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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A Marca da Pantera

Nos primórdios da humanidade, seres humanos em rituais pagãos acabaram sacrificando mulheres a deuses leopardos e panteras. Desse encontro surgiu uma nova espécie sobre a face da Terra, que ao longo dos séculos conseguiu viver nas sombras. Séculos depois surge em Nova Iorque a bela e sensual Irena Gallier (Nastassja Kinski) que tem um grande segredo a guardar sobre seus ancestrais. Essa é a premisa desse filme que mistura fantasia, ficção e até mesmo pitadas de suspense e terror. "A Marca da Pantera" marcou época, principalmente por causa de seu roteiro fora dos padrões e também pela sensualidade latente em cada aparição da atriz Nastassja Kinski.

Para quem não viveu os anos 80 é bom lembrar que essa atriz foi uma das maiores sex symbols daquela década. Dona de uma beleza estonteante, com impressionantes lábios carnudos, a Nastassja atuou aqui em um dos seus filmes mais conhecidos. Foi justamente com esse "Cat People" que Nastassja Kinski atingiu o auge de sua popularidade no cinema. Como não poderia deixar de ser, o filme usava e abusava de seus generosos dotes estéticos. Obviamente muita gente virou fã da produção justamente pelas generosas cenas de nudez da Kinski, mas mesmo olhando sob um ponto de vista puramente cinematográfico, é de se reconhecer que se trata de uma produção muito charmosa, cheia de clima, com seu roteiro diferente, bastante exótico. E para melhorar ainda mais todo o conjunto, temos ainda a presença do sempre marcante Malcolm McDowell, um dos melhores atores de Hollywood.

A Marca da Pantera (Cat People, Estados Unidos, 1982) Estúdio: RKO Pictures, Universal Pictures / Direção: Paul Schrader / Roteiro: DeWitt Bodeen, Alan Ormsby / Elenco: Nastassja Kinski, Malcolm McDowell, John Heard /  Sinopse: Jovem e bela mulher esconde um grande segredo em sua vida, algo que remonta há séculos em sua linhagem familiar. Remake de um antigo clássico do cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Laranja Mecânica

Sem dúvida o filme mais polêmico do mestre Stanley Kubrick. O diretor escreveu o roteiro, adaptando o estranho livro de Anthony Burgess. Lançada em 1962, a obra literária não foi totalmente compreendida na época. Para muitos o livro era violento demais. Porém a intenção do autor era justamente fazer um texto que criticasse a violência da juventude de sua época. De quebra tecia inúmeras críticas a sistemas estatais autoritários. E por não ter sido entendido, o livro acabou sendo acusado justamente daquilo que criticava de forma inteligente. Isso de certa forma também aconteceu com o filme. Kubrick queria mandar a mensagem do livro original para as telas de cinema, mas novamente não foi bem interpretado. Nesse processo criou-se uma grande polêmica que de certa forma segue ainda nos dias de hoje.

E essa acabou sendo a marca principal dessa controvertida obra de Kubrick. Mesmo após tantos anos de seu lançamento o impacto ainda continua, pois "Laranja Mecânica" continua despertando ódios e paixões na mesma intensidade. Para muitos especialistas na filmografia do diretor a película não é a obra prima definitiva do cineasta, mas certamente é um de seus filmes mais intrigantes e complexos. A trama pode até soar absurda, vulgar e ofensiva para muitos, porém esse é o tipo de filme em que sua verdadeira riqueza não está na superfície do que se vê nas telas, mas sim em seu subtexto, naquilo que o diretor quis passar para o público.

A trama começa mostrando um grupo de jovens rebeldes cujos interesses podem ser resumidos em ultra violência, sexo e música clássica, não necessariamente nessa ordem. Os jovens não possuem qualquer perspectiva de futuro e por isso passam todo o seu tempo barbarizando a civilização, tal como imposta por um Estado opressor. Assim invadem uma casa, estupram uma mulher na frente de seu marido, espancam, humilham e colocam para fora todos os seus instintos mais viscerais, selvagens e obtusos. Kubrick capta tudo, como se estivesse até mesmo tendo prazer em mostrar aquilo. Ele transforma os atos irracionais de seus personagens em uma opereta insana.

