sábado, 1 de fevereiro de 2014

Control

Título no Brasil: Control
Título Original: Control
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Weinstein Company
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Matt Greenhalgh
Elenco: Sam Riley, Samantha Morton, Craig Parkinson, Joe Anderson

Sinopse: 
Cinebiografia do conturbado músico e compositor Ian Curtis, líder da banda Joy Division. Jovem sem grandes perspectivas na vida ele resolve levar em frente um velho sonho de montar um grupo de rock diferente, que apostasse em suas próprias letras, bem soturnas e fora do comum. Dentro do emergente cenário punk de uma Londres obscura ele acaba se tornando uma figura de proa de um movimento musical que se alastraria pelos quatro cantos do mundo.

Comentários:
Muitas pessoas no Brasil adoram o Legião Urbana e seu idioma musical único e ignoram completamente de onde veio aquele estilo. Ora, basta uma rápida lida em qualquer biografia do cantor e compositor Renato Russo para entender que uma de suas maiores influências veio do grupo de punk rock Joy Division e seu cantor sui generis Ian Curtis. Sua vida porém era mais problemática e complicada do que suas próprias letras. Ian cultivava um pessimismo latente e tinha uma visão sombria e sem esperanças do mundo ao seu redor, proveniente de algum problema mental que ele possuía e que nunca foi diagnosticado corretamente a tempo. Constantemente anestesiado e deprimido para o mundo, Ian só conseguia sentir algum tipo de satisfação pessoal com sua barulhenta e furiosa música. O roteiro desse excelente filme biográfico foi escrito baseado nas memórias da esposa de Curtis, Deborah Curtis, que resolveu expor aspectos pessoais do marido e seus constantes problemas de relacionamento e sociabilidade. Colocando em termos simples podemos dizer que o Ian Curtis era um sujeito bem esquisito, mais ainda do que sua música. O filme também é bem depressivo, frio e muitas vezes distante, tal como se fosse um documentário. Esse tipo de linguagem porém se adequou muito bem ao próprio Ian Curtis e sua personalidade. Se o homem era torturado o músico certamente marcou época principalmente para quem era jovem naqueles anos pioneiros. Seu estilo influenciou muita gente e hoje é reconhecido pelos principais especialistas como um marco no surgimento do Punk. O final é barra pesada e certamente deixará muitas perguntas no ar, o que é mais um ponto positivo para a produção em si. Não deixe de assistir, seja você fã ou não do Joy Division. Roteiro baseado no livro de Deborah Curtis.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

American Horror Story - Asylum

Título no Brasil: American Horror Story - Asylum
Título Original: American Horror Story - Asylum
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Television
Direção: Vários
Roteiro: Brad Falchuk, Ryan Murphy (criadores da série)
Elenco: Jessica Lange, Joseph Fiennes, Zachary Quinto, James Cromwell, Sarah Paulson

Sinopse: 
"American Horror Story - Asylum" se passa em 1964. Numa instituição para doentes mentais que cometeram crimes violentos, a irmã Jude (Jessica Lange) tenta manter a ordem e a organização. Para lá é enviado o terrível psicopata conhecido como "face sangrenta" que supostamente teria matado várias mulheres. Ele porém alega que foi abduzido por extraterrestres e que na verdade seria inocente de todas as acusações. Qual seria a verdade por trás dos crimes?

Comentários:
"American Horror Story" veio resgatar algo que andava esquecido dentro da TV americana, os seriados de terror. Esse "Asylum" é a segunda temporada da série. Como se sabe a primeira temporada foi muito bem sucedida, ao mostrar os terríveis acontecimentos que rondavam uma velha casa mal assombrada. O roteiro era muito bem escrito e a série ganhou imediatamente uma grande legião de fãs, além de reconhecimento da crítica, o que lhe valeu vários prêmios importantes. "Asylum" conta com vários atores da primeira temporada (com destaque para a sempre ótima e talentosa Jessica Lange) mas parte de uma nova premissa. O enredo agora se passa em uma instituição para doentes mentais perigosos mantida pela Igreja Católica. Na direção temos a austera Irmã Jude (Jessica Lange) que precisa manter o local sob perfeitas condições. Ela ganhou o cargo por causa da confiança que o Monsenhor Timothy Howard (Joseph Fiennes) depositou sobre ela. Na verdade se trata mesmo de um  manicômio judiciário. Quem já visitou um lugar desses na vida real sabe o quão terrível eles são. Agora imagine uma instituição como essa, para onde são enviados psicopatas e criminosos violentos de todos os tipos, sendo administrado por freirinhas. É de dar arrepios mesmo. Some-se a isso ainda doutores envolvidos em misteriosas experiências e você terá um cenário ideal para mais uma temporada bem sucedida.

