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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Ripley

Título no Brasil: Ripley
Título Original: Ripley
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Netflix
Direção: Steven Zaillian
Roteiro: Steven Zaillian, Patricia Highsmith
Elenco: Andrew Scott, Dakota Fanning, Johnny Flynn, Margherita Buy, Eliot Sumner, Maurizio Lombardi

Sinopse:
Milionário americano contrata um homem chamado Ripley para encontrar seu filho que mora na Itália e que nunca mais entrou em contato com a família. O sujeito pensa que Ripley seria um grande amigo de seu filho. Ledo engano. Só que Ripley também não vai perder essa oportunidade de ganhar muito dinheiro com toda aquela situação sui generis. 

Comentários:
Eu gostei muito dessa série "Ripley" e isso me surpreendeu bastante. Eu não havia gostado muito do filme original. Só que essa nova versão em forma de minissérie está realmente um primor! E são muitas as decisões acertadas. A começar pela fotografia em preto e branco que ficou belíssima. As cidades italianas e sua arquitetura poucas vezes ficaram tão bonitas na tela! O fato de se ter optado por transpor todo a história para a época certa - seguindo o livro original - foi outro ponto positivo. E o elenco está muito bem dirigido. Destaco o ator Andrew Scott como Ripley. Ele tem aquele olhar que tenta transparecer amizade e empatia com os outros, mas que na verdade esconde uma personalidade fria, manipuladora e calculista. Um verdadeiro camaleão, como todo psicopata que se preze. Um aspecto que vai incomodar a muitos talvez seja o final. Ora, penso diferente. Para uma história tão sórdida, o desfecho da história combina perfeitamente. Até porque, vamos ser sinceros, nem sempre o bem vence o mal. Principalmente no mundo real em que vivemos. Assim deixo minhas melhores impressões sobre essa minissérie. Item obrigatório para espectadores de fino bom gosto. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

A Grande Ilusão

Esse filme é bem interessante pois no fundo é uma crítica contra políticos populistas. O personagem principal interpretado pelo ator Sean Penn é um sujeito que entra na vida pública como tesoureiro da cidade onde mora. E nesse cargo presencia todo tipo de corrupção e roubo com o erário público. Então incentivado por outros decide entrar para a política, se candidatando a governador. No começo ele recebe o apoio de tipos que querem apenas manipular sua candidatura.

Nessa primeira fase de campanha eleitoral ele adota um discurso mais técnico, mostrando os desvios do tesouro público. Não dá muito certo, as pessoas nem entendem o que ele está falando. Então decide mudar de postura. Adota um discurso raivoso, populista, radical, se colocando ao lado do povo, se auto declarando um caipira, com o lema de que "caipira vota em caipira". Acaba dando certo e uma vez eleito ele se torna um político corrupto, cheio de esquemas por baixo do pano. Justamente o que ele mais criticava na campanha.

Um magistrado, interpretado por Anthony Hopkins, começa a critica-lo, dando o pontapé inicial de um impeachment e o governador decide então contratar um jornalista para descobrir os podres do juiz. Jogo sujo, baixo, barato. Embora o personagem de Sean Penn seja de mera ficção, ele foi inspirado em um político real chamado Huey Long, que foi governador da Louisiana, estado do sul dos Estados Unidos, durante a década de 1930. Como eu escrevi no começo desse texto o filme é uma grande crítica contra políticos populistas. Um tipo de escroque que ainda segue enganando o povo, mesmo nos dias atuais.

A Grande Ilusão (All the King's Men, Estados Unidos, 2006) Direção: Steven Zaillian / Roteiro: Steven Zaillian, Robert Penn Warren / Elenco: Sean Penn, Jude Law, Anthony Hopkins, Kate Winslet, Mark Ruffalo, James Gandolfini / Sinopse: O filme conta a história do político Willie Stark (Sean Penn). Populista, corrupto e mentiroso, ele engana seus eleitores, se tornando governador da Louisiana durante a década de 1950.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de março de 2017

A Qualquer Preço

Título no Brasil: A Qualquer Preço
Título Original: A Civil Action
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Steven Zaillian
Roteiro: Jonathan Harr, Steven Zaillian
Elenco: John Travolta, Robert Duvall, Kathleen Quinlan, William H. Macy, John Lithgow, James Gandolfini
  
Sinopse:
O importante para o advogado Jan Schlittman (John Travolta) é realizar acordos lucrativos em ações judiciais, não procurar por justiça. Ele quer o caminho mais fácil, rápido e financeiramente recompensador. As coisas mudam porém quando Jan é contratado por um grupo de famílias que foram prejudicadas por causa do vazamento tóxico causada por uma grande empresa. Duas crianças morreram por causa disso. A situação sensibiliza o advogado, que agora sim procurará lutar por justiça a qualquer preço. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall) e Melhor Fotografia (Conrad L. Hall).

Comentários:
Muito bom esse filme baseado em fatos reais. O primeiro grande mérito desse roteiro é desmascarar e colocar por terra aquela velha imagem romântica (e um tanto boba) que os brasileiros imaginam do sistema judiciário americano. Tanto lá, como aqui, temos uma situação em que poder financeiro fala mais alto. Na ação civil que faz parte da espinha dorsal desse roteiro (por isso o filme se chama originalmente "A Civil Action") vemos a luta de um advogado comum contra uma corporação rica e influente dentro do sistema. Famílias inteiras foram prejudicadas, duas crianças morreram intoxicadas por causa da irresponsabilidade dessa mesma empresa, mas nem isso comove os senhores de toga do sistema judicial dos Estados Unidos. Uma boa amostra que a corrupção, os interesses escusos e outros descaminhos, também fazem parte da justiça americana (que os brasileiros inocentemente pensam ser perfeita e isenta de máculas). John Travolta poucas vezes esteve tão bem em um filme, mas quem acaba roubando o show nesse elenco é o veterano e talentoso Robert Duvall, que merecidamente recebeu mais uma indicação ao Oscar por sua atuação! E se você pensa que apenas esses dois nomes chamam a atenção no elenco está bem enganado, o luxuoso elenco de apoio traz ainda atores excelentes como, por exemplo, William H. Macy, John Lithgow e James Gandolfini. Em suma um filme de tribunal bem acima da média, mostrando toda a sordidez que se pode encontrar pelos tribunais da vida. Muito recomendado.

Pablo Aluísio.