A violência extrema de “Laranja Mecânica” chocou o público em seu lançamento (aliás choca até hoje). O diretor teve que lidar com uma saraivada de críticas e ofensas e muitas pessoas abandonaram a sala com menos de 20 minutos de exibição. De fato não há como negar que é um filme extremo, que mexe com os instintos mais básicos do público. Muitos se sentiram ofendidos e o filme enfrentou problemas em alguns países. Aqui no Brasil ele foi censurado por anos. Em plena ditadura militar a obra foi considerada grotesca e até pornográfica. Nas cenas de nudez a censura mandou colocar "bolinhas saltitantes" em cima das genitálias femininas das personagens, mesmo sendo o filme proibido para menores de 18 anos. E isso após muito esforço para lançar o filme em nossos cinemas. Até mesmo porque sua mensagem contra regimes autoritários ia contra tudo o que a ditadura militar no Brasil representava.

Na verdade “Laranja Mecânica” é um manifesto contra a opressão, o autoritarismo e a invasão das liberdades individuais por um Estado de exceção. Kubrick faz uma dura crítica aos meios repressivos mais incisivos. Isso é bem demonstrado quando os delinquentes do filme são capturados e começam a passar por uma verdadeira lavagem cerebral onde seus valores são todos trocados pelos valores que o Estado entende ser os adequados. O indivíduo é apagado, virando um reflexo amorfo da coletividade estatal, forte, onipresente, incontrastável. É realmente uma pena que poucas pessoas tenham entendido essa mensagem na época (e muitas não entenderam até hoje). No meio de tudo fica apenas o registro da genialidade do excêntrico Kubrick, que não estava preocupado em agradar a ninguém a não ser ele mesmo e sua arte.

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, Estados Unidos, Inglaterra, 1971) Direção: Stanely Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado no livro de Anthony Burgess / Elenco: Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates / Sinopse: Em um futuro indeterminado um grupo de jovens delinquentes caem nas garras de um Estado opressor que começa um sistema de lavagem cerebral para mudar sua forma de pensar e se comportar. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Roteiro, Direção e Edição. Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção e Melhor Ator (Malcolm McDowell).

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Sou Espião

Título no Brasil: Sou Espião
Título Original: I Spy
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures,
Direção: Betty Thomas
Roteiro: Morton S. Fine, David Friedkin
Elenco: Eddie Murphy, Owen Wilson, Famke Janssen, Malcolm McDowell, Gary Cole, Viv Leacock

Sinopse:
Quando o Switchblade, o mais sofisticado protótipo de caça furtivo criado até agora, é roubado do governo dos EUA, um dos principais espiões da América, Alex Scott (Owen Wilson), é chamado à ação. O que ele nem poderia esperar era ter que lidar com Kelly Robinson (Eddie Murphy), um sujeito que quer ajudar, mas que no final só atrapalha.

Comentários:
Dois comediantes de que gosto muito... em um filme simplesmente ruim demais para se levar em conta. Eu poderia resumir tudo assim, de forma rápida e eficaz. Não é segredo para ninguém que Eddie Murphy é um dos mais talentosos humoristas dos Estados Unidos. Só que ele sempre teve um grave problema. Muitas vezes o bom e velho Eddie não sabe escolher os roteiros certos. Esse "Sou Espião" é um exemplo perfeito disso. Ele iria trabalhar ao lado de Owen Wilson, outro ator de comédias muito bacana. Um cara divertido e engraçado. Só que ao invés de haver uma escolha de um bom material para que a dupla brilhasse em cena, acabou se escolhendo um tipo de humor fora de moda, cafona mesmo. Essa coisa de satirizar filmes de espião já ficou para trás - e há muitos anos. Talvez se Eddie ainda estivesse nos anos 80, ainda vá lá. Com um pouco de boa vontade haveria como gostar disso. Mas agora? Perdeu o timing certo. No final sobra um filme sem graça com dois ótimos comediantes. Como isso é possivel? Ora, pela péssima escolha do roteiro certo. Só isso.  E talvez por isso o filme também tenha se tornado um dos grandes fracassos de bilheteria daquele ano. E olha que foi até muito merecido...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O Escândalo

Esse filme foi baseado em uma história real. Algo que aconteceu até mesmo muito recentemente, durante as eleições presidenciais americanas que elegeram Donald Trump. Tudo se passa nos bastidores do canal conservador Fox News. Depois de anos abusando sexualmente de suas jornalistas, o CEO da empresa, o poderoso Roger Ailes (John Lithgow), acaba vendo sua carreira afundar depois que a apresentadora Gretchen Carlson (Nicole Kidman) decide contar tudo. E a partir dai foi mesmo um castelo de cartas que ruiu completamente. A coragem da jornalista incentivou outras a denunciarem o assédio sexual que também sofriam. Com tantas denúncias aparecendo em toda a mídia, o dono da empresa Rupert Murdoch (Malcolm McDowell) precisou tomar medidas mais drásticas.