Pablo Aluísio .

O Homem Mais Procurado do Mundo

Título no Brasil: O Homem Mais Procurado do Mundo
Título Original: Seal Team Six: The Raid on Osama Bin Laden
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Voltage Pictures, Weinstein Company
Direção: John Stockwell
Roteiro: Kendall Lampkin
Elenco: Cam Gigandet, Jenny Gabrielle, Anson Mount

Sinopse: 
Após dez anos de investigações a agência de inteligência dos Estados Unidos (CIA) consegue localizar um suposto local onde o infame terrorista internacional Osama Bin Laden estaria escondido. Uma casa grande na fronteira entre Afeganistão e Paquistão. A CIA pretende invadir o local com um grupo de militares especializados do Navy Seal mas o presidente fica um pouco relutante em dar a ordem. Depois da colheita de mais provas de que Bin Laden está realmente na casa, finalmente a ordem de invasão é dada, dando origem a uma complexa missão de localização e eliminação do criminoso líder da Al-Qaeda.

Comentários:
"O Homem Mais Procurado do Mundo" foi produzido no calor dos acontecimentos quando os Estados Unidos ainda celebravam a morte do terrorista Osama Bin Laden. Talvez a pressa em aproveitar o momento tenha prejudicado o resultado final. Há várias falhas no roteiro, principalmente no que diz respeito aos fatos reais. Pequenos e grandes detalhes estão errados e aspectos da missão não foram bem retratados. Até mesmo no equipamento da equipe Navy Seal podemos notar problemas de  verossimilhança. O que de fato aconteceu é que o roteiro foi escrito sem se saber direito o que de fato aconteceu na captura de Bin Laden. Assim o roteirista não teve outra alternativa a não ser inserir pura ficção nas lacunas dos fatos, que afinal de contas eram desconhecidos. Os personagens centrais dentro da CIA também são pouco desenvolvidos. O curioso é que em certos momentos notamos uma certa preocupação dos realizadores desse filme de imprimir um tom quase documental, dando um estilo um pouco truncado a esse telefilme. Também não podemos deixar de fazer uma pequena comparação com "A Hora Mais Escura" que praticamente conta o mesmo enredo, só que com melhores resultados. Se você já viu essa produção poderá dispensar perfeitamente esse "O Homem Mais Procurado do Mundo" que não tem a mesma qualidade técnica daquele.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de janeiro de 2014

McQuade, o Lobo Solitário

Título no Brasil: McQuade, o Lobo Solitário
Título Original: Lone Wolf McQuade
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Steve Carver
Roteiro: B.J. Nelson, H. Kaye Dyal
Elenco: Chuck Norris, David Carradine, Barbara Carrera

Sinopse: 
J.J. McQuade (Chuck Norris) é um Texas Ranger diferente, que não procura seguir exatamente as regras! É um sujeito que prefere agir sozinho o que acaba lhe dando a alcunha de "Lobo Solitário". Em busca de armas automáticas militares roubadas ele acaba descobrindo uma perigosa rede de traficantes de drogas. Abrindo mão de seu modo de trabalhar e investigar sozinho acaba se unindo a um agente do FBI para colocar as mãos nos criminosos.

Comentários:
Filmado em El Paso, Texas, "McQuade" foi escrito para ser inicialmente estrelado pelo ator e cantor country Kris Kristofferson que desistiu do papel poucas semanas antes do começo das filmagens, preferindo sair em mais uma turnê com sua banda. Assim a Orion acabou escalando Chuck Norris em cima da hora, o que não deixa de ser uma grande ironia do destino pois o personagem acabou sendo uma das marcas registradas do ator (tanto que em "Os Mercenários 2" Norris é chamado de "O Lobo Solitário"). De uma forma ou outra acabou se tornando um dos mais populares filmes de Norris. Uma tentativa de unir resquícios do western spaghetti com os filmes de lutas marciais populares na década de 1970. David Carradine também está no elenco. Anos depois ele afirmaria numa entrevista, de forma bem divertida, que teria feito a cena final de luta com Chuck Norris sem dublês - o que foi confirmado pelos produtores na época - e tinha sobrevivido para contar a história! Uma clara piada com a fama de imbatível de Norris. Curiosamente quando Norris resolveu trocar o cinema pela TV na década de 1990 ele acabou estrelando o seriado  "Walker, Texas Ranger", que para muitos seria quase uma cópia literal do enredo desse filme. De fato ao se comparar o filme à série ficamos com a impressão que "Walker" nada mais é do que um produto reciclado do original. Afinal, em ambos os casos Norris é um Texas Ranger especializado em chutar traseiros na fronteira entre México e Estados Unidos. Para os fãs isso não importa pois para eles não poderia haver nada melhor e mais divertido do que isso.

