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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Camaleões

Camaleões
Uma jovem e bela corretora de imóveis é brutalmente assassinada. Para investigar sua morte o departamento de polícia envia o detetive Tom Nichols (Benicio Del Toro) que passa a procurar pela identidade do assassino. Não demora muito e seu foco de investigação passa a ser o ex-marido dela. É praxe em casos como esse as investigações terem como alvos homens com quem a vítima se relacionou no passado. E o ex-marido dela parece estar dentro do perfil para esse tipo de crime. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento, tem histórico de problemas mentais e ficha policial corrida. Mais do que isso, esteve perto da cena do crime no dia em que tudo aconteceu. Entretanto é bom ficar atento, nem sempre o mais óbvio é a solução para crimes desse tipo. 

Bom filme. Não diria que é excepcional, mas cumpre bem sua proposta. Vivemos em um tempo de safra de filmes tão fracos que até mesmo um filme policial mediano como esse acaba se destacando. O título original faz menção àquele tipo de pessoa que se faz passar por quem não é. Desconfie dos muito bonzinhos, cheios de boas intenções. O tal "coração puro" e o "cara legal" podem esconder o mais sórdido dos assassinos. Esse é o perfil camaleão da criminologia. Lobo em pele de cordeiro, tão facilmente usado por psicopatas de todos os tipos. Assim não vá cair nas soluções fáceis para esse assassinato. Tem coisa muito pior por trás e pessoas que inicialmente estariam acima de qualquer suspeita se revelam completamente comprometidos com esse crime. 

Camaleões (Reptile, Estados Unidos, 2023) Direção: Grant Singer / Roteiro: Grant Singer, Benjamin Brewer, Benicio Del Toro / Elenco: Benicio Del Toro, Justin Timberlake, Alicia Silverstone, Eric Bogosian / Sinopse: Um caso de assassinato que inicialmente parece banal, envolvendo o ex-marido da vítima, cria desdobramentos impensáveis para um policial veterano da Nova Inglaterra. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Entre o Céu e o Inferno

Título no Brasil: Entre o Céu e o Inferno
Título Original: Black Snake Moan
Ano de Lançamento: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Craig Brewer
Roteiro: Craig Brewer
Elenco: Christina Ricci, Samuel L. Jackson, Justin Timberlake, S. Epatha Merkerson, John Cothran, David Banner

Sinopse:
Uma jovem garota é espancada pelo amante e deixada bem machucada para morrer em uma estrada de terra de uma propriedade rural. O dono dessas terras acaba encontrando a jovem. Ele a leva para sua casa para cuidar de seus ferimentos. Ela fica sem consciência por alguns dias e quando retorna o velho descobre que terá muitos problemas pela frente.

Comentários:
O filme tem até uma história interessante. A diferença de idade e de experiência de vida entre o velho interpretado por Samuel L. Jackson e a garota interpretada por Christina Ricci tem seus atrativos. Ela é uma garota perdida na vida, com fama de promíscua na pequena cidade onde mora. Ele é um velho músico de blues aposentado, que agora toca a vida vendendo produtos de sua terra. Quando os dois se encontram, um choque de personalidades e diferenças culturais logo se faz presente. O roteiro tem um certo moralismo fora de eixo, que me incomodou um pouco. Em determinado momento, o velho acorrenta a garota em sua cabana para que ela não volte a ter a vida que tinha antes. Claro que quando ela descobre isso se rebela! Afinal é absurdo. Tudo vem abaixo, a garota tem gênio forte, não vai se deixar dominar. E nem deve deixar algo assim acontecer. Um aspecto interessante é que a atriz Christina Ricci passa a primeira parte do filme totalmente desinibida, praticamente apenas de calcinha. Para quem gosta dela e de seu jeito, de sua beleza exótica, pode ser um atrativo a mais para assistir ao filme. No mais esse drama com toques estranhos e esquisitos me soou até meio convencional, por mais estranho que isso possa parecer.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Roda Gigante

Título no Brasil: Roda Gigante
Título Original: Wonder Wheel
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Amazon Studios
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Kate Winslet, Justin Timberlake, Jim Belushi, Juno Temple, Tony Sirico, David Krumholtz

Sinopse:
Nos anos 40, Ginny (Kate Winslet), a esposa de um empregado do parque de diversões de Coney Island, se apaixona pelo salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Como se uma mulher casada tendo um caso extraconjugal já não fosse um problema e tanto, Mickey começa ainda a dar em cima da enteada da amante, criando ainda mais situações explosivas.

