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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Terra Fria

Não adianta. Algumas atrizes são tão bonitas que nem em histórias trágicas e sofridas se consegue retirar sua beleza para fora das telas. Charlize Theron sempre foi uma das mais belas do cinema atual. Tentando fugir desse rótulo ela andou procurando por roteiros mais desafiadores, que a tirassem desse modelo de beleza vazia que andava sondando sua filmografia. Afinal esse é de certa forma um estigma que acompanha muitas atrizes e atores. Eles temem que sem o devido reconhecimento por seu trabalho dramático sejam esquecidos após os anos lhes retirarem sua estética. Afinal de contas um rosto bonito só dura mesmo alguns poucos anos.

Nesse "North Country" Charlize Theron interpreta Josey Aimes. Ela é uma mãe solteira que precisa trabalhar para criar seus dois filhos. De volta à terra natal, em Minnesota, tudo o que consegue arranjar é um emprego duro nas minas da região. O trabalho é pesado, mas o salário minguado pelo menos coloca a comida sobre a mesa e para ela isso é tudo o que importa no momento. O problema é que ela, por ser uma bela mulher ainda, acaba sendo vítima de assédio sexual de seus próprios superiores no emprego. A partir daí a coisa foge do controle e sua história acaba sendo o retrato das dificuldades que as mulheres enfrentam dentro do mercado de trabalho. Um filme muito bom em que Charlize tenta de todas as formas surgir na tela não como uma deusa do cinema, mas sim como uma mulher normal, operária, que tenta ganhar a vida de forma honesta e íntegra. Ela conseguiu. Belo roteiro social que merece passar por uma nova revisão, sempre que possível.

Terra Fria (North Country, Estados Unidos, 2005) Direção: Niki Caro / Roteiro: Michael Seitzman, Clara Bingham / Elenco: Charlize Theron, Jeremy Renner, Frances McDormand / Sinopse: O filme conta a história de uma mãe solteira em um momento particularmente complicado de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Charlize Theron) e Melhor Atriz Coadjuvante (Frances McDormand). Também indicado ao Globo de Ouro e ao Bafta nas mesmas categorias.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Lugares Escuros

Título no Brasil: Lugares Escuros
Título Original: Dark Places
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, França, Inglaterra
Estúdio: Exclusive Media Group
Direção: Gilles Paquet-Brenner
Roteiro: Gilles Paquet-Brenner
Elenco: Charlize Theron, Christina Hendricks, Chloë Grace Moretz, Tye Sheridan, Corey Stoll, Andrea Roth
  
Sinopse:
Libby Day (Charlize Theron) carrega consigo um passado terrível. Quando era apenas uma garotinha, seu irmão mais velho teria supostamente assassinado toda a sua família em um acesso de insanidade turbinada por um fanatismo criado em sua mente por uma seita satânica frequentada por jovens da região. Agora, mais de 30 anos depois da chacina, ela é procurada por um empresário que decide contratá-la para participar de uma convenção de fãs de crimes hediondos e infames (sim, eles existem em grande número nos EUA!). Precisando de dinheiro ela acaba aceitando o estranho convite. A reaproximação com seu passado mais uma vez lança uma carga emocional muito forte sobre Libby, ao mesmo tempo em que a leva rever todos os detalhes daquele crime. O que realmente teria acontecido na noite em que sua família foi brutalmente assassinada?

Comentários:
A mente tem lugares escuros e sombrios que não devem ser sondados. Em "Dark Places" temos uma pequena amostra sobre isso. Charlize Theron decidiu deixar todo o glamour de lado para investir nessa personagem, uma mulher que teve sua família (e sua vida) destruída quando seu irmão resolveu matar todos os seus familiares em uma noite de loucura quando ela era apenas uma criança. Preso e condenado a mais de 30 anos de prisão, o assassino agora precisa rever seu próprio passado com a ajuda de sua irmã, algo que vai desvendar aspectos do passado que deveriam ficar nas sombras. É interessante perceber que de alguma maneira Charlize Theron criou uma identificação com sua personagem Libby. Recentemente ela confessou em uma sincera entrevista que sofre há muitos anos de um transtorno obsessivo-compulsivo causado por uma tragédia em sua juventude quando presenciou sua mãe matando seu próprio pai. O sujeito era um alcoólatra que maltratava sua esposa e filhas. Uma noite chegou em casa violento e quis matar as crianças, sem outra alternativa a mãe de Charlize assassinou seu pai na frente delas. Um triste retrato de violência doméstica.

Claro que um acontecimento tão violento acaba criando um trauma para o resto da vida, algo muito complicado de se superar. Assim é óbvio que o roteiro desse filme criou um vínculo imediato com a própria vida da atriz, que acabou encontrando em sua história uma forma de redenção pessoal, uma maneira de enterrar para sempre esses fantasmas do passado. Dito isso, o que há de mais interessante nessa produção é a tentativa de Libby (Theron) em reconstruir todos os detalhes do crime, para assim chegar a um conclusão mais definitiva sobre quem realmente teria apertado o gatilho contra sua mãe e suas irmãs. Devo dizer que o caminho até a descoberta de todos os eventos é muito interessante, porém o desfecho e o clímax não me convenceu muito. A sensação que ficou foi a de que a autora Gillian Flynn, que escreveu o livro que deu origem ao filme, se perdeu um pouco, criando uma situação forçada que definitivamente não me pareceu muito verossímil. Mesmo com esse deslize no final o filme vale a pena, seja pelo suspense, seja pela corajosa atitude de Charlize Theron em encarar uma história que tem muito a ver com seu próprio passado. A coragem dela acaba sendo assim o grande motivo para assistir a esse "Lugares Escuros".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Homens de Honra