Pablo Aluísio.

Volcano - A Fúria

Título no Brasil: Volcano - A Fúria
Título Original: Volcano
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Mick Jackson
Roteiro: Jerome Armstrong, Billy Ray
Elenco: Tommy Lee Jones, Anne Heche, Gaby Hoffmann, Don Cheadle

Sinopse: 
Para surpresa de todos os cientistas americanos um vulcão completamente desconhecido da ciência surge bem no meio da cidade de Los Angeles. Não tarda para que entre em erupção causando grande caos e desespero em todos os habitantes da grande metrópole californiana. 

Comentários:
Hollywood tem dessas coisas, algumas vezes dois filmes em dois estúdios diferentes são produzidos e lançados ao mesmo tempo. Foi o que aconteceu com esse "Volcano" e "Inferno de Dante". Dois filmes sobre desastres naturais causados por vulcões. No fundo não passam de remakes inspirados nos filmes catástrofes dos anos 70. Dos dois o que prefiro mais certamente é "Inferno de Dante" (embora nenhum deles seja lá grande coisa). "Volcano" é bem menos preocupado em dar ao espectador o mínimo de verossimilhança pois o que se quer mesmo é usar a tecnologia de efeitos digitais (nos anos 90 uma grande novidade) ao limite. Assim o filme não passa de uma sucessão de cenas absurdas com carros, ruas, pessoas e avenidas sendo devoradas pela lava do vulcão em Los Angeles. Em um roteiro tão pífio tudo o que sobra para Tommy Lee Jones fazer em cena e sair correndo de lá e pra cá para salvar algumas pessoas enquanto a cidade é literalmente engolida pelas chamas incandescentes. Em suma, "Volcano" nada mais é hoje em dia do que uma bobagem que envelheceu muito mal.

Pablo Aluísio

Moça com Brinco de Pérola

Título no Brasil: Moça com Brinco de Pérola
Título Original: Girl with a Pearl Earring
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Peter Webber
Roteiro: Olivia Hetreed, baseado no romance de Tracy Chevalier
Elenco: Colin Firth, Scarlett Johansson, Tom Wilkinson, Cillian Murphy, Judy Parfitt

Sinopse: 
O romance mescla história real com mera ficção. Um dos quadros mais famosos do pintor Johannes Vermeer (aqui interpretado por Colin Firth) foi justamente "Moça com Brinco de Pérola". Aqui temos a narração dos fatos que deram origem ao quadro. A jovem Griet (Scarlett Johansson) acaba servindo de modelo para a pintura após ir trabalhar como empregada doméstica na casa do artista, se tornando assim imortalizada através da arte de seu patrão.

Comentários:
Com enredo criativo e excelente direção de arte esse filme "Moça com Brinco de Pérola" surpreende pelo bom gosto. Eu sempre gostei de filmes históricos como esse e por essa razão a produção me agradou bastante. Tudo muito refinado e fino (tanto o roteiro quanto a direção do filme). Uma das primeiras coisas que chamam a atenção é a clara semelhança entre a atriz Scarlett Johansson e a garota que foi pintada por Johannes Vermeer. Ótima escolha de elenco. No mais, embora tome várias liberdades históricas com os acontecimentos reais o filme agrada e conquista o espectador pelo próprio romance envolvente que vai tomando conta dos personagens. Colin Firth segue com sua típica caracterização de conquistador relutante, o que para muitas mulheres é puro charme. Ótimo elenco de apoio - como por exemplo a sempre marcante presença de Tom Wilkinson - completam o quadro de uma produção que realmente vale muito a pena, principalmente para quem estiver em busca de um bom drama com bastante romance histórico.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Brooklyn Nine-Nine

Título no Brasil: Brooklyn Nine-Nine
Título Original: Brooklyn Nine-Nine
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC
Direção: Vários
Roteiro: Daniel J. Goor, Michael Schur
Elenco: Andy Samberg, Stephanie Beatriz, Terry Crews

Sinopse:
Brooklyn Nine-Nine é o apelido que os tiras dão ao departamento de polícia do bairro do Brooklyn em Nova Iorque. No meio de crimes sem noção - como a de um sujeito especializado em roubar pizzas - os policiais vão desfilando seu repertório de piadas e bom humor.

