A atriz Ellen DeGeneres ficou muito famosa e popular com um programa de TV nos Estados Unidos. Porém nunca conseguiu se firmar no cinema americano, mesmos sendo muito talentosa, principalmente no humor. Esse filme que aqui tratamos foi uma das tentativas dela em emplacar uma carreira na indústria cinematográfica. Conta a história de uma mulher que se apaixona... pela mulher do próprio irmão. Pois é, uma história protagonizada por uma lésbica, tal como a própria Ellen DeGeneres em sua vida pessoal. Como o tema LGBT ainda era uma novidade e tanto no cinema dos anos 90 o filme acabou não fazendo sucesso. Preconceito do público? Certamente pode ter sido uma das razões.
Tirando um pouco esse aspecto de lado temos que admitir que o filme realmente não ficou muito bom. Há sempre uma tentativa de se fazer humor, mas ao mesmo tempo o filme quer ser levado mais à sério. Complicado. A Ellen DeGeneres interpreta uma policial que precisa desvendar um caso envolvendo o aparecimento de dois corpos na floresta e Patricia Arquette é a loira fatal que vem embolar o meio de campo. Ela usa uma peruca loira channel durante todo o filme. Não ficou bonita, apenas esquisita. Então é isso, mais uma produção que veio demonstrar que fazer sucesso no cinema é bem mais complicado do que se pensa.
Misteriosa Paixão (Goodbye Lover, Estados Unidos, 1998) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ron Peer, Alec Sokolow / Elenco: Patricia Arquette, Ellen DeGeneres, Dermot Mulroney, Mary-Louise Parker, Ray McKinnon, Alex Rocco / Sinopse: Rita Pompano (Ellen DeGeneres) é uma policial que precisa solucionar um caso de duplo assassinato enquanto tenta resolver sua caótica vida pessoal.
Pablo Aluísio.
Mostrando postagens com marcador Roland Joffé. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Roland Joffé. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Texas Rising
Título no Brasil: Texas Rising
Título Original: Texas Rising
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: A+E Studios, ITV Studios America
Direção: Roland Joffé
Roteiro: Darrell Fetty, Leslie Greif
Elenco: Bill Paxton, Stephen Monroe Taylor, Trevor Donovan
Sinopse:
Série de western que se propõe a contar eventos históricos marcantes da colonização do velho oeste americano, entre eles a guerra que definiu os rumos do estado do Texas, quando um exército americano liderado por Sam Houston (Bill Paxton) se empenhou bravamente em expulsar as tropas mexicanas sob comando do general Antonio Lopez de Santa Anna (Olivier Martinez) de seu território, logo após o massacre do forte Álamo.
Comentários:
Embora tenha assistido ainda apenas alguns episódios dessa nova série "Texas Rising" já me sinto plenamente confortável em recomendá-la. A produção é excelente e o roteiro consegue mesclar o lado histórico do surgimento do Texas como estado livre e independente a cenas extremamente bem realizadas no campo de batalha. Um dos personagens centrais, como não poderia deixar de ser, é o comandante Sam Houston (Bill Paxton). No primeiro episódio ele se encontra com suas tropas estacionadas em uma colina e envia homens para descobrir os desdobramentos da chegada do exército do general mexicano Santa Anna no forte Álamo. As notícias porém são as piores possíveis. Mesmo lutando bravamente por vários dias o forte finalmente caiu, após todos os seus combatentes serem mortos sem piedade pelo exército inimigo. A série começa justamente aqui, no dia seguinte ao colapso do Álamo, que ao longo dos anos viraria um importante símbolo para o povo texano, uma verdadeira bandeira de sua luta contra as forças vindas de um México ditatorial, tirano e sanguinário. Naquele momento histórico o que o povo do Texas mais almejava era a liberdade proporcionada pela federação norte-americana que estava se formando. A República do Texas estava nascendo exatamente naquele conflito. Assim "Texas Rising" satisfaz até mesmo o mais exigente dos espectadores. Tem ótima reconstituição de época, bom roteiro, direção precisa e elenco afinado. Tudo isso somado ao fato de termos agora uma nova série de western para acompanhar na TV, o que convenhamos é uma ótima notícia.