Comentários:
Esse novo filme de Woody Allen foi esnobado propositalmente pelo Oscar e pelo Globo de Ouro. Acontece que o diretor está também envolvido na onda de acusações de assédio sexual que está assolando Hollywood. Uma filha dele o acusou recentemente de tê-la abusado sexualmente quando ela era criança. Allen está em uma situação bem delicada atualmente, para dizer o mínimo. Provavelmente sua carreira vá entrar em um espiral para o fundo do poço daqui para frente. De qualquer forma, deixando de lado esses escândalos, esse seu novo filme "Wonder Wheel" é até bem agradável de assistir. Passa longe de seus grandes filmes do passado, com um roteiro bem ao estilo folhetim, mais parecendo uma novela das seis da Rede Globo. Mesmo assim consegue agradar principalmente por causa do elenco. Kate Winslet interpreta essa mãe infeliz no casamento que acaba reencontrando a felicidade em um caso com um homem mais jovem, interpretado por Justin Timberlake. É o segundo casamento dela. No primeiro ela também traiu o marido, então o peso de trair de novo se torna ainda maior. Pior é ter que competir com sua própria enteada pelos amores do salva vidas bonitão da praia, enquanto o marido, gordo e grosseirão, tenta ganhar a vida vendendo entradas para o carrossel do parque onde eles trabalham e vivem. Um triângulo (ou quadrilátero) amoroso bem ao estilo novela, folhetim. Salva o filme também o clima nostálgico desses velhos parques que estão em extinção atualmente. Um filme que é pura diversão e que passa longe, muito longe, dos roteiros mais intelectuais que Allen rodou em seu passado. Parece que a principal preocupação do diretor hoje em dia é sobreviver, em uma Hollywood que parece cada vez mais disposta a pendurar sua cabeça numa sala de troféus.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de março de 2015

Alpha Dog

Jesse James Hollywood era um traficante extremamente bem sucedido de Los Angeles que para cobrar uma dívida de um cliente problemático resolveu seqüestrar seu irmão mais jovem, um garoto de apenas 15 anos de idade. Após uma série de eventos infelizes o criminoso acabou matando o garoto. Esse crime chocou os Estados Unidos pela crueldade e violência extrema. Procurado pelo FBI (ele foi um dos mais jovens criminosos na lista dos mais procurados da agência federal americana) Jesse James Hollywood resolveu fugir para um país com fama de impunidade e conhecido pelo tratamento leve e penas ridículas para bandidos de seu quilate, isso mesmo, o nosso querido Brasil. Foi aqui em nossa nação que finalmente o FBI colocou as mãos em Jesse. Ele havia se casado com uma brasileira e estava tentando conseguir a cidadania do país tropical onde impera o Samba, o Carnaval e o futebol. A história real terrível acabou inspirando Hollywood (a indústria, não o criminoso) a contar esses fatos. Nasceu assim “Alpha Dog” que trocando o nome dos personagens envolvidos se propõe a contar essa terrível tragédia.

O personagem principal aqui vira Johnny Truelove (Emile Hirsch). O enredo é praticamente o mesmo da história real. O resultado é cru, deprimente mas também muito impressionante e revelador para o espectador. O elenco de apoio é todo bom e se dá ao luxo de ostentar antigos astros do passado como Bruce Willis e Sharon Stone como meros coadjuvantes. Até mesmo o cantor pop Justin Timberlake se sai muito bem como um dos membros inconseqüentes da quadrilha de Truelove. Como a história se passa na década de 1990 a trilha sonora é recheada de hits do rap americano da época (um festival de músicas intragáveis). Também mostra a vida de luxos e riquezas dos traficantes naqueles anos. O próprio Truelove vive em uma bela casa, cercado de garotas bonitas, numa eterna festa regada a muitas drogas pesadas e bebidas que são consumidas em grandes quantidades por jovens da classe alta, ricos e perdidos que enriquecem cada vez mais Truelove e seu grupo de criminosos. Não poderia encerrar a resenha sem elogiar o ator Ben Foster. Considero sua atuação aqui como uma das mais viscerais que já vi em filmes recentes. Ele interpreta um viciado que deve um valor substancial ao traficante Truelove que para forçá-lo a pagar a dívida seqüestra e depois mata seu irmão adolescente. Gostei bastante do filme por mostrar a realidade de uma juventude vazia e sem objetivos, encharcada de drogas e criminalidade. Um triste retrato dos jovens americanos, os mesmos que um dia herdarão a mais poderosa nação do planeta! Que Deus nos proteja desses ignóbeis!