Comentários:
Essa nova sitcom virou a queridinha da crítica americana. O estilo é completamente besteirol, com tiras do departamento de polícia do Brooklyn fazendo todo tipo de palhaçadas. A comédia se apóia no ator e comediante Andy Samberg que é muito popular nos Estados Unidos por causa de suas atuações no programa Saturday Night Live. Sinceramente a série é pra lá de bobinha. No episódio piloto, por exemplo, temos um festival de gags rápidas e ligeiras, beirando o absurdo completo, o que me lembrou imediatamente do divertido "Scrubs" só que sem o mesmo efeito. O problema é que não simpatizo muito com a cara de palerma de Andy Samberg que faz um esforço enorme para ser muito engraçado. Na minha opinião ele não é nada hilário. Seu tipo de humor muitas vezes é por demais específico e só faz maior sentido para os judeus nova-iorquinos. Para os brasileiros muitas das piadas não encontram um trocadilho engraçado em nosso idioma. Até quando tenta ser politicamente incorreto (como no caso do chefe do departamento que é negro e gay) a coisa não funciona muito bem. No geral não vi absolutamente nada demais e não consegui entender mesmo porque uma série tão tolinha levou o Globo de Ouro de melhor série na categoria comédia. Será mais algum tipo de piada interna que não conseguimos entender completamente?

Pablo Aluísio.

O Grande Dragão Branco

Título no Brasil: O Grande Dragão Branco
Título Original: Bloodsport
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon International
Direção: Newt Arnold
Roteiro: Mel Friedman, Christopher Cosby
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Donald Gibb, Leah Ayres, Norman Burton

Sinopse: 
"Kumite" é um torneio de artes marciais clandestino e ilegal que segue as regras de vida e morte dos antigos gladiadores romanos. O vencedor será aquele que liquidar seu adversário. Frank Dux (Van Damme) é um soldado americano que decide entrar na competição por um motivo pessoal. Sua vida porém não será nada fácil pois uma jornalista investigativa também está à procura do tão falado torneio secreto. Ela pretende entrar nos bastidores de tudo para depois denunciar a realização das lutas para a polícia.

Comentários:
Um dos filmes que transformaram o ator Jean-Claude Van Damme em ídolo dos fãs de filmes de ação. "O Grande Dragão Branco" foi lançado pela produtora Cannon e logo se tornou um campeão de popularidade, inclusive no Brasil onde foi exibido por meses a fio nos cinemas. Depois o sucesso se repetiu quando finalmente chegou nas locadoras pela Paris Filmes. Curiosamente a estória que vemos no filme foi baseada em fatos reais, em aspectos da vida do lutador Frank W. Dux que se tornou um dos grandes campeões das décadas de 1970 e 80. Obviamente que o verdadeiro Dux em nada se parecia com Van Damme no tatame. Aqui o ator belga procurou desenvolver suas próprias técnicas, algumas bem diferentes, que fizeram a festa dos admiradores de seu estilo único. Depois do sucesso dessa produção Jean-Claude Van Damme virou o maior astro da produtora Cannon, superando até mesmo Chuck Norris em salários e prestigio. Não era para menos, ele tinha agilidade, era jovem e carismático. Enfim, queiram ou não, temos aqui um verdadeiro marco no cinema de ação dos anos 80.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Álbum de Família

Título no Brasil: Álbum de Família
Título Original: August Osage County
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Weinstein Company
Direção: John Wells
Roteiro: Tracy Letts
Elenco: Meryl Streep, Dermot Mulroney, Julia Roberts, Ewan McGregor, Chris Cooper, Juliette Lewis, Julianne Nicholson, Abigail Breslin

Sinopse: 
Baseado na peça de Tracy Letts (que também assina o roteiro) o filme "Álbum de Família" conta em seu enredo os fatos que acontecem quando a família Weston se reúne na casa de sua mãe, Violet Weston (Meryl Streep), após a morte de seu marido. As três filhas estão lá para consolar sua mãe mas as coisas logo saem do controle. Farpas e grandes doses de veneno logo são jogados em plena mesa do jantar. O texto original foi premiado com o Pullitzer e o Tony no ano de seu lançamento.