Pablo Aluísio.
Título Original: Texas Rising
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: A+E Studios, ITV Studios America
Direção: Roland Joffé
Roteiro: Darrell Fetty, Leslie Greif
Elenco: Bill Paxton, Stephen Monroe Taylor, Trevor Donovan
Sinopse:
Série de western que se propõe a contar eventos históricos marcantes da colonização do velho oeste americano, entre eles a guerra que definiu os rumos do estado do Texas, quando um exército americano liderado por Sam Houston (Bill Paxton) se empenhou bravamente em expulsar as tropas mexicanas sob comando do general Antonio Lopez de Santa Anna (Olivier Martinez) de seu território, logo após o massacre do forte Álamo.
Comentários:
Embora tenha assistido ainda apenas alguns episódios dessa nova série "Texas Rising" já me sinto plenamente confortável em recomendá-la. A produção é excelente e o roteiro consegue mesclar o lado histórico do surgimento do Texas como estado livre e independente a cenas extremamente bem realizadas no campo de batalha. Um dos personagens centrais, como não poderia deixar de ser, é o comandante Sam Houston (Bill Paxton). No primeiro episódio ele se encontra com suas tropas estacionadas em uma colina e envia homens para descobrir os desdobramentos da chegada do exército do general mexicano Santa Anna no forte Álamo. As notícias porém são as piores possíveis. Mesmo lutando bravamente por vários dias o forte finalmente caiu, após todos os seus combatentes serem mortos sem piedade pelo exército inimigo. A série começa justamente aqui, no dia seguinte ao colapso do Álamo, que ao longo dos anos viraria um importante símbolo para o povo texano, uma verdadeira bandeira de sua luta contra as forças vindas de um México ditatorial, tirano e sanguinário. Naquele momento histórico o que o povo do Texas mais almejava era a liberdade proporcionada pela federação norte-americana que estava se formando. A República do Texas estava nascendo exatamente naquele conflito. Assim "Texas Rising" satisfaz até mesmo o mais exigente dos espectadores. Tem ótima reconstituição de época, bom roteiro, direção precisa e elenco afinado. Tudo isso somado ao fato de termos agora uma nova série de western para acompanhar na TV, o que convenhamos é uma ótima notícia.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
O Início do Fim
Título no Brasil: O Início do Fim
Título Original: Fat Man and Little Boy
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Roland Joffé
Roteiro: Bruce Robinson
Elenco: Paul Newman, John Cusack, Laura Dern, Dwight Schultz, Bonnie Bedelia, John C. McGinley
Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial o governo americano dá início ao projeto Manhattan. Vários cientistas brilhantes, entre eles J. Robert Oppenheimer (Dwight Schultz), são reunidos em uma base militar americana no meio do deserto para que se consiga construir uma arma definitiva que acabasse com a própria guerra. Essa seria a maior arma de destruição em massa da história. Para coordenar tudo e comandar os trabalhos o governo indica o General Leslie R. Groves (Paul Newman) que fica com a missão de entregar a primeira bomba atômica em um prazo máximo de um ano. Filme baseado em fatos reais.