Título no Brasil: Homens de Honra
Título Original: Men of Honor
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: George Tillman Jr.
Roteiro: Scott Marshall Smith
Elenco: Cuba Gooding Jr., Robert De Niro, Charlize Theron, Powers Boothe
 
Sinopse:
O enredo gira em torno da história de Carl Brashear (Cuba Gooding Jr), um marinheiro que está determinado a se tornar o primeiro negro a entrar no esquadrão de elite da Marinha americana, algo que será muito complicado de alcançar por causa do inegável racismo reinante entre os oficiais e demais companheiros de farda. Billy Sunday (Robert De Niro), seu instrutor, irá modificar até mesmo sua mentalidade  retrógrada diante da força de vontade de seu subordinado. Filme indicado ao Grammy Awards na categoria de Melhor Trilha Sonora incidental.

Comentários:
Considero um filme apenas razoável, com roteiro sem grandes novidades trazendo um claro e óbvio tom de ufanismo no que diz respeito aos valores sacrossantos do militarismo americano. Provavelmente o maior problema do filme provenha de seu elenco. Como se sabe o ator Cuba Gooding Jr venceu um Oscar muito cedo em sua carreira. Por essa razão todos esperavam muito por parte dele, mas sinceramente falando ele até hoje só deu mancada na escolha dos filmes que realizou. Nesse "Men of Honor" seus maiores defeitos ficam extremamente evidentes. O rapaz é esforçado, mas lhe falta talento mesmo. Em filmes mais leves, comédias ou fitas de ação, ele até segura bem a onda, porém quando é exigido em tramas mais densamente tramáticas a coisa toda desanda, ganhando ares de tragicomédia. Aqui isso fica muito claro. Quando seu personagem precisa enfrentar momentos dramáticos tudo o que Cuba consegue é fitar o horizonte tentando passar alguma profundidade ao espectador! Lamentável, até porque tudo se torna em vão pois a sensação de vazio é direta e óbvia demais para ignorar. Ele passa a impressão de que simplesmente não sabe o que fazer em cena. Para falar a verdade em determinadas momentos temos mesmo que segurar o riso por causa de seus limitadíssimos dotes dramáticos, uma vergonha! Robert De Niro poderia até mesmo salvar o filme no quesito atuação, mas seu personagem é muito coadjuvante para fazer alguma diferença. Nem a beleza da maravilhosa Charlize Theron escapa da mediocridade reinante. Assim o que sobra no final é uma mera patriotada com carência enorme de boas atuações.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de novembro de 2014

No Vale das Sombras

Título no Brasil: No Vale das Sombras
Título Original: In the Valley of Elah
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Mark Boal
Elenco: Tommy Lee Jones, Charlize Theron, Susan Sarandon, Jason Patric, Josh Brolin, Jonathan Tucker

Sinopse:
Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) tem um sério problema a resolver. Seu filho, um veterano do exército na intervenção americana no Iraque, resolve desertar das forças armadas e muito provavelmente para não ser preso e enfrentar uma severa corte marcial resolve fugir, desaparecer, sem deixar rastros. Seu pai Hank então junta todos os esforços ao lado da detetive Emily Sanders (Charlize Theron) e da mulher de Hank, Joan (Susan Sarandon), para descobrir sobre seu verdadeiro paradeiro.

Comentários:
Filme com um tremendo elenco que conseguiu unir mistério, suspense e até mesmo aventura. A trama é por demais interessante e mostra um lado da guerra que nem sempre é muito explorado por Hollywood, a aflição dos pais de jovens que são enviados ao exterior e uma vez lá sofrem danos psicológicos irreversíveis. O grande mérito do filme vem do trabalho do ator Tommy Lee Jones. É incrível como ele consegue mesmo não usando muitas expressões faciais transmitir inúmeras emoções internas aos espectadores. Aqui seu estilo se sobressai como nunca. Enquanto os demais membros do elenco se esforçam ao máximo para impactar em cena, Jones é de uma calma que incomoda. Mesmo assim o cinéfilo mais atento verá que por trás do mar de tranquilidade há um maremoto terrível de sentimentos que poderá explodir a qualquer momento. No geral o filme consegue agradar bastante, tanto que também se consagrou nos principais festivais de cinema, entre eles o Oscar que deu uma justa indicação a Tommy Lee Jones por sua excelente atuação.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Enigma do Espaço

Título no Brasil: Enigma do Espaço
Título Original: The Astronaut's Wife
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Rand Ravich
Roteiro: Rand Ravich
Elenco: Charlize Theron, Johnny Depp, Joe Morton

Sinopse:
O astronauta americano Spencer Armacost (Johnny Depp) quer repensar sua vida. Após participar de uma missão que quase termina em desastre ele decide abandonar sua carreira para finalmente se dedicar mais à sua família, até porque sua esposa Jillian (Charlize Theron) está esperando por seu primeiro filho. O problema é que Jillian percebe que desde que Spencer abandonou o programa espacial há algo de errado em seu comportamento e modo de ser. Ela desconfia até mesmo de sua verdadeira identidade. Será que o astronauta não é mais quem afirma ser?

