sábado, 23 de janeiro de 2010

Loucos do Alabama

Título no Brasil: Loucos do Alabama
Título Original: Crazy in Alabama
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antonio Banderas
Roteiro: Mark Childress
Elenco: Melanie Griffith, David Morse, Lucas Black

Sinopse:
O sonho de Lucille Vinson (Melanie Griffith) é se tornar uma estrela em Hollywood. Para isso ela resolve ir dirigindo para a ensolarada Califórnia enquanto seu sobrinho tenta desvendar um assassinato envolvendo um xerife corrupto do Alabama. Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de pior atriz (Melanie Griffith).

Comentários:
Primeiro filme como diretor do ator Antonio Banderas! Pois é, quem esperava por algo a mais se deu mal. O fato é que Banderas é tão ruim como cineasta como é como ator. Ele não consegue acertar uma! O filme não tem foco nenhum, não se define em ser um drama, um filme de ação ou uma comédia. Tentando atirar para todos os lados acaba não acertando em nada, nada mesmo! Ao que parece Banderas quis acima de tudo fazer uma ode cinematográfica para sua esposa, Melanie Griffith. O problema básico é que o público não tem nada a ver com isso e acabou vendo um pastel de vento de celuloide, pois tudo é muito rasteiro e irrelevante. Para não falar que nada presta, com muito esforço ainda se salva um pouco sua trilha sonora e o figurino de época. Infelizmente são detalhes menores que não conseguem salvar "Crazy in Alabama" de ser um tremendo abacaxi sulista!

Pablo Aluísio.

Estrada Perdida

Título no Brasil: Estrada Perdida
Título Original: Lost Highway
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: October Films, CiBy 2000  
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch, Barry Gifford
Elenco: Bill Pullman, Patricia Arquette, John Roselius

Sinopse:
Depois de um encontro bizarro em uma festa, um saxofonista de jazz é enquadrado pelo assassinato de sua esposa e enviado para a prisão, onde inexplicavelmente se transforma em um jovem mecânico e começa a levar uma nova vida.

Comentários:
Não vá procurar muito sentido na obra de David Lynch! Sendo sincero um dos grandes charmes desse cineasta é justamente a falta se sentido de muito do que se vê na tela. Lynch tem o que se chama de cinema aberto, ou seja, cada um acaba vendo algo diferente em seus filmes. Na verdade o cineasta joga com o subconsciente do espectador. Na maioria das vezes não há nada por trás de suas imagens e tramas surreais, apenas um jogo de obscuridade com seu público. "Lost Highway" vai bem por esse caminho. David Lynch, como os americanos gostam de dizer, não está aí para esclarecer nada mas sim para tornar tudo ainda mais difuso. Em vista disso esse é o típico filme de extremos, onde ou se ama tudo que se vê ou se odeia cada minuto da película, ou trocando em miúdos, é de fato um David Lynch com cem por cento de pedigree!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Perseguição

Caçador e minerador (Liam Neeson) sofre acidente de avião em região inóspita do Alaska. Ao seu lado se forma um pequeno grupo de sobreviventes que tentam encontrar algum povoado ou região habitada. No caminho são atacados por uma matilha de lobos selvagens. "A Perseguição" tem todos os elementos que esperamos encontrar em filmes assim, de luta pela sobrevivência: bela fotografia (a região onde a produção foi realizada é muito bonita), bons atores, situações de risco e perigo mas faltou aquele "algo a mais". Talvez o assunto já esteja um pouco saturado no cinema ou então o problema seja com o personagem de Liam Neeson - sempre sorumbático, deprimido por causa da morte da mulher. Sem ser particularmente heróico o papel se perde no meio da nevasca não conseguindo criar vínculo com o espectador. Outro problema é a forma como o roteiro lida com os lobos - aqui muito próximos de predadores mitológicos, quase lobisomens. São malvados e cruéis, se tornando forçada sua presença em cena. O pior acontece no desfecho, quando finalmente acontece o clímax o filme termina abruptamente, sem desfecho. É aquele tipo de "final aberto" que tem se tornado modinha em Hollywood - para aborrecimento de quem quer saber o que acontece na conclusão do filme.