Comentários:
Provavelmente seja o melhor filme sobre o projeto Manhattan, só sendo superado em certos aspectos por "Os Senhores do Holocausto". O filme assim narra a construção das primeiras bombas atômicas americanas (apelidadas de Fat Man, o gordo, e Little Boy, o garotinho, que dão origem ao título original do filme). Muitos vão achar o roteiro um pouco parado e monótono, uma vez que o roteiro explora a rotina desse grupo de cientistas em pesquisas e testes no deserto de Nevada, tentando construir a bomba nuclear que os americanos iriam jogar futuramente em cidades japonesas, selando o fim da II Guerra Mundial. Essa visão porém é fora de propósito pois em termos históricos tudo é extremamente interessante. O elenco também tem destaque, a começar pela presença do sempre excelente Paul Newman. Ele interpreta o general que coloca ordem na casa, sendo duro quando necessário. Já John Cusack interpreta um jovem cientista brilhante que foi vital para a construção das armas nucleares, mas que acabou pagando com sua própria vida ao se tornar vítima da radiação das pesquisas que realizava. Sua morte é um dos pontos altos do filme em termos dramáticos. Com excelente produção, elenco e reconstituição histórica, o filme só deixa um pouco a desejar mesmo no que diz respeito ao seu roteiro que evita a todo custo entrar em um debate ético sobre a construção das armas nucleares e tudo o que isso iria significar para o mundo nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
Título Original: Fat Man and Little Boy
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Roland Joffé
Roteiro: Bruce Robinson
Elenco: Paul Newman, John Cusack, Laura Dern, Dwight Schultz, Bonnie Bedelia, John C. McGinley
Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial o governo americano dá início ao projeto Manhattan. Vários cientistas brilhantes, entre eles J. Robert Oppenheimer (Dwight Schultz), são reunidos em uma base militar americana no meio do deserto para que se consiga construir uma arma definitiva que acabasse com a própria guerra. Essa seria a maior arma de destruição em massa da história. Para coordenar tudo e comandar os trabalhos o governo indica o General Leslie R. Groves (Paul Newman) que fica com a missão de entregar a primeira bomba atômica em um prazo máximo de um ano. Filme baseado em fatos reais.
Comentários:
Provavelmente seja o melhor filme sobre o projeto Manhattan, só sendo superado em certos aspectos por "Os Senhores do Holocausto". O filme assim narra a construção das primeiras bombas atômicas americanas (apelidadas de Fat Man, o gordo, e Little Boy, o garotinho, que dão origem ao título original do filme). Muitos vão achar o roteiro um pouco parado e monótono, uma vez que o roteiro explora a rotina desse grupo de cientistas em pesquisas e testes no deserto de Nevada, tentando construir a bomba nuclear que os americanos iriam jogar futuramente em cidades japonesas, selando o fim da II Guerra Mundial. Essa visão porém é fora de propósito pois em termos históricos tudo é extremamente interessante. O elenco também tem destaque, a começar pela presença do sempre excelente Paul Newman. Ele interpreta o general que coloca ordem na casa, sendo duro quando necessário. Já John Cusack interpreta um jovem cientista brilhante que foi vital para a construção das armas nucleares, mas que acabou pagando com sua própria vida ao se tornar vítima da radiação das pesquisas que realizava. Sua morte é um dos pontos altos do filme em termos dramáticos. Com excelente produção, elenco e reconstituição histórica, o filme só deixa um pouco a desejar mesmo no que diz respeito ao seu roteiro que evita a todo custo entrar em um debate ético sobre a construção das armas nucleares e tudo o que isso iria significar para o mundo nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de maio de 2015
The Lovers
Esse filme tem duas linhas narrativas. Na primeira o espectador é levado até um futuro próximo. Uma expedição submarina procura por artefatos valiosos em um velho navio afundado. Um dos mergulhadores acaba encontrando um anel, que tudo indica ser indiano, por causa de seu design. Ele parece ser constituído de duas peças. Uma das garotas que fazem parte do grupo decide então ir atrás da outra parte, mas acaba tendo problemas, ficando presa nas profundezas. Para salvá-la da morte seu namorado resolve fazer um mergulho sem a devida proteção. Ele salva sua amada, mas acaba entrando em coma por quase ter morrido afogado. Na outra linha narrativa voltamos ao passado, mas especificamente ao século XVIII. É o auge do colonialismo inglês. Para aumentar o domínio da coroa britânica na Índia, um grupo do exército inglês é enviado até o interior do país. A finalidade é desestabilizar um reino distante, que está no caminho entre uma importante via de comunicação. Um dos militares é o escocês James Stewart (Josh Hartnett) que decide salvar por conta própria a vida da rainha que corre risco de vida após um golpe derrubar do trono o seu marido, o rei. O que ele não esperava era se apaixonar perdidamente por ela.
