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segunda-feira, 4 de maio de 2020

A Vingança de Lefty Brown

Título no Brasil: A Vingança de Lefty Brown
Título Original: The Ballad of Lefty Brown
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: A24, Higher Content
Direção: Jared Moshe
Roteiro: Jared Moshe, Jared Moshe
Elenco: Bill Pullman, Peter Fonda, Tommy Flanagan, Kathy Baker, Stephen Alan Seder, Joseph Lee Anderson

Sinopse:
O senador recém eleito Edward Johnson (Peter Fonda) é assassinado covardemente nas terras de seu rancho enquanto procurava por ladrões de cavalos. Seu amigo há 40 anos, Lefty Brown (Bill Pullman), decide vingar sua morte, mas isso não será algo simples de fazer, pois há pessoas importantes por trás do crime.

Comentários:
Gostei muito desse western chamado "The Ballad of Lefty Brown". Embora o roteiro não traga nada de muito novo, apostando novamente no tema da vingança pessoal, há elementos aqui que chamam a atenção do espectador. Uma delas é a presença de quatro amigos de longa data. Eles foram pioneiros na conquista do oeste. Agora, já rompendo a barreira dos 60 anos, as coisas ficam mais turvas. O senador interpretado por Peter Fonda em um de seus últimos trabalhos, é morto com um tiro na cabeça a longa distância. Um dos seus quatro amigos mais próximos pode estar envolvido. Bill Pullman é o protagonista que jura vingança, mas não pense em um personagem do velho oeste nos padrões conhecidos. Ele já está bem velho, não tem muito jeito para resolver a situação, mas mesmo assim parte em frente. Outro personagem que merece destaque é o velho pistoleiro interpretado pelo ator Tommy Flanagan. Depois da morte da esposa ele se entrega para a bebida, mas precisa se levantar de alguma forma, pois o senador morto também era seu grande amigo pessoal. Enfim, um bom faroeste moderno, contando com um elenco entrosado, bem escolhido e um roteiro que se não chega a ter muitas novidades cumpre perfeitamente bem seu papel.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 11 de março de 2019

Os Indomáveis

“Galante e Sanguinário” é uma pequena obra prima do Western americano da década de 50 estrelada por Glenn Ford. Já tivemos inclusive a oportunidade de analisar o filme aqui em nosso blog. Agora vamos falar um pouco sobre seu remake, essa produção intitulada “Os Indomáveis”. A estória é idêntica ao filme original: Um jovem e pacífico fazendeiro chamado Dan Evans (Christian Bale, em um papel que nada lembra seu Batman) acaba sendo eleito como assistente de xerife de uma cidadezinha do velho oeste e como tal ele terá que exercer as funções inerentes ao cargo, entre elas escoltar um pistoleiro famoso, Ben Wade (Russell Crowe), até a estação de trem onde ele pagará a locomotiva das 3:10hs rumo a Yuma, cidade onde está localizado o Tribunal competente para julgá-lo.

O que parece ser uma tarefa até simples se mostrará extremamente perigosa pois Wade é líder de uma quadrilha de facínoras que fará de tudo para libertá-lo. A situação é de extremo perigo mas Evans se mostra decidido a cumprir sua obrigação para mostrar sua firmeza de caráter ao seu filho. Assim ele também provará que é um homem de bravura, muito embora nunca tenha sido um valentão de saloon em sua vida, mas apenas um homem honesto que conseguiu criar sua família com muito suor e trabalho.

Como aconteceu em “Galante e Sanguinário” temos aqui um perfeito exemplo de enredo que ficou conhecido como western psicológico. A denominação cai muito bem pois o que existe realmente entre o rancheiro e o assassino que deve escoltar é uma guerra psicológica de espera e ansiedade. Ben Wade (Crowe) é um assassino de sangue frio, acostumado a viver em situações limites como a mostrada no filme. Já Dan Evans (Christian Bale) é um homem comum, trabalhador do campo, que terá que lidar com tudo da melhor forma possível. Desse duelo de personalidades tão díspares nasce todo o conflito e a base dramática do roteiro, que aliás é extremamente bem escrito.

Também é fácil perceber que estamos na presença de um enredo que exige bastante de seus intérpretes. Nesse aspecto nem Bale e nem Crowe decepcionam. Estão muito bem em seus respectivos personagens. O destaque do elenco porém vai para Ben Foster, perfeito em sua atuação como um dos membros da gangue de Ben. Com os nervos à flor da pele, ele rouba a cena para si. Simplesmente excepcional sua atuação.  Em suma, apesar de definitivamente não gostar de remakes tenho que dar o braço a torcer para esse “Os Indomáveis” que conseguiu resgatar essa estória sem desrespeitar o filme original e nem agredir o fã de westerns clássicos. É uma boa produção, valorizada por um ótimo elenco, que revitaliza o filme de Glenn Ford. Pode assistir sem receios.

Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007) Direção: James Mangold / Roteiro: Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Chris Browning, Chad Brummett, Kevin Durand, Hugh Elliot, Peter Fonda, Ben Foster, Jason Henning, Henry Herman, Logan Lerman. / Sinopse: Dan Evans (Christian Bale) é um pacato e pacífico rancheiro que terá que escoltar um perigoso assassino e pistoleiro, Ben Wade (Russel Crowe), até uma estação de trem onde será levado até o Tribunal da cidade de Yuma, onde finalmente será julgado e punido por seus inúmeros crimes. Porém antes disso terá que sobreviver ao ataque da gangue de Wade que fará de tudo para libertá-lo antes que embarque na locomotiva. Remake do clássico “Galante e Sanguinário” de 1957 com Glenn Ford.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Fúria da Tempestade

Título no Brasil: Fúria da Tempestade
Título Original: The Tempest
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC Studios
Direção: Jack Bender
Roteiro: James S. Henerson
Elenco: Peter Fonda, John Glover, Harold Perrineau, Katherine Heigl, John Pyper-Ferguson
  
Sinopse:
Estados Unidos. Sul. 1851. O fazendeiro Gideon Prosper (Peter Fonda) se vê traído por seu próprio irmão e resolve se esconder no meio das florestas perto de sua antiga fazenda. Ao seu lado segue sua amada filha. Tudo muda novamente quando os tambores da guerra começam a tocar. Uma grande guerra civil entre norte e sul se aproxima no horizonte. Muitos morrerão.

Comentários:
O dramaturgo William Shakespeare escreveu a peça "A Tempestade" em 1610. De lá para cá houve inúmeras, milhares de adaptações, tanto para os palcos, como também para o cinema. Essa versão que aqui temos foi feita para a TV, para ser exibida no canal NBC. Para sair um pouco do convencional o roteirista James S. Henerson resolver levar a estória original para os Estados Unidos, nas portas da guerra civil americana. Não foi a primeira vez que mudaram o contexto histórico original de uma obra de Shakespeare. Apesar de algumas críticas isso não atrapalhou o resultado. O filme chegou a arrancar até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator para Peter Fonda, isso apesar dele também ter sido criticado por ter atuado de forma apática. Enfim, no final das contas o fato é que qualquer adaptação de Shakespeare é sempre muito bem-vinda. Na pior das hipóteses essas versões servem pelo menos para ajudar a divulgar a obra desse autor imortal, abrindo uma porta de entrada para que os jovens procurem pelos textos originais do bardo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sem Destino

A década de 1960 foi muito efervescente do ponto de vista cultural. O movimento hippie estava no ar e os jovens pensavam que tudo se resolveria através da singela filosofia da “Paz e Amor”. Infelizmente os fatos provaram que não era bem assim. Bom se todos aqueles movimentos se mostraram inócuos na vida real pelo menos na arte os anos 60 legaram para a posteridade ótimos discos, peças de teatro e filmes. Um dos mais celebrados foi justamente esse “Sem Destino”. O projeto nasceu de uma proposta de trabalho de Peter Fonda e Dennis Hopper que procuravam viabilizar a realização de filmes com baixo orçamento mas muitas idéias novas na cabeça. Peter, filho do ícone Henry Fonda, queria se afastar dos grandes estúdios e seus executivos, que não conseguiam mais entender a nova geração que estava aí. Ele racionalizou e entendeu que no máximo precisaria das grandes companhias cinematográficas apenas na fase de distribuição, já que na questão de produção e filmagem poderia bancar tudo praticamente sozinho. Hopper,  um notório “maluco beleza” daqueles anos, entendia que tudo o que precisava para realizar um bom filme era captar os novos tempos que pairavam dentro da sociedade americana naquele momento. Se afastar o máximo possível da mera ficção com o objetivo de retratar a realidade do cotidiano das pessoas ao redor.