Comentários:
É incrível como Meryl Streep consegue se superar a cada novo filme. Quando você pensa que ela já chegou ao topo da arte de interpretar ela surge com algo a mais em sua nova produção nas telas. Nesse filme aqui a atriz tem a oportunidade de dar vida a uma de suas melhores personagens, a matriarca Violet Weston. Ela tem problemas com drogas prescritas (toma diariamente um verdadeiro coquetel de pílulas) que aliada ao seu terrível temperamento dá origem a uma pessoa que se comporta como uma verdadeira víbora, desfilando veneno para todos os lados. Como não poderia deixar de ser seu alvo se materializa principalmente em seus parentes. Karen (Juliette Lewis) é fútil e sem juízo, sempre trocando de maridos. Agora ela surge com um novo noivo, um sujeito mais velho, que parece ter ligações com atividades ilícitas. Ivy (Julianne Nicholson) é tímida e oprimida. Solteirona ela se torna vítima das piadas maldosas da mãe. Na surdina porém mantém um relacionamento com seu primo, algo que nunca poderá se concretizar por causa de um complicado segredo de família. A única filha que tem força suficiente para enfrentar a mãe Violet é Barbara (Julia Roberts, em bela atuação). Seus problemas no casamento porém logo minam sua vontade de enfrentar Violet de forma frontal.

"Álbum de Família" foi inspirado nas próprias experiências pessoais da autora da peça. A personagem Violet foi criada a partir de sua tia, uma matrona muito maldosa e ferina, que sempre atacava a todos quando a família finalmente se reunia em datas festivas. Como toda família temos um palco ideal para muitas brigas e conflitos internos. O clima é sufocante e inóspito e tudo parece prestes a explodir quando todos os parentes resolvem novamente se reunir. O cenário é o estado americano do Oklahoma, um lugar distante e muito quente, localizado no meio oeste do país. A região acabou forjando pessoas muito duras no trato social. A Violet de Meryl Streep (que é o grande personagem do filme) é fruto desse meio. Uma pessoa má em essência, com muita maldade para jogar em todos os membros de sua família. Certamente para quem já passou uma saia justa numa reunião familiar a identificação será imediata, até porque ao que tudo indica todas as famílias são muito parecidas em si e esse texto foi brilhante ao capturar o pior aspecto de todas elas. É um filme apoiado em grandes diálogos e grandes atuações. A peça original tem mais de três horas de duração mas o diretor John Wells conseguiu colocar tudo muito bem em pouco mais de duas horas de filme, sem perdas significativas. O resultado sem dúvida é uma grande e bela obra cinematográfica. Não deixe de assistir pois é seguramente desde já um dos melhores filmes do ano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Phantom - O Submarino Fantasma

Título no Brasil: Phantom - O Submarino Fantasma
Título Original: Phantom
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: RCR Media Group
Direção: Todd Robinson
Roteiro: Todd Robinson
Elenco: Ed Harris, David Duchovny, Lance Henriksen, Julian Adams

Sinopse: 
Após chegar de uma missão de 72 dias em alto-mar o capitão de submarinos nucleares da União Soviética, Dmitri Zubov (Ed Harris), recebe uma nova missão. Ele deverá comandar um antigo submarino russo em direção ao mar aberto para testes com um novo dispositivo que torna os navios e embarcações da marinha soviética invisíveis aos radares e sonares da esquadra americana. Para isso ele deverá levar o submarino para o mais próximo possível de navios da armada americana e sair de lá sem ser notado pelos militares inimigos. Para assegurar que a missão seja cumprida sem desvios dois agentes da KGB (um deles interpretado por David Duchovny de "Arquivo X") sobem à borda. A missão porém não sairá como foi previamente planejada.