Com enredo que mais parece ter saído daqueles livros românticos ao estilo "Sabrina", esse "The Lovers" não me convenceu muito. Na verdade o roteiro é até mesmo confuso, forçado e não raras vezes cai no puro tédio. O que liga as duas histórias, passadas em tempos diferentes, é o tal do anel indiano que parece ter poderes especiais, unindo tempo e espaço diversos. Para um filme que se propõe a ser romântico o seu grande problema é justamente o casal central, que não convence em momento algum. O amor que nutrem entre si sempre soa falso e fora de propósito. O tal anel também não acrescenta em nada, mais parecendo um mero pretexto para contar duas histórias tão diferentes entre si. Delas a melhor realmente é a que se passa no passado. Há uma tentativa de trazer alguma ação quando tropas inglesas são encurraladas por rebeldes indianos. Mesmo assim logo a decepção toma conta porque nada é muito desenvolvido nesse aspecto. O filme no geral tem boa produção, uma bonita fotografia e bom visual, mas o que estraga mesmo é esse enredo que deixa a sensação de que realmente tudo o que é mostrado na tela não faz muito sentido.
The Lovers (Idem, Bélgica, Índia, Austrália, 2015) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ajey Jhankar, Roland Joffé / Elenco: Josh Hartnett, Tamsin Egerton, Alice Englert / Sinopse: Um oficial do exército inglês se apaixona por uma nobre indiana durante o período colonial britânico sobre a Índia. Como prova de amor entre eles surge um anel que representa o sentimento de ambos. No futuro o anel acaba sendo descoberto por um expedição também formada por um casal apaixonado. Ao tentar salvar sua namorada um dos mergulhadores acaba entrando em coma. Poderá a jóia ser a redenção desse amor?
Pablo Aluísio.
Com enredo que mais parece ter saído daqueles livros românticos ao estilo "Sabrina", esse "The Lovers" não me convenceu muito. Na verdade o roteiro é até mesmo confuso, forçado e não raras vezes cai no puro tédio. O que liga as duas histórias, passadas em tempos diferentes, é o tal do anel indiano que parece ter poderes especiais, unindo tempo e espaço diversos. Para um filme que se propõe a ser romântico o seu grande problema é justamente o casal central, que não convence em momento algum. O amor que nutrem entre si sempre soa falso e fora de propósito. O tal anel também não acrescenta em nada, mais parecendo um mero pretexto para contar duas histórias tão diferentes entre si. Delas a melhor realmente é a que se passa no passado. Há uma tentativa de trazer alguma ação quando tropas inglesas são encurraladas por rebeldes indianos. Mesmo assim logo a decepção toma conta porque nada é muito desenvolvido nesse aspecto. O filme no geral tem boa produção, uma bonita fotografia e bom visual, mas o que estraga mesmo é esse enredo que deixa a sensação de que realmente tudo o que é mostrado na tela não faz muito sentido.
The Lovers (Idem, Bélgica, Índia, Austrália, 2015) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ajey Jhankar, Roland Joffé / Elenco: Josh Hartnett, Tamsin Egerton, Alice Englert / Sinopse: Um oficial do exército inglês se apaixona por uma nobre indiana durante o período colonial britânico sobre a Índia. Como prova de amor entre eles surge um anel que representa o sentimento de ambos. No futuro o anel acaba sendo descoberto por um expedição também formada por um casal apaixonado. Ao tentar salvar sua namorada um dos mergulhadores acaba entrando em coma. Poderá a jóia ser a redenção desse amor?
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de agosto de 2013
A Letra Escarlate
Um bom drama histórico que marcou bastante a carreira da atriz Demi Moore mas que hoje em dia anda bem esquecido. O enredo se passa no distante ano de 1666 em Massachusetts, na época uma pequena e isolada colônia inglesa no novo mundo. É lá que vive Hester Prynne (Demi Moore), uma mulher respeitável, casada com um médico da localidade, o Dr. Roger Chillingworth (Robert Duvall). Após esse desaparecer no meio da floresta, supostamente morto por índios, Hester resolve consumar sua paixão pelo reverendo Arthur Dimmesdale (Gary Oldman). Ambos há muito nutriam uma paixão mútua que não conseguia se tornar realidade pelo fato dela ser casada. Agora, com o marido desaparecido, ela resolve seguir em frente, indo de acordo com seus sentimentos. Desse tórrido romance acaba surgindo uma gravidez inesperada que choca a sociedade local, levando Hester a ser marginalizada por seus pares. Ela se recusa a revelar o nome do pai o que a estigmatiza como adúltera. Condenada pelas absurdas leis e costumes locais ela agora terá que usar em suas roupas uma chamativa letra "A" bordada, a indicando como adúltera perante toda a sociedade.
