quinta-feira, 28 de março de 2013

G.I. Joe 2: A Retaliação

Título no Brasil: G.I. Joe 2 - A Retaliação
Título Original: G.I. Joe 2 - Retaliation
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jon M. Chu
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Elenco: Bruce Willis, Channing Tatum, Dwayne Johnson, Adrianne Palicki
  
Sinopse:
Adaptação para o cinema do conjunto de brinquedos denominado "G.I. Joe", criado e lançado no mercado pela primeira vez em 1964, nos Estados Unidos. No Brasil os brinquedos de ação receberam inicialmente o nome de "Falcon". A partir dos anos 80 os brinquedos começaram a se chamar "Comandos em Ação" no mercado brasileiro. No enredo temos um grupo militar de elite denominado G.I. Joe que precisa enfrentar um novo vilão, Zartan, que quer levar caos completo ao mundo.

Comentários:
O primeiro “G.I. Joe” fez sucesso de bilheteria, mas não conseguiu convencer quase ninguém. Em vista disso o estúdio resolveu mudar praticamente tudo. Foi contratado um novo diretor, um outro elenco e escrito um roteiro que se leva mais à sério do que o filme anterior. Na verdade esse segundo “G.I. Joe” tenta trazer um pouco mais de consistência para a franquia, muito embora todos tenham consciência de que uma produção que é basicamente uma adaptação para o cinema dos brinquedos “Comandos em Ação” não pode ser lá grande coisa ou muito profunda. O enredo parte de onde o primeiro filme terminou. O comandante Cobra e Destro estão presos. Cabe agora ao vilão Zartan (Arnold Vosloo) se infiltrar como impostor do Presidente dos Estados Unidos com o objetivo de levar o caos ao resto do mundo. Sua primeira providência é desmoralizar e desmontar a tropa de elite G.I. Joe. Desconfiado de tudo o que está acontecendo o militar Roadblock (Dwayne Johnson) resolve então liderar um pequeno grupo de Joes para desmascarar o grande farsante. A grande novidade de “G.I. Joe – A Retaliação” no elenco é a presença de Bruce Willis no papel do General Joe Colton, um graduado oficial que também passa a desconfiar dos acontecimentos ao seu redor. É curioso ver o astro Willis pulando de paraquedas em uma franquia já iniciada, em andamento. Como se sabe Willis tem sua própria franquia milionária (Duro de Matar) e por isso tudo soa muito esquisito em sua entrada assim numa continuação. Dois pontos parecem ter pesado para Bruce entrar no projeto. O primeiro foi o grande sucesso do primeiro filme, Como se sabe Willis está tentando já há algum tempo levantar sua carreira que anda em baixa. Para conseguir um sucesso de bilheteria vale tudo. O segundo é o alto cachê que o estúdio aceitou pagar ao ator – valor esse que já não se encontra facilmente em qualquer produção como acontecia na década de 1980. Os tempos são outros por causa da crise econômica americana. No saldo final o que temos é um filme melhor do que o primeiro, não há como negar, mas que ainda não consegue ser muito bom. O que falta mesmo nessa franquia “G.I. Joe” é um bom roteiro, menos infantil e tolo. Dinheiro eles já tem, de sobra, falta mesmo é mais capricho nesse aspecto.

Pablo Aluísio.

Oz - Mágico e Poderoso

“O Mágico de Oz” é um clássico absoluto da história do cinema. Ao longo dos anos após seu lançamento uma série de filmes e animações foram realizadas em torno da mesma estória. Agora chegou a vez de “Oz – Mágico e Poderoso” que se propõe a contar as origens de muitos daqueles personagens que vimos no encantador filme original. Assim somos apresentados a Oscar Diggs (James Franco), um mágico de circo de quinta categoria que acaba se envolvendo com a mulher errada. Após fugir para não apanhar, e cair no meio de um tornado avassalador, Oscar acaba indo parar no mundo de Oz, uma terra mágica, colorida (o começo do filme é todo em preto e branco), onde convivem três feiticeiras Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams). Usando de seus truques baratos Oscar acaba convencendo a muitos de que ele é o grande mágico que trará paz e prosperidade para Oz, livrando a terra mágica de todo o mal conforme foi profetizado.

Não há muito o que falar desse filme. Tudo é muito bizarro a começar pelo elenco, completamente inadequado. James Franco como Oscar (o mágico de Oz) está totalmente ridículo em sua atuação. Cheio de caras e bocas o ator parece pensar que está em alguma peça teatral infantil para crianças com três anos de idade, tal seu exagero em cena. Incrível é saber também que um trio de atrizes tão talentosas se envolveu em algo assim. Mila Kunis é a mais esforçada e até que consegue sair sem arranhões. Agora indefensável mesmo é a completa apatia de Michelle Williams. Atriz talentosa, que se sai extremamente bem em dramas adultos, ficou completamente perdida nessa estória infantil. Chega a dar pena. O diretor Sam Raimi também deveria procurar outro tipo de projeto. Aqui ele tenta imitar (sem sucesso) aspectos que fizeram a fama de outro diretor, Tim Burton. Sua direção de arte porém é exagerada, excessiva, beirando o brega absoluto. Raimi também não mostra talento em lidar com temas infantis. No saldo final o que fica é a decepção de ver tanta gente talentosa no meio de um projeto que definitivamente não tem nada a ver com nenhum deles. Ao contrário do clássico “O Mágico de Oz” esse “Oz – Mágico e Poderoso” é muito fraco e deve ser esquecido.