Comentários:
"The Astronaut's Wife" é aquele tipo de filme que você assiste por causa do elenco e depois de alguns dias se esquece completamente do que viu. Por quê? Porque é uma obra que não marca, não finca raízes no espectador. A premissa é boa, o desenvolvimento também, mas o roteiro não consegue evitar o bocejo e a cara de sono de quem assiste. Charlize Theron está maravilhosa - se ela é linda hoje em dia imagine em 1999 quando era bem mais jovem e natural! Johnny Depp encara um personagem diferente que tenta trazer algo mais, mostrar uma certa profundidade psicológica, mas infelizmente tudo se torna em vão por causa da falta de uma maior consistência nessa trama meio sonolenta. Sua pretensão também atrapalha, se tivesse levado com mais leveza o resultado teria sido mais interessante. O enredo Sci-fi poderia render um filme ao estilo UFO dos mais interessantes, porém o diretor Rand Ravich não parece disposto a ir até as últimas consequências. Ele inclusive assina uma nova série agora em 2014, "Crisis", que até tem conseguido resenhas positivas nos Estados Unidos. É ver para crer.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de março de 2014

A Batalha de Seattle

Título no Brasil: A Batalha de Seattle
Título Original: Battle in Seattle
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Hyde Park Entertainment, Insight Film Studios
Direção: Stuart Townsend
Roteiro: Stuart Townsend
Elenco: Charlize Theron, Channing Tatum, Ray Liotta, Woody Harrelson, Joshua Jackson, Michelle Rodriguez  

Sinopse:
O filme retrata aspectos das vidas de várias pessoas que acabaram se envolvendo numa das maiores manifestações já realizadas nos Estados Unidos, em Seattle no ano de 1999. Na ocasião milhares de manifestantes tomaram as ruas em protesto contra medidas tomadas pela Organização Mundial de Comercio (OMC). O problema é que o que era para ser um protesto pacífico acabou em muita confusão e pancadaria.

Comentários:
Já que as manifestações de rua continuam na ordem do dia no Brasil, nada melhor do que assistir (ou rever) a esse "Battle in Seattle" que mostra como algo que originalmente foi planejado para ser pacífico pode se tornar literalmente uma guerra campal entre manifestantes radicais e forças policiais. O roteiro é do estilo mosaico, ou seja, vários personagens, sem quaisquer ligações entre si, acabam convergindo para um único momento comum na trama. O elenco é muito bom a começar pela maravilhosa Charlize Theron, uma atriz que além de linda sempre foi muito inteligente e envolvida em causas sociais e políticas. Inclusive ela abriu mão de grande parte de seu cachê para participar dessa produção por acreditar na mensagem política que o roteiro tenta passar ao público. Muitos vão reclamar de uma certa falta de foco maior do texto mas essa é uma questão menor. O que vale mesmo é a oportunidade de conhecer mais a fundo esse evento - que embora tenha se passado nas ruas americanas poderia ter acontecido em qualquer outro lugar do mundo. Que o diga os brasileiros...

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de outubro de 2013

Aeon Flux

Adaptação do famoso anime, "Aeon Flux" tem sua trama passada 4 séculos no futuro. A humanidade passa por um de seus piores períodos históricos pois uma epidemia de uma doença desconhecida arrasou com grande parte de população (que também estava fora de controle, consumindo rapidamente os recursos naturais do planeta). Nesse mundo desolado e caótico uma cidade chamada Bregna consegue se manter isolada. Usando como lema a pura razão sua comunidade é administrada não por políticos mas por cientistas. Nesse mundo dividido Charlize Theron interpreta uma agente rebelde conhecida pelo codinome de Aeon Flux. Indicada para cumprir uma importante missão (matar o líder de Bregna) a agente acaba tomando conhecimento de segredos que a farão questionar sua própria ideologia e maneira de ser. "Aeon Flux" foi uma produção cara, apoiada em extensa campanha de marketing mas mesmo assim não fez sucesso, sendo considerado um fracasso em Hollywood.

O que deu errado? Para alguns o filme tinha um público muito restrito, principalmente formado por quem já conhecia esse universo. Para piorar muitos fãs do anime reclamaram afirmando que essa produção era pouco fiel ao material original. Isso aliás sempre acontece em adaptações de quadrinhos e outros produtos da cultura pop. A verdade porém é bem mais simples. Charlize Theron surge em cena mais uma vez com sua beleza espetacular mas o filme em si é frio, maniqueísta e pouco carismático. Mais parece um videogame turbinado. O espectador é levado a assistir por causa da presença de Charlize mas acaba se decepcionando. Claro que "Aeon Flux" é muito bem feito do ponto de vista técnico. Em seu lançamento muito se comentou sobre as inovações digitais presentes em cada cena mas isso definitivamente é pouco já que uma obra cinematográfica deve oferecer mais do que um simples game. Assim fora a deusa Charlize Theron pouca coisa chama a atenção, o que é comprovado após o fim do filme pois poucos minutos depois de o assistir você provavelmente esquecerá sobre tudo o que acabou de ver.

Aeon Flux (Idem, Estados Unidos, 2005) Direção: Karyn Kusama / Roteiro: Karyn Kusama / Elenco: Charlize Theron, Marton Csokas, Jonny Lee Miller, Sophie Okonedo / Sinopse: Em uma Terra 400 anos no futuro uma agente rebelde é designada para matar o líder de uma grande cidade isolada do resto do mundo. Antes de cumprir sua missão ela acaba tomando conhecimento de informações que mudarão seu modo de pensar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O Poderoso Joe

Esse personagem surgiu pela primeira vez no cinema americano na década de 40. Ele é de certa forma  um reflexo do enorme sucesso que King Kong alcançou. Seria um genérico criado por um estúdio rival para capitalizar em cima do tema que foi tão bem explorado por Kong. O filme original se chamava "Mighty Joe Young" e foi lançado em 1949. Cinquenta anos depois os estúdios Disney resolveram ressuscitar o antigo gorila e o trouxeram de volta nesse bom remake, que não chega a surpreender em nada, mas que pode ser visto como boa diversão. Bem realizado, com efeitos especiais de primeira linha (que podem soar levemente datados hoje em dia), o filme é indicado para o público mais jovem, na faixa etária que vai até os 16 anos. O enredo é simples: Gregg O´Hara (Bill Pacton) é um especialista em expedição pelo continente africano. Ele procura por um lendário gorila de tamanho desproporcional, quase gigante, que virou um tipo de lenda em sua região. Seu objetivo é encontrar o animal para levá-lo a um santuário nos Estados Unidos. Agindo assim ele o salvará de ser alvejado por caçadores ambiciosos.