O filme foi até mesmo muito cotado para o Oscar, mas no final não conseguiu nenhuma premiação mais importante. O Oscar veio na categoria de melhor maquiagem. E aqui cabem algumas considerações. Certamente o trabalho foi muito bem realizado, tentando fazer com que as atrizes se parecessem ao máximo com as jornalistas da história real. Só que isso também trouxe um efeito indesejado de estranheza no espectador. Charlize Theron e Nicole Kidman ficaram bem estranhas sob o meu ponto de vista. Fico pensando que ideia ruim foi essa. Elas são conhecidas mundialmente, enquanto as jornalistas da Fox News só são conhecidas dentro dos Estados Unidos. Então toda essa mudança em suas faces foi algo feito apenas para o público americano. Para o resto do mundo, todo o trabalho só surtiu efeito em deixar as atrizes estranhas. E logo elas, que sempre foram conhecidas por suas belezas naturais.

Outro ponto complicado do filme é seu viés em prol do Partido Democrata. Como se sabe os Estados Unidos vivem uma polarização política extrema entre conservadores (Partido Republicano) e progressistas (Partido Democrata). Os realizadores desse filme não esconderam suas preferências políticas. O canal Fox News, um símbolo do jornalismo conservador americano, vira alvo certeiro. As jornalistas trabalham lá, mas como no caso da personagem de Margot Robbie e sua amiga, são lésbicas, escondem sua vida pessoal e chegam a ter posters de Hillary Clinton em seu apartamento. Olha que bobagem desse roteiro! Dá para levar a sério uma forçada de barra dessas? Quem tem poster de Hillary Clinton na sala de estar de seu apartamento? Ninguém! Não mesmo. Assim o filme tem o ponto positivo de divulgar casos de assédio sexual no mundo corporativo, porém falha em levantar a bandeira do Partido Democrata de forma tão escancarada e até mesmo infantil.

O Escândalo (Bombshell, Estados Unidos, 2019) Direção: Jay Roach / Roteiro: Charles Randolph / Elenco: Charlize Theron, Nicole Kidman, Margot Robbie, John Lithgow, Malcolm McDowell / Sinopse: Depois que a jornalista Gretchen Carlson (Nicole Kidman) denuncia um caso de assédio sexual que sofreu de Roger Ailes (John Lithgow), CEO da Fox News, duas outras colegas, Megyn Kelly (Charlize Theron) e Kayla Pospisil (Margot Robbie), decidem também contar suas histórias de abusos sofridos pelo executivo da emissora. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Maquiagem.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de agosto de 2019

Assassinato em Hollywood

Título no Brasil: Assassinato em Hollywood
Título Original: Sunset
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Blake Edwards
Roteiro: Rod Amateau, Blake Edwards
Elenco: Bruce Willis, James Garner, Malcolm McDowell, Mariel Hemingway, Kathleen Quinlan, M. Emmet Walsh

Sinopse:
Tom Mix e Wyatt Earp se unem para solucionar um crime, um assassinato, na Hollywood dos anos 1920. E tudo acontecendo na semana da entrega dos prêmios da academia cinematográfica. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino (Patricia Norris).

Comentários:
Bruce Willis como o lendário ator e cowboy Tom Mix? Sim, o roteiro prometia bastante pois a premissa era realmente muito interessante, especialmente para quem sempre apreciou a história de Hollywood desde os seus primórdios, ainda nos tempos do cinema mudo. O problema é que o diretor Blake Edwards mais uma vez pesou a mão. Cineasta dado a excessos, principalmente na questão do humor, aqui ele novamente colocou elementos que não cabiam. Essa coisa de muitas vezes cair no pastelão de fato cansou muito em termos de filmografia de Edwards. De positivo não podemos deixar de elogiar a bonita fotografia e a bela reconstituição de época, inclusive contando com uma réplica do espalhafatoso carro de Tom Mix, uma ode ao exagero (e à breguice também!). A produção de fato é impecável, mas com um roteiro meio indeciso o filme deixou um pouco a desejar. Também foi pouco visto pois foi um tremendo fracasso de bilheteria, o primeiro da carreira de Bruce Willis. Pois é, não tem como acertar sempre.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Um Século em 43 Minutos

Título no Brasil: Um Século em 43 Minutos
Título Original: Time After Time
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures, Warner Bros
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Karl Alexander, Steve Hayes
Elenco: Malcolm McDowell, Mary Steenburgen, David Warner

Sinopse:
HG Wells (Malcolm McDowell) é um grande escritor e inventor que descobre que seu grande achado cientifico, a máquina do tempo, foi usada por ninguém menos do que o mais famoso psicopata e serial killer da história, Jack, o Estripador. O assassino em série vai parar no século 20 e cabe a Wells o trazer de volta ao seu tempo.

