas passeia de lá pra cá, solta algumas porradas e não parece estar muito interessado. Pior se sai Brigitte Nielsen que provava com o filme que não tinha carisma suficiente para virar uma estrela. De fato era uma mulher impressionante, alta, bonita, com belo físico, mas como atriz era realmente uma nulidade. Sua carreira no cinema sofreria um golpe mortal quando resolveu trair Stallone com a secretária. Na época não se sabia que ela tinha tendências bissexuais mas o fato é que a mãe de Stallone, ao visitar a mansão do filho de surpresa, a pegou no flagra transando com a secretária particular do ator. A reação de Sly foi o pedido imediato do divórcio e a demissão de sua empregada (óbvio). A partir daí Brigitte cairia em um grande ostracismo. A dinamarquesa que teve seu primeiro papel aqui logo afundou, estrelando uma coleção incrível de filmes sem expressão, medíocres. No saldo final “Guerreiros de Fogo” deve ser assistido pelos fãs de Arnold Schwarzenegger e nada mais. Não é uma grande aventura de ação e nem uma bela adaptação dos quadrinhos que lhe deram origem. Vale apenas como curiosidade de ver o astro austríaco fazendo um genérico de Conan, o Bárbaro.
Guerreiros de Fogo (Red Sonja, Estados Unidos, 1985) Direção: Richard Fleischer / Roteiro: Clive Exton baseado na obra de Robert E. Howard / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Brigitte Nielsen, Sandahl Bergman / Sinopse: A guerreira Red Sonja (Brigitte Nielsen) parte para a vingança contra uma rainha maléfica que destruiu sua família. Filme baseado em personagens do mesmo universo que Conan, o cimério de bronze.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Um Tira da Pesada 2
De fato deu muito certo. Se o primeiro já havia sido bem recebido, esse aqui, com muitos mais recursos e publicidade, se tornou um dos mais rentáveis da década. Eddie Murphy se viu assim disputando os cachês milionários da época lado a lado com Sylvester Stallone ou Arnold Schwarzenegger. Tão empolgado ficou com sua enorme fama e sucesso que disparou: “A década de 50 foi de Elvis Presley, a década de 60 dos Beatles e a década de 80 foi de Eddie Murphy”. Não há como negar que Murphy seja realmente talentoso e engraçado principalmente nessas suas primeiras produções no cinema (que também faziam enorme sucesso no milionário mercado de vídeo VHS para consumo domiciliar). O problema é que, como sempre acontece aliás, o sucesso lhe subiu à cabeça e Eddie começou a ter acessos de egolatria, escolhendo projetos equivocados que não mais fizeram sucesso. Nem sua tentativa de fazer um humor mais ácido com suas apresentações ao vivo (que também viraram vídeos de sucesso) reverteram o lento e gradual declínio de seu sucesso comercial. A década de 80 chegou ao final e com ele os melhores anos da carreira de Eddie Murphy. Ele foi de certo modo substituído pelo gosto do público americano por outro negro, que também vinha da TV e estourou de uma hora para outra nos cinemas. Seu nome? Will Smith. Rei morto, rei posto. Mesmo assim fica a dica: “Um Tira da Pesada 2”, uma produção de uma época em que Eddie Murphy poderia se considerar um Rei em Hollywood, sem exagero algum.
Um Tira da Pesada 2 (Beverly Hills Cop II, Estados Unidos, 1987) Direção: Tony Scott./ Roteiro: Larry Ferguson, Warren Skaaren / Elenco: Eddie Murphy, Judge Reinhold, Jürgen Prochnow, Ronny Cox, John Ashton, Brigitte Nielsen, Allen Garfield, Dean Stockwell./ Sinopse: Axel Foley (Eddie Murphy) é um tira de Detroit que vai até Beverly Hills para investigar uma quadrilha especializada em tráfico de armas. Chegando lá se une aos tiras mauricinhos do Departamento de Polícia de Los Angeles e se mete em várias confusões.
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de maio de 2012
Rocky IV
Já sob a ótica da ideologia política Rocky IV realmente não tem nenhum mistério. É uma apologia aos ideais da América, sem sombra de dúvidas. Stallone surge enrolado na bandeira americana, seu uniforme esportivo segue o padrão listas e estrelas da mesma bandeira, enfim tudo remete ao American Way Of Life. Em certos aspectos a produção é ainda mais ufanista do que Rambo III, que também seguia essa mesma linha mais patriótica. O problema é que o bloco soviético ruiu em 1989 e o suporte ideológico que sustentava esse tipo de filme deixou de existir. Assim os filmes ficaram sem esse conflito de ideologias, se tornando politicamente obsoletos, tanto que Stallone deixaria esse tipo de roteiro para trás definitivamente - Rocky V voltaria para o lado mais dramático dos primeiros filmes, por exemplo. De qualquer modo como o roteiro é muito enxuto e eficiente Rocky IV até hoje consegue funcionar muito bem. Stallone soube revitalizar antigos mitos como a luta de Davi contra Golias. Colocando seu personagem como um lutador desacreditado que luta sozinho, treinando com dificuldades ele criou uma simpatia imediata com o público. O lutador soviético Drago é um produto do Estado soviético, anabolizado, altamente preparado, sem um pingo de emoção; No fim das contas a luta acaba sendo não apenas entre USA x URSS mas também entre a paixão e o coração americano contra a frieza e a tecnologia dos russos. De certa forma quem acaba ganhando ao final é o público pois Rocky IV é divertido e empolgante, mesmo nos dias de hoje.