Para tornar mais fácil sua localização o cientista conta com a ajuda de Jill (Charlize Theron) que conhece o grande primata desde garota. Ao longo dos anos ela conseguiu desenvolver uma espécie de linguagem que lhe permite se comunicar com Joe. A ida de Joe para a América porém não será tão fácil como se imagina. Basta ler esse argumento para perceber como ele é praticamente semelhante ao do clássico King Kong. No fundo o filme original da década de 40 nada mais era do que uma bela desculpa para trazer novamente um monstro em forma de gorila gigante destruindo a civilização. E isso "O Poderoso Joe" tem de sobra. No elenco o que se destaca mesmo é a presença da linda Charlize Theron, ainda uma desconhecida tentando alcançar um lugar ao sol. Jovem e bonita ela ofusca totalmente o grande Joe, que obviamente fica babando em sua estonteante presença. Enfim, fica aí a dica para hoje: O Poderoso Joe, um filme genérico para quem adora o velho King Kong. 

O Poderoso Joe (Mighty Joe Young, Estados Unidos,1998) Direção: Ron Underwood / Roteiro: Lawrence Konner, Mark Rosenthal, Holly Goldberg Sloan / Elenco: Charlize Theron, Bill Paxton, Rade Serbedzija, Naveen Andrews, David Paymer, Peter Firth, Regina King, John Alexander. / Sinopse: Cientista americano tenta levar um gorila gigante da África para os Estados Unidos, uma tareja que se mostrará muito complicada.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Monster - Desejo Assassino

O cinema americano já mostrou a vida sinistra de muitos assassinos em série mas esse "Monster" tem um diferencial importante. Mostra a história real de Aileen Wuornos (Charlize Theron), uma das mais famosas Seial Killers americana, acusada de matar vários homens em sua trajetória. O modus operandi de Aileen era relativamente simples: Ela era prostituta de rua e saía geralmente com caminhoneiros ou homens mais velhos. Assim que o programa era acertado eles iam a lugares remotos. Lá Aileen os matava a tiros e depois os roubava, levando consigo tudo o que conseguia encontrar de valor com seus "clientes". Fruto de uma infância terrível onde sofreu abusos de toda ordem, ela se iniciou muito jovem na prostituição, com apenas 13 anos. Todos esses fatos acabaram criando na assassina um transtorno de personalidade conhecido como Borderline. Esse problema mental é causado por histórico de exposição a traumas durante a infância e juventude. As pessoas que desenvolvem essa doença geralmente são impulsivas e não agem de forma racional. Curiosamente mesmo sendo diagnosticada com esse mal ela foi julgada e sentenciada à morte pela justiça americana. Se fosse no Brasil não sofreria pena e nem prisão mas apenas Medida de Segurança. Enviada a uma instituição adequada teria tratamento e acompanhamento médico.

O grande destaque de "Monster", como não poderia deixar de ser, vem da brilhante atuação da atriz Charlize Theron. Vista até  aquele momento como apenas uma beldade nas telas, Charlize aqui surpreende. Com forte maquiagem a atriz fez de tudo para literalmente incorporar a verdadeira assassina. O resultado é excepcional. Theron deixa de existir para dar lugar a Aileen! Ela fez um trabalho primoroso onde reproduz até os mínimos detalhes de ser da verdadeira assassina. Ver uma atuação desse nível e depois ter que encarar essa talentosa profissional fazendo papel de bruxa má em remake de Branca de Neve realmente me deixa perplexo. De qualquer modo Charlize foi reconhecida pelos grandes prêmios pois venceu o Oscar de Melhor Atriz, além de ter sido premiada com o Urso de Prata de Veneza e o Globo de Ouro. Também merece destaque a atuação inspirada de Christina Ricci, que interpreta a namorada lésbica de Charlize no filme. Sem medo de me equivocar digo que é o melhor momento de ambas as atrizes em suas vidas profissionais. Nem antes e nem depois conseguiram desenvolver um trabalho melhor do que esse. Em conclusão afirmo que "Monster" não é uma produção fácil e nem leve. Seu tema é pesado e sua trama não é nenhum conto de fadas. Mesmo assim temos aqui uma obra não menos do que brilhante. Uma ótima crônica que tenta registrar para a posteridade a triste existência de Aileen Wuornos. Não deixe de conferir.

Monster - Desejo Assassino (Monster, Estados Unidos, 2003) Direção: Patty Jenkins / Roteiro: Patty Jenkins / Elenco: Charlize Theron, Christina Ricci, Bruce Dern, Scott Wilson, Lee Tergesen./ Sinopse: O filme conta a história real de Aileen Wuornos (Charlize Theron), assassina em série que se tornou famosa nos Estados Unidos por uma longa série de mortes contra homens que a contratava como prostituta. O filme traz uma visão dura e cruel dessa criminosa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Prometheus