O diretor de "A Perseguição" é o cineasta Joe Carnahan. Seu maior êxito comercial é o terrível "Esquadrão Classe A" (também com Neeson). Aqui pelo menos ele se conteve mais e procura disponibilizar um argumento mais pé no chão, sem os arroubos de besteirol que encontramos no seu filme anterior. Pelo menos o bom senso aqui prevaleceu. Em resumo é isso. "The Grey" tinha tudo para ser muito bom mas faltou alguma coisa. Não empolga, não cativa mas pode até vir a funcionar em casa numa noite sem nada para fazer. Entretenimento regular mas esquecível.

A Perseguição (The Grey, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Joe Carnahan, Ian Mackenzie Jeffers / Elenco: Liam Neeson, Dermot Mulroney, Frank Grillo / Sinopse: Um avião cai no meio das paisagens mais hostis do Alasca. Os sobreviventes então tentam sobreviver em meio ao frio, ao tempo impiedoso e ao ataque de um grupo de lobos famintos e selvagens.

Pablo Aluísio.

Maus Hábitos

Título no Brasil: Maus Hábitos
Título Original: Entre tinieblas
Ano de Produção: 1983
País: Espanha
Estúdio: Tesauro S.A.
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Julieta Serrano, Marisa Paredes, Carmen Maura, Manuel Zarzo, Chus Lampreave, Cecilia Roth

Sinopse:
Yolanda Bell, uma jovem cantora que tem problema com drogas, até o dia em que vê seu namorado morrer de overdose. Apavorada ela busca refúgio no convento das "redentoras humilhadas" cuja madre superiora manifesta sua admiração por Yolanda numa noite em que vai assistir ao seu show no "Molino Rojo". Por muitos anos as "redentoras humilhadas" têm tentado salvar jovem moças que levam vida de perdição. Ultimamente porém, a comunidade atravessa uma crise: poucas garotas desejam ser salvas.

Comentários:
Um filme bem antigo de Pedro Almodóvar que poucos se recordam hoje em dia. Como se sabe o diretor, homossexual assumido, aqui resolve tirar uma casquinha da Igreja Católica. Seu roteiro é uma sátira à vida de religiosas, principalmente freiras, onde o diretor procura mostrar, sobre seu ponto de vista, o absurdo de certas relações dentro de um convento na Espanha. O texto brinca o tempo todo com a dualidade pecado x salvação, mostrando que sem o pecado não existe a verdadeira salvação. Apesar da ideologia por trás de tudo o que temos aqui é realmente uma película que demonstra acima de tudo uma certa hesitação do diretor, que ainda não havia encontrado o tom certo de sua filmografia

Pablo Aluísio

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um Caso Complicado

Título no Brasil: Um Caso Complicado
Título Original: Elektra Luxx
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Gato Negro Films
Direção: Sebastian Gutierrez
Roteiro: Sebastian Gutierrez
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Carla Gugino, Timothy Olyphant, Ermahn Ospina

Sinopse:
São três linhas narrativas que se entrecruzam ao longo do filme. Na primeira a famosa atriz pornô Elektra Luxx (Carla Gugino) descobre estar grávida de um famoso roqueiro recentemente falecido. Por essa razão decide se aposentar dos filmes adultos, muito embora sua fama nunca a deixe em paz. No outro enredo duas estrelas pornôs jovens decidem passar um fim de semana no México de férias mas acabam sendo cortejadas por dois empresários ricos. Por fim acompanhamos um blogueiro de filmes adultos que tenta gravar reviews para os filmes que assiste, enquanto sua irmã e sua mãe o atrapalham o tempo todo.