OZ – Mágico e Poderoso (Oz, The Great and Powerful, Estados Unidos, 2013) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Mitchell Kapner, David Lindsay-Abaire, baseado na obra de L. Frank Baum / Elenco: James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams, Zach Braff, Abigail Spencer / Sinopse: O filme narra as origens de muitos dos personagens do famoso clássico “O Mágico de Oz”.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de março de 2013

V de Vingança

No Império Britânico do futuro um governo totalitário comanda todos os aspectos da sociedade. Liberdade de expressão, artes, política, tudo é tolhido por um sistema opressivo e controlador. É nesse ambiente sufocante que surge V (Hugo Weaving) que pretende com atos e táticas terroristas minar o centralismo do poder em seu país. Durante uma de seus ataques ao sistema ele acaba resgatando a jovem Evey Hammond (Natalie Portman) de um grupo de policiais violentos e agressivos. A partir daí resolve transforma-la numa espécie de discípula a qual tentará lhe ensinar os fundamentos e princípios que movem seus atos de terror contra o governo central. “V de Vingança” é mais uma adaptação da obra do famoso autor Alan Moore. Sua associação com o cinema sempre foi problemática, pois algumas das adaptações de seus quadrinhos para a tela grande foram literalmente desastrosas. Aqui Moore ficou tão contrariado com o resultado do filme que pediu que retirassem seu nome dos créditos, o que foi injusto pois “V” é certamente muito bom.

O longa foi produzido pelos irmãos Wachowski que depois de Matrix parecem ter perdido a mão para bons filmes. Aqui eles colocaram o projeto sob comando de James McTiegue, que trabalhou ao lado dos irmãos em Matrix como assistente de direção. O curioso é que o pupilo acabou superando seus mentores uma vez que “V de Vingança” se revelou um produto acima da média, muito bem roteirizado, dirigido e atuado. A trama é obviamente uma crítica ao crescimento burocrático dos governos ao redor do mundo, geralmente invadindo a esfera privada de seus cidadãos. Embora a visão futurista de uma Inglaterra fascista seja muito improvável (o berço dos direitos individuais jamais sofreria um revés dessa magnitude), o filme consegue agradar e fazer pensar, algo bem raro nos dias de hoje. O problema central de V parece ter sido que sua mensagem acabou sendo mal compreendida, principalmente pelos mais jovens, que quase sempre confundem anarquia com liberdade. Mesmo assim é uma produção digna de elogios, que merece ser redescoberta sempre que possível. Assista e tire suas próprias conclusões sobre a real mensagem que seu argumento tenta passar.

V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2005) Direção: James McTeigue / Roteiro: Andy Wachowski, Larry Wachowski baseados na obra de Alan Moore / Elenco: Natalie Portman, Hugo Weaving, Sinéad Cusack, Nicolas de Pruyssenaere, Stephen Fry / Sinopse: Na Grã-Bretanha do futuro um terrorista denominado simplesmente V (Hugo Weaving) tenta doutrinar uma jovem que resgatou em sua ideologia contra o sistema dominante.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de março de 2013

Drácula

O jovem Johnathan Harker (Unax Ugalde) é contratado para trabalhar como bibliotecário no castelo do misterioso e recluso Conde Drácula (Thomas Kretschmann). Pelo menos essa é a razão aparente. Na verdade o Conde está mesmo é interessado em sua esposa, a bela Mina (Marta Gastini), que tem uma grande semelhança com a antiga amada do Conde, falecida há mais de 400 anos. Essa é a nova versão do famoso livro de Bram Stoker que tantas adaptações já sofreu ao longo de todos esses anos. Particularmente penso que a obra Drácula já encontrou seu filme definitivo no cinema em 1992, sob direção de Francis Ford Coppola. Depois daquela produção não há realmente nada a se explorar sobre a estória clássica do vampiro mais famoso da literatura. Infelizmente assim não pensou o cineasta Dario Argento que no alto de seus 72 anos resolveu realizar mais uma releitura do Nosferatu.

O resultado que se vê nas telas é de uma versão sem surpresas que se não chega a aborrecer tampouco empolga ou inova. Argento, que aqui também trabalha como roteirista, fez algumas modificações na estória original, algumas nem sempre bem-vindas. Ele cortou trechos importantes do livro e criou algumas outras soluções para dar mais fluidez no ritmo do filme. Não foi em absoluto fiel ao texto original. Também não se mostrou tímido em usar de efeitos digitais em momentos chaves ou até mesmo como cenários ao fundo. Nem todos os efeitos funcionam e em algumas cenas se tornam bem gratuitos. A edição não me agradou, principalmente nos primeiros 60 minutos. O elenco até que não é ruim e ganha muito com a presença do veterano Rutger Hauer como o Dr. Abraham Van Helsing mas isso é pouco. O ator Thomas Kretschmann que interpreta Drácula não chega a brilhar mas também não compromete. O problema chave é realmente a comparação com o filme de Coppola. A diferença é simplesmente brutal o que deixa essa versão de Argento muito abaixo do filme de 92. No saldo final a conclusão que chegamos é que esse filme não é de todo ruim mas sim completamente desnecessário.