Quando “Prometheus” foi anunciado as expectativas em fãs do gênero Ficção ficaram altas. Não era para menos. Era o retorno de Ridley Scott a um universo do qual ele já legou grandes filmes na história do cinema. Além disso havia uma tênue ligação entre essa produção e a série Aliens (que se confirma na cena final do filme). Pois bem, passado a euforia inicial o que sobrou após sua exibição é o gosto amargo da decepção. Eu queria gostar do filme, queria muito, mas foi impossível. “Prometheus” até começa bem, o argumento é intrigante, não há como negar: uma expedição científica vai até uma região remota do universo em busca de pistas sobre a origem da humanidade. Pesquisadores estudaram antigos registros arqueológicos de diferentes civilizações e todas elas apontavam para um lugar específico do cosmos. E é justamente para lá que um grupo de pesquisadores parte em busca das origens da raça humana na terra. Já deu para perceber que no fundo estamos diante de uma derivação de uma tese muito conhecida dentro da ufologia que defende que os humanos no fundo descendem de astronautas vindos de outros planetas. Essa teoria ficou bastante conhecida do público em geral por causa do livro “Eram os Deuses Astronautas?” de Erich Von Däniken. Como se pode perceber a premissa é muito boa mas infelizmente o desenvolvimento é de amargar. O roteiro não tem sutileza, é muito fantasioso, cheio de furos e ignora aspectos óbvios ao longo do filme. Em nenhum momento se desenvolve melhor a própria exploração naquele distante ponto do universo. Tudo é mal desenvolvido, mal explorado. O texto é realmente péssimo. Os diálogos são constrangedores e o script mal escrito. A única coisa que se salva é o aspecto técnico visual da produção. De fato pode-se dizer que “Prometheus” é um filme bonito de se ver mas isso adianta alguma coisa quando não há nenhum conteúdo por trás?

Esqueça qualquer esperança de encontrar um roteiro inteligente pela frente. “Prometheus” só consegue ser grotesco no final das contas. Os membros do grupo, que supostamente deveriam ser pessoas cultas e preparadíssimas para uma missão tão importante, não passam de ignóbeis que se comportam como adolescentes bobocas. Falam palavrões, um atrás do outro e não demonstram qualquer conduta científica ou profissional em nenhum momento. A caracterização e o desenvolvimento do roteiro são mal feitos. Como se não bastasse os personagens são totalmente desprovidos de carisma. Sem um foco o público logo deixa de se importar com o que acontece com eles em cena. Nenhum papel é marcante e os atores não parecem muito interessados. Há cenas que deveriam ser supostamente impactantes mas que só conseguem dar vergonha alheia (como a da auto-cirurgia para retirada de um monstro espacial em forma de lula do ventre de uma tripulante). Em outra sequência ainda mais estúpida um biólogo espacial acha uma “gracinha” uma criatura que surge no meio de uma caverna sinistra. Sua atitude é sem noção e totalmente inverossímil. Essas situações mal escritas, mal executadas, vão minando a credibilidade de “Prometheus” aos poucos. O que parecia ser muito promissor acaba desbancando para o infantilóide, para a irrelevância. Cientificamente o filme é uma piada. Nada do que se vê na tela pode ser levado minimamente à sério nesse sentido. Nenhuma ideia do roteiro dará margem a qualquer tipo de debate sério. Sendo sincero é um filme de monstros infanto-juvenil com verniz de falsa profundidade. O resultado final, não há como negar, é bem decepcionante. Filme fraco em essência, vazio, metido a intelectual (sem ser) e que só causa decepção em quem assiste. Não é inteligente, não é profundo, não é nada, é apenas uma tremenda bobagem decepcionante. Que decepção Sr. Ridley Scott!

Prometheus (Prometheus, Estados Unidos, 2012) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Jon Spaihts, Damon Lindelof / Elenco: Charlize Theron, Michael Fassbender, Noomi Rapace, Patrick Wilson, Idris Elba, Guy Pearce, Rafe Spall, Logan Marshall-Green, Kate Dickie, Sean Harris, Emun Elliott, Vladimir "Furdo" Furdik / Sinopse: Expedição científica vai a um lugar remoto do universo em busca das origens da humanidade.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de setembro de 2012

Branca de Neve e o Caçador

A indústria americana de cinema ás vezes é tão sem imaginação. Bastou a adaptação de Alice dirigida por Tim Burton fazer sucesso para os estúdios ressuscitarem antigos contos de fadas para tentar faturar a mesma bilheteria. É o caso desse "Branca de Neve e o Caçador" que tenta não apenas seguir os passos do filme da Disney como também plagiar outro grande sucesso recente, a trilogia "O Senhor dos Anéis". Para completar o oportunismo latente ainda escalaram a atriz sensação do momento, Kristen Stewart. Analisando por partes: O filme de Tim Burton que iniciou essa corrida aos contos de fadas pelos estúdios já era fraco demais. Fez sucesso absurdo (1 bilhão de dólares em bilheteria!) porque afinal era uma novidade e os estúdios Disney investiram rios de dinheiro em marketing e publicidade, tudo amparado por cima da idéia da suposta genialidade do cineasta! Depois desse sucesso todo começou as adaptações infelizes, Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida e a própria Branca de Neve (que deu origem a um filme horrendo com Julia Roberts) vieram no rastro de oportunismo caça níqueis. 

