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segunda-feira, 13 de maio de 2024

O Canhoneiro do Yang-Tsé

Título no Brasil: O Canhoneiro do Yang-Tsé
Título Original: The Sand Pebbles
Ano de Lançamento: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Wise
Roteiro: Richard McKenna, Robert Anderson
Elenco: Steve McQueen, Richard Crenna, Candice Bergen, Richard Attenborough, Emmanuelle Arsan, Larry Gates

Sinopse:
Marinheiro americano chega na China, no começo do século XX, para servir em um velho navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos. Sua função é trabalhar na casa de máquinas da velha embarcação e logo surgem inúmeros problemas, entre eles um clima revolucionário que parece tomar conta da população local. Eles querem os estrangeiros fora de sua nação. Além disso o novo membro da tripulação não parece se entrosar muito bem com os demais marinheiros do navio. 

Comentários:
Um bom filme que chegou a concorrer a oito estatuetas do Oscar! Para um filme desse estilo, que priorizava a ação, era realmente algo fora da rota da Academia. O destaque do elenco vai mais uma vez para o ator Steve McQueen. Ele interpreta o protagonista, um marinheiro que precisa contornar muitos problemas. Ele não é necessariamente bem-vindo naquele navio e para piorar tudo, acaba se envolvendo numa confusão na cidade chinesa para onde vai passar um tempo de licença. E como o clima revolucionário já se instalava entre o povo chinês, sua presença se torna ainda mais perigosa e agrava o antagonismo dos chineses para com os militares americanos. E ele não poderia mesmo contar nem com o apoio de seus próprios colegas da Marinha, uns tipos meio intragáveis. É curioso porque o personagem de McQueen acaba morrendo na última cena do filme. Eu não me lembro de ter visto essa situação em nenhum outro filme desse ator. Outra novidade. Por fim uma observação. O filme tem mais de 3 horas de duração! Talvez por essa razão não tenha sido um grande sucesso comercial e raramente tenha sido exibido nos canais de filmes clássicos. Esse tipo de duração certamente vai exigir um pouco de paciência e compromisso por parte do espectador. Mas vá em frente, o resultado final é muito bom e o filme certamente vale a pena. 

Pablo Aluísio.


quarta-feira, 5 de julho de 2023

Jade

Título no Brasil: Jade
Título Original: Jade
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Friedkin
Roteiro: Joe Eszterhas
Elenco: David Caruso, Linda Fiorentino, Chazz Palminteri, 
Richard Crenna, Michael Biehn, Donna Murphy

Sinopse:
O filme conta a história de um promotor que se vê envolvido em uma intricada trama de assassinato e corrupção. Tudo começa com a morte de um comerciante de arte e depois o crime vai se revelando de múltiplas faces. Pessoas e figurões como o governador e até mesmo sua antiga amante estão envolvidos, o que irá complicar muito a solução do caso.

Comentários:
Eu não gostei desse filme. Isso, de certa forma me surpreendeu, porque eu geralmente gosto de filmes desse estilo. São filmes que lembram as antigas produções envolvendo os detetives. O problema definitivamente é a falta de um roteiro melhor. A produção é muito boa e a direção de fotografia se destaca. Só que acabou caindo naquela categoria de filmes em que há muito estilo, mas pouca história interessante para se contar. É mais uma tentativa de transformar o ator David Caruso em astro de cinema. Ele era popular na época por causa de uma série de TV que fazia muito sucesso nos Estados Unidos. Sua transição para a tela grande não foi bem sucedida. Esse foi um dos poucos filmes em que ele atuou como ator principal.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de setembro de 2019

Corpos Ardentes

Título no Brasil: Corpos Ardentes
Título Original: Body Heat
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan
Elenco: William Hurt, Kathleen Turner, Richard Crenna, Ted Danson, Mickey Rourke, J.A. Preston

Sinopse:
No meio de uma forte onda de calor da Flórida, uma mulher convence seu amante, um advogado de uma cidade pequena, a assassinar seu marido rico. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria revelação feminina do ano (Kathleen Turner). Também indicado ao BAFTA Awards.