Drácula (Dracula, Itália, França, Espanha, 2012) Direção: Dario Argento / Roteiro: Dario Argento, Enrique Cerezo, baseados na obra Dracula de Bram Stoker / Elenco: Asia Argento, Thomas Kretschmann, Rutger Hauer / Sinopse: Conde Drácula contrata um jovem bibliotecário com a intenção de se apoderar de sua jovem esposa Mina, que lembra demais a aparência de sua amada morta há mais de 400 anos na Transilvânia.

Pablo Aluísio.

Na Trilha da Vingança

 Sam (Stephen Dorff) finalmente é libertado após longos anos na cadeia. Assim que sai entra em contato com Buddha (Willem Dafoe) que deixa para ele uma pequena maleta com dinheiro, uma arma e fotos de um figurão que ele deve assassinar em breve. Sam tem uma divida de gratidão com Buddha e por isso resolve aceitar o tal serviço. O problema é que ele não está psicologicamente bem após longos anos preso. Sam sofre alucinações com eventos e pessoas de seu passado e a partir de determinado momento começa a confundir realidade com delírios. Isso se reflete bastante no conturbado relacionamento que começa a ter com uma atriz pornô fracassada chamada Florence (Michelle Monaghan) a qual não consegue mais saber se é apenas fruto de sua mente perturbada ou uma pessoa real, que vem para completar sua redenção pessoal.

“Na Trilha da Vingança” é um thriller B que pretende, sob uma verniz psicológica, dissecar a mente de um criminoso marcado pelos anos de prisão. O elenco é bom e traz de volta Stephen Dorff que já fez muitos bons filmes em sua carreira mas que ultimamente tem preferido o cinema independente com produções baratas e ousadas do ponto de vista artístico. Willem Dafoe interpreta um dos personagens centrais da trama, o enigmático Buddha, mas aparece pouco, geralmente em alucinações de Sam. A atriz Michelle Monaghan é talentosa e praticamente segura as pontas em diversos momentos do filme. Ela age não apenas como a amante de Sam mas também como sua consciência interior. O enredo não é muito linear, há idas e vindas na estória, geralmente sem um fio condutor muito preciso. A cena final, por exemplo, é continuação de um evento que começa lá pela metade do filme. A duração é pequena – pouco mais de 70 minutos – e se concentra em um evento bem especifico da vida de Sam (Dorff). No saldo final pode ser bem interessante embora tenha pretensões modestas. Vale como uma boa amostra do cinema independente americano da atualidade.

Na Trilha da Vingança (Tomorrow You're Gone, Estados Unidos, 2012) Direção: David Jacobson / Roteiro: Matthew F. Jones / Elenco: Stephen Dorff, Michelle Monaghan, Willem Dafoe / Sinopse: Após sair da prisão Sam (Dorff) é contratado por Buddha (Dafoe) para eliminar um figurão da cidade. O problema é que psicologicamente ele não está nada bem, o que torna o “serviço” muito mais complicado do que deveria ser.

Pablo Aluísio.

Colateral

Hollywood parece ter fascinação por assassinos profissionais. Um exemplo é esse filme chamado “Colateral”. Na trama o taxista Max (Jamie Foxx) acaba pegando como passageiro Vincent (Tom Cruise), um sujeito que parece ser uma boa pessoa, simpático e generoso. Com notas de dinheiro ele convence Max a leva-lo em diferentes endereços pois ele tem alguns “serviços” a cumprir antes de voltar para sua cidade de origem. Até ai tudo bem, o problema é que Vincent é um assassino profissional que temo como objetivo matar uma série de pessoas que irão testemunhar contra um perigoso cartel de traficantes. Assim seu objetivo é muito simples: ir ao encontro dessas pessoas, executar uma a uma, e depois do serviço concluído pegar o primeiro avião de volta. Max, o taxista, nada mais é do que um “efeito colateral”, um sujeito que estava no local errado, na hora errada. Desde que ele não atrapalhe os planos de Vincent será prontamente liberado. O problema é que por princípios éticos Max resolve intervir para tentar salvar uma das vitimas de Vincent. Má idéia.

“Colateral” é um bom filme de assassino profissional. Tom Cruise deixa de lado seu bom mocismo e enfrenta pela primeira vez um papel de vilão em uma grande superprodução. Seu famoso sorriso acaba funcionando para o papel pois ele logo se torna uma marca registrada de sua psicopatia. O enredo funciona em tempo real, praticamente contando apenas com a situação básica em que o assassino, com o motorista de táxi como refém, sai pelas ruas da cidade de Los Angeles para cumprir seu serviço contratado. A cada morte um novo desafio, novos problemas a superar. O diretor Mann consegue com muita habilidade evitar o marasmo que o filme poderia cair ao apenas mostrar uma sucessão de execuções sumárias. Ao invés disso joga com o suspense e o clima de tensão a todo momento, deixando o espectador realmente grudado na tela à espera dos próximos acontecimentos. Por essas e outras razões recomendamos esse “Colateral” um filme que no fundo apenas mostra um “profissional” tentando cumprir sua meta da melhor forma possível. Nada pessoal.
   