Comentários:
Uma produção independente americana que procura brincar com o universo dos bastidores do cinema adulto daquele país. O tom não é necessariamente de comédia mas o humor está presente em todas as estórias contadas. Dessas a mais divertida é a do jovem blogueiro que tenta comentar sobre as estrelas e filmes pornôs para seu blog mas sempre é atrapalhado ou pela sua mãe (o cara ainda vive nos porão da casa de seus pais que o mandam colocar o lixo para fora) ou pela irmã, que deseja ela própria virar estrela pornô - para seu desespero pois o irmão embora adore filmes adultos não aceita de jeito nenhum que sua própria mana entre nesse mundo, mostrando a hipocrisia que existe entre os consumidores desse tipo de filme. O elenco é praticamente todo desconhecido do grande público com exceção de Timothy Olyphant, o tira cowboy de "Justified" que aqui interpreta um detetive particular que segue os passos da ex-estrela pornô pois ela pode ter em mãos as últimas canções do amante roqueiro, músicas essas que valem milhões. Enfim, um filme divertido, que tem lá seus momentos, embora nunca decole completamente. Dá para assistir ao menos uma vez, por simples curiosidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Super 8

Se você for fã da filmografia dos anos 80 de Spielberg, então Super 8 vai ser um presente e tanto. Esse é um filme dos anos 80 que não foi feito nos anos 80. Spielberg produziu uma obra cheia de referências aos seus filmes mais famosos naquela década (com toques que vão de ET a Goonies, entre outros). Como todos sabem os filmes dele dos 80´s eram cheios de garotos com dramas familiares que acabam se envolvendo em um grande evento fantástico. É justamente isso que acontece aqui em Super 8. Por isso o roteiro não é nada original, o que de certa forma não se torna um defeito, pois não deixa de ser divertido ver tantas citações à obra do eterno Peter Pan do cinema americano.

Já o diretor JJ Abrams embarca na ideia e entrega um produto coeso. Obviamente todos os clichês MOW (Monster of Week) estão presentes mas apesar do tema batido, temos de reconhecer que ainda mantém o interesse do espectador (principalmente pela acertada decisão de nunca revelar muito da criatura antes do final). O elenco é bacaninha, os atores mirins não são irritantes, pelo contrário, e seguram bem a bola. Kyle Chandler que interpreta o principal personagem adulto é um bom ator, cuja carreira já acompanhava desde a série Friday Night Lights. Aqui ele repete o tipo estressadinho. Enfim, no fundo esse é um filme de monstro dos anos 80, com tudo de bom ou ruim que isso significa. Não vai mudar sua vida e está longe de ser algo genial, mas como puro entretenimento escapista funciona bem - e deixa a gente com saudades do Spielberg da década de 80, o que convenhamos já é uma grande coisa.

Super 8 (Super 8, Estados Unidos,, 2011) Diretor: J.J. Abrams / Roteiro: J.J. Abrams / Elenco: Elle Fanning, Amanda Michalka, Kyle Chandler, Ron Eldard e Noah Emmerich / Sinopse: Garotos na década de 70 resolvem realizar um pequeno filme caseiro usando sua câmera Super-8. O que não desconfiavam é que estariam embarcando na maior aventura de suas vidas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tão Forte e Tão Perto

Garoto Nova-iorquino (Thomas Horn) tem um relacionamento muito especial com seu pai (Tom Hanks) um joalheiro que adora ciência e enigmas. Sua vida infelizmente acaba virando de cabeça para baixo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O filme "Tão Forte e Tão Perto" foi considerado o azarão do Oscar desse ano. Ninguém esperava que o filme acabasse sendo indicado entre os melhores do ano. Muitos consideram a produção fraca e sem maiores méritos. Eu discordo. Gostei do enredo, de seu desenvolvimento e principalmente de sua conclusão. Filmes que mostram relacionamentos entre pai e filho costumam desandar para o dramalhão ou então para a xaropada mas "Tão Forte e Tão Perto" não cai nessa armadilha. O filme se apoia bastante na figura do garoto (que tem muita pinta de sofrer da síndrome de Asperger). Tentando resolver o último enigma deixado por seu pai ele vira Nova Iorque ao avesso e acaba conhecendo pessoas, lugares e novas situações. O ator mirim Thomas Horn recebeu algumas críticas por ser pouco carismático ou chato. Acho injusto uma vez que seu personagem é dessa forma e não poderia ser diferente.

