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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

O Impossível

Filme novo do velho filão cinematográfico do cinema catástrofe. Aqui temos uma história real. Uma família norte-americana decide passar férias em uma ilha do sudeste asiático. Resort de luxo, hotel 5 estrelas. Muita natureza e piscinas maravilhosas. Mar com águas cristalinas de azul maravilhoso. O símbolo do Paraíso na Terra. Tudo começa bem, eles são bem recebidos e curtem vários dias de descanso e lazer. Só que não contavam com a fúria e a destruição da própria natureza. Um tsunami imenso chega aonde estão hospedados. E as ondas gigantes levam tudo por onde passam. É Claro que se torna uma grande tragédia humana e material. O hotel é destruído, as árvores são arrancadas. Não sobra pedra sobre pedra. 

O marido é interpretado pelo ator Ewan McGregor. Ele perde os filhos de vista assim que tsunami chega na ilha. A esposa, interpretada pela atriz Naomi Watts, ainda tenta se salvar de qualquer maneira. Acaba encontrando um garotinho perdido no meio da destruição. E fica desesperada em busca dos 2 filhos que também tentam sobreviver. O filme é muito bem realizado, é muito bem-produzido. É uma daquelas produções que, podemos dizer, captou bem o momento dessa passagem desse tsunami. Um aspecto interessante é que, apesar de todos os acontecimentos do filme, o roteiro ainda apresenta um final feliz. Feliz em termos, claro, mas diante da enorme tragédia que se sucedeu, acredito que não poderia ser melhor do que aquele. Assista ao filme, vale realmente a pena.

O Impossível (The Impossible, Estados Unidos, Espanha, 2012) Direção: J.A. Bayona / Roteiro: Sergio G. Sánchez, María Belón / Elenco: Naomi Watts, Ewan McGregor, Tom Holland / Sinopse: Uma família de turistas norte-americanos acaba sendo atingida pela passagem de um tsunami em uma ilha paradisíaca no litoral da Tailândia. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de março de 2019

O Orfanato

No passado Laura (Rueda) viveu em um orfanato no litoral da costa espanhola. Após ser adotada por um casal ela acabou perdendo o contato com seus amiguinhos de infância. Agora, já adulta, casada e mãe de um garotinho, ela resolve voltar para o velho casarão onde funcionava esse mesmo orfanato em que ela passou seus primeiros anos. O lugar, apesar de eventuais reformas, seguia basicamente o mesmo. O que Laura não sabia é que após sua saída de lá fatos aterrorizantes aconteceram envolvendo os órfãos que ficaram para trás. Após manifestações sobrenaturais, ela entra em desespero ao descobrir que seu filho simplesmente desapareceu. Para entender o que está acontecendo Laura resolve investigar o passado do orfanato, algo que não será tão simples de desvendar.

O que me levou a conferir esse terror foi o nome do diretor Guillermo del Toro na produção do filme. Sua presença já garante no mínimo uma fita bem produzida, com roteiro interessante e direção de arte de encher os olhos. Nesses aspectos realmente não me decepcionei. A produção recria um velho orfanato espanhol, com seus ambientes escuros, lugares inóspitos e cheios de suspense. O uso das aparições de fantasmas jamais caem no gratuito, no sensacionalismo. Longe disso, tudo é muito bem desenvolvido. A trama aos poucos vai sendo desvendada, em um roteiro até mesmo sutil. O texto é inteligente e jamais apela para sustos fáceis e banais. Na realidade o tema central é não apenas a nostalgia que jamais deixa o passado ir embora para sempre como também a força do amor maternal que não recua diante de nada, nem mesmo dos inúmeros mistérios que envolvem o sobrenatural.