Comentários:
Mais uma interessante trama passada na época da guerra fria mostrando os conflitos e jogos de poder envolvendo a tripulação de um submarino da esquadra vermelha da União Soviética. A primeira referência que vem em nossas mentes é "Caçada ao Outubro Vermelho" pois tal como lá temos também uma embarcação de guerra que perde o controle, levando tudo a uma situação limite envolvendo Estados Unidos e União Soviética que ficam à beira de uma guerra nuclear. O personagem de Ed Harris (sempre bem em cena) tem vários problemas pessoais. Ele sofre de epilepsia e para controlar isso exagera na bebida, causando transtornos dentro do submarino. Filho de um herói de guerra não consegue ficar à altura de seu pai, criando assim uma grande crise existencial dentro de si. Para piorar tem que lidar com um agente da KGB (David Duchovny) cuja presença entre os tripulantes nunca fica muito bem clara. Ele está lá supostamente para comandar os testes em uma arma secreta de inteligência mas parece haver algo mais. Apesar da boa trama temos que admitir que "Phantom" não é tão bem produzido quanto os outros filmes de submarinos que estamos acostumados a ver no cinema. Com um orçamento mais restrito ele aposta alto nas reviravoltas do enredo e no elenco (que é acima da média). Há tensão, ação e suspense em boas doses. Um filme relativamente curto (pouco mais de 90 minutos) que no final das contas acaba agradando, principalmente por causa do carisma de Ed Harris e da boa estória que conta.

Pablo Aluísio.

Aposta Máxima

Título no Brasil: Aposta Máxima
Título Original: Runner Runner
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Brad Furman
Roteiro: Brian Koppelman, David Levien
Elenco: Ben Affleck, Justin Timberlake, Gemma Arterton, Anthony Mackie

Sinopse: 
Richie Furst (Justin Timberlake) é um aluno da prestigiada universidade de Princeton que, precisando de dinheiro para pagar as mensalidades de seu curso, começa a agenciar apostas entre alunos e professores. Suas atividades chegam ao conhecimento da reitoria da instituição que lhe dá uma escolha: ou encerra as apostas ou então será expulso. Em um ato de desespero resolve então fazer uma última grande aposta em um site de jogos online mas acaba perdendo tudo que tem. Intrigado, desconfia que foi roubado e parte para a Costa Rica onde o site é gerenciado pelo americano Ivan Block (Ben Affleck) que está sob a mira do FBI. Sem perceber Richie acaba entrando numa rede envolvendo fraudes online, desvio e lavagem de dinheiro e crimes financeiros de toda ordem.

Comentários:
Esse "Aposta Máxima" se propõe a revelar um pouco dos bastidores das grandes jogatinas feitas por sites da internet. O personagem de Ben Affleck é um ex-corredor de Wall Street que decide abrir um site de jogos, onde cifras milionárias chegam de todos os lugares do mundo. Para evitar ter problemas com o FBI ele instala o QG de suas operações na ilha de Costa Rica e para continuar levando seus negócios em frente monta um grande esquema de corrupção envolvendo as autoridades locais. Já o Richie de Justin Timberlake (em boa atuação) é um aluno de Princeton que atrás de recuperar a grana que lhe foi roubada pelo site acaba se deslumbrando com a vida de poder, mulheres e riquezas que Ivan Block (Affleck) desfruta. Ao invés de denunciar as falcatruas de Block acaba se aliando a ele, indo trabalhar no site de jogos. O problema é que tudo não passa de uma grande operação fraudulenta que se apropria do dinheiro dos apostadores ao redor do mundo. O roteiro assim vai explorando os pequenos e grandes golpes envolvendo jogos online. Affleck traz um toque de psicopatia para seu personagem, um sujeito que sempre parece ser bacana e boa praça, mas que no fundo é extremamente calculista ao usar todas as pessoas ao seu redor. Não é um filme excepcional mas consegue manter o interesse o tempo todo por causa da boa trama que se dispõe a contar. Justin Timberlake, quem diria, segura bem as pontas. Outro ponto positivo é a direção de Brad Furman (o mesmo de "O Poder e a Lei") que nunca deixa o filme cair no marasmo ou no lugar comum. Vale certamente ser conhecido.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Kojak

Título no Brasil: Kojak
Título Original: Kojak
Ano de Produção: 1973 - 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal TV
Direção: Vários
Roteiro: Abby Mann (criador da série)
Elenco: Telly Savalas, Dan Frazer, Kevin Dobson

Sinopse: 
O tenente Theo Kojak (Telly Savalas) trabalha no departamento de polícia de uma das maiores cidades dos Estados Unidos. Seu cotidiano é duro, pois tem que enfrentar toda a escória da sociedade. Para isso não se importa de usar métodos pouco convencionais. Grande sucesso popular da TV americana durante os anos 1970.