Uma das maiores curiosidades de "Tão Forte e Tão Perto" é o elenco de apoio formado por grandes nomes. Tom Hanks faz o paizão bonachão. Espero que ele na vida real não esteja tão gordo como mostrado no filme. Sua participação é pequena mas essencial. Já a mãe é interpretada por uma envelhecida Sandra Bullock que também não aparece muito mas que mantém o bom nível quando surge em cena. Já o terceiro grande nome do elenco é justamente aquele que literalmente rouba todo o filme: Max Von Sydon. Sem dizer uma única palavra o ator apresenta uma de suas grandes performances. Sem diálogos a dizer ele tem que expressar todas as emoções apenas com um olhar, um gesto. Só grandes atores passam por isso de forma grandiosa como Sydon. O filme é dele e tudo indica que foi feito para ele. Quando surge em cena o enredo que vai devagar cresce em interesse e qualidade. Só isso já basta para indicar "Tão Forte e Tão Perto" um filme bem humano e belo que vale a pena ser assistido.

Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close, Estados Unidos, 2011) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Eric Roth / Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullock, Thomas Horn, Max von Sydow, John Goodman, James Gandolfini e Viola Davis / Sinopse : Oskar é um garoto de 9 anos que perdeu o pai no trágico 11 de setembro e vive tentando entender sua dor e seus sentimentos. O garoto encontra em meio às coisas do pai uma chave em um envelope com um nome: Black. A curiosidade e seus instintos naturais o levam a uma busca pela fechadura da misteriosa chave.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um Domingo Qualquer

Velho treinador de futebol americano (Al Pacino) tem que lidar com o desfalque de seu principal quaterback (Dennis Quaid) em um momento crucial do campeonato. O novo dono da posição é um jovem negro e arrogante (Jamie Foxx) que não consegue lidar bem com a fama e o sucesso que acompanham sua repentina escalação ao time principal. Aqui temos uma parceria que há muito tempo se esperava: Al Pacino sendo dirigido por Oliver Stone. O problema é que o tema realmente é norte-americano demais. Stone não esconde em nenhum momento sua paixão pelo esporte, a ponto de transformar seus jogadores em guerreiros, verdadeiros gladiadores modernos. Tudo é focado nesse ponto. As cenas dos jogos são super produzidas, com edição alucinada. Pacino alterna momentos de histerismo completo com introspecção absoluta. Apesar da força de seu nome o filme realmente gira em torno do personagem de Jamie Foxx. Terceiro quaterback da equipe acaba assumindo a posição em um momento crucial do time (Miami Sharks). No começo fica inseguro (a ponto de vomitar em campo) e vacilante mas conforme vão passando os jogos se torna auto confiante a ponto de se tornar totalmente arrogante, desmerecendo os demais colegas de equipe e até mesmo o próprio treinador.

No fundo o roteiro de "Um Domingo Qualquer" foca sobre as características de personalidade que formam o caráter de um verdadeiro líder de equipe. Isso é bem demonstrado na relação do quaterback Foxx com os demais jogadores. A partir do momento em que se torna queridinho da mídia ele passa a se auto vangloriar em demasia e o pior começa a criticar abertamente outros membros do time. Obviamente que em um esporte coletivo isso é literalmente dar um tiro no pé! A direção de Oliver Stone (que faz pequenas aparições como um comentarista esportivo) é centrada muito em uma edição que de certa forma imita as transmissões de jogos de canais como ESPN. Tudo muito rápido, nervoso, tentando captar a paixão e o calor do momento das partidas. Funciona? Sim, em termos. Dramaticamente era de se esperar um melhor aproveitamento de Al Pacino em cena mas isso não acontece. Como eu disse Stone preferiu mesmo glorificar a NFL. Se você gosta de filmes esportivos pode vir certamente a apreciar. Já os que querem ver o talento de Al Pacino podem ficar um pouco decepcionados. No final vale a pena assistir embora não seja dos melhores trabalhos de Oliver Stone.

Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, Estados Unidos, 1999) Direção: Oliver Stone / Elenco: Al Pacino, Cameron Diaz, Dennis Quaid, James Woods, Jamie Foxx, LL Cool J, Matthew Modine, Charlton Heston, Aaron Eckhart e Tom Sizemore / Sinopse: Um íntimo olhar sobre os bastidores do futebol americano, passando desde os jogadores até os treinadores, a mídia e os donos de times, que controlam o jogo como um grande negócio que lucra milhões de dólares todo ano.

Pablo Aluísio.

Uma Garota Encantada

Título no Brasil: Uma Garota Encantada
Título Original: Ella Enchanted
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Tommy O'Haver
Roteiro: Laurie Craig, Karen McCullah
Elenco: Anne Hathaway, Hugh Dancy, Cary Elwes, Vivica A. Fox

Sinopse:
Ella (Hathaway) vive no pior dos mundos. Seu pai se casou novamente após a morte de sua mãe e ela precisa aturar uma madrasta muito cruel e suas filhas odiosas. Ela segue obediente apesar dos maiores abusos e absurdos, até que descobre que está sob um feitiço feito por sua madrinha Lucinda que a faz obedecer a todos que a mandam fazer algo. Ella então decide ganhar o mundo, para ir atrás de sua madrinha pois apenas ela pode desfazer esse encanto. No caminho acaba conhecendo o príncipe de seus sonhos.

Comentários:
Se trata de mais uma das mil releituras e modernizações do mito Cinderella. Pessoalmente acho que essa estorinha de conto de fadas já ganhou sua versão definitiva no mundo do cinema e foi justamente o encantador desenho animado clássico da Disney mas em Hollywood eles nunca desistem realmente. A tal da reciclagem saiu dos manuais de ecologia e entrou dentro dos gabinetes de executivos de cinema, só isso explica tanto remake disfarçado tentando se fazer de algo novo e original. Os elementos da estorinha infantil estão todos aqui - a fada madrinha, a madrasta cruel e desalmada e suas filhas desprezíveis e até mesmo um príncipe encantador. Tudo com roupagem moderna para disfarçar um pouquinho. Esqueça, não é mesmo melhor do que o filme assinado pelo imortal Walt Disney. Se estiver com saudades da gata borralheira reveja o original ou então leia o livro. Cultura nunca fez mal a ninguém.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Os Excêntricos Tenenbaums

Título no Brasil: Os Excêntricos Tenenbaums
Título Original: The Royal Tenenbaums
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Owen Wilson
Elenco: Gene Hackman, Gwyneth Paltrow, Anjelica Huston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke Wilson, Bill Murray, Danny Glover

Sinopse:
Depois de uma vida em comum e três filhos o casal formado interpretado por Gene Hackman e Anjelica Huston resolve se separar. Com o fim do núcleo familiar os filhos também resolvem tomar seus próprios rumos em suas vidas. Chas (Ben Stiller) se torna extremamente rico pois tem um talento e tanto para o mundo das finanças. Margot (Gwyneth Paltrow) se dedica a escrever livros de sucesso. Por fim Ritchie (Luke Wilson) resolve abraçar os esportes e se torna um bem sucedido tenista profissional. Quando os pais resolvem reconstruir o casamento todos voltam a se reunir, trazendo de volta angústias, brigas e revanches do passado.

Comentários:
Excêntrico mesmo sempre foi o cinema de Wes Anderson. Esse texano tem um estilo tão próprio que não podemos nem ao menos o colocar em alguma categoria pois não consigo visualizar nenhum outro cineasta que tenha uma visão parecida com a dele. Basta lembrar dos singulares (e esquisitos) "A Vida Marinha com Steve Zissou", "Viagem a Darjeeling" e até mesmo da animação "O Fantástico Sr. Raposo" para compreender isso. Hoje em dia ele está mais em baixa mas na época de lançamento desse filme ele era um verdadeiro queridinho da crítica americana. Confesso que nunca fiquei muito satisfeito com seu tipo de humor diferenciado. Para falar a verdade sempre conferi seus filmes por causa dos excelentes elencos que ele conseguia reunir para suas produções. Quer um exemplo? Basta passar os olhos nos nomes que formam esse elenco. Simplesmente incrível. Mesmo assim o resultado não é muito gratificante. Em determinado momento o clima geral de nonsense começa a saturar e se vai perdendo a paciência. Mas isso ao que parece foi ignorado pela crítica que logo qualificou o filme como "obra prima"! Bobagem, isso é um exagero.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Relação Violentada