Um dos méritos de "A Letra Escarlate" é que ele desmistifica uma série de bobagens históricas que foram repetidas durante séculos, se tornando quase verdades absolutas. Sempre se disse, por exemplo, que as primeiras colônias inglesas no novo mundo eram símbolos de harmonia e liberdade. Afinal esses colonos tinham ido ao novo mundo para fugir do absolutismo de seu país, além da sempre severa perseguição religiosa. A verdade porém é que mesmo nesses novos povoados não havia de fato tanta liberdade como se suponha. Pelo contrário. A rigidez moral dos puritanos muitas vezes desembocava em repressão e violência, física ou moral, para quem ousasse ultrapassar certas fronteiras ou limites. Olhando sob um ponto de vista atual existia de fato muito preconceito e discriminação nessa suposta moral puritana que imperava entre os membros mais proeminentes das elites locais. O filme resgata isso de forma muito elucidativa. O diretor foi o talentoso Roland Joffé (de "A Missão" e "Os Gritos do Silêncio"). A produção também é acima da média com uma ótima reconstituição histórica aliada a uma história que diz muito sobre a posição da mulher naqueles anos.
A Letra Escarlate (The Scarlet Letter, Estados Unidos, 1995) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Douglas Day Stewart, baseado na novela de Nathaniel Hawthorne / Elenco: Demi Moore, Gary Oldman, Robert Duvall / Sinopse; Jovem mulher fica estigmatizada durante o período colonial americano ao engravidar de um pastor puritano numa colônia isolada no novo mundo.
Pablo Aluísio.
Um dos méritos de "A Letra Escarlate" é que ele desmistifica uma série de bobagens históricas que foram repetidas durante séculos, se tornando quase verdades absolutas. Sempre se disse, por exemplo, que as primeiras colônias inglesas no novo mundo eram símbolos de harmonia e liberdade. Afinal esses colonos tinham ido ao novo mundo para fugir do absolutismo de seu país, além da sempre severa perseguição religiosa. A verdade porém é que mesmo nesses novos povoados não havia de fato tanta liberdade como se suponha. Pelo contrário. A rigidez moral dos puritanos muitas vezes desembocava em repressão e violência, física ou moral, para quem ousasse ultrapassar certas fronteiras ou limites. Olhando sob um ponto de vista atual existia de fato muito preconceito e discriminação nessa suposta moral puritana que imperava entre os membros mais proeminentes das elites locais. O filme resgata isso de forma muito elucidativa. O diretor foi o talentoso Roland Joffé (de "A Missão" e "Os Gritos do Silêncio"). A produção também é acima da média com uma ótima reconstituição histórica aliada a uma história que diz muito sobre a posição da mulher naqueles anos.
A Letra Escarlate (The Scarlet Letter, Estados Unidos, 1995) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Douglas Day Stewart, baseado na novela de Nathaniel Hawthorne / Elenco: Demi Moore, Gary Oldman, Robert Duvall / Sinopse; Jovem mulher fica estigmatizada durante o período colonial americano ao engravidar de um pastor puritano numa colônia isolada no novo mundo.