Colateral (Collateral, Estados Unidos, 2004) Direção: Michael Mann / Roteiro: Stuart Beattie / Elenco: Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo, Peter Berg, Bruce McGill / Sinopse: Vincent (Tom Cruise) é um assassino profissional que chega a Los Angeles para cumprir um serviço: matar testemunhas que irão depor em um importante julgamento de traficantes de um poderoso cartel. Em seu caminho acaba fazendo de refém um taxista negro (Jamie Foxx) que tentará de alguma maneira salvar a vida das vítimas dele. Indicado aos Oscars de Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante (Jamie Foxx).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Sequestro do Metro 123

Esse foi o penúltimo filme da carreira do diretor inglês Tony Scott. Como se sabe em 2012 ele cometeu suicídio ao pular de uma ponte em San Pedro, Califórnia, aos 68 anos de idade. É também um claro exemplo do cinema de Scott, com muita ação incessante, histeria e correria. Ao contrário de seu irmão Ridley Scott, Tony não estava muito interessado em fazer obras com muito estilo visual mas sim bons entretenimentos para as platéias que lotavam as salas de cinema nos shoppings da vida. Aqui ele resolveu fazer um remake de um filme da década de 70. Ambos os filmes porém foram baseados no mesmo livro escrito pelo autor John Godey. A trama vai direto ao ponto: um seqüestrador identificado como Ryder (John Travolta) resolve liderar um grupo de criminosos no sequestro de um trem de metrô de Nova Iorque. Ele exige 10 milhões de dólares de resgate, caso contrário matará um a um os passageiros feitos reféns. A tarefa de conduzir as negociações acaba ficando a cargo do operador de linha Walter (Denzel Washington).

O filme tem vários problemas em seu argumento e em seu elenco. O clima de tensão se esvai rapidamente porque John Travolta exagera demais em sua caracterização, muito caricata e alucinada. É complicado acreditar que um grupo de criminosos seguiria alguém tão amador e dado a ataques de histerismo. Outro problema é que em tempos atuais um seqüestrador pensaria muito antes de entrar numa situação daquelas, até porque nos Estados Unidos vigora uma lei que impede o pagamento de resgate a seqüestradores. Na época em que o livro original foi escrito essa lei ainda não existia mas Tony Scott resolveu ambientar o filme na atualidade, o que acaba criando uma incompatibilidade com o quadro legal atual. No mais é aquela coisa toda do estilo de Scott, cenas alucinadas, câmeras dando voltas e voltas (o que acaba deixando o espectador tonto) e muita correria para todos os lados para esconder as falhas de roteiro. O único que se sai ileso do meio de tudo isso é o sempre bom Denzel Washington, que parece resistir a (quase) tudo mesmo.

O Seqüestro do Metrô 123 (The Taking of Pelham 1 2 3, Estados Unidos, 2009) Direção: Tony Scott / Roteiro: Brian Helgeland, baseado no livro de John Godey / Elenco: Denzel Washington, John Travolta, Luis Guzmán,  John Turturro / Sinopse: Seqüestrador exige dez milhões de dólares para libertar um grupo de passageiros mantidos reféns em uma linha de metrô de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de março de 2013

Homem-Aranha

Foram muitos anos de disputas judiciais em torno dos direitos autorais do personagem Homem-Aranha. Como essa guerra aconteceu nos bastidores, bem longe do público, muitos que ignoravam esses fatos não conseguiam entender porque um dos personagens mais populares das histórias em quadrinhos não chegava nunca às telas de cinemas mesmo após os grandes sucessos de bilheteria de Batman e Superman. Pois bem, um dia tudo isso teria que ser resolvido e foi. Os direitos autorais do aracnídeo finalmente foram adquiridos pelo poderoso grupo Sony – dono dos estúdios Columbia. E assim, finalmente em 2002 (lá se vão onze anos!) o Homem-Aranha finalmente chegou aos cinemas do mundo todo. Essa foi uma produção digna da enorme popularidade do herói, pois o estúdio não economizou em recursos, nem de produção e nem muito menos de marketing. Os produtos licenciados chegaram em todas as lojas e de repente o Homem-Aranha podia ser visto em tudo que era lugar, desde lancheiras, cadernos até roupas e sapatos.

Mas a questão principal permanecia: Será que o filme realmente era bom? A resposta, ainda bem, era positiva! Sim, o filme estava à altura do personagem e conseguia mesclar um roteiro bem escrito contando a origem do super-herói com doses caprichadas de drama, humor e romance. Tobey Maguire surgia pela primeira vez como o ícone dos gibis e a direção de Sam Raimi provava que era possível transpor o universo dos quadrinhos com eficiência e bom gosto para o cinema. Os efeitos especiais deixavam um pouco a desejar, é verdade, principalmente nas cenas em que o Homem-Aranha saía pela cidade pendurado em suas teias, mas eram cenas esporádicas e ocasionais, sendo que na maioria do filme tudo soava a contento. Como era de se esperar o filme se tornou um enorme sucesso de bilheteria ao redor do globo e o personagem criado por Stan Lee como uma forma de identificação com seus leitores caiu em cheio no gosto do público cinéfilo. A fita deu origem a mais duas continuações e mostrou que havia certamente um espaço reservado para o Spider-Man nas telas de cinema. Demorou mas chegou o dia. Antes tarde do que nunca!

Homem-Aranha (Spider-Man, Estados Unidos, 2002) Direção: Sam Raimi / Roteiro: David Koepp baseado nos personagens criados por Stan Lee e Steve Ditko / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Willem Dafoe, James Franco, Cliff Robertson / Sinopse: Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem estudante como qualquer outro que é picado por uma aranha de laboratório. Depois do incidente ele descobre ter poderes especiais como subir em paredes e usar teias para se locomover entre os arranha-céus da cidade. Agora terá que entender que “grandes poderes trazem também grandes responsabilidades”

Pablo Aluísio.