Rocky IV (Rocky IV, Estados Unidos, 1985) Direção: Sylvester Stallone / Roteiro: Sylvester Stallone / Elenco: Sylvester Stallone, Talia Shire, Burt Young, Brigitte Nielsen, Dolph Lundgren, Carl Weathers / Sinopse: No quarto filme do personagem Rocky Balboa para o cinema, o lutador americano terá que enfrentar o boxeador soviético Drago (Dolph Lundgren), um atleta sem emoções e programado para vencer a todo custo.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Stallone Cobra
Já que o assunto filmes de ação e pancadaria da década de 80 vieram á tona me lembrei de uma das produções mais famosas daqueles anos: "Stallone Cobra". Na época em que o filme chegou nos cinemas pela primeira vez houve uma avalanche de reações extremas em relação ao seu lançamento. Os fãs de Stallone obviamente adoraram ver o ator distribuindo sua cota de sopapos nos vilões em cenas cada vez mais violentas. Já os que acusavam esses filmes de incidar a violência na sociedade foram à luta e aqui no Brasil o filme saiu em diversas versões, várias delas censuradas: uma para menores de 18 anos (com cenas cortadas), outra para maiores de 18 anos (com todas as cenas de sangue) e por fim uma versão para menores de 16 anos com cortes amenizados. Uma coisa de louco! O resultado foi que a bilheteria do filme praticamente triplicou porque o público acabou indo ao cinema várias vezes para conferir todas as versões - o que no fundo era uma bobagem pois os cortes somados não chegam nem a dois minutos. O sucesso continuou depois quando a fita chegou nas locadoras, liderando por semanas o ranking das mais alugadas. Não há como negar que se viveu uma verdadeira febre de popularidade de "Stallone Cobra" no país. Os críticos obviamente ficaram loucos e arrancaram os cabelos pois não se cansavam de criticar tudo na produção.
O público por sua vez adorou e quebrou cada novo recorde de bilheteria da semana anterior que já havia sido quebrada pelo próprio filme! "Cobra" foi sem dúvida um filme de extremos, quem odiava não perdoava nada e quem adorava Stallone simplesmente idolatrou a fita e ignorou todo o resto! E no meio desse cabo de batalha quem afinal tinha razão? Nenhuma posição extrema ou radical consegue ter razão no final das contas. Os críticos que pareciam ter uma rixa pessoal com o ator americano exageraram nas críticas ferozes e o público tampouco conseguiu ver os defeitos do filme meio que hipnotizados pela incrível popularidade que Sylvester Stallone tinha na ocasião. Na verdade "Stallone Cobra" é uma boa fita de ação policial com um personagem muito carismático, principalmente para a população que muitas vezes sente falta de um "justiceiro" como ele. A mesma coisa aconteceu recentemente com o Capitão Nascimento de "Tropa de Elite". São tiras que querem resolver o problema da criminalidade se tornando eles mesmos a cura para a situação. Cobra não se importa em pendurar um bandido em um gancho, assim como o Capitão Nascimento também não se importa em dar uns "corretivos" na malandragem do morro! O povo obviamente adora esse tipo de personagem! São duas facetas da mesma moeda. De certa forma são todos filhos de Dirty Harry, o policial politicamente incorreto feito por Clint Eastwood na década de 70 que provocava os bandidos dizendo "Faça o meu dia, punk!". Em outras palavras "reaja para que eu possa mandar você para o buraco logo!". Claro que qualquer pessoa pode ser contra esse tipo de atitude. Agora, o que não vale a pena é censurar personagens de ficção como Cobra ou Capitão Nascimento como forma de dar alguma lição de moral para a sociedade, aí sinceramente já foge do que seria razoável. Censura no Brasil nunca mais!
Stallone Cobra (Cobra, Estados Unidos, 1986) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone baseado na novela de Paula Gosling / Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni / Sinopse: Marion 'Cobra' Cobretti (Sylvester Stallone) é um tira de métodos poucos usuais que não perdoa bandidos e meliantes em geral.
Pablo Aluísio.