Não satisfeitos com os resultados ruins de todos esse filmes ainda tentaram mais uma vez com esse "Branca de Neve e o Caçador". Será que agora deu certo? Não. Aqui copiaram praticamente toda a direção de arte de "O Senhor dos Anéis" para tentar fisgar o público. Cenas abertas de paisagens lindas, monstros que mais parecem árvores centenárias, tudo está lá, devidamente plagiado. Por fim tiveram a péssima idéia de escalar Kristen Stewart para fazer o papel de Branca de Neve. Essa atriz que fez sucesso na saga teen vampiresca "Crepúsculo" até agora não conseguiu acertar - tal como seu companheiro Robert Pattinson que também não consegue fazer sucesso fora do universo daquela franquia. Kristen é completamente inadequada para o papel da princesa Branca de Neve. Com a boca constantemente aberta, olhar perdido no horizonte ela falha seguidamente. Na hora de mostrar qualquer tipo de emoção o desastre é evidente e constrangedor! Também não consegue ser bonita suficiente para encarnar uma personagem que é dita como a "mais bela do mundo". Nem consegue chegar aos pés de sua rival Charlize Theron em cena. Pra falar a verdade a Kristen é esquisita, tem um ar doentio e nada belo. Um enorme erro de escalação de elenco! Pior é que ela se envolveu com o diretor do filme, um tiozão casado e com filhos, traindo seu namorado e jogando toda a produção em um vexame público que fez a festa dos tablóides sensacionalistas. De princesa passou para a imagem de barraqueira, infiel e traidora alheia. Péssimo exemplo para essa juventude perdida que está aí. Um desastre essa moça sinceramente. No final das contas as duas únicas coisas que se salvam aqui são a bela direção de arte (derivativa mas bem feita e bonita) e a presença de Charlize Theron que parece conseguir sobreviver a tudo, até mesmo a esse equívoco épico. E que venha a adaptação dos Três Porquinhos agora... só espero que sem a Kristen para não estragar com tudo de novo!  

Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman, Estados Unidos, 2012) Diretor: Rupert Sanders / Roteiro: Hossein Amini, Evan Daugherty baseados no conto infantil "Schneewittchen" (Branca de Neve) de origem histórica que foi compilado pelos irmãos Grimm / Elenco: Kristen Stewart, Chris Hemsworth, Charlize Theron, Ian McShane, Toby Jones, Nick Frost, Ray Winstone, Sam Claflin, Bob Hoskins, Eddie Marsann, Lily Cole / Sinopse: A princesa Branca de Neve (Kristen Stewart) é aprisionada pela Rainha Má (Charlize Theron) mas consegue fugir de sua prisão na torre do Castelo para a Floresta Negra onde se torna amiga de Sete Anões e do Caçador (Chris Hemsworth). Juntos tentarão reaver a coroa imperial.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hancock

Dividiu opiniões, alguns gostaram outros detestaram. Fico no meio termo. Nunca espero muito dos filmes de Will Smith, sei que ele é na essência um ator de blockbusters, então não espero muito e por isso não me decepciono. Esse Hancock pega carona na moda de filmes de super heróis mas apresenta algumas poucas novidades: A mais nítida delas é o próprio personagem central, Hancock. Ao invés de ser um sujeito valoroso, íntegro, dotado de responsabilidades para o bem comum da população ele é na verdade um beberrão, irresponsável e que não está nem aí para nada. É um super anti-herói, vamos dizer assim. A grande surpresa do filme é a presença de Charlize Theron, uma atriz talentosa demais para servir de mera escada para Smith. Confesso que ver Charlize em produções como essa me deixam desanimado e frustrado. Prefiro que ela faça mais filmes sérios e com temáticas mais profundas do que esse chiclete de verão. No começo de sua carreira ainda era aceitável ela estar em um produto como esse apenas como meio de viabilizar sua escalada ao estrelado mas agora?! Depois de vencer o Oscar e ser reconhecida como uma atriz de talento e conteúdo?! Até hoje não consegui entender porque ela aceitou participar de um filme assim - com um personagem tão derivativo, vazio, sem importância!

Já Will Smith segue na dele! O ator surgiu como comediante de TV e conseguiu realizar uma bem sucedida transição para o mundo do cinema aonde conseguiu emplacar um grande sucesso de bilheteria atrás do outro. Ele se tornou o rei do verão norte-americano. "Hancock", por exemplo, conseguiu uma excelente bilheteria mesmo sendo um filme muito fraco em termos artísticos. O fato é que o ator começa a se segurar nas fórmulas fáceis, ou seja, filmes com muito marketing e efeitos digitais, além das inevitáveis continuações sem fim. Depois de Homens de Preto 3 ele agora aposta na sequência de Hancock, prevista para chegar aos cinemas em 2014. Será que o repertório do ator finalmente chegou ao fim? Ao que tudo indica, sim. Basta ver seus futuros projetos já anunciados por seu agente: "Eu Robô 2", "Bad Boys 3", "Hancock 2"... pelo visto o ator vai se segurar agora em seus antigos sucessos para levar a carreira em frente. De resto fica o conselho: se estiver realmente a fim de ver algum blockbuster com personagens em quadrinhos procure pelos originais da Marvel ou da DC Comics. "Hancock" nada mais é que uma paródia - e nem das mais inteligentes. Entre um whisky falsificado do Paraguai e um original escocês de fábrica você nunca vai escolher o primeiro não é mesmo?

Hancock (Hancock, Estados Unidos, 2008) Direção: Peter Berg / Roteiro: Vincent Ngo, Vince Gilligan / Elenco: Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman,  Jae Head / Sinopse: John Hancock (Will Smith) tem superpoderes tais como aqueles que vemos nos grandes personagens de quadrinhos. O problema é que Hancock passa muito longe do bom mocismo. Ele bebe, arranjar confusões, promove bagunças e arruaças e demonstra ser um grande irresponsável. Seus modos porém irão mudar com a chegada de um novo desafio em sua vida.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de maio de 2012