A Origem dos Guardiões

Essa é a nova animação dos estúdios Dreamworks. Em tempos de sucessos absolutos dos filmes de super-herói (em especial a maior bilheteria do ano, “Os Vingadores”), os executivos resolveram apostar na mesma fórmula. A idéia aqui não é reunir obviamente nenhum grupo formado por personagens de quadrinhos mas sim juntar várias figuras folclóricas da cultura infantil, como Papai Noel, a Fada do Dente, o Coelhinho da Páscoa, Sandman e Jack Frost, em um grupo unido contra o vilão que ameaça a própria existência deles, o famigerado Bicho Papão, que pretende desacreditar a existência de cada um dentro da imaginação das crianças ao redor do mundo. Se os pequenos não mais acreditarem na existência desses mitos infantis eles deixarão de existir para sempre. Para as crianças brasileiras apenas Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa são mais conhecidos, os demais (principalmente Sandman e Jack Frost) fazem parte mesmo da cultura americana e não tem muita imersão para o nosso universo infantil.

Tome por exemplo o próprio personagem principal do filme, o garoto Jack Frost. Ele sempre foi associado com bonecos de neve e ao inverno rigoroso que sempre atinge as cidades americanas em determinado período do ano. Como é que uma criança brasileira vai conhecer Jack Frost em nosso clima tropical? Esse personagem já havia sido utilizado antes no cinema americano em um filme com o ex-Batman Michael Keaton (pagando seus pecados ao dublar um boneco de neve em uma produção sem surpresas e fraca). Aqui Jack Frost vira um garoto morto em um terrível acidente que após isso passa a ser mais um mito infantil, levando neve e frio com seu cajado aos lugares mais remotos. A nova roupagem dada a Jack Frost até que é bem imaginativa, mas ele de fato não é muito conhecido fora das fronteiras dos Estados Unidos. Apesar do roteiro de “A Origem dos Guardiões” ser levemente baseado em um livro de William Joyce o fato é que sua estrutura aqui é realmente de filme de super-heróis. De qualquer modo a animação certamente vai agradar aos menores (indico o filme para crianças de até 12 anos). Não chega a ser marcante mas é um produto bom e bem realizado. Seu filho provavelmente vá gostar.

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, Estados Unidos, 2012) Direção: Peter Ramsey / Roteiro: David Lindsay-Abaire baseado no livro de William Joyce / Elenco: (vozes): Chris Pine, Alec Baldwin, Hugh Jackman, Isla Fisher, Jude Law, Dakota Goyo, Khamani Griffin, Dominique Grund / Sinopse: Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa, Sandman, a Fada do Dente e Jack Frost se unem contra a ameaça do mal comandada pelo Breu, ou como é mais conhecido, o Bicho Papão.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de março de 2013

Homem-Aranha 3

Esse filme marca o fim da trilogia original do Homem-Aranha nos cinemas. Foi uma produção complicada, conturbada, muitas vezes caracterizada pelas brigas entre o diretor Sam Raimi e a produtora Sony, dona dos direitos autorais do personagem. Foi dos executivos da Sony a idéia, por exemplo, de inserir o personagem Venon na trama. Como se sabe esse nunca foi uma unanimidade entre os fãs dos quadrinhos e nem muito menos do diretor Sam Raimi que chegou a ironizar o vilão em entrevistas. Por pressão da Sony porém essa simbiose extraterrestre foi encaixada na estória. Isso porém não fez com que o diretor Raimi desistisse de seu roteiro original, de suas idéias, que eram muito mais simples e eficientes do que o texto final que foi utilizado no filme. O resultado de tantas interferências no que deveria ou não entrar no filme acabou gerando um roteiro com muitas sub-tramas, geralmente prejudicando o ritmo do filme, isso quando não o tornava confuso e moroso. Há excessos de personagens e situações, alguns que poderiam ser cortados da edição sem prejuízo nenhum do resultado final.

Só para se ter uma idéia aqui não temos um, nem dois, mas três vilões! Todos competindo entre si para ter mais espaço no filme. Além de Venon temos o Homem-Areia (Thomas Haden Church), na verdade o bandido Flint Marko, que matou Ben Parker no primeiro filme e aqui ganha poderes especiais. Suas cenas são as melhores do filme em termos de efeitos especiais. Para completar o trio de inimigos do Aranha ainda surge Harry Osborn (James Franco), que quer vingança pela morte do pai no primeiro filme. Em termos de produção, como era de se esperar, não há o que reclamar pois “Homem-Aranha 3” é muito bem realizado, o que falha mesmo é o excesso de personagens e sub-tramas, sempre minando o filme em suas bases. O espaço que se abre para Mary Jane (Kirsten Dunst), por exemplo, é completamente desnecessário. A intromissão do estúdio em decisões que deveriam ser apenas do diretor do filme foi outro fator que desestabilizou a eficiência que “Spider-man 3” deveria ter. Esses e outros problemas acabaram levando Sam Raimi a romper com a Sony, fato que gerou também o final dos contratos de todos os envolvidos com a franquia original. Todos foram desvinculados, inclusive o ator Tobey Maguire. Assim “Homem-Aranha 3” ficou como o fim da trilogia. Havia planos de seguir em frente, inclusive com a produção de “Homem-Aranha 4” mas como houve essa ruptura antes com o diretor a Sony resolveu recriar o universo do personagem com uma outra visão, com outro diretor e atores, criando assim um novo recomeço, praticamente partindo tudo do zero novamente. Nasceu assim o projeto “The Amazing Spider-Man”...mas isso é uma outra história...

Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, Estados Unidos, 2007) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi, Alvin Sargent, baseados nos personagens criados por Stan Lee / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, James Franco, Thomas Haden Church, Topher Grace, Bryce Dallas Howard, Rosemary Harris / Sinopse: Peter Parker (Tobey Maguire), agora terá que enfrentar novos desafios em sua vida como o surgimento de um novo super-vilão, o Homem-Areia (Thomas Haden Church), e Venon, uma ameaça vinda de outra planeta.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Vidas Amargas

Roteiro e Argumento: “Vidas Amargas” se baseia no famoso livro do escritor John Steinbeck. Na realidade se trata de uma grande metáfora sobre os personagens bíblicos do gênesis no velho testamento. Na estória acompanhamos um pobre rancheiro que tem dois filhos, Cal e Aron. Aron (Richard Davalos) é o filho que todo pai gostaria de ter, estudioso, educado e polido. Sua vida emocional é estável e ele namora a delicada e bela Abra (Julie Harris). Aron é em suma um modelo de bom filho. Ele é o oposto de Cal (James Dean) um jovem perturbado, complicado, complexo que sempre toma as piores decisões em sua vida. Numa delas decide investigar o que teria acontecido à sua mãe que os abandonou ainda jovens. Acaba descobrindo um terrível segredo sobre ela na cidade vizinha de Monterrey o que trará trágicas conseqüências para toda a sua família. O livro original é uma obra robusta e por isso aqui optou-se por transpor para as telas apenas parte dele. A adaptação é excelente uma vez que a estória se fecha muito bem em si mesma, não dando pistas de que faltou algo em seu enredo.

Produção: Uma produção do mais alto nível. A reconstituição de época é perfeita (a estória se passa em 1917, pouco antes dos EUA entrar na Primeira Guerra Mundial). Figurinos, costumes, carros, tudo recriado com perfeição. O estúdio Warner resolveu realizar “Vidas Amargas” no formato widescreen, sendo muito eficiente seu resultado final. “Vidas Amargas” foi indicado aos Oscars de melhor diretor, roteiro adaptado, ator (James Dean) e atriz coadjuvantes (Jo Van Fleet). Um reconhecimento merecido de seus méritos cinematográficos.

Direção: Elia Kazan sempre dirigiu com maestria seus atores. Aqui em “Vidas Amargas” ele decidiu inovar, ensaiando o filme por duas semanas antes de começar a rodar as cenas. O método deu muito certo até porque todo o elenco vinha do meio teatral em Nova Iorque. Kazan também incentivou os atores a trazer elementos novos para seus personagens algo que caiu como uma luva para James Dean que gostava desse tipo de liberdade criativa. De fato o ator trouxe muito de si mesmo para a atuação de Cal. No aspecto puramente técnico Kazan também procurou inovar criando ângulos inusitados com a câmera, além de literalmente interagir com as cenas (a melhor acontece quando Dean aparece se balançando num brinquedo de criança e Kazan balança a câmera junto com ele). Enfim, mais uma magnífica direção de Kazan, aqui no auge de sua criatividade e talento.

Elenco: O grande atrativo de “Vidas Amargas” é a presença no elenco de James Dean. Embora ele tenha participado de 3 filmes anteriores (todos como ponta) aqui o ator tem a primeira grande chance de verdade em sua carreira. Elia Kazan havia assistido Dean numa montagem off Broadway e decidiu que ele seria a escolha perfeita para interpretar o perturbado e irascível Cal, um personagem intenso que exigiria muito do ator. James Dean em cena não decepcionou. Ele está perfeito em sua caracterização, colocando para fora tudo o que aprendeu no Actor´s Studio de Nova Iorque. Seu personagem transmite toda a complexidade de sua alma não apenas nos diálogos mas no próprio modo de ser, andar, agir. O trabalho corporal que James Dean trouxe para Cal até hoje impressiona. O ator se entrega como poucas vezes vi no cinema. De certa forma Dean era Cal e o incorporou com perfeição no filme, ofuscando completamente todo o resto do elenco que também é todo bom. A atuação inspirada lhe valeu a primeira indicação póstuma ao Oscar da história. Infelizmente quando a Academia anunciou seu nome para o prêmio James Dean já havia morrido em um trágico acidente de carro aos 24 anos. Melhor se saiu sua colega de cena, Jo Van Fleet, que venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Ela interpretou a mãe de Cal e Aron no filme. Prêmio merecido aliás.

Vidas Amargas (East Of Eden, Estados Unidos, 1955) Direção: Elia Kazan / Roteiro: Paul Osborn baseado na obra de John Steinbeck / Elenco: James Dean, Raymond Massey, Julie Harris, Burl Ives, Richard Davalos, Jo Van Fleet / Sinopse: Dois irmãos, Cal e Aron, disputam a afeição do pai. Esse deseja ganhar dinheiro com a venda de verduras congeladas mas não obtém sucesso. Cal (James Dean) então resolve ganhar seu próprio lucro com a venda de feijões para as tropas americanas que estão sendo enviadas para a I Guerra Mundial. Nesse ínterim Cal acaba descobrindo um terrível segredo sobre sua mãe que é localizada por ele na cidade vizinha de Monterrey. Seu pai havia mentido pois dizia que ela havia falecido quando os irmãos eram apenas crianças. A verdade finalmente irá abalar toda a família.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Homem-Aranha 2