Comentários:
Se estivesse vivo o ator Telly Savalas (1922 - 1994) estaria fazendo aniversário hoje! Embora tenha tido uma carreira longa e produtiva em Hollywood (com mais de 120 filmes no currículo), Savalas se notabilizou mesmo com essa série policial dos anos 70 chamada "Kojak". O seriado ficou tão popular e famoso (inclusive no Brasil) que Savalas nunca mais se livrou do personagem, chegando ao ponto inclusive de muitos nem mais usarem seu nome real mas sim Kojak para se referir ao ator. O policial careca e durão, sempre com um pirulito na boca, entrou definitivamente na galeria dos tiras imortais da cultura pop. E qual foi o segredo de tamanho êxito comercial? Simples, na década de 70 a TV americana procurou seguir os passos do que estava acontecendo no cinema. Em Hollywood os filmes procuravam por mais realismo, mostrando o mundo como ele realmente era, sem qualquer tipo de amenização ou romantização da realidade. "Kojak" seguia por essa linha. O policial vivia nas ruas infestadas de criminosos, prostitutas, cafetões, escroques e pilantras de toda ordem. As grandes cidades americanas surgiam nas telas sem qualquer tipo de cortina, mostrando a crueldade que imperava nos guetos e ruas mal iluminadas. Esse realismo cru acabou transformando "Kojak" numa febre, o que inspiraria centenas de séries depois dela - inclusive até nos dias atuais conseguimos sentir essa influência viva na TV americana. Assim deixamos a sugestão para você, que gosta de seriados americanos, conhecer uma das séries mais importantes da televisão dos anos 70. Certamente você não se arrependerá.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Título no Brasil: Percy Jackson e o Ladrão de Raios
Título Original: Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Craig Titley, baseado no livro de Rick Riordan
Elenco: Logan Lerman, Sean Bean, Pierce Brosnan, Uma Thurman

Sinopse: 
O jovem Percy Jackson (Logan Lerman) aparenta ser um adolescente comum, igual a todos os outros. Sua verdadeira natureza porém é bem diversa. Ele na realidade é um semideus, filho de uma mortal com o deus Poseidon. Tentando lidar com essa nova realidade ele precisa agora se defender daqueles que o acusam de ter roubado uma das armas mais poderosas da mitologia, o raio de Zeus! Para provar que é inocente ele então parte para uma grande aventura, jamais imaginada por um garoto como ele!

Comentários:
Com o sucesso de franquias como "Harry Potter" e "O Senhor dos Anéis" era de se esperar que outras adaptações de livros populares para o público infanto-juvenil viessem à tona. A aposta dos estúdios Fox então recaiu sobre esse personagem Percy Jackson. Com um orçamento de quase 100 milhões de dólares na produção as expectativas comerciais eram as melhores possíveis mas os resultados foram bem mornos. Em termos de qualidade também não há comparação com as séries de filmes que levaram a Fox a investir tanto aqui. Na verdade as tramas envolvendo Percy Jackson são bem derivativas, sem maiores novidades. Nem o talento do cineasta Chris Columbus para esse tipo de filme fez diferença. Na minha opinião o que atrapalhou mesmo foi o material original que deu origem ao filme. Nem sempre livros de fantasia são adequados para o cinema pois o que funciona na literatura nem sempre funciona na tela. Esse personagem é um exemplo. Ele não tem o carisma de um Harry Potter e nem muito menos a profundidade da saga de J. R. R. Tolkien! É apenas uma aventura fantasiosa com um excelente elenco de apoio mas com um ator bem sem graça no papel principal. O que sobra no final das contas é puro tédio. Talvez agrade a certa parcela do público na faixa dos 14 anos. Já para os adultos o bocejo no final da exibição será inevitável.

Pablo Aluísio.

A Melhor Casa Suspeita do Texas

Título no Brasil: A Melhor Casa Suspeita do Texas
Título Original: The Best Little Whorehouse in Texas
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, RKO Pictures
Direção: Colin Higgins
Roteiro: Larry L. King, Peter Masterson
Elenco: Burt Reynolds, Dolly Parton, Dom DeLuise

Sinopse: 
Por 150 anos um simpático bordel, o "Rancho das galinhas", funcionou tranquilamente nos arredores da pequena cidadezinha de  Lanville, no Texas. De propriedade de Mona Stangley (Dolly Parton), que inclusive tem um caso com o xerife local (Burt Reynolds), as coisas caminhavam muito bem para ela e suas garotas. A convivência pacífica entre o estabelecimento e os moradores da cidade porém é colocada abaixo por um apresentador de TV moralista,  Melvin P. (Dom DeLuise), que lidera uma campanha para fechar o rancho em nome dos mais "altos valores morais"!