Alpha Dog (Alpha Dog, Estados Unidos, 2006) Direção: Nick Cassavetes / Roteiro: Nick Cassavetes / Elenco: Emile Hirsch, Justin Timberlake, Anton Yelchin, Shawn Hatosy, Ben Foster, Sharon Stone, Dominique Swain, Fernando Vargas, Paul Johansson, Olivia Wilde, Lukas Haas, Bruce Willis, Courteney Cox, Amanda Seyfried / Sinopse: Jovem traficante bem sucedido com clientela de filhos da classe alta de Hollywood acaba cometendo um crime bárbaro contra o irmão adolescente de um cliente problemático. O fato o leva a ser um dos mais jovens criminosos a integrar a lista dos dez mais procurados do FBI.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Aposta Máxima

Título no Brasil: Aposta Máxima
Título Original: Runner Runner
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Brad Furman
Roteiro: Brian Koppelman, David Levien
Elenco: Ben Affleck, Justin Timberlake, Gemma Arterton, Anthony Mackie

Sinopse: 
Richie Furst (Justin Timberlake) é um aluno da prestigiada universidade de Princeton que, precisando de dinheiro para pagar as mensalidades de seu curso, começa a agenciar apostas entre alunos e professores. Suas atividades chegam ao conhecimento da reitoria da instituição que lhe dá uma escolha: ou encerra as apostas ou então será expulso. Em um ato de desespero resolve então fazer uma última grande aposta em um site de jogos online mas acaba perdendo tudo que tem. Intrigado, desconfia que foi roubado e parte para a Costa Rica onde o site é gerenciado pelo americano Ivan Block (Ben Affleck) que está sob a mira do FBI. Sem perceber Richie acaba entrando numa rede envolvendo fraudes online, desvio e lavagem de dinheiro e crimes financeiros de toda ordem.

Comentários:
Esse "Aposta Máxima" se propõe a revelar um pouco dos bastidores das grandes jogatinas feitas por sites da internet. O personagem de Ben Affleck é um ex-corredor de Wall Street que decide abrir um site de jogos, onde cifras milionárias chegam de todos os lugares do mundo. Para evitar ter problemas com o FBI ele instala o QG de suas operações na ilha de Costa Rica e para continuar levando seus negócios em frente monta um grande esquema de corrupção envolvendo as autoridades locais. Já o Richie de Justin Timberlake (em boa atuação) é um aluno de Princeton que atrás de recuperar a grana que lhe foi roubada pelo site acaba se deslumbrando com a vida de poder, mulheres e riquezas que Ivan Block (Affleck) desfruta. Ao invés de denunciar as falcatruas de Block acaba se aliando a ele, indo trabalhar no site de jogos. O problema é que tudo não passa de uma grande operação fraudulenta que se apropria do dinheiro dos apostadores ao redor do mundo. O roteiro assim vai explorando os pequenos e grandes golpes envolvendo jogos online. Affleck traz um toque de psicopatia para seu personagem, um sujeito que sempre parece ser bacana e boa praça, mas que no fundo é extremamente calculista ao usar todas as pessoas ao seu redor. Não é um filme excepcional mas consegue manter o interesse o tempo todo por causa da boa trama que se dispõe a contar. Justin Timberlake, quem diria, segura bem as pontas. Outro ponto positivo é a direção de Brad Furman (o mesmo de "O Poder e a Lei") que nunca deixa o filme cair no marasmo ou no lugar comum. Vale certamente ser conhecido.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Professora Sem Classe

Mas o que aconteceu com os filmes juvenis?! Nos anos 80 os filmes eram divertidos, engraçados, bem escritos. Basta lembrar de John Hughes para entender do que estou falando. O humor hoje surge com tintas ofensivas, geralmente querendo rebaixar as demais pessoas. Além disso a vulgaridade de certas produções chegam a dar vergonha alheia. É um deserto de idéias sem fim. Nem me lembro mais quando assisti um bom filme desse estilo pela última vez. Definitivamente "Bad Teacher" não é um deles. Usando e abusando de clichês o roteiro dessa comédia adolescente além de ser sem graça consegue ser extremamente ofensivo, em especial para com os professores de uma forma em geral. A personagem principal é uma péssima profissional, odeia o que faz e quer mais é se dar bem com algum marido rico (e de preferência idiota) que encontrar pela frente. Ela não tem a menor vocação para ensinar nada e passa o filme inteiro pensando em formas de ganhar dinheiro fácil. Toda a sua motivação se resume a isso: dinheiro. Acontece que a moça quer fazer uma cirurgia de implante de silicone nos seios a todo custo. 