Pablo Aluísio.
sábado, 8 de dezembro de 2012
A Missão
No século XVII o mercador de escravos Mendoza (Robert De Niro) entra em crise existencial após a morte de Felipe (Aidan Quinn) em um duelo. Era seu irmão. Os problemas começaram após ele se envolver amorosamente com Carlotta (Cherie Lunghi), um romance que não contava com a aprovação de Mendoza. No funfo ele sabia que a formosa jovem não era a esposa ideal pois moralmente deixava a desejar em seus atos e romances com outros homens da colônia. Para tentar superar sua dor, Mendoza resolve entrar para o clero e se torna padre. Junto ao jesuíta Gabriel (Jeremy Irons) ele começa uma nova fase em sua vida, marcada pela luta em defesa das populações nativas do novo mundo. O Índio é visto como um produto e um instrumento de trabalho pelos colonizadores. Não tarda a nascer assim um conflito envolvendo de um lado os membros da coroa e o clero religioso dos jesuítas. "A MIssão" é um filme de encher os olhos. Filmado em belas locações na Colômbia, Argentina e Brasil, o filme ainda hoje causa impacto pela beleza de suas imagens. A natureza do chamado "novo mundo" nunca esteve tão belamente fotografada como aqui.
Tudo foi filmado praticamente no meio da selva, com índios verdadeiros como figurantes. As próprias filmagens se tornaram um grande problema para a equipe de ingleses e americanos que se aprofundaram nas selvas tropicais da América do Sul. Vários membros pegaram doenças tropicas e tiveram que retornar ao seu país para tratamento. Os equipamentos também sofreram diversas panes por causa do excessivo calor e umidade da mata fechada. Mesmo com tantos problemas o filme é um dos mais belos e historicamente corretos já lançados no cinema até hoje. Mostra muito bem os diversos interesses envolvidos no período de colonização da América espanhola e portuguesa. De um lado os traficantes de escravos, do outro os missionários jesuítas em sua luta para catequizar os nativos e no meio dessa batalha entre a cruz e a espada as populações indígenas, que sofreram todos os tipos de abusos e explorações imagináveis. O roteiro é muito bem trabalhado. O bom resultado facilmente se vê na tela. A consagração veio em Cannes quando finalmente ganhou, merecidamente, a Palma de Ouro. Imperdível para amantes da história e do bom cinema.
A Missão (The Mission, Estados Unidos, Inglaterra, 1986) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Robert Bolt / Elenco: Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McAnally, Aidan Quinn e Cherie Lunghi / Sinopse: Após a morte de seu irmão, Mendoza (Robert De Niro) resolve entrar para o clero onde fica sob as ordens do bem intencionado padre Gabriel (Jeremy Irons) que luta para preservar os direitos dos povos nativos da região. Lutando contra ele estão os exploradores de mão de obra escrava que tencionam vender as populações indígenas para o mercado negro da escravidão.
Pablo Aluísio.
Tudo foi filmado praticamente no meio da selva, com índios verdadeiros como figurantes. As próprias filmagens se tornaram um grande problema para a equipe de ingleses e americanos que se aprofundaram nas selvas tropicais da América do Sul. Vários membros pegaram doenças tropicas e tiveram que retornar ao seu país para tratamento. Os equipamentos também sofreram diversas panes por causa do excessivo calor e umidade da mata fechada. Mesmo com tantos problemas o filme é um dos mais belos e historicamente corretos já lançados no cinema até hoje. Mostra muito bem os diversos interesses envolvidos no período de colonização da América espanhola e portuguesa. De um lado os traficantes de escravos, do outro os missionários jesuítas em sua luta para catequizar os nativos e no meio dessa batalha entre a cruz e a espada as populações indígenas, que sofreram todos os tipos de abusos e explorações imagináveis. O roteiro é muito bem trabalhado. O bom resultado facilmente se vê na tela. A consagração veio em Cannes quando finalmente ganhou, merecidamente, a Palma de Ouro. Imperdível para amantes da história e do bom cinema.
A Missão (The Mission, Estados Unidos, Inglaterra, 1986) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Robert Bolt / Elenco: Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McAnally, Aidan Quinn e Cherie Lunghi / Sinopse: Após a morte de seu irmão, Mendoza (Robert De Niro) resolve entrar para o clero onde fica sob as ordens do bem intencionado padre Gabriel (Jeremy Irons) que luta para preservar os direitos dos povos nativos da região. Lutando contra ele estão os exploradores de mão de obra escrava que tencionam vender as populações indígenas para o mercado negro da escravidão.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)