Bom, se você considera cozinhar bem uma verdadeira arte, então vou deixar a dica desse interessante filme chamado "Pegando Fogo" (Lamentavelmente mais um título nacional completamente sem noção). O enredo gira em torno de Adam Jones (Bradley Cooper). No passado ele foi um consagrado chef de cuisine em Paris. Seus pratos eram respeitados e ele era admirado como profissional inovador e criativo. Em seu auge chegou a ser qualificado como um dos melhores da cidade, o que definitivamente não era pouca coisa, uma vez que Paris sempre foi o centro da gastronomia mundial. Infelizmente os anos de glória ficaram para trás após ele mesmo colocar tudo a perder por causa de mulheres, drogas e bebidas. Depois da queda resolveu então voltar para os Estados Unidos. Trabalhando em um boteco de quinta categoria em New Orleans ele decide se redimir de uma vez por todas, novamente jogando tudo para o alto, com a intenção de voltar para a Europa, para recuperar seu prestígio e fama do passado nos melhores restaurantes do continente. Ao invés de retornar a Paris, Jones resolve então ir dessa vez para Londres, onde um antigo colega de profissão agora trabalha como maitre. Será que haverá uma segunda oportunidade para ele no concorrido mercado de finas iguarias da capital inglesa?
Quando esse filme começou me recordei imediatamente de um filme mais antigo com Catherine Zeta-Jones e Aaron Eckhart chamado "Sem Reservas" (No Reservations, EUA, 2007). A temática é bem parecida e mostra o lado mais concorrido desse mundo da alta culinária mundial. Para trazer mais apelo dramático a esse roteiro os escritores criaram uma personalidade muito atormentada para o personagem central interpretado por Bradley Cooper. Ele aliás está muito bem no papel desse temperamental chefe que vira e mexe protagoniza acessos de fúria e raiva em sua cozinha. Basta um pequeno erro no sabor, um excesso de algum condimento para que tudo voe pelos ares. Como se isso não fosse o bastante há ainda explosões de raiva contra seus subordinados o que transforma seu ambiente de trabalho em um verdadeiro caos de tensão incontida. Ele deseja a cobiçada terceira estrela da famosa publicação Michelin, um guia com os melhores restaurantes e chefes de cozinha de todo o mundo e está decidido a ganhar sua redenção na profissão. Ser um profissional três estrelas no guia iria lhe transformar em um dos cozinheiros mais respeitados de todo o planeta. Para isso Jones realmente não está disposto a ser nada menos do que perfeito em suas criações, o que não será nada fácil uma vez que ele tem uma vida conturbada, com um passado complicado de apagar. No saldo final o filme me agradou, não apenas pela boa dramaticidade como também pelas cenas de preparo dos pratos finos. Cada refeição é tratada praticamente como uma obra de arte. Para um gourmet não poderia haver nada melhor do que isso. Não deixe de conferir e Bon Appétit!
Pegando Fogo (Burnt, EUA, 2015) Direção: John Wells / Roteiro: Steven Knight, Michael Kalesniko / Elenco: Bradley Cooper, Emma Thompson, Uma Thurman, Sienna Miller, Matthew Rhys, Daniel Brühl / Sinopse: Após arruinar sua carreira em Paris, um cozinheiro americano chamado Adam Jones (Bradley Cooper) resolve voltar para a Europa, mais especificamente Londres, para um retorno triunfal ao mercado mais concorrido da alta culinária em todo o mundo. Ele deseja ser reconhecido por seu talento, ganhando a tão cobiçada terceira estrela do Guia Michelin de restaurantes. O caminho até a consagração porém não será nada fácil.
Pablo Aluísio.
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Álbum de Família
Título no Brasil: Álbum de Família
Título Original: August Osage County
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Weinstein Company
Direção: John Wells
Roteiro: Tracy Letts
Elenco: Meryl Streep, Dermot Mulroney, Julia Roberts, Ewan McGregor, Chris Cooper, Juliette Lewis, Julianne Nicholson, Abigail Breslin
Sinopse:
Baseado na peça de Tracy Letts (que também assina o roteiro) o filme "Álbum de Família" conta em seu enredo os fatos que acontecem quando a família Weston se reúne na casa de sua mãe, Violet Weston (Meryl Streep), após a morte de seu marido. As três filhas estão lá para consolar sua mãe mas as coisas logo saem do controle. Farpas e grandes doses de veneno logo são jogados em plena mesa do jantar. O texto original foi premiado com o Pullitzer e o Tony no ano de seu lançamento.
Comentários:
É incrível como Meryl Streep consegue se superar a cada novo filme. Quando você pensa que ela já chegou ao topo da arte de interpretar ela surge com algo a mais em sua nova produção nas telas. Nesse filme aqui a atriz tem a oportunidade de dar vida a uma de suas melhores personagens, a matriarca Violet Weston. Ela tem problemas com drogas prescritas (toma diariamente um verdadeiro coquetel de pílulas) que aliada ao seu terrível temperamento dá origem a uma pessoa que se comporta como uma verdadeira víbora, desfilando veneno para todos os lados. Como não poderia deixar de ser seu alvo se materializa principalmente em seus parentes. Karen (Juliette Lewis) é fútil e sem juízo, sempre trocando de maridos. Agora ela surge com um novo noivo, um sujeito mais velho, que parece ter ligações com atividades ilícitas. Ivy (Julianne Nicholson) é tímida e oprimida. Solteirona ela se torna vítima das piadas maldosas da mãe. Na surdina porém mantém um relacionamento com seu primo, algo que nunca poderá se concretizar por causa de um complicado segredo de família. A única filha que tem força suficiente para enfrentar a mãe Violet é Barbara (Julia Roberts, em bela atuação). Seus problemas no casamento porém logo minam sua vontade de enfrentar Violet de forma frontal.
