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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Imperador do Norte

Título no Brasil: O Imperador do Norte
Título Original: Emperor of the North Pole
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Christopher Knopf, Jack London
Elenco: Lee Marvin, Ernest Borgnine, Keith Carradine, Charles Tyner, Malcolm Atterbury, Simon Oakland

Sinopse:
Durante a grande depressão econômica dos Estados Unidos na década de 1930, um guarda ferroviário está decidido a não deixar nenhum "vagabundo" viajar de graça no trem onde trabalha. Para isso ele está disposto a usar de tudo, inclusive de violência letal. Então surge um homem que vive nas estradas de ferro disposto a mostrar a ele que há quem o desafie naquele mundo de violência extrema. 

Comentários:
Filme muito bom que explora um dos capítulos menos comentados da grande depressão. Naqueles tempos muitos homens pobres e desempregados ganhavam suas vidas nas estradas de ferro. Eles viajavam de cidade em cidade de forma clandestina nos trens que passavam. E havia guardas ferroviários especializados em colocar todas essas pessoas para fora dos trens, o que causava uma grande tensão entre esses dois grupos. Quem interpreta o guarda violento e obstinado nesse filme é Ernest Borgnine. Ele dá vida a esse sujeito simplesmente rude, brutal e asqueroso. Logo no começo do filme mata um pobre homem que pulou para dentro do trem em movimento. Diante de toda essa violência acaba surgindo seu rival nas estradas de ferro, um tipo durão interpretado por Lee Marvin. Ele está decidido a pegar o guarda ferroviário por causa de sua truculência. Auto intitulado como o "O vagabundo número 1 da América" ele parte para o confronte com o trem em movimento! Completa o trio principal de personagens um viajante mais jovem, mas cheio de marra, que gosta de exagerar seus próprios feitos. Esse personagem ganha vida com o ator Keith Carradine. Então é isso. Um filme muito bom, mostrando um lado da depressão americana que poucos conhecem. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Contrato de Risco

Título no Brasil: Contrato de Risco
Título Original: 2 Days in the Valley
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Herzfeld
Roteiro: John Herzfeld
Elenco: Jeff Daniels, Teri Hatcher, Danny Aiello, Charlize Theron, James Spader, Eric Stoltz, Keith Carradine

Sinopse:
No Vale de San Fernando, no condado de Los Angeles, dois assassinos profissionais, Lee Woods (James Spader) e Dosmo Pizzo (Danny Aiello), invadem uma casa à noite e entram em um quarto para executar mais um "serviço" pelo qual foram contratados, mas as coisas definitivamente não saem como era esperado. 

Comentários:
Filme policial bem legal dos anos 90. Para quem curte a série "Lista Negra" (Blacklist) vai ser mais do que curioso ver um ainda jovem James Spader esbanjando charme como um assassino profissional. Seu personagem é do tipo almofadinha de Wall Street. Bem elegante, vestido com trajes finos, cabelos bem penteados, óculos da moda. Bem ao contrário dos tiras que surgem em cena como tipos meio abobalhados, suarentos, confusos e nada profissionais. Agora, em termos de elenco, quem merece suspiros mesmo é a gata Charlize Theron. Se hoje em dia é uma mulher bonita, imagine com vinte e poucos anos, vestindo roupas sensuais (e algumas vezes seminua mesmo) em cenas quentes. É para deixar qualquer um de queixo caído. Então é isso. Deixo aqui uma boa dica de um filme bem legal dos anos 90, hoje em dia injustamente bem esquecido. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Cavalgada dos Proscritos

Em 1980 chegou aos cinemas esse bom western intitulado "Cavalgada dos Proscritos". Na história o famoso criminoso do velho oeste Jesse James (James Keach) e seu irmão Frank James (Stacy Keach) resolvem formar um bando de assaltantes de bancos e trens no Missouri do século XIX, poucos meses depois do fim da guerra civil. Ao lado dos irmãos Youngers eles colocam as pequenas cidades do oeste em pavorosa. Para enfrentá-los a agência de investigação Pinkerton envia seus melhores homens. Esse é mais um filme enfocando a lendária figura do fora da lei Jesse James (1847 - 1882). O roteiro procura inovar bastante na forma como conta essa história. Assim ao invés de focar exclusivamente na figura de Jesse James, o texto procura também desenvolver os outros homens de seu bando, em especial os irmãos Youngers, que cavalgaram por muitos anos ao lado de Jesse. 