E foi com esse espírito independente que nasceu seu maior filme, “Sem Destino”. Peter Fonda se uniu aos amigos Jack Nicholson (antes de virar um grande astro de Hollywood) e Dennis Hopper (símbolo da contracultura e do cinema de vanguarda) para literalmente cair na estrada, sem lenço e nem documento. Juntos a uma pequena equipe de filmagens saíram pelas highways americanas filmando tudo o que de interessante encontravam pela frente. Como a produção deveria ter custo mínimo o roteiro foi sendo escrito no calor dos acontecimentos, conforme as filmagens avançavam. Havia certamente uma linha narrativa muito tênue a seguir escrita pelo roteirista Terry Southern, mas o resto da estória foi sendo criado in loco por Fonda e Hopper durante as gravações. Uma das maiores ironias do elenco era certamente a presença de Jack Nicholson, um notório malucão dos anos 60, aqui interpretando um personagem careta! Assim que chegou nas telas o resultado comercial se revelou espetacular. “Sem Destino” custou a bagatela de meros 400 mil dólares e rendeu mais de 70 milhões de bilheteria, se tornando um dos filmes mais lucrativos da história. Peter Fonda se tornou um homem rico praticamente da noite para o dia, pois havia trocado seu cachê por um percentual nos lucros. “Sem Destino” no final das contas se revelou um ótimo produto do sistema capitalista americano que criticava, quem diria...

Sem Destino (Easy Rider, Estados Unidos, 1969) Direção: Dennis Hopper / Roteiro: Peter Fonda, Dennis Hopper, Terry Southern / Elenco: Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson / Sinopse: Dois motoqueiros vagam pelas estradas americanas em busca de aventuras. Em seu caminho conhecem os mais diferentes tipos de pessoas, desde caretas até hippies tentando viver o sonho da filosofia “Paz e Amor”. Premiado no Festival de Cannes com o prêmio de melhor filme de diretor estreante (Dennis Hopper). Indicado a Palma de Ouro. Indicado aos Oscars de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson) e melhor roteiro original.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Peter Fonda (1940 - 2019)

Faleceu ontem o ator Peter Fonda. Ele foi o mais rebelde membro de uma família de grandes atores e atrizes. Um verdadeiro clã da sétima arte. Peter era filho do grande Henry Fonda, uma das lendas do cinema americano em sua fase de ouro. Também era irmão de Jane Fonda, que dispensa maiores apresentações para os cinéfilos. E como se isso não fosse o bastasse ainda foi o pai de Bridget Fonda, jovem atriz talentosa, hoje afastada do cinema.

Curiosamente Peter Fonda decidiu não seguir os passos do pai. Ao invés de ser um ator de grandes filmes, dos maiores estúdios de Hollywood, ele resolveu trilhar o caminho do cinema independente, com filmes de pequenos orçamentos, mas que tinham maior liberdade criativa. De fato o ator nunca atuou em um blockbuster típico da indústria cinematográfica americana. Ele rejeitou isso, preferindo trabalhar em pequenos e muitas vezes desconhecidos filmes.

Um deles chamado "Sem Destino" foi um grande sucesso. Foi um filme feito como Peter gostava, com pouco dinheiro, quase amador, contando com uma equipe técnica e elenco formados basicamente por amigos de longa data. Esse filme foi um marco porque foi considerado um dos melhores momentos da contracultura no cinema americano. O sucesso de bilheteria não era algo que Peter almejava, mas aconteceu. Com Jack Nicholson em começo de carreira e um maluco como Dennis Hooper como seu coadjuvante, os jovens adoraram a ideia de existir um filme como aquele, sobre dois motoqueiros que ganhavam a estrada sem rumo, sem destino, mas com muita liberdade.

Depois desse grande sucesso Peter Fonda seguiu seu próprio caminho. Foram 116 filmes no total, sendo que a grande maioria deles segue sendo inéditos no Brasil. São filmes bem pequenos, nada comerciais, beirando o amador. Tudo feito para ser exibido em pequenos cinemas de arte pela América. Peter Fonda não queria grandes responsabilidade e fazia cinema por amor apenas. Essa foi a principal característica de sua filmografia. É algo tão escondido e obscuro que muitos cinéfilos precisam vasculhar coleções perdidas para ter acesso aos filmes.

No convívio familiar ele colecionou desavenças. Brigou com o pai conservador, por causa de seu estilo de vida rebelde. O velho Henry Fonda não achava nada bom ter um filho como ele, um quase hippie. Com Jane Fonda, a irmã, as coisas também não eram mais amenas. Houve muitas brigas ao longo dos anos, inclusive por questões políticas. Fumante inveterado (inclusive de maconha), o ator apgou o preço por anos de tabagismo. Ele morreu de um câncer de pulmão fulminante. Uma pena, ele foi um dos grandes outsiders do cinema americano. Um ator que nunca se curvou comercialmente ao sistema. Descanse em paz, Capitão América.

Pablo Aluísio.