"Álbum de Família" foi inspirado nas próprias experiências pessoais da autora da peça. A personagem Violet foi criada a partir de sua tia, uma matrona muito maldosa e ferina, que sempre atacava a todos quando a família finalmente se reunia em datas festivas. Como toda família temos um palco ideal para muitas brigas e conflitos internos. O clima é sufocante e inóspito e tudo parece prestes a explodir quando todos os parentes resolvem novamente se reunir. O cenário é o estado americano do Oklahoma, um lugar distante e muito quente, localizado no meio oeste do país. A região acabou forjando pessoas muito duras no trato social. A Violet de Meryl Streep (que é o grande personagem do filme) é fruto desse meio. Uma pessoa má em essência, com muita maldade para jogar em todos os membros de sua família. Certamente para quem já passou uma saia justa numa reunião familiar a identificação será imediata, até porque ao que tudo indica todas as famílias são muito parecidas em si e esse texto foi brilhante ao capturar o pior aspecto de todas elas. É um filme apoiado em grandes diálogos e grandes atuações. A peça original tem mais de três horas de duração mas o diretor John Wells conseguiu colocar tudo muito bem em pouco mais de duas horas de filme, sem perdas significativas. O resultado sem dúvida é uma grande e bela obra cinematográfica. Não deixe de assistir pois é seguramente desde já um dos melhores filmes do ano.
Pablo Aluísio.
Título Original: August Osage County
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Weinstein Company
Direção: John Wells
Roteiro: Tracy Letts
Elenco: Meryl Streep, Dermot Mulroney, Julia Roberts, Ewan McGregor, Chris Cooper, Juliette Lewis, Julianne Nicholson, Abigail Breslin
Sinopse:
Baseado na peça de Tracy Letts (que também assina o roteiro) o filme "Álbum de Família" conta em seu enredo os fatos que acontecem quando a família Weston se reúne na casa de sua mãe, Violet Weston (Meryl Streep), após a morte de seu marido. As três filhas estão lá para consolar sua mãe mas as coisas logo saem do controle. Farpas e grandes doses de veneno logo são jogados em plena mesa do jantar. O texto original foi premiado com o Pullitzer e o Tony no ano de seu lançamento.
Comentários:
É incrível como Meryl Streep consegue se superar a cada novo filme. Quando você pensa que ela já chegou ao topo da arte de interpretar ela surge com algo a mais em sua nova produção nas telas. Nesse filme aqui a atriz tem a oportunidade de dar vida a uma de suas melhores personagens, a matriarca Violet Weston. Ela tem problemas com drogas prescritas (toma diariamente um verdadeiro coquetel de pílulas) que aliada ao seu terrível temperamento dá origem a uma pessoa que se comporta como uma verdadeira víbora, desfilando veneno para todos os lados. Como não poderia deixar de ser seu alvo se materializa principalmente em seus parentes. Karen (Juliette Lewis) é fútil e sem juízo, sempre trocando de maridos. Agora ela surge com um novo noivo, um sujeito mais velho, que parece ter ligações com atividades ilícitas. Ivy (Julianne Nicholson) é tímida e oprimida. Solteirona ela se torna vítima das piadas maldosas da mãe. Na surdina porém mantém um relacionamento com seu primo, algo que nunca poderá se concretizar por causa de um complicado segredo de família. A única filha que tem força suficiente para enfrentar a mãe Violet é Barbara (Julia Roberts, em bela atuação). Seus problemas no casamento porém logo minam sua vontade de enfrentar Violet de forma frontal.
"Álbum de Família" foi inspirado nas próprias experiências pessoais da autora da peça. A personagem Violet foi criada a partir de sua tia, uma matrona muito maldosa e ferina, que sempre atacava a todos quando a família finalmente se reunia em datas festivas. Como toda família temos um palco ideal para muitas brigas e conflitos internos. O clima é sufocante e inóspito e tudo parece prestes a explodir quando todos os parentes resolvem novamente se reunir. O cenário é o estado americano do Oklahoma, um lugar distante e muito quente, localizado no meio oeste do país. A região acabou forjando pessoas muito duras no trato social. A Violet de Meryl Streep (que é o grande personagem do filme) é fruto desse meio. Uma pessoa má em essência, com muita maldade para jogar em todos os membros de sua família. Certamente para quem já passou uma saia justa numa reunião familiar a identificação será imediata, até porque ao que tudo indica todas as famílias são muito parecidas em si e esse texto foi brilhante ao capturar o pior aspecto de todas elas. É um filme apoiado em grandes diálogos e grandes atuações. A peça original tem mais de três horas de duração mas o diretor John Wells conseguiu colocar tudo muito bem em pouco mais de duas horas de filme, sem perdas significativas. O resultado sem dúvida é uma grande e bela obra cinematográfica. Não deixe de assistir pois é seguramente desde já um dos melhores filmes do ano.
Pablo Aluísio.
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