Comentários:
Fazer um filme que misture assassinato com erotismo não é uma tarefa muito fácil, mas o diretor Lawrence Kasdan conseguiu unir esses dois elementos tão díspares em um filme realmente muito bom. Eu não tive a oportunidade de ver esse filme no cinema na época porque não tinha ainda idade por causa da classificação indicativa imposta pela censura (O Brasil ainda vivia sob regime militar). Anos depois o filme finalmente foi lançado em VHS e finalmente pude conferir. Por muito tempo a crítica chamou atenção para a atriz Kathleen Turner. No auge da beleza ela trazia uma sensualidade à flor da pele que chamava a atenção. De fato ela está muito bem, principalmente por encarnar esse modelo de personagem feminina bem conhecida como "dama fatal". Aquela mulher belíssima que vai acabar destruindo sua vida. Que tal ir até o inferno por estar perdidamente apaixonado? Assista ao filme e veja esse processo de forma até bem didática. De quebra havia ainda um elenco de apoio muito bom, contando com, entre outros, Mickey Rourke, bem jovem e já chamando a atenção por seu trabalho no filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Rambo - Programado Para Matar

"Rambo - Programado Para Matar" ou "Rambo I", como acabou ficando conhecido, foi provavelmente o segundo filme mais importante da carreira de Sylvester Stallone. Não que fosse tão bem escrito como Rocky, mas seu sucesso popular e o fato de ter sido um ícone dos filmes de guerra dos anos 80 o colocam em um patamar impossível de ignorar.  Agora, o mais curioso de tudo é que esse filme não foi assim um estrondo espetacular em seu lançamento original. Claro, fez sucesso, mas não foi um marco absoluto. Apenas com a chegada de "Rambo II" nas telas é que o primeiro filme acabou sendo relançado nos cinemas, criando assim uma excelente bilheteria. O fato é que o filme também não pode ser encarado como pura ação. Há um subtexto importante em seu roteiro. A história mostra bem o preconceito que muitos veteranos do Vietnã enfrentaram quando voltaram para casa. Eles foram considerados derrotados, vagabundos, homens que decepcionaram sua pátria e o escudo de invencibilidade que cercava os militares americanos na época. Isso pegou muito mal dentro dos setores mais conservadores do país. De repente esses veteranos se tornaram párias!

O John Rambo interpretado por Stallone é assim um homem que não tem para aonde ir. Ele foi forjado na guerra e na vida civil se torna alguém sem valor ou utilidade. Quando chega numa cidadezinha passa logo a ser hostilizado pelo boçal chefe de polícia. Ele "não quer problemas" e por isso resolve dar um "corretivo" em Rambo. Ora, péssima ideia. Com seu treinamento ponta de linha o sujeito acaba se tornando uma máquina de combate, colocando a cidade sob seus pés. Nos filmes seguintes Rambo iria se tornar cada vez mais poderoso, um "exército de um homem só" imbatível. Ora, é bem isso mesmo que o cinema dos anos 80 estava esperando. Acabou virando um filão de ouro do cinema americano naquela década.

Rambo - Programado Para Matar (First Blood, Estados Unidos, 1982) Estúdio: Carolco Pictures / Direção: Ted Kotchef / Roteiro: Sylvester Stallone, Michael Kozoll, William Sackheim / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Brian Dennehy, David Caruso, Bill McKinney, Jack Starrett ; Sinopse: John Rambo (Stallone) é um veterano que volta para os Estados Unidos após o fim da guerra, mas só encontra violência e desrespeito por seu passado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

O Trem do Inferno

Uma locomotiva carregada com uma preciosa carga atravessa a região das montanhas rochosas em um momento extremamente delicado pois vários crimes são cometidos em seu interior durante a travessia. "O Trem do Inferno" mistura vários estilos - é um western, com pinceladas de filmes de espionagem e suspense à la Agatha Christie. Apesar de atirar para tantos lados o roteiro só consegue ser mediano em todos os gêneros que passeia. Como western não consegue ser muito empolgante. Se não fosse a época enfocada teríamos poucos elementos para considerar ele um faroeste clássico. Como suspense ao estilo Agatha Christie o filme também só consegue ser superficial. Ao contrário das tramas escritas pela famosa escritora esse "O Trem do Inferno" não consegue se sustentar muito em cima do mistério que envolve os crimes cometidos dentro do trem. Por fim, como filme de espionagem também não temos nada de muito especial - principalmente quando Bronson revela sua verdadeira identidade (o que em momento algum chega a ser uma grande surpresa). O roteiro, apesar de ser baseado em um bom livro de autoria de Alistair MacLean, não consegue empolgar e nem envolver.