Para atingir esse objetivo a professora interpretada por Cameron Diaz não mede esforços. E aí está o principal problema do filme. Não há como se identificar com uma personagem tão antipática, vazia e imbecil. Os professores que gostam de lecionar são retratados como idiotas pelo roteiro (em especial Justin Timberlake fazendo um professor nerd e boboca). Então para que torcer por uma completa "bitch" como aquela?! Para finalizar a ruindade ainda tem uma cena totalmente nonsense entre Diaz e Timberlake fazendo sexo "vestidos"! Não consegui mesmo entender o proposito daquilo! Enfim, fraco, chato e o pior... sem graça. Ai que saudades do Hughes...]

Professora Sem Classe (Bad Teacher, Estados Unidos, 2011) Direção: Jake Kasdan / Roteiro: Lee Eisenberg, Gene Stupnitsky / Elenco: Cameron Diaz, Jason Segel, Justin Timberlake, Thomas Lennon, Molly Shannon, John Michael Higgins, John Michael Higgins, Jerry Lambert / Sinopse: Elizabeth Halsey (Cameron Diaz) é uma professora colegial nos EUA que odeia sua profissão. Decidida a mudar de vida fará de tudo para conseguir o dinheiro para pagar uma cirurgia de implante de seios. O objetivo é arranjar um marido rico para viver de pernas pro ar.  

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Rede Social

Ok, vamos aos fatos: O filme "A Rede Social" é bom? Sim. É excelente a ponto de merecer um Oscar de melhor filme? Não, absolutamente não. Depois de assistir ao filme fiquei me perguntando o porquê de todo esse oba oba em relação e ele. O filme é bem interessante, traz uma história que prende a atenção mas cinematograficamente falando não traz nenhuma inovação, nenhuma tomada mais ousada, nenhum mérito a mais em termos de roteiro, nada disso. A direção é correta mas nunca ousada. Não é em absoluto toda a maravilha que andam dizendo por aí. A narrativa, por exemplo, é a mais convencional possível, não existem grandes sacadas ou surpresas, tudo é tão "quadradinho" e "certinho" que em certos momentos pensei estar vendo um filme da Disney!

O personagem principal também é pouco carismático, aliás não tive nenhum tipo de empatia com ele, pelo contrário, achei seu comportamento pouco ético já que não pensou duas vezes em passar a perna em diversas pessoas ao longo do filme. Um sujeito sem nenhum bom exemplo a passar, meio maluco e bastante anti social. Claro que vale como um retrato da geração que fez e aconteceu na net mas pelo exposto tirei a conclusão (nada impulsiva) de que todos esses jovens que ficaram milionários com o mundo virtual ainda não possuem bom preparo ético, emocional e de valores para estar aonde estão. Todos são egocêntricos, imaturos e vingativos. Não se salva nenhum, passando pelo Mark, indo pelas pessoas mais próximas a ele e finalmente chegando no criador do Napster (cujo personagem foi muito bem interpretado pelo cantor Justin Timberlake). Como filme e apenas como filme, "A Rede Social" é um bom produto mas é muito convencional. Ele não é a oitava maravilha do mundo e nem vai mudar sua vida. Como retrato dessas pessoas mostra muito bem a lei da selva que impera entre eles. É um mundo onde não existem verdadeiros heróis.

A Rede Social (The Social Network, Estados Unidos, 2010) Direção: David Fincher / Roteiro: Aaron Sorkin, Ben Mezrich / Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake,  Rooney Mara / Sinopse: Cinebiografia de  Mark Zuckerberg  (Jesse Eisenberg), o criador da rede social Facebook. Após ficar milionário com seu site ele começa a entrar em atrito com todas as pessoas que lhe ajudaram de alguma forma no começo de sua carreira.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Amizade Colorida

Hollywood até tenta ser "moderninha" e tudo mais porém eu sempre acho engraçado como eles só conseguem ir até um nível de modernidade. E quando diz respeito a relacionamentos amorosos a coisa piora ainda mais. Essa comédia romântica estrelada pelo cantor Justin Timberlake e pela atriz Mila Kunis é um exemplo disso. "Amizade Colorida" é um filme tão quadradinho por baixo de seu marketing "moderninho" que chega a ser divertido descobrir todas as suas falsas intenções. Embaixo da verniz de argumento liberal com personagens modernosos, tudo é tão careta, quadrado, antiquado. Um membro do Partido Republicano americano poderia até aplaudir seu argumento no final da exibição. O roteiro tem vergonha de ser uma comédia romântica e por isso tenta disfarçar de todas as formas possíveis mas naufraga em seus objetivos. Tudo o que você já viu em filmes assim irá encontrar novamente aqui - no final das contas são os velhos clichês de sempre. 