Comentários:
Depois de trabalhar em Calígula o ator Malcolm McDowell estrelou essa outra pequena jóia do cinema dos anos 70. "Time After Time" é uma bela homenagem ao grande escritor e visionário H.G. Wells (1866 - 1946). É a tal coisa, Wells foi tão imaginativo em seus escritos, tão maravilhosamente criativo, que como não era de se espantar surgiram inúmeras teorias sobre como ele teria descoberto tantos eventos e inventos que só surgiriam décadas depois de sua morte. Uma das teses mais bizarras era a de que ele conseguiu viajar no tempo. Obviamente se trata de uma deliciosa bobagem mas porque não transformar isso em um filme? Assim o próprio Malcolm McDowell deu vida a H.G. Wells. O roteiro é muito simpático e a direção de arte me deixou bastante satisfeito com o bom gosto. Claro que não recomendaria uma produção dessas para os jovens que vão aos cinemas hoje em dia pelo simples fato de que o que se vê aqui é a mais pura imaginação escapista, muitas vezes beirando a inocência. Não tem efeitos especiais digitais, como é óbvio, e nem pancadaria. É uma ficção bem mais sutil, que brinca o tempo todo com a imaginação do espectador. Pena que tem sido cada vez mais raro encontrar o filme hoje em dia pois faz parte da massa falida da Orion Pictures. Vamos torcer para que seja lançado um dia em DVD no Brasil.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Calígula

Título no Brasil: Calígula
Título Original: Caligola
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Penthouse Films International
Direção: Tinto Brass, Bob Guccione
Roteiro: Gore Vidal
Elenco: Malcolm McDowell, Peter O'Toole, Helen Mirren

Sinopse:
Filme que enfoca a história do imperador romano Calígula (12 d.C - 41 d.C). Após a morte de Tiberius (Peter O'Toole), seu tio, ele sobe ao poder máximo em Roma. Desde o começo seu desequilíbrio emocional e psicológico se mostra evidente. Dado a orgias extravagantes e assassinatos em série ele resolve testar todos os limites de seu poder absoluto, chegando ao ponto de nomear seu próprio cavalo como senador romano. Aos poucos suas loucuras o levam a um beco sem saída, com várias tramas para sua eliminação rondando seu poder imperial.

Comentários:
Esse é um daqueles filmes que até hoje me despertam a mesma pergunta: Por que deu errado? Uma história das mais interessantes, roteirizada pelo grande Gore Vidal, com um excelente elenco - incluindo os monstros da atuação Malcolm McDowell, Peter O'Toole e Helen Mirren - e um diretor de prestígio e mesmo assim as coisas desandaram de uma forma impressionante. Muitos apontam como culpado o produtor, dono do império adulto Penthouse, que inseriu cenas de sexo explícito no filme. Não penso que o problema de "Calígula" seja esse, na verdade isso fazia parte do dia a dia de todos aqueles imperadores depravados. O problema é estrutural pois o filme é mal editado, mal desenvolvido e para piorar com sérios problemas de direção (quem diria...). Malcolm McDowell defende bem sua atuação, até porque ele está na verdade soberbo em cena. Basta ver os antigos bustos do imperador louco de Roma para perceber a semelhança entre eles. Aquele olhar marcante, praticamente reptiliano é recriado com perfeição por Malcolm. O mesmo se pode dizer de Peter O'Toole como Tiberius, que era pedófilo, frívolo e maníaco. Seu olhar doentio, pálido e com gestos trêmulos mostra o grande ator que ele foi. Pena que o filme não se resume ao quesito atuação. Mesmo assim essa é uma produção que deve ser indicada aos fãs da sétima arte. Certamente os problemas são muitos, mas o filme acaba marcando, tanto de um ponto de vista positivo como negativo. Afinal de contas qualquer produção que enfoque o insano Caligula será sempre no mínimo interessante...

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de outubro de 2013

Halloween O Início

Título no Brasil: Halloween O Início
Título Original: Halloween
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Rob Zombie
Roteiro: Rob Zombie baseado no filme de John Carpenter
Elenco: Malcolm McDowell, Scout Taylor-Compton, Tyler Mane e Rob Zombie

Sinopse: 
A infância de Michael Myers (Daeg Faerch) não é nada fácil. Zombado por colegas de escola, humilhado por familiares, ele acaba extravasando sua raiva de uma maneira completamente violenta e sem limites. Usando uma máscara de palhaço ele começa a maltratar e torturar pequenos animais. Isso se torna a gênese de um futuro serial killer completamente sedento por sangue e violência insana.

Comentários:
"Halloween O Início" é aquele tipo de filme que você facilmente conclui que é bem desnecessário. Até porque o original já é um clássico e suas várias sequências só serviram para provar que a fórmula já está mais do que desgastada. Aqui o suspense e o clima são deixados de lado sem muita cerimônia. O que era medo sutil no primeiro filme vira puro exagero. O psicopata assume ares de super-herói, com poderes absurdamente atribuídos a ele. Em determinados momentos chega a atravessar paredes sem muito esforço. O que sobra é um produto muito chulo, com uso exagerado de palavrões e cenas sem qualquer noção. Seria bem melhor que deixassem o pobre Michael Myers em paz, afinal ele já havia sido imortalizado na obra de John Carpenter. Não era necessário voltar para esse filme inútil.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Excision

Um filme surpreendente. Assim eu poderia definir adequadamente essa produção de complicada classificação. No enredo acompanhamos a vida da adolescente Pauline (AnnaLynne McCord); Ela tem uma família modelo, sua mãe Phyllis (Traci Lords) quer que sua filha entre para uma boa escola onde aprenderá a se comportar como uma verdadeira dama da sociedade. O problema é que Pauline não se enquadra, ela é completamente fora dos padrões. Seu comportamento bizarro chama a atenção. Ela recolhe animais mortos na rua e os coloca em sua bolsa, marca com um garoto da escola para que ele lhe tire a virgindade e o pior é que delírios com sangue são recorrentes em sua mente. Vivendo em constante estado que denota doença mental ela vai piorando cada vez mais. O problema de sua irmã mais jovem que sofre de uma grave doença nos pulmões não ajuda em nada. Pauline tem sonhos de um dia se tornar uma grande médica, cirurgiã de sucesso mas não tem qualquer sinal de equilíbrio mental para isso. O roteiro, muito inteligente, coloca o espectador dentro da mente perturbada de Pauline. Seus sonhos e delírios são um dos grandes atrativos do filme.

O elenco dessa produção é um grande destaque. AnnaLynne McCord está perfeita como a perturbada adolescente. Magra, despenteada, com cara e jeito de sociopata, a atriz se entrega ao seu personagem e o resultado é realmente de chamar atenção. Mais curiosa é a boa atuação de Traci Lords como sua mãe. A antiga diva pornô dos anos 80 está muito bem caracterizada no papel de uma mãe muito dominadora que quer impor sua visão e sua vontade para sua filha estranha. Lords demonstra muita desenvoltura em cena e surpreende mesmo o espectador. Grande trabalho. Por fim outra curiosidade que merece menção: a presença no elenco de um dos cineastas mais transgressores do cinema americano, John Waters! Aqui ele interpreta um pastor religioso que não sabe mais como agir na presença da bizarra adolescente. Além de Traci Lords e John Waters, ambos em grande forma, o filme ainda traz no elenco de apoio a atriz surda premiada com o Oscar, Marlee Matlin, e o sempre marcante Malcolm McDowell como um professor que tem que aturar Pauline em sala de aula. Em suma, Excision é uma pequena obra prima, um filme muito instigante que vai deixar muita gente de queixo caído. Seu final é um dos mais marcantes e perturbadores que vi ultimamente. Excision é estranho, bizarro, perturbador e muito bom! Está mais do que recomendado.

Excision (Excision, Estados Unidos, 2012) Direção: Richard Bates Jr./ Roteiro: Richard Bates Jr. / Elenco:  AnnaLynne McCord, Traci Lords, Ariel Winter,  Roger Bart,  John Waters,  Malcolm McDowell, Marlee Matlin, Ray Wise / Sinopse: Adolescente muito estranha não consegue se encaixar nem na escola, nem nas amizades e nem em casa com a família. Dona de um comportamento estranho e bizarro ela tem que lidar com os problemas típicos de sua idade. Sem tratamento psicológico adequado porém ela aos poucos vai perdendo a noção da realidade do mundo ao seu redor.

Pablo Aluísio.