Comentários:
"A Melhor Casa Suspeita do Texas" é uma adaptação para o cinema da famosa peça teatral. Com muita música, cenas cômicas e bom humor o enredo logo cativa o espectador. A famosa cantora country e atriz Dolly Parton é um dos grandes atrativos do filme, pois empresta sua bonita voz para as várias canções da trilha sonora. Burt Reynolds, naquela época no auge da carreira, traz seu conhecido carisma para o papel do xerife machão que não leva desaforos para casa. Fechando o trio principal do elenco temos um afetado (e hilário) Dom DeLuise, que na TV posa de defensor dos bons costumes, mas que na vida privada tem segredos a esconder. Todos estão muito bem em seus respectivos personagens, que são, em última análise, caricaturas divertidas de tipos bem conhecidos da sociedade Texana da época.

Assistindo a essa produção do começo dos anos 1980 não pude deixar de pensar em como seria complicado fazer um filme como esse nos dias atuais. Afinal de contas em tempos tão politicamente corretos não seria nada fácil vender um filme simpático e bem humorado que retratasse uma autêntica "Whorehouse" americana, tudo feito até com leveza, sem culpas e remorsos. Certamente iriam aparecer os famosos patrulheiros de costumes e coisas do tipo para aporrinhar os produtores (tal como aparece no enredo do filme). Ainda bem que nos anos 80 as coisas eram bem diferentes, o que é um alívio para o espectador, pois aqui temos uma divertida comédia musical, ambientada no bom e velho Texas, com muito humor e diálogos picantes e engraçados. Uma bem humorada história envolvendo apresentadores de TVs oportunistas, xerifes durões, políticos corruptos (como sempre) e simpáticas moças que vivem numa casa pra lá de suspeita. Assista e tenha uma boa diversão!

Pablo Aluísio.

Perfeição

Esse filme é da época em que o Travolta ainda era considerado apenas um ator dançarino. Depois de "Grease" e "Os Embalos de Sábado à Noite" os produtores só conseguiam ver o ator como um astro de musicais. Assim Travolta foi tentando voltar ao sucesso de bilheteria, sempre trilhando por esse caminho. Infelizmente as coisas não iam nada bem. Houve uma continuação de seu maior sucesso, "Saturday Night Fever", dirigido por Stallone mas o filme, apesar das esperanças do estúdio, naufragou completamente. Foi ignorado pelo público. Mas como ninguém por essa época conseguia ver o ator em outro tipo de papel os produtores bancaram uma nova tentativa que foi justamente esse "Perfeição". Em meados dos anos 1980 havia uma moda de vídeos de aeróbica, estrelados por Jane Fonda. Essas fitas VHS venderam muito - e se tornaram um grande sucesso. Essa produção tenta pegar carona nessa modinha.

Jamie Lee Curtis interpreta a instrutora de aeróbica que se envolve com um repórter, John Travolta na pele de um jornalista investigativo que pretende escrever sobre esse mundo dos clubes, dos costumes, dos figurinos e tudo mais. O curioso é que Travolta interpretava um enviado da famosa revista Rolling Stone que na época de lançamento do filme se incomodou como a forma que seu personagem agia. Para os donos da revista não havia qualquer semelhança entre a falta de ética de Travolta no filme e dos profissionais que trabalhavam para a Rolling Stone real. Até ameaças de processo foram levantadas mas depois a revista voltou atrás e deixou a Columbia, estúdio que produziu o filme, em paz. Isso talvez se deva pelo fato de "Perfeição" ter ido muito mal nas bilheterias, o que talvez não justificasse uma longa, cara e cansativa luta nos tribunais. "Perfeição" soa hoje em dia bem datado mas ainda tem seu charme. A trilha sonora, as coreografias e o estilo de dança dos protagonistas deixam um gostinho de saudades para quem viveu naqueles distantes anos 80. Já para os fãs de Travolta o filme se torna mais do que obrigatório já que o ator está mais rebolativo do que de costume. Se lhe interessa, arrisque. A diversão certamente estará garantida.

Perfeição (Perfect, Estados Unidos, 1985) Direção: James Bridges / Roteiro: Aaron Latham, James Bridges / Elenco: John Travolta, Jamie Lee Curtis, Ramey Ellis / Sinopse: Jornalista e instrutora de dança e aeróbica se enamoram no meio do mundo dos clubes e academias dos anos 80.

Pablo Aluísio.