Ao custo de US$ 200 milhões de dólares a Columbia trouxe de volta o herói aracnídeo após o estrondoso sucesso comercial do primeiro filme. A mesma equipe técnica também retornou para seguir em frente com essa franquia, a original. Aqui o eterno azarado Peter Parker (Tobey Maguire) segue sua rotina de dificuldades só que contrariando a máxima de que “não poderia ficar pior” as coisas começam a dar muito mais errado para ele. Ele novamente perde o emprego, não consegue definir sua relação com sua amada e querida Mary Jane (Kirsten Dunst), tem que lidar com a morte de seu tio apoiando sua tia May (Rosemary Harris) e como se isso tudo não bastasse ainda tem que enfrentar um novo vilão, o cientista louco Dr Octopus (Alfred Molina) que cria uma engenhoca que lhe dá grande força e poder. Além disso os tentáculos mecânicos de alta potência acabam lhe trazendo uma mobilidade e alcance sem limites. Como se pode perceber a vida não anda nada fácil para o jovem Peter Parker.

“Homem-Aranha 2” segue basicamente a fórmula que deu tão certo no primeiro filme com uma melhora sensível em seus efeitos especiais. Na produção original o herói quando saía pendurado em teias pelas ruas de Nova Iorque passava uma incomoda sensação de falta de veracidade, mais parecendo um videogame de última geração do que qualquer outra coisa. O personagem digital não tinha volume e nem massa, parecendo também não ter peso nenhum. Em “Homem-Aranha 2” esses problemas foram amenizados em parte. Como todo bom filme de super-herói tem que ter também um bom vilão essa seqüência traz o bom Dr. Octopus, mais uma imaginativa criação de Stan Lee que se empenhou bastante ao longo dos anos em criar uma boa galeria de vilões dentro do universo do Homem-Aranha (algo que falta em parte nas estórias do Homem de Ferro e Thor). E por falar no criador máximo da história da Marvel ele aqui também dá o ar de sua graça numa cena bastante divertida. Enfim, com certa reservas podemos qualificar “Homem-Aranha 2” como o melhor filme da franquia original do super-herói. Uma boa diversão que vai certamente agradar aos fãs de histórias em quadrinhos. 

Homem-Aranha 2 (Spider Man 2, Estados Unidos, 2004) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Michael Chabon, Alfred Gough, Miles Millar, Alvin Sargent baseados nos personagens criados por Stan Lee / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, James Franco, Alfred Molina, Rosemary Harris, J.K. Simmons, Donna Murphy, Daniel Gillies / Sinopse: O Homem-Aranha (Tobery Maguire) agora tem que enfrentar o terrível Dr. Octopus (Alfred Molina) pelas ruas de Nova Iorque. Vencedor do Oscar de Efeitos Visuais e indicação aos Oscars de Melhor Edição de Som e Mixagem de Som.

Pablo Aluísio.

Os Outros

“Os Outros” foi um dos últimos grandes filmes de terror e suspense a chegar em nossas telas. Seu roteiro é um primor e a escolha de se priorizar o clima sufocante de uma grande casa que vive sempre às escuras foi mais do que acertada. A trama é relativamente simples: numa isolada e grande casa na Ilha de Jersey vive Grace (Nicole Kidman) e seus dois filhos. As crianças sofrem de uma estranha doença que as torna muito sensíveis a luz e por isso a casa está sempre fechada, com as cortinas cerradas. A rotina soturna da família começa a mudar quando chegam três novos empregados no local. Eles vêm em busca de emprego após os serviçais anteriores simplesmente sumirem. O problema é que a velha casa começa a mostrar sinais inexplicáveis como sons, móveis se arrastando e portas batendo. Intrigada Grace (Kidman) começa a investigar o que poderia estar acontecendo e descobre alarmada que o motivo talvez seja a presença de entidades sobrenaturais no local. Com o marido distante na guerra só lhe resta enfrentar o perigo oculto que se esconde nos cômodos escuros e sinistros do imóvel.

“Os Outros” é inteligente, bem desenvolvido e tem uma das melhores reviravoltas finais do cinema contemporâneo. O projeto foi o último do casal Nicole Kidman e Tom Cruise. O famoso ator aqui surge como produtor. Em crise o casal ainda conseguiu finalizar o filme mas o casamento não sobreviveu por muito tempo. Quando foi lançado e chegou finalmente nos cinemas o casal já se encontrava em processo de divórcio. Para as más línguas o ator Tom Cruise se separou de Nicole Kidman poucos dias antes dela ganhar direito à metade de sua fortuna pessoal (algo que havia sido estipulado no contrato pré-nupcial). Em vista de tantos problemas pessoais é de se admirar a grande atuação de Nicole Kidman (tão boa que lhe valeu a indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz – categoria Drama). Assim fica a recomendação. Se ainda não viu esse excelente “Os Outros” não perca mais tempo pois o filme já é desde já um clássico do gênero.