Advogado do Diabo

Advogado do Diabo nada mais é do que uma releitura do velho mito de Fausto e Mefistófeles acrescido de partes presentes no novo e velho testamento. É de fato uma miscelânea teológica com ares de filme pop. Na época de seu lançamento muitos críticos torceram o nariz para esse verniz mais comercial mas no fundo isso não passa de uma visão muito restrita e limitada. O filme sim tem seus méritos, alguns bem sutis mas que fazem valer a pena a sessão. Na verdade a produção é muito cativante e não me admira em nada ter caído no gosto popular (no Brasil fez muito sucesso de bilheteria). Não é de hoje que o diabo se revela um grande personagem de dramaturgia. Em termos de teologia poderia ter se ido mais longe. De fato o roteiro apenas passeia pelos temas mais importantes, não indo fundo em nada mas isso se deve mesmo ao que se propõe. Certamente não estamos na presença de um tratado ou estudo sério de teologia mas apenas de uma obra de cinema que visa entreter acima de tudo. Não deixa de ser curioso observar um dos duelos mais desnivelados da história do cinema. De um lado Al Pacino, ator premiado, talento nato e incontroverso. Do outro o Keanu Reeves, ator medíocre que quase leva tudo a perder. Com um abismo separando os dois em termos de atuação é comum torcemos justamente para Milton, o personagem de Pacino. Ele, ao contrário do jovem advogado de Reeves, tem alma, carisma, envolvimento. O problema de Keanu Reeves é que ele falha justamente nos momentos mais decisivos de seu personagem em cena. Sua capacidade facial e interpretativa é muito pequena, quase nula.

Curiosamente mesmo dominando da primeira à última cena Pacino não escapou de ser criticado. Para muitos seu personagem é um exemplo, ao lado de sua atuação em Scarface, em que ele perdeu as rédeas da atuação, se tornando histriônico em excesso. Não concordo. Pacino aqui está muito distante do que vimos em Scarface. Aquela atuação realmente ficou fora de controle mas como Milton não consigo ver excessos por sua parte. Na maior parte do tempo está contido, evitando os velhos maneirismos. Claro que na cena final ele literalmente se descabela mas vamos convir que era necessário já que seu companheiro de cena era nulo. Por fim, para aliviar um pouco a agonia de ver Keanu Reeves falhar nas cenas, somos presenteados pela beleza luminosa de Charlize Theron. Ainda muito jovem, em um papel de certo modo ingrato, a atriz consegue a despeito de tudo isso se sobressair. Ela ainda não tinha o glamour da atualidade, onde surge como uma nova Grace Kelly, mas já demonstrava ser mais do que apenas um rostinho bonito em cena. Enfim é isso. "Advogado do Diabo" não é um primor em termos teológicos e nem foi essa a pretensão de seus realizadores mas diverte e abre as portas para quem quiser conhecer os mitos originais que lhe deram origem e isso certamente poderá ser muito mais instrutivo.

O Advogado do Diabo (The Devil´s Advocate, Estados Unidos, 1997) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Jonathan Lemkin baseado na obra de Andrew Neiderman / Elenco: Keanu Reeves, Al Pacino, Charlize Theron/ Sinopse: Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um jovem advogado de interior que acaba sendo contratado por um grande escritório de advocacia de Nova Iorque liderado por John Milton (Al Pacino). O que parece ser o emprego dos sonhos porém logo se revela um grande pesadelo.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de abril de 2012

The Wonders

Não precisa entender muito de música para compreender que The Wonders é na realidade um filme que parodia a primeira fase dos Beatles. Isso mesmo. A banda, seus conflitos internos e até o empresário são releituras bem humoradas do famoso quarteto de Liverpool. O projeto aliás é fruto do empenho pessoal de Tom Hanks. Como ele mesmo explicou em entrevistas sempre foi muito fã dos Beatles, mas de sua primeira fase quando cantavam inocentes canções de amor, geralmente retratando as paixões adolescentes, os primeiros namoros e os sentimentos de decepção quando ainda somos bem jovens e inexperientes com a vida. Em certo momento Tom Hanks pensou em filmar esses primeiros momentos do sucesso mundial dos Beatles mas depois mudou de idéia pois havia muitos problemas relativos a direitos autorais envolvendo a imagem e a música do grupo. O filme sairia muito caro e não era certeza ter a aprovação de todas as pessoas que detém de alguma forma direitos sobre a obra do grupo. A própria Yoko Ono não era uma pessoa fácil de se convencer nesse sentido.

Assim Tom Hanks resolveu arregaçar as mangas e decidiu escrever o roteiro ele mesmo. Ao invés dos Beatles o roteiro mostraria uma daquelas bandas de um sucesso só. Grupos descartáveis que faziam grande sucesso com uma só canção e depois desapareciam tão rapidamente como surgiam. Além de escrever o argumento e o texto do filme, Tom Hanks resolveu ir mais além, produzindo, atuando e por fim dirigindo The Wonders. Ao custo muito razoável de apenas 26 milhões de dólares o ator colocou o projeto em frente. O resultado é muito agradável com roteiro redondinho e bem escrito. Muitos reclamaram que o filme era por demais inofensivo, que sua dramaticidade era muito pueril e adolescente. Eu não vejo esse aspecto do filme como demérito.

A produção retrata um período bem específico da música americana, na primeira metade dos anos 60 e essa época é realmente muito leve, romântica e pueril ao extremo. Arrisco a dizer que muito pouco se produziu de verdadeiro rock n roll nesses anos pois os grupos musicais (incluindo Beatles em sua primeira fase) eram muito chegados a um pop mais inofensivo, sem a garra revolucionária e pulsante da primeira geração de roqueiros da década de 50. Era um som muito açucarado para falar a verdade e o grupo The Wonders do filme é a síntese de todo esse quadro cultural daqueles anos. Por isso todas as críticas que foram feitas contra o filme não procedem. Não é que ele seja meloso ou bobinho demais, a época que ele retrata era assim e não se pode mudar muito isso. Deixando isso de lado encerro o texto elogiando a trilha sonora do filme. Incrível como músicas atuais conseguiram reproduzir o estilo e a cadência do som da época. A própria “That Thing You Do!” é saborosa! Assim não deixe de ver The Wonders, um filme sobre um tempo quando a música americana mais parecia um chiclete colorido! Assista para entender.