Há três grandes cenas nessa produção que merecem menção. A primeira quando o grupo fica encurralado numa casinha de madeira no pé da montanha. Cercados pelos Pinkertons eles precisam descer um desfiladeiro em debandada debaixo de uma chuva de tiros. Outra cena muito boa é o tiroteio final ocorrido nas ruas de uma cidadezinha de Minnesota. Nessa sequência em particular o estilo do diretor Walter Hill homenageia o grande Sam Peckinpah ao filmar tudo em câmera lenta, mostrando todos os mínimos detalhes da violência do confronto entre bandidos e policiais. Por fim há a cena que abre a história. Nesse momento o que é valorizado é a tensão pois o grupo está em um banco, cercado por homens da lei do lado de fora. Curiosamente o bando de Jesse James é formado por três grupos de irmãos no elenco, os Carradines (David, Keith e Robert), os Quaids (Dennis e Randy) e os Keachs (James e Stacy), tudo contribuindo para o excelente resultado final desse western que é certamente muito recomendado para os fãs do gênero.

Cavalgada dos Proscritos (The Long Riders, Estados Unidos, 1980) Estúdio: United Artists, MGM / Direção: Walter Hill / Roteiro: Bill Bryden, Steven Smith / Elenco: David Carradine, Stacy Keach, Dennis Quaid, Keith Carradine, Robert Carradine, James Keach, Stacy Keach, Randy Quaid, Nicholas Guest / Sinopse: No velho oeste americano o criminoso e pistoleiro Jesse James decide formar uma quadrilha especializada em roubos a bancos e ferrovias. Assim que os primeiros crimes são cometidos, um grupo de homens da lei começa a caçar os bandidos. Filme indicado ao Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pretty Baby – Menina Bonita

Essa semana, para minha surpresa, me deparei com esse filme sendo exibido em um canal a cabo pelo período da tarde. Sem falsos moralismos acredito que esse definitivamente não seja o horário adequado para a exibição dessa película. O motivo? Basta dar uma lida na sinopse para descobrir. O filme narra a vida de uma garota de apenas 12 anos, Violet, interpretada por Brooke Shields. A estória se passa em New Orleans no começo do século XX. Tudo estaria tudo bem se não fossem as circunstâncias que rondam a vida da jovem. Ela é filha de uma prostituta, interpretada por Susan Sarandon. Vive dentro de um bordel decadente e lascivo. Como se não bastasse tem sua virgindade leiloada sem pudores durante uma noite. Entre os clientes que dão seus lances estão políticos (um senador depravado), empresários, homens de negócios e até mesmo sujeitos que passam a imagem de serem acima de qualquer suspeita dentro da sociedade. A cena do leilão é tratada com fina naturalidade, o que deixa tudo ainda mais perturbador.

O filme ainda trata sobre um improvável romance envolvendo a garotinha e um homem bem mais velho que ganha a vida vendendo fotos de nudismo das prostitutas – clicando inclusive a própria mãe da personagem de Brooke Shields. O filme tem nudez moderada (apenas seios à mostra) mas pelo tema forte e complicado do ponto de vista moral só deveria ser exibido tarde da noite, em um horário mais adequado para sua proposta. Aqui obviamente não se trata de censura mas de bom senso apenas. Tirando as questões morais de lado é importante ainda chamar a atenção para a postura do filme sobre o tema de que trata. As prostitutas, as doenças, a vida sacrificada e explorada, tudo vai surgindo na tela com se fosse algo muito natural na vida daquelas personagens. O diretor Louis Malle parece muito à vontade em contar essa estória. Algumas das mulheres nasceram em bordéis e não conseguem ver outra vida pela frente. A dona do estabelecimento, uma cafetina destruída pela vida e pelo tempo, mais parece uma personagem saída dos filmes de Fellini. Brooke Shields a estrela juvenil repudiou o filme alguns anos depois afirmando que não deveria ter feito algo assim. Olhando para trás devo concordar. O filme é bom, não restam dúvidas, mas seu tema é forte demais para uma atriz tão jovem quanto Brooke era na época. De uma forma ou outra vale a pena ser redescoberto nem que seja para vermos como a prostituição infantil era terrivelmente encarada como algo normal naquele passado distante.

Pretty Baby - Menina Bonita (Pretty Baby, Estados Unidos, 1978) Direção: Louis Malle / Roteiro: Polly Platt / Elenco: Brooke Shields, Keith Carradine, Susan Sarandon / Sinopse: Garota de 12 anos, filha de uma prostituta, tem sua virgindade leiloada no bordel onde vive. Ao mesmo tempo começa a ter sentimentos por um homem bem mais velho, um fotógrafo de nudismo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Face Oculta

Essa é uma pequena obra prima, praticamente desconhecida do grande público que sinceramente mal sabe o que está perdendo. O filme tem um começo que em nada nos faz pensar que algo de interessante vai acontecer com o desenrolar do filme. Mero engano. O filme cresce muito pois o cotidiano da pequena Peacock vai revelando coisas bizarras e terríveis. O filme me lembrou muito Psicose de Hitchcock pelas razões que não irei revelar aqui pois corre-se o risco de simplesmente estragar o filme para quem vai assistir pela primeira vez. 

Basta dizer que esse é um thriller psicológico classe A. Ideal para estudantes de psiquiatria forense. O ator Cillian Murphy dá show de interpretação. O papel que faz exige bastante e ele se saí extremamente bem. Embora não seja muito conhecido de nome todos logo vão se lembrar dele por seu papel mais popular, o de Espantalho do filme Batman. A ótima atriz Ellen Page também faz um dos principais papéis, a de uma típica "white Trash" do sul dos EUA, com um filho e sem perspectiva nenhuma na vida. Completando o elenco ainda temos Susan Sarandon, excelente como sempre. Se não assistiu ainda corra para ver pois esse filme é pra lá de interessante. 

Face Oculta (Peacock, Estados Unidos, 2010) Direção: Michael Lander / Roteiro: Michael Lander, Ryan O Roy / Elenco: Cillian Murphy, Ellen Page, Susan Sarandon, Josh Lucas, Bill Pullman, Graham Beckel, Keith Carradine, Eden Bodnar, Chris Carlson, Flynn Milligan, Virginia Newcomb, Jaimi Paige / Sinopse: Um acidente de trem numa cidadezinha do meio oeste americano revela um grande secreto envolvendo um pacato bancário da região.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Os Duelistas

Título no Brasil: Os Duelistas
Título Original: The Duellists
Ano de Produção: 1977
País: Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Gerald Vaughan-Hughes
Elenco: Keith Carradine, Harvey Keitel, Albert Finney

Sinopse:
Baseado na obra de Joseph Conrad. Um oficial do exército francês, no período da glória de Napoleão Bonaparte, insulta um outro militar. Como era costume na época tudo deveria se resolver em duelos de espadas ou armas de fogo. Ao longo dos anos eles se encontrarão várias e várias vezes para defender sua honra. Filme vencedor do Cannes Film Festival. Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Fotografia.

Comentários:
Bom filme dirigido pelo talentoso Ridley Scott. É curioso que o diretor tenha se limitado a transpor para as telas, da forma mais fiel possível, o livro de Joseph Conrad. Essa obra, de apenas 100 páginas, é uma crítica velada aos valores morais do período Napoleônico. Assim o duelo, tão comum entre cavalheiros daquela época, ganha contornos de tragédia grega, com um pezinho na absurda situação de levar um duelo em frente por anos e anos. Como o conteúdo do livro é por demais simples - o enredo caberia até mesmo em um média metragem - Ridley Scott resolveu apostar na estética das cenas. Como bem se sabe o diretor veio do mercado publicitário, onde o que menos importa é o conteúdo mas sim a forma como se mostra o produto. "Os Duelistas" vai bem por esse caminho. Como não há muito o que se contar o diretor capricha nas tomadas de cenas, na fotografia em seda e no clima dos duelos que vão se sucedendo ao longo do filme. Por essa razão o resultado final se mostra muito estiloso e bonito, embora não haja um grande roteiro por trás de tudo o que se vê ao longo de sua duração.

Pablo Aluísio.