Apesar de todas as suas limitações "O Trem do Inferno" não é um desperdício completo de tempo. Nesse aspecto a produção conta muitos pontos a seu favor. O filme tem bela fotografia, pois foi filmado numa das regiões mais bonitas das rochosas em Idaho e além disso conta com ótimas cenas de ação (em especial a queda de vagões desgovernados e uma bem coreografada cena de luta em cima do trem em movimento). Esses momentos realmente até amenizam seus problemas. Também recomendaria o filme aos admiradores de Charles Bronson. Esse filme é mais um em sua escalada rumo aos estrelato. Por muitos anos Bronson só aparecia em filmes como coadjuvante. A partir do final dos anos 60 e começo da década de 70 porém ele conseguiu virar o jogo e começou a estrelar seus próprios filmes, como "Chino", "O Grande Búfalo Branco" e "Sol Vermelho" o que acabou lhe abrindo as portas do personagens centrais. Seu auge viria em pouco tempo com o grande sucesso "Desejo de Matar". Para os que desejam conhecer sua filmografia melhor é claro que "O Trem do Inferno" se torna realmente obrigatório. Em suma temos aqui um filme apenas mediano mas que ajudou Bronson a abrir seu lugar ao sol. Se você não for exigir demais "O Trem do Inferno" pode até mesmo ser encarado como bom passatempo.

O Trem do Inferno
(Breakheart Pass, EUA, 1975) Direção: Tom Gries / Roteiro: Alistair MacLean / Elenco: Charles Bronson, Ben Johnson, Richard Crenna / Sinopse: Uma locomotiva carregada com uma preciosa carga atravessa a região das montanhas rochosas em um momento extremamente delicado pois vários crimes são cometidos em seu interior durante a travessia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Leviathan

Esse filme foi criticado na época de seu lançamento original porque os críticos de cinema acharam que ele era parecido demais com "Alien, o Oitavo Passageiro". Dirigido pelo George P. Cosmatos, que vinha de um filme da franquia "Rambo", esse filme realmente não conseguia esconder suas semelhanças com o filme de Ridley Scott, até porque depois de Aliens tudo parecia mesmo derivado dele. Bastava ter uma criatura vinda do espaço ou de natureza desconhecida, para gerar essa comparação. Lembrando que Leviatã é o nome de um dos sete monarcas do inferno, um nome que também foi utilizado na antiguidade para um conhecido monstro do mar da mitologia grega. Os marinheiros morriam de medo de morrer em seus ataques quando os navios partiam dos portos.

E olha que "Leviathan" até que não era tão ruim. Havia bons efeittos especiais (para a época, claro) e um roteiro que até tinha boas ideias, boas sacadas. O elenco também era bom. Tinha Peter Weller que havia interpretado "Robocop" no filme de sucesso e o falecido Richard Crenna, que todo cinéfilo conhecia de "Rambo" e outros filmes menores. Enfim, um bom filme Sci-fi dos anos 80, apesar de ter sido massacrado pela crítica da época. Não precisava tanto, vamos convir.

Leviathan (Leviathan, Estados Unidos, 1989) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: David Webb Peoples, Jeb Stuart / Elenco: Peter Weller, Richard Crenna, Amanda Pays / Sinopse: Explorando o casco de um cargueiro soviético naufragado, uma equipe de mineiradores de alto mar liderada pelo oceanógrafo Steven Beck fica cara a cara com uma criatura mutante e desconhecida até então.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de agosto de 2014

Leviathan

Título no Brasil: Leviathan
Título Original: Leviathan
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Peter Weller, Richard Crenna, Amanda Pays, Daniel Stern, Meg Foster