Os Outros (The Others, Estados Unidos, 2001) Direção: Alejandro Amenábar / Roteiro: Alejandro Amenábar / Elenco: Nicole Kidman, Fionnula Flanagan, Christopher Eccleston, Alakina Mann, James Bentley / Sinopse: Grace (Nicole Kidman) e seus filhos vivem numa isolada e distante casa na Ilha de Jersey quando começa a notar eventos inexplicáveis no local. Não tarda para ela começar a sentir a presença de entidades sobrenaturais. Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza

Pablo Aluísio

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os Estranhos

Um casal de namorados, Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman), resolvem ir para um casa de campo, afastada da cidade. Bom, se você já assistiu a algum filme de terror na sua vida certamente saberá que essa é definitivamente uma péssima idéia! Pois bem, o casal de pombinhos está em crise e durante toda a primeira terça parte do filme discutem seu conturbado relacionamento – tudo parece caminhar para um desses filmes românticos quando de repente, surgindo do nada, no meio da escuridão aparecem estranhos mascarados que vão tentar entrar na casa a todo custo. Não se sabe o que querem, o que desejam, a única coisa certa é que estão ali para invadir a casa para cometer algum crime em seu interior.  As intenções realmente não são das melhores. Esse “Os Estranhos” tem um roteiro simples, baseado numa situação que não é nenhuma novidade mas que a despeito disso consegue assustar e ainda surpreender por causa dos eventos que vão se sucedendo no desenrolar da estória.

O filme vende a idéia de que foi inspirado em um fato real acontecido em fevereiro de 2005 com a família Hoyt, fazendeiros que foram aterrorizados por estranhos durante uma noite de terror em sua fazenda. Acontece que as semelhanças com os fatos reais acabam por aí. A partir de determinado momento da fita o filme alça vôos próprios, criando diversas situações que não tem qualquer relação com os eventos verídicos. O próprio diretor confessou depois que parte do enredo foi inspirado também em uma situação que viveu quando era apenas um garoto em sua cidade natal. Uma mulher, completamente estranha, surgiu no rancho de sua família durante a madrugada em busca de uma pessoa que eles nunca tinham ouvido falar. Tão rapidamente quando surgiu, sumiu, sem deixar rastros. Tirando daqui e dali, de fatos reais diversos e fazendo com isso uma bela colcha de retalhos de pânico, suspense e terror até que o cineasta Bryan Bertino não se sai mal no final das contas. Assista, tome uns sustos e se divirta, só não leve nada do que se passa na tela a sério.

Os Estranhos (The Strangers, Estados Unidos, 2008) Direção: Bryan Bertino / Roteiro: Bryan Bertino / Elenco: Liv Tyler, Scott Speedman, Sterling Beaumon, Peter Clayton-Luce, Glenn Howerton, Laura Margolis, Gemma Ward / Sinopse: Casal de namorados fica encurralado numa casa de campo enquanto homens mascarados tentam entrar no imóvel com intenções macabras. Inspirado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Air America

O filme foi baseado em um livro escrito por Christopher Robbins em 1979. Era uma obra que denunciava os envolvimentos da CIA com contrabando e desvio de armas e equipamentos para o Laos durante a Guerra do Vietnã. Inicialmente o filme seria estrelado por Sean Connery e Bill Murray mas depois de várias tentativas fracassadas de contratar os atores o projeto acabou indo parar nas mãos de Mel Gibson. O ator gostou do enredo mas achou que o filme ficaria pesado demais com o roteiro originalmente escrito. Foi então que o estúdio resolveu amenizar tudo, transformando “Air America” em um filme de ação com toques de humor em todas as cenas. O que era para ser mais um filme sério sobre o envolvimento dos EUA no Vietnã acabou virando praticamente uma comédia, com Mel Gibson desfilando sua performance típica de sujeito meio maluco, sem medo de entrar nas maiores enrascadas. Ao seu lado foi escalado o jovem ator Robert Downey Jr que na época ainda sofria bastante com sua conhecida dependência química de drogas pesadas. Aliás o estúdio não queria contratar Downey Jr por causa dos riscos envolvidos mas Gibson convenceu os produtores de que ele seria uma boa opção para o filme.

Assim o que se vê em Air America é basicamente um filme com muita ação, várias cenas de aviação extremamente bem realizadas mas conteúdo muito fraco e sem consistência. A trama se passa em 1969 quando o piloto de aviação civil Billy Covington (Downey) que trabalha numa rádio de Los Angeles perde sua licença por não seguir os padrões de segurança. Desempregado ele ouve falar numa oportunidade de trabalho no distante Laos. A remuneração é muito boa mas o serviço é perigoso porque a região é vizinha ao Vietnã onde os EUA se afundam cada vez mais em um conflito sem muito sentido. Em plena zona de guerra ele acaba conhecendo Gene Ryack (Gibson), um piloto que usa seus vôos para contrabandear armas e munições na região. Mel Gibson levou sete milhões de dólares de cachê mas parece não levar nada à sério. O filme foi rodado na Tailândia, com  uso de aviões e pilotos tailandeses. No saldo final é uma aventura escapista, sem muita profundidade, que prefere investir na ação e no humor em doses fartas. Poderia certamente ser um filme melhor, tratando o tema com seriedade mas não foi esse o caminho escolhido pelos produtores. Assim “Air America” se tornou apenas mais um filme de verão indicado apenas aos fãs dos atores Mel Gibson e Robert Downey Jr. 

Air America (Air America, Estados Unidos, 1990) Direção: Roger Spottiswoode / Roteiro: John Eskow, Richard Rush baseados no livro de Christopher Robbins / Elenco:  Mel Gibson, Robert Downey Jr, Nancy Travis, David Marshall Grant, Michael Dudikoff / Sinopse: Dois pilotos se envolvem em vôos de contrabando de armas e munição no Laos durante a Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio