domingo, 25 de janeiro de 2015

De Volta à Lagoa Azul

Título no Brasil: De Volta à Lagoa Azul
Título Original: Return to the Blue Lagoon
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: William A. Graham
Roteiro: Henry De Vere Stacpoole, Leslie Stevens
Elenco: Brian Krause, Milla Jovovich, Lisa Pelikan

Sinopse:
Duas crianças são abandonadas e ficam isoladas numa linda ilha no Pacífico Sul. Ao se tornarem adolescentes começam a perceber estranhos sentimentos uma em relação à outra. Não tarda para que o romance entre elas surja com toda a intensidade própria da idade.

Comentários:
Sem dúvida um dos filmes mais oportunistas que se tem notícia. A Columbia não assumiu o filme como um remake e nem como uma continuação - assim é complicado entender do que se trata mesmo esse "De Volta à Lagoa Azul". A premissa é completamente a mesma do famoso sucesso com Brooke Shields no começo dos anos 80. Um filme feito para jovens apaixonados que gostariam de viver um grande amor numa ilha paradisíaca perdida no meio da imensidão do Oceano Pacífico. O problema é que aqui não podemos contar nem mesmo com o carisma do casal de atores do filme original. A modelo Milla Jovovich pela primeira vez chama a atenção no cinema. Mal sabia ela que sua carreira só iria decolar mesmo depois de encontrar zumbis no meio do caminho na franquia de terror "Resident Evil". Se Milla não é grande coisa como atriz imagine seu nulo parceiro, Brian Krause, em cena. Enfim uma refilmagem completamente desnecessária e inútil que, como sempre, só se salva pela linda fotografia que procura tirar todo o proveito da maravilhosa ilha onde tudo foi filmado. Fora isso nada digno de nota.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de janeiro de 2015

O Amor não tem Regras

Título no Brasil: O Amor não tem Regras
Título Original: Leatherheads                 
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Clooney
Roteiro: Duncan Brantley, Rick Reilly
Elenco: George Clooney, Renée Zellweger, John Krasinski

Sinopse:
Dodge Connelly (George Clooney) é um veterano jogador de futebol americano que não está em seus melhores dias. Seu time está decadente, colecionando derrotas e para piorar o único patrocinador resolve dar no pé. Com a equipe à beira da falência Dodge pensa em uma forma de levantar a bola do time fora dos campos. Pensando em um golpe de marketing ele traz para jogar no grupo o herói da primeira guerra mundial Carter Rutherford (John Krasinski). A intenção é chamar a atenção da imprensa em geral. Para cobrir esse golpe publicitário a jornalista Lexie Littleton (Renée Zellweger) é enviada com a missão de descobrir o que de fato está acontecendo.

Comentários:
Não deu muito certo essa tentativa do ator e diretor George Clooney em realizar um filme com sabor dos antigos clássicos. A história passada na década de 1920 não conseguiu atrair o público. A crítica também não gostou, achando o resultado muito artificial e desprovido de maior importância. Penso um pouco diferente. Certamente "Leatherheads" não é nenhuma obra prima mas sua tentativa de fazer algo diferente, que saia do lugar comum do que vemos atualmente nas telas, é por demais válida. Além disso o roteiro ao velho estilo cativa os cinéfilos mais tradicionalistas. Outro aspecto positivo vem da bela produção com ótimos figurinos e uma bela trilha sonora repleta de grandes clássicos da música americana da época. Em relação ao elenco duas constatações. George Clooney como Dodge Connelly está muito bem, ideal em sua caracterização mas sua partner, Renée Zellweger, está completamente fora do tom certo. Verdade seja dita, a Renée é excelente para interpretar mulheres que não se encaixam muito bem em seu meio social (como Bridget Jones, por exemplo) mas para dar vida a mulheres com glamour não dá. Não é a praia dela. Elegância e estilo nascem com a mulher, algumas possuem isso e outras simplesmente não. Assim o que acabamos vendo é um filme irregular, que tem lá seus momentos, mas que também não é o desastre todo que disseram nos jornais na época de seu lançamento. Vale assistir pelo menos uma vez na vida.

Pablo Aluísio.

Tudo Que Uma Garota Quer

Título no Brasil: Tudo Que Uma Garota Quer
Título Original: What a Girl Wants
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Dennie Gordon
Roteiro: William Douglas-Home
Elenco: Amanda Bynes, Colin Firth, Kelly Preston

Sinopse:
Daphne Reynolds (Amanda Bynes) é uma garota tipicamente americana que só tem um desejo, conhecer seu pai, Henry Dashwood (Colin Firth), um político conservador inglês que nem sabe da existência de sua própria filha. Assim, logo que completa seus 17 anos, Daphne viaja para a Inglaterra para realizar o sonho de encontrar finalmente seu pai. A diferença cultural porém se tornará um empecilho para uma aproximação mais bem sucedida entre eles.

Comentários:
Comédia adolescente que se destaca por ter um elenco de apoio acima da média, afinal de contas não é todo dia que você verá o oscarizado (e ótimo ator) Colin Firth em algo assim. O roteiro tira proveito das diferenças culturais e de costumes entre americanos e ingleses. Como se sabe os americanos acham os ingleses esnobes e formais demais e esses por sua vez consideram os americanos uns caipirões chucros. Curiosamente a atriz adolescente Amanda Bynes anda um bocado sumida, talvez tenha sido vítima de sua própria idade já que ídolos teens tem data de validade vencida. Assim que entram na vida adulta perdem a estrela em suas carreiras, sendo imediatamente substituídos por outros ídolos adolescentes que vão surgindo aos montes. De qualquer forma procure ignorar esse detalhe e assista ao filme para ver Colin Firth e Kelly Preston (a mulher do Travolta) em cena. Afinal de contas a presença do casal de atores se torna a única razão de se ver isso mesmo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

As Panteras Detonando

Título no Brasil: As Panteras Detonando
Título Original: Charlie's Angels - Full Throttle
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures Corporation
Direção: McG
Roteiro: Ivan Goff, Ben Roberts
Elenco: Drew Barrymore, Lucy Liu, Cameron Diaz, Bernie Mac, Crispin Glover, Demi Moore, Rodrigo Santoro

Sinopse:
Vários crimes são cometidos envolvendo pessoas inseridas dentro do programa de proteção às testemunhas. Caberá as panteras descobrirem quem vazou os arquivos sigilosos e quem está promovendo as mortes. Inicialmente elas pensam que se trata de algo planejado por Madison Lee (Demi Moore), que já fez parte das Charlie's Angels mas que agora se dedica ao mundo do crime. Será mesmo?

Comentários:
"Charlie's Angels" era um seriado muito simpático da TV americana durante os anos 70 que fez bastante sucesso (inclusive no Brasil). A série contava a estória de três agentes beldades que se envolviam em grandes conspirações de espionagem ao redor do mundo. Era um produto pop certamente mas tinha seu charme - tanto que durou tanto tempo. Confesso que levar a série para o cinema e para as novas gerações me soava como uma boa ideia mas depois de assistir a esses novos remakes mudei drasticamente de opinião. O resultado é muito ruim, vamos convir. Drew Barrymore, que é a produtora e verdadeira "dona" dessa nova franquia, trocou os pés pelas mãos ao realizar um produto barulhento, insano e explosivo, mas sem charme algum. Ao invés de investir na simpatia e beleza do trio de atrizes ela jogou tudo pelo ralo ao colocar as garotas o tempo todo trocando sopapos com vilões cartunescos. Que bobagem! Espero que um dia "Charlie's Angels" retorne mas da maneira certa, não como está aqui. Desperdício completo de tempo e dinheiro. Não vá desperdiçar o seu também conferindo essa bobagem.

Pablo Aluísio.

The Crimson Petal and the White

Título no Brasil: The Crimson Petal and the White
Título Original: The Crimson Petal and the White
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra
Estúdio: British Broadcasting Corporation BBC
Direção: Marc Munden
Roteiro: Lucinda Coxon, baseado na obra de Michel Faber
Elenco: Romola Garai, Chris O'Dowd, Amanda Hale, Gillian Anderson

Sinopse:
A minissérie "The Crimson Petal and the White" é uma adaptação de Lucinda Coxon da obra de Michel Faber em quatro episódios. Divulgada como um thriller psicológico intimista, a história apresenta o lado sombrio, meio gótico, da era vitoriana, onde os personagens vivem sua sexualidade, loucuras, ambições e desejos.

Comentários:
Boa minissérie do canal BBC (garantia de qualidade acima de tudo). Basicamente somos levados a conhecer o lado mais sórdido de Londres durante a época Vitoriana. Nesse ambiente três personagens coexistem: um homem rico mas infeliz no casamento, uma prostituta de vinte e poucos anos e sua mãe que a prostitui e a explora em seu próprio bordel (interpretada por Gillian Anderson, da série "Arquivo X", aqui com pesada maquiagem para parecer uma cafetina mais velha). O momento crucial ocorre logo nos dois primeiros episódios quando um bem situado senhor da sociedade londrina acaba se apaixonando perdidamente pela jovem prostituta. Dentro do rígido padrão daquela sociedade inglesa isso era simplesmente impossível de se consumar pois era inaceitável que um membro da alta sociedade se envolvesse emocionalmente com uma mulher que se dedicasse à prostituição. Impedido de assumir esse amor o nobre acaba entrando em profunda crise existencial. Logo sua vida entra em completo caos. Enfim, recomendo para quem gosta de temas vitorianos, mas aqui com uma pitada bem mais forte de sexo, erotismo e traição.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Duro de Matar 2

Título no Brasil: Duro de Matar 2
Título Original: Die Hard 2
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Walter Wager, Steven E. de Souza
Elenco: Bruce Willis, William Atherton, Bonnie Bedelia  

Sinopse:
Véspera de Natal. Aeroporto internacional de Washington, D.C. O policial John McClane (Bruce Willis) espera pela chegada do avião de sua esposa quando é surpreendido por um grupo criminoso altamente armado de traficantes internacionais de drogas que exigem a libertação de um importante membro de sua organização criminosa. Caberá a McClane agora assumir o controle da situação.

Comentários:
Era de se esperar que, com o tremendo sucesso de bilheteria do primeiro filme, houvesse continuações (e como todos sabemos ainda nos dias atuais são lançados sequências dessa interminável franquia "Die Hard"!). Pois bem, esse aqui não consegue ser tão bom quanto o primeiro (que considero uma pequena obra prima do gênero ação) mas mesmo assim se torna bem sucedido em manter o interesse do espectador do começo ao fim. Particularmente gosto bastante da trama, que joga com o terror que as pessoas cultivam de viagens de avião e de sequestros dos mesmos por terroristas. Por falar nisso, se formos pensar bem, esse roteiro escrito em 1990 já antecipava coisas que iriam acontecer muitos anos depois, principalmente em 11 de setembro. No caso aviões comerciais usados como armas de terroristas e criminosos internacionais. Bruce Willis ainda está muito jovem e o fã certamente sofrerá um certo impacto ao rever o ator em cena - calvo, mas ainda com muito cabelo! Em termos de ação não há o que reclamar. Muitas cenas bacanas e bem boladas, inclusive uma ótima briga em cima da asa de um Boeing gigantesco. O filme andava sumido da programação da tv a cabo mas ressurge hoje na telinha. Uma ótima oportunidade para rever essa produção que é acima de tudo um excelente entretenimento pipoca.

Pablo Aluísio.

Quebrando Todas as Regras

Título no Brasil: Quebrando Todas as Regras
Título Original: Breaking All the Rules
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Filmline Productions
Direção: James Orr
Roteiro: Edith Rey
Elenco: Carl Marotte, Thor Bishopric, Carolyn Dunn

Sinopse:
O filme acompanha dois jovens e duas garotas que se apaixonam no verão, em um parque, durante os anos 80. Romance e diversão juvenil para os saudosistas daquela década que deixou saudades em todos que a viveram.

Comentários:
Um filme dos anos 80 que eu não asisti nos anos 80. E isso é curioso porque já naquela década eu era louco por filmes e não deixava passar nada em branco. Via tudo o que eu podia. Mas esse aqui em escapou, só fui ver muitos anos depois na TV a cabo (e não me perguntem a razão de um filme como esse estar sendo exibido em um canal a cabo nos dias de hoje). Enfim, não é lá grande coisa, na verdade é um filme mesmo um tanto obscuro. Vale pelas roupas, pelas músicas da trilha sonora (cheia de sintetizadores, uma praga dos anos 80) e alguns figurinos, cabelos armados, etc. Os anos 80 foram os anos em que me me tornei cinéfilo e por essa razão sempre terei carinho especial por filmes daquela época. Bons tempos.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

E Agora, Meu Amor?

Título no Brasil: E Agora, Meu Amor?
Título Original: Fools Rush In
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Andy Tennant
Roteiro: Joan Taylor. Katherine Reback
Elenco: Matthew Perry, Salma Hayek, Jon Tenney

Sinopse:
Jovem casal, depois de um encontro casual, descobre que a garota está grávida! Claro, um choque para todos os envolvidos. Então decidem se casar, sem ter a menor ideia do que viria pela frente.

Comentários:
Quando esse filme foi lançado o ator Matthew Perry estava ainda colhendo os frutos da série de grande sucesso "Friends". Olhando para o passado podemos perceber que cada um deles, dos atores e atrizes de "Friends" tiveram sua chance no cinema. Alguns deram certo, outros não, mas os estúdios de cinema estavam sempre procurando por uma brecha para faturar em cima da popularidade da série de TV. Esse filme aqui não fez muito sucesso (tanto que a maioria das pessoas já esqueceram que ele um dia existiu), mas isso também não quer dizer que fosse um filme ruim. Pelo contrário, tem seus pontos positivos. OK, o Matthew Perry não se tornou um astro de cinema e anos depois teria sérios problemas com drogas, mas aqui, pelo menos por um breve período, ele teve sim uma boa experiência com a sétima arte. Pena que sua carreira na tela grande não foi em frente.

Pablo Aluísio. 

Um Duende em Nova York

Título no Brasil: Um Duende em Nova York
Título Original: Elf
Ano de Produção: 2003
País: Estadps Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jon Favreau
Roteiro: David Berenbaum
Elenco: Will Ferrell, James Caan, Bob Newhart

Sinopse:
Durante toda a vida Buddy (Ferrell) pensou ser um Elfo do Papai Noel que morava no pólo norte. Só que ele não é! Sim, ele é um ser humano. Decepcionado e surpreso ele decide ir para Nova Iorque para entender o que seria ser de verdade um homem comum.

Comentários:
Uma coisa é certa: americano gosta de uma breguice de natal como poucos povos no mundo. Essa comédia que mistura fantasia e ícones da época natalina é um subproduto dessa visão um tanto quanto boba dos americanos dessas festas de fim de ano. Ao meu ver pouca coisa se salva. A produção é boa, bem feita, não me entenda mal, mas o resultado é de doer de boboca. Eu até hoje não consegui ver graça no trabalho de Will Ferrell; Acho ele um chato sem salvação, mas tem quem goste. Ele tem público. Só lamento um ator gabaritado como James Caan fazer parte dessa presepada. Ou ele estava precisando de grana ou fazendo para passar os filmes para os netinhos. Das duas uma.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Lua de Fel

Título no Brasil: Lua de Fel
Título Original: Bitter Moon
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos, França, Inglaterra
Estúdio: Canal+, Columbia Pictures Corporation
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Pascal Bruckner, Roman Polanski
Elenco: Hugh Grant, Kristin Scott Thomas, Emmanuelle Seigner, Peter Coyote
  
Sinopse:
Um casal inglês em viagem de Istambul para a Índia conhece uma bela francesa, Mimi (Emmanuelle Seigner). Aos poucos começa um jogo de sedução envolvendo todos eles, primeiro o marido Nigel (Hugh Grant) e depois a esposa Fiona (Kristin Scott Thomas). Ela porém é casada com um homem bem mais velho, deficiente, chamado Oscar (Peter Coyote) que também parece interessado naquela estranha atração. Aproveitando a situação resolve contar ao casal como conheceu Mimi, muitos anos antes. Filme indicado ao prêmio da Italian National Syndicate of Film Journalists na categoria de Melhor Fotografia.

Comentários:
Mais uma tentativa por parte de Roman Polanski em ser mais aceito, do ponto de vista puramente comercial, dentro do circuito americano. Sem receios digo que aqui o cineasta não abriu mão de seu estilo mais pessoal, algo que havia sido deixado de lado no fraco " Frantic" com Harrison Ford. Com um enredo mais rico do ponto de vista cultural (graças à excelente novela escrita por Pascal Bruckner que deu origem ao roteiro), o filme procura desvendar aspectos mais profundos da sexualidade e da paixão humanas. Os personagens parecem querer sondar a todo o tempo o limite que existe entre a quebra dos valores morais e a lascívia despudorada de uma paixão puramente carnal. O mais curioso vem não da atração que aquele casal convencional sente pela jovem francesa, mas sim do próprio relacionamento dela com um homem mais velho, inválido, mas possuidor de uma mente bem doentia. O jogo que começa instigante logo desanda para tintas mais obscuras de submissão e confronto, indo até mesmo para atos de pura humilhação entre aqueles amantes. Com ecos que muitas vezes me lembrou de "O Último Tango em Paris", Polanski conseguiu realizar uma bela obra sobre a sexualidade e a forma como é encarada pelos lados mais obscuros da mente humana. Um filme para rever sempre que possível, pois aqui o mestre realmente acertou em cheio nas suas pretensões cinematográficas.

Pablo Aluísio.

Batman Begins

Com o último filme da trilogia estreando nas telas resolvi rever as duas primeiras produções da franquia a começar por esse "Batman Begins" que só tinha assistido uma única vez justamente na sua estréia. Lembro que gostei bastante na época mas como já não me recordava muito dos detalhes resolvi reavaliar. Acredito que nessa altura do campeonato ninguém mais duvida da qualidade dessa nova trilogia e todas as suas qualidades já surgem aqui no primeiro filme. O roteiro é muito bem escrito fazendo com que a trama, muito inteligente por sinal, se feche redondinha em si. O argumento consegue contar as origens do herói sem se focar apenas nisso abrindo espaço também para uma boa aventura ao estilo dos quadrinhos com o vilão Espantalho. O que mais caracteriza essa nova releitura de Batman no cinema assinada por Christopher Nolan é o apego com a realidade. Mesmo lidando com um personagem de universo fantástico como Batman o diretor tenta de todas as formas manter sempre um pé na realidade. Essa situação fica mais evidente se lembrarmos de outras encarnações do morcego nas telas de cinema. Não há espaço para a fantasia em excesso, o Batman de Nolan é o mais próximo possível do que seria um universo plausível, longe de exageros ou tramas infanto-juvenis.

Outro ponto forte de "Batman Begins" é seu elenco. A escolha de Christian Bale se mostrou acertada. Ele é notoriamente um ator pouco carismático ou simpático mas que se torna adequado para o personagem Batman pois esse é um sujeito com muitos demônios internos, frustrações e traumas pessoais. Assim o semblante taciturno de Bale acaba caindo como uma luva para o cavaleiro das trevas. Cillian Murphy também surge muito bem como um psiquiatra almofadinha com ar insuportável que acaba utilizando de alucinações induzidas para aumentar seus domínios. Rever os veteranos Morgan Freeman e Michael Caine sempre é um prazer e até a chatinha Katie Holmes surge bem em seu papel. Já Liam Neeson parece não ter esquecido ainda seu personagem Jedi - a todo momento ficamos com a impressão que ele vai sacar um sabre de luz! Em suma, Batman que quase sempre se deu bem nos cinemas aqui ressurge de forma muito satisfatória, em um bom roteiro que discute a diferença entre justiça e vingança de forma muito inteligente e perspicaz. "Batman Begins" é um filme à prova de falhas, bom de sua primeira à última cena, que aliás anuncia o surgimento do Coringa na franquia. Mas essa é uma outra história...

Batman Begins (Idem, Estados Unidos, 2005) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan, David S. Goyer baseados nos personagens criados por Bob Kane / Elenco: Christian Bale, Cillian Murphy, Michael Caine, Morgan Freeman, Liam Neeson, Katie Holmes, Gary Oldman, Rutger Hauer, Tom Wilkinson, Ken Watanabe / Sinopse: Após testemunhar a morte de seus pais o milionário Bruce Wayne (Christian Bale) resolve criar um símbolo de luta contra a criminalidade que se alastra em uma Gothan City corrupta e violenta. Esse símbolo passa a ser personificado por Batman, o Cavaleiro das Trevas.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A Outra

Título no Brasil: A Outra
Título Original: The Other Boleyn Girl
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Focus Features
Direção: Justin Chadwick
Roteiro: Peter Morgan, Philippa Gregory
Elenco: Natalie Portman, Scarlett Johansson, Eric Bana
  
Sinopse:
Duas belas irmãs, Ana e Mary Bolena, impulsionada pela ambição cega de sua família, competem pelo amor do Rei Henrique VIII (1491 - 1547), um monarca violento e despótico que passa por uma crise em seu casamento. Sua esposa Catarina de Aragão não consegue lhe dar um herdeiro homem, o que cria um problema para a linha de sucessão do rei e ele, convencido que não terá um varão, decide ir atrás de outras amantes para ocupar o trono da rainha.

Comentários:
A história de Henrique VIII, o soberbo e absoluto monarca da Inglaterra, já deu origem a vários filmes (alguns clássicos inclusive). Aqui o foco se revela um pouco diferenciado. Ao invés de tentar contar a biografia do rei, suas inúmeras esposas, seus atos de violência e sua mente sendo corrompida gradualmente pelo poder sem freios, o roteiro procura focar em uma outra personagem secundária, que nem sempre foi aproveitada adequadamente nos filmes anteriores. O próprio título já deixa claro que o filme vai se focar na "Outra Garota Bolena". Como se sabe Ana Bolena foi a segunda esposa do rei, um romance complicado, cheios de dramas, já que Henrique VIII não podia se separar de sua primeira esposa que não lhe dava herdeiros masculinos, só dando origem a filhas. Indo contra o Papa e a Igreja ele decidiu romper com Roma, anula seu primeiro casamento e finalmente se uni a Ana Bolena. Esse relacionamento porém foi trágico, pois desconfiado de que estava sendo traído, mandou decapitar Ana Bolena. Isso é o que você basicamente vê em outros filmes sobre Henrique VIII. Aqui o foco porém se direciona para Mary Bolena (Scarlett Johansson), irmã de Ana e que também desfrutou da cama do rei. Enfim, perversão, falta de valores morais e destruição dos laços religiosos por causa de amantes ocasionais, compõe o menu dessa ótima produção. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

Busca Frenética

Título no Brasil: Busca Frenética
Título Original: Frantic
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Warner Bros
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski, Gérard Brach
Elenco: Harrison Ford, Betty Buckley, Emmanuelle Seigner
  
Sinopse:
O Dr. Richard Walker (Harrison Ford) é um renomado médico americano em Paris que descobre alarmado pela manhã que sua esposa simplesmente desapareceu do hotel onde ambos estão hospedados. Desesperado, Walker ganha as ruas da grande cidade francesa em busca do paradeiro de sua esposa e acaba descobrindo um enorme complô envolvendo intrigas, espionagem, criminosos, drogas e assassinato.

Comentários:
A única parceria entre o diretor Roman Polanski e Harrison Ford. Na verdade a intenção de realizar um filme bem comercial já se mostra bem clara na escolha de Polanski por Ford (naquela altura de sua carreira um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano). Como se sabe Polanski não pode cruzar as fronteiras dos Estados Unidos pois será preso imediatamente, fruto de uma antiga acusação de pedofilia envolvendo seu nome (ele teria tido relações indevidas com uma menor de idade numa festa na mansão de Jack Nicholson). Assim ele só pode rodar seus filmes na Europa. "Frantic" foi rodado nas ruas de Paris, capturando toda a beleza da cidade, resultando em uma bela fotografia. Pena que tirando isso e a beleza da atriz Emmanuelle Seigner (mais uma das musas jovens de Polanski, considerada na época de lançamento do filme "uma nova Brigitte Bardot, que no final das contas não deu em nada) o que resta do filme é um roteiro sem muitas novidades, uma tentativa de realizar um filme americano, com sabor Made in USA, só que rodado na Europa. Sempre considerei o resultado morno demais para ser levado à sério. Na realidade o mais comercial filme de Roman Polanski é também o mais decepcionante em termos cinematográficos.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de janeiro de 2015

The Rover - A Caçada

Título no Brasil: The Rover - A Caçada
Título Original: The Rover
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Universal Pictures
Direção: David Michôd
Roteiro: Joel Edgerton, David Michôd
Elenco: Guy Pearce, Robert Pattinson, Scoot McNairy
  
Sinopse:
Dez anos após o colapso da humanidade, o viajante Eric (Guy Pearce) resolve parar para tomar algo em bar de beira de estrada. Enquanto está lá dentro uma quadrilha de assaltantes resolve roubar seu carro para seguir em frente em sua fuga pelos desertos australianos. Para Eric isso não ficará barato. Após colocar as mãos em Rey (Robert Pattinson), irmão mais jovem do líder do bando, ele empreende uma caçada sem tréguas pelos criminosos. Sua sede de justiça acaba beirando a obsessão completa. Filme indicado a cinco categorias do prêmio do Australian Film Institute.

Comentários:
Se eu escrever sobre um filme retratando um mundo pós-apocalíptico onde o enredo se desenrola no deserto implacável da distante e desolada Austrália o que virá em sua mente? Claro que "Mad Max"! Essa nova produção é quase uma releitura de "Mad Max" porém sob um novo ponto de vista e uma nova proposta. Ao invés de mostrar um mundo de ficção onde todos se vestem com figurinos esquisitos, o diretor optou por mostrar os personagens como pessoas normais, com roupas comuns onde nada parece ser muito especial. O que move o principal personagem (interpretado por Guy Pearce) é uma obsessão insana de colocar as mãos nos criminosos que roubaram seu carro durante uma fuga após um assalto mal sucedido. Para isso ele não medirá esforços e encontrará pelo caminho os tipos mais bizarros possíveis, como um anão de circo que trafica armas e uma avó que ganha a vida oferecendo seu jovem neto para se prostituir a pedófilos! Em termos de atuação devo registrar algo interessante. De maneira em geral sempre critiquei o trabalho do ator Robert Pattinson, isso porque ele nunca havia me convencido plenamente, quase sempre realizando um tipo de atuação sem muita convicção, com tiques nervosos a la James Dean. Aqui finalmente encontrei pela frente a primeira boa atuação do rapaz. Ele interpreta um tipo meio retardado, que demonstra desde o começo não ter uma mente muito normal. Pois bem, o fato inegável é que Robert Pattinson está muito bem em sua atuação, chegando ao ponto de surpreender! As fãs adolescentes que adoram seu papel de vampiro Edward Cullen provavelmente não irão gostar de seu trabalho sem nenhum glamour ou apelo sexual, mas isso no final de contas não importa pois a maior luta de Robert hoje em dia é realmente ser levado à sério como ator. Esse foi um primeiro e decisivo passo nessa direção.

Pablo Aluísio.

Um Ato de Liberdade

Título no Brasil: Um Ato de Liberdade
Título Original: Defiance
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Clayton Frohman, Edward Zwick
Elenco: Daniel Craig, Liev Schreiber, Jamie Bell
  
Sinopse:
Um grupo de judeus decide fugir para as florestas da Bielorrússia durante a ocupação nazista na Europa Oriental. Lá eles se unem a combatentes da resistência russa. Juntos decidem construir uma vila como forma de proteção em relação às tropas alemãs. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor trilha sonora incidental (James Newton Howard).

Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme. O roteiro era baseado em fatos reais, históricos até, havia um bom elenco capitaneado pelo próprio "James Bond" Daniel Craig, a produção de fato era muito bem realizada. Apesar de parecer ter todos os ingredientes presentes e no lugar certo, o filme não consegue decolar. Achei o resultado muito frio, distante, e isso não combina muito bem com o tema proposto. Era para ser algo bem mais visceral, impactante, sensibilizador. Não foi. Daniel Craig interpretando um personagem chamado Tuvia Bielski confirma o que já venho desconfiando há anos: ele não tem carisma! Craig é aquele tipo de ator que não cativa. Ele certamente é o tipo adequado para cenas de ação e brutalidade - o que talvez o tenha segurado como Bond por todos esses anos - mas fora isso não existe mais nada a explorar. Ele particularmente não tem grande talento dramático e falha em momentos mais tensos. Nesse filme há um grande drama humano envolvido, afinal a estória gira em torno de uma grande tragédia humanitária, mas Craig não esboça nenhuma emoção mais profunda. Sua expressão facial é quase sempre a mesma. Assim o que sobra é a frieza, que não se refere ao clima onde o enredo se passa, mas sim na superficialidade que no final se sobressai.

Pablo Aluísio.