Sinopse:
Um grupo de mineradores das profundezas acaba encontrando por mero acaso uma antiga embarcação soviética naufragada. Ao resgatar parte de sua carga descobrem que algo muito sinistro se esconde no meio daquelas caixas, um tipo de ser orgânico desconhecido, que mais se parece uma manifestação de outro planeta. Filme vencedor do Festival de Avoriaz na categoria Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Filme de ficção que chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros na época, mas que depois foi quase que praticamente esquecido. O enredo lembra muito outro filme com temática praticamente igual, "O Abismo do Terror", de Sean S. Cunningham. Ambos lidavam com seres desconhecidos que eram descobertos por acaso e que voltavam à vida, exterminando quem passasse pela frente. Os efeitos especiais obviamente envelheceram pela passagem do tempo mas "Leviathan" ainda consegue se tornar interessante por causa da linguagem bem anos 80 de se contar essa história. E por falar naquela década o filme foi dirigido pelo cineasta George P. Cosmatos, o mesmo de "Rambo II - A Missão", um dos filmes símbolos daqueles anos. E como isso não bastasse no elenco temos Peter Weller (o ator que interpretou "Robocop" na franquia original) e Richard Crenna (sim, o Coronel de Rambo). Com tantas reverências não é de admirar que "Leviathan" tenha se tornado após todos esse anos um verdadeiro exercício de nostalgia.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Rambo III

John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado ao Afeganistão numa missão não oficial para libertar o seu antigo mentor, o Coronel Trautman (Richard Crenna) que agora se encontra prisioneiro das tropas de ocupação soviética naquele país. "Rambo III" é a esperada continuação da saga do super soldado Rambo. Sem dúvida é um dos mais fracos exemplares da franquia. O roteiro escrito por Stallone foca totalmente em cenas completamente inverossímeis de ação e se esquece de todo o resto. A essência do personagem, que foi parcialmente captada no primeiro filme, aqui se perde completamente. Rambo se torna literalmente um exército de um homem só. Ele enfrenta todo o exército soviético sozinho e praticamente os liquida nos desertos do Afeganistão. O filme é exagerado ao extremo e com isso perde toda e qualquer credibilidade. Só para relembrar: Rambo invade uma base militar russa, mata vários soldados, liberta Trautman e não satisfeito solta ainda todos os demais prisioneiros do local. Consegue escapar de um cerco, rouba um helicóptero soviético de última geração, sofre um desastre com ele (mas não se machuca), corre pelo deserto e enfrenta no muque uma coluna de tanques do exército russo! O pior porém acontece nas cenas finais quando rouba um tanque russo e com ele dá uma "trombada" de frente com um outro helicóptero inimigo (e novamente sobrevive sem maiores problemas).

É ou não é um amontoados de absurdos? O que será que deu na cabeça do Stallone em escrever tantas cenas impossíveis? Para piorar o filme levou uma rasteira da história. Nele acompanhamos a aliança entre Rambo e os rebeldes afegãos, mostrados como heróis da liberdade contra o invasor soviético. O problema é que esses mesmos rebeldes iriam dar origem ao regime brutal dos Talibãs anos depois quando os russos finalmente deixaram o Afeganistão de lado, ou seja, Rambo aqui se alia com um grupo que anos depois seria uma das bases de sustentação de grupos terroristas como a Al-Qaeda (o próprio Bin Laden tinha no Afeganistão uma de suas bases mais sólidas). Acredito que por isso Rambo III seja um dos filmes ideologicamente mais incorretos da história do cinema americano. Talvez por essa razão Stallone nem o cite mais atualmente provavelmente por se sentir constrangido pelo roteiro que escreveu. Enfim, "Rambo III" é aquele tipo de produção que entornou o caldo, transformando o personagem em uma mera caricatura, tudo sob uma verniz ideológica muito infeliz.

Rambo III (Idem, Estados Unidos, 1988) Direção: Peter MacDonald / Roteiro: Sylvester Stallone, Sheldon Lettich baseados no personagem criado por David Morrell / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Marc De Jonge / Sinopse: John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado ao Afeganistão numa missão não oficial para libertar o seu antigo mentor, o Coronel Trautman (Richard Crenna) que agora se encontra prisioneiro das tropas de ocupação soviética naquele país.

Pablo Aluísio.