Talvez a única diferença seja o excesso de "pegação" entre Justin e Mila. De fato eles passam quase todos os primeiros 60 minutos de filmes na cama, rolando pra lá e pra cá. Pena que tudo isso soe artificial e falso no final. O título original do filme, "Friends With Benefits" é uma expressão em inglês que significa justamente aquelas amizades que podem ter alguns benefícios extras, como por exemplo, um eventual envolvimento sexual mas sem qualquer tipo de relacionamento emocional mais sério. É justamente nesse tipo de amizade que embarcam Dylan Harper (Justin Timberlake) e Jamie Rellis (Mila Kunis). São bem sucedidos em suas carreiras e querem ter de vez em quando sexo casual entre si, mas sem qualquer tipo de comprometimento com isso. Até aí tudo bem o problema é que como acontece em 99.9% das comédias românticas americanas tudo o que começa de forma bem liberal acaba da maneira mais quadrada e conservadora possível. Eu não sei o resto do público mas sempre fico com aquele gostinho de que estou levando uma lição de moral nesse tipo de produção. A mensagem subliminar aqui é das mais reacionárias: "Não se envolva casualmente com ninguém, se apaixone, se case, tenha filhos e vá morar no subúrbio". Se você acredita que isso seja o sinônimo de felicidade para alguém então certamente gostará desse "Amizade Colorida".  

Amizade Colorida (Friends With Benefits, Estados Unidos, 2011) Direção: Will Gluck / Roteiro: Will Gluck, Keith Merryman, David A. Newman, Harley Peyton / Elenco: Mila Kunis, Justin Timberlake, Emma Stone, Rashida Jones, Patricia Clarkson, Richard Jenkins, Woody Harrelson / Sinopse: Dylan Harper (Justin Timberlake) e Jamie Rellis (Mila Kunis) são dois jovens bem sucedidos em suas carreiras que querem ter de vez em quando sexo casual entre si, mas sem qualquer tipo de comprometimento com isso.  

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O Preço do Amanhã

Ideias interessantes podem também gerar filmes ruins. O exemplo é esse "O Preço do Amanhã". A premissa é até boa - em um futuro indeterminado as pessoas lutam para ganhar mais tempo em suas vidas. O sistema financeiro desapareceu. Ninguém mais usa dinheiro para comprar coisas ou pagar o aluguel, usam o tempo. Assim se você quiser comprar um carro de luxo não vai dar dinheiro em troca mas 50 anos de sua vida. Pois bem, isso seria interessante em um filme de ficção, o problema é que o desenvolvimento dessa idéia não poderia ser mais banal e clichê. Tudo cheira a Deja Vu em "O Preço do Amanhã". Ao invés de explorar sua própria idéia o diretor e roteirista Andrew Niccol prefere se concentrar numa estória boba, de correria pra lá e pra cá, tiroteios insossos e cenas de ação batidas. Arranjou tempo até para colocar uma estorinha de amor clichezada que não consegue convencer ninguém!

Tirando as devidas proporções isso já havia acontecido com "A Origem". Tanto lá como aqui tínhamos uma premissa bem edificante que acabou sendo desperdiçada em sonolentas cenas bobonas. Eu penso que Hollywood acredita realmente que o público que vai ao cinema hoje em dia é totalmente sem imaginação ou incapaz de encarar roteiros mais intelectualizados. Isso porque eles de certa forma "idiotizam" seus filmes. Ao invés de seguir um caminho inteligente eles priorizam a ação vazia e desproporcional. Após apresentar uma situação que poderia ser considerada até original eles partem para os clichês mais saturados. Há diálogos também muito ruins no roteiro. Numa cena um personagem solta a pérola: "O que é roubado de quem roubou não é roubado" - como é?! Há também uso abusivo de situações bobas e juvenis (como na cena em que Justin mata três capangas e o líder da "máfia do tempo" sem nenhum esforço). Enfim, "O Preço do Amanhã" é mais uma decepção e uma grande bobagem e o pior é que você perderá uma hora e quarenta minutos de sua vida vendo isso! Faça um favor ao seu tempo e não caia nessa armadilha

O Preço do Amanhã (In Time, Estados Unidos, 2011) Direção: Andrew Niccol / Roteiro: Andrew Niccol / Elenco: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Cillian Murphy / Sinopse: Em um futuro indeterminado as pessoas lutam para ganhar mais tempo em suas vidas. O sistema financeiro desapareceu. Ninguém mais usa dinheiro para comprar coisas ou pagar o aluguel, usam o tempo como moeda de troca.

Pablo Aluísio.