The Wonders (That Thing You Do!, Estados Unidos, 1996) Direção: Tom Hanks / Roteiro: Tom Hanks / Elenco: Tom Hanks, Liv Tyler, Charlize Theron, Tom Everett Scott,  Steve Zahn,  Rita Wilson, Chris Isaak  / Sinopse: Em 1964 um empresário astuto conhecido como  Mr. White (Tom Hanks) resolve acreditar e investor numa nova banda formada por jovens desconhecidos. Após estourarem nas paradas com o sucesso “That Thing You Do!” o grupo começa a desmoronar internamente por causa de brigas de egos e desavenças sobre o futuro do conjunto musical.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de janeiro de 2012

A Estrada

Pai e filho vagam por um mundo devastado. Não existe mais civilização e tudo o que restou da humanidade são poucos grupos, geralmente armados, lutando por água, comida e combustível. Em sua luta pela sobrevivência o pai tenta levar o filho até a costa para que ele finalmente conheça o mar. Essa sinopse até pode lembrar os famosos filmes da franquia Mad Max mas há diferença grande entre as produções. Em Mad Max tudo é desculpa para a ação sem freios, com muitas cenas de luta e fúria. Em "A Estrada" só resta a melancolia, a tristeza e a depressão de vidas sem qualquer fio de esperança. Esse clima sombrio e desesperançoso foi o que mais me incomodou no filme. Nada contra obras baixo astral mas "A Estrada" é um das mais acentuadas nesse aspecto que já conferi.

Não há qualquer sinal de que as coisas vão melhorar ou eles conseguirão superar as adversidades. Na realidade não passam de meros sobreviventes e como tal esperam chegar vivos ao final de cada jornada, um dia de cada vez, sem maiores sonhos ou objetivos. Não vivem, apenas sobrevivem. A produção segue o pessimismo do roteiro à risca. A fotografia é toda cinza e neblina, escura. Os diálogos são curtos e grossos. Os atores não passam nenhum sentimento positivo - apenas se deprimem com toda a situação, gerando ainda mais infelicidade. Apesar do final mais ameno (em termos), "A Estrada" é muito seco, muito depressivo. No saldo final provavelmente encontrará seu público mas certamente não atingirá a todos pois nem todo mundo vai comprar a ideia do argumento. Apesar de tudo ainda acredito que vale a pena conhecer - mesmo que depois da exibição você fique meio down.

A Estrada (The Road, Estados Unidos, 2009) Direção de John Hillcoat / Roteiro de Joe Penhall baseado na novela de Cormac McCarthy / Elenco: Viggo Mortensen, Charlize Theron, Kodi Smit-McPhee / Sinopse: Pai e filho vagam por um mundo devastado. Não existe mais civilização e tudo o que restou da humanidade são poucos grupos, geralmente armados, lutando por água, comida e combustível. Em sua luta pela sobrevivência o pai tenta levar o filho até a costa para que ele finalmente conheça o mar.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Jovens Adultos

Para algumas pessoas os anos no colégio representam o ponto alto de suas vidas. Principalmente para os populares, os bonitos, os "reis do high school". Quando os anos chegam e se vêem em dificuldades emocionais e financeiras sentem enorme saudades daquele período - incluindo aí os antigos amores do passado. É justamente essa situação que vive Mavis Gary (Charlize Theron). Rainha da beleza no colégio de sua cidade, popular ao extremo, ela chega aos 37 anos sem muito o que comemorar. Divorciada, fazendo sexo casual com desconhecidos, sem conseguir se firmar na carreira de escritora, ela acaba surtando quando recebe um Email de seu antigo namorado de escola anunciando com muita alegria o nascimento de seu filho! Sem pensar muito ela decide voltar à pequena cidade de Mercury para tentar reconquistar o namoradinho dos tempos de escola. O roteiro de "Jovens Adultos" é de Diablo Cody, ex stripper que acabou ficando famosa depois do sucesso de "Juno", uma pequena obra prima que causou impacto em seu lançamento.

Depois de se envolver com algumas bobagens como "Garota Infernal" finalmente Diablo reencontra o caminho dos bons roteiros. "Jovens Adultos" não é um filme excepcional mas dentro de sua proposta é muito bem realizado e escrito. E o mérito não cabe apenas a Diablo Cody mas também a ótima atriz Charlize Theron. Sua personagem não é nenhuma heroína romântica, pela contrário, ela mente, age mal e tenta de todas as formas roubar o antigo namorado de sua atual esposa. Em nenhum momento tem alguma crise de consciência por agir assim e nem está preocupada com os fatores morais de sua decisão. Em outras palavras é uma personagem muito próxima do que efetivamente acontece na maioria da vida das pessoas. Eu particularmente gostei bastante do resultado final justamente por isso, de sua veracidade. Enfim "Jovens Adultos" é uma boa pedida, espero que daqui em diante Diablo Cody realize mais projetos como esse e "Juno" e deixa as bobagens definitivamente de lado.

Jovens Adultos (Young Adult, Estados Unidos, 2011) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Com: Charlize Theron, Patrick Wilson e Patton Oswalt / Sinopse: Charlize Theron interpreta Mavis Gary, uma escritora de livros infantis que retorna para sua pequena cidade natal para recuperar seus dias de glória do tempo em que era a rainha da beleza em sua escola.

Pablo Aluísio.