Título no Brasil: Relação Violentada
Título Original: Rape and Marriage - The Rideout Case
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Productions
Direção: Peter Levin
Roteiro: Hesper Anderson
Elenco: Mickey Rourke, Linda Hamilton, Rip Torn

Sinopse:
Após ser violentada, Greta Rideout (Linda Hamilton) acusa seu próprio marido de estupro. Os advogados de John Rideout (Mickey Rourke) porém alegam que a acusação é ridícula, pois um marido jamais poderia ser acusado do estupro de sua própria esposa, afinal de contas o relacionamento íntimo entre pessoas ligadas pelo casamento seria um direito do marido, protegido e previsto por lei. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
No auge do mercado de vídeo nos anos 80 foi lançado esse telefilme que para os fãs de Mickey Rourke (categoria no qual estou inserido) era uma grata surpresa. Essa aliás era uma das grandes qualidades de se ter uma verdadeira explosão de locadoras de fitas VHS por todo o país naqueles anos. Você poderia entrar em um loja de bairro e de repente encontrar preciosidades como essa, bem escondida nas prateleiras. A fita mostra um Mickey Rourke ainda muito jovem, recém saído do mitológico Actors Studio, mas já demonstrando ser um talento nato. Sua parceira em cena, interpretando uma corajosa vítima de estupro, era a atriz Linda Hamilton, que alguns anos depois também se tornaria um rosto conhecido no mundo do cinema ao estrelar a franquia de enorme sucesso "O Exterminador do Futuro". Já Rourke surge com todos os maneirismos que iria consolidar sua fama nos anos 80, cabelo despenteado, barba por fazer e estilo cool de ser. Um telefilme no final das contas que se mostra bem acima da média, valorizado pelo elenco promissor ainda no começo da distante década de 80.

Pablo Aluísio.

Fúria Cega

Título no Brasil: Fúria Cega
Título Original: Blind Fury
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Ryôzô Kasahara, Charles Robert Carner
Elenco: Rutger Hauer, Terry O'Quinn, Brandon Call

Sinopse:
Nick Parker (Rutger Hauer) é um veterano do Vietnã que perde sua visão no campo de batalha. De volta aos Estados Unidos ele decide visitar um velho amigo de armas mas descobre que ele está envolvido com dívidas de jogos e sendo chantageado por poderosos traficantes de drogas. Nick então resolve ajudar a resolver todos os problemas de seu amigo, mesmo que para isso precise usar de toda a sua perícia nas artes marciais.

Comentários:
Esse filme será exibido hoje pelo cult canal TCM, o que não deixa de ser uma surpresa e tanto, afinal de contas será mesmo que "Blind Fury" já pode ser considerado um cult movie? Como acompanho cinema há tanto tempo me lembro bem da época em que esse filme foi lançado. Naqueles tempos essa palavra "cult" jamais seria aplicado a ele. Era considerada uma fitinha B, de artes marciais, estrelada pelo decadente Rutger Hauer! Acontece que, enquanto a crítica descia a lenha na produção, o público ia descobrindo o filme nas locadoras e, para surpresa de muitos, acabou  agradando bastante aos fãs de filmes de ação. Não irei aqui dizer que "Fúria Cega" é um grande filme, até porque ele não é, isso porém não tira seus méritos de ser um filme muito eficiente dentro de seu nicho cinematográfico. Há boas cenas e Hauer, decadente ou não, sempre foi muito carismático. Se