O elenco, inclusive as crianças que atuam no filme, é realmente muito bom, com destaque para a atriz Belén Rueda que interpreta Laura. Intercalando momentos de desespero e coragem, ela resolve ir a fundo sobre tudo o que está acontecendo, enfrentando a tudo e a todos para reencontrar seu filho desaparecido. O final do filme provavelmente vá chocar aos mais sensíveis, pois apesar da suposta ternura que envolve a decisão final de Laura, o fato é que o espectador é colocado frente a frente com um ato de dar fim a própria existência, algo realmente definitivo e diria até mesmo avassalador. O diretor J.A. Bayona (que também trabalha na série Penny Dreadful) optou de forma acertada por envolver tudo em um clima que nos remete até mesmo a um certo sentimento de fábula. A cena final retrata muito bem toda essa sua intenção. Enfim, "O Orfanato" é realmente um ótimo exemplar do excelente momento em que passa o cinema espanhol nessa linha de filmes de terror. Cada vez mais as produções ibéricas surpreendem. Por isso fique sempre de olho no que está sendo produzido nesse país. Para o fã do gênero terror não poderia haver nada melhor do que fugir um pouco das já saturadas produções americanas. Aproveite e não deixe passar esse excelente terror espanhol em branco.

O Orfanato (El Orfanato, Estados Unidos, Espanha, 2007) Estúdio: Warner Bros, Canal + / Direção:  J.A. Bayona / Roteiro: Sergio G. Sánchez / Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep / Sinopse:  Uma mulher adulta e mãe, decide voltar para rever o antigo orfanato onde viveu quando era criança. Acaba descobrindo uma terrível ligação entre o passado e o presente, agora envolvendo seu filho.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Jurassic World: Reino Ameaçado

Quando o filme começa descobrimos que a ilha que abrigou o Jurassic Park está com os dias contados. Uma erupção vulcânica vai destruir tudo, matando inclusive os dinossauros que nela habitam. Então surge uma questão a ser discutida dentro da sociedade: os dinos devem ser resgatados ou não? Alguns defendem que isso é a vontade de Deus, promover uma segunda extinção desses animais, enquanto outros, os protetores dos animais, defendem que eles devem ser salvos da destruição. O congresso americano debate a questão e decide que o governo não fará nada pelos bichos. Assim um magnata decide promover uma grande expedição de resgate na ilha. Algumas espécies serão tiradas do lugar antes que ele some de mapa. As intenções dessa grande corporação porém nunca ficam muito claras. Eles dizem publicamente que o resgate será feito para salvar a vida dos bichos, mas será verdade? Quanto custaria um dinossauro desses no mercado negro? Trinta milhões? Cinquenta milhões de dólares? Tudo vai sendo desvendando aos poucos para o espectador.

Pois bem, esse é mais um filme da bem sucedida franquia inaugurada há muitos anos por Steven Spielberg quando ele dirigiu o primeiro filme que foi um sucesso estrondoso. Embora mantenha o controle dos filmes hoje em dia, através de sua companhia cinematográfica (a Amblin Entertainment), Spielberg não mais dirige os filmes. Geralmente ele passa a bola para algum diretor mais jovem e promissor. No caso aqui o escolhido foi J.A. Bayona, de "O Orfanato", "Sete Minutos Depois da Meia-Noite" e da série "Penny Dreadful". O cineasta espanhol fez um bom trabalho. "Jurassic World: Reino Ameaçado" é um filme eficiente, com roteiro redondinho e que mantém a chama acessa desse universo bem acessa.

Claro que não se pode comparar esse filme ao original. Aqui a intenção é apenas abrir as portas para outros futuros filmes que certamente virão por aí. Spielberg é além de um grande diretor, um grande produtor que sabe o que faz. Essa produção aqui custou meros 170 milhões de dólares, bem menos do que "Han Solo" seu principal concorrente nas bilheterias. Acabou faturando mais e sendo mais bem sucedido do que o concorrente da Disney. Bem conduzido, esse novo filme da saga Jurasssic Park só tem um probleminha em minha opinião. As cenas finais foram rodadas em uma fotografia muito escura. Qual é o sentido de desenvolver dinossauros super realistas para escondê-los em sombras e penumbra? E se você for assistir tudo em 3D as coisas vão ficar ainda mais escuras! Fora isso, tudo bem OK. O parque dos dinossauros pelo visto ficou mesmo pequeno para esses monstros. Agora o mundo pertence a eles (assista ao filme e entenda bem o que eu quis dizer nessa frase final).

Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, Estados Unidos, 2018) Direção: J.A. Bayona / Roteiro: Derek Connolly, Colin Trevorrow / Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Rafe Spall, Toby Jones, Jeff Goldblum / Sinopse: Após o colapso da ilha onde um dia funcionou o Jurassic Park, um magnata decide resgatar algumas espécies de uma segunda extinção. Sua intenção oficial seria a preservação dos dinossauros, mas parece haver algo a mais, uma forma lucrativa de lidar com todos esses répteis maravilhosos.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Sete Minutos Depois da Meia-Noite

Dos filmes mais recentes que assisti esse foi seguramente um dos que mais me impressionaram. A história central é até básica. Um garotinho chamado Conor (Lewis MacDougall) está passando por uma das piores fases de sua vida. Na escola ele é mais uma vítima do bullying violento, apanhando praticamente todos os dias de outros alunos. Em casa a situação não é melhor. Sua mãe está morrendo de câncer e os tratamentos não parecem surtir qualquer efeito em sua melhora. Sua única saída é a imaginação. Conor começa a imaginar um personagem de fantasia, uma criatura que durante o dia é uma árvore e durante a noite o procura para contar histórias.

Essa criatura de realismo fantástico é seguramente uma das melhores coisas do filme. Com voz de Liam Neeson, esse ser absolutamente fora do normal, vai através de seus enredos de contos de fada passar ao garoto preciosas lições de vida. Toda fábula tem um significado que pode ser usado na própria vida do garoto Conor. Desde o conto de uma rainha má que matou a esposa do jovem príncipe herdeiro, até uma pequena estorinha de um boticário que passa a ser perseguido por um pastor fanático em uma aldeia medieval. No final tudo se encaixará perfeitamente, em plena harmonia.

Embora pareça um filme feito para o público infantil o fato é que sua mensagem não é nada pueril. O roteiro explora a situação de alguém que está passando pelos sentimentos de se perder um ente querido. No caso do personagem principal do filme temos o garoto que está prestes a ir morar com sua avó, pois sua mãe vive seus últimos dias. Ela está morrendo. Assim temos duas realidades no filme passando ao mesmo tempo. Numa delas somos apresentados à vida real do garoto, com todos os dramas e tristezas. Na outra, sem aviso prévio, entramos na mente criativa do menino, com seres mágicos, sábios e de fantasia. É tudo tão bem realizado, delicadamente harmonizado, que ao final do filme não podemos ficar menos do que encantados com o que vimos. Sim, há muita melancolia envolvida nesse filme, porém um tipo de melancolia boa, que nos faz crescer e pensar em nós mesmos. No fundo é uma grande lição sobre a vida em forma de cinema.

Sete Minutos Depois da Meia-Noite (A Monster Calls, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, 2016) Direção: J.A. Bayona / Roteiro: Patrick Ness / Elenco: Lewis MacDougall, Sigourney Weaver, Liam Neeson, Felicity Jones  / Sinopse: Garoto decide buscar por ajuda em sua própria imaginação. Com a mãe morrendo de câncer e sofrendo no colégio nas mãos de alunos mais velhos (e violentos) ele procura por cumplicidade com uma estranha criatura em forma de árvore, que vem lhe fazer visitas, contando contos de fadas e estórias de fantasia. Filme premiado pelo Goya Awards nas categorias de Melhor Fotografia (Oscar Faura), Melhor Direção (J.A. Bayona), Melhor Design de produção (Eugenio Caballero) e Melhores Efeitos Especiais (Paul Costa e Félix Bergés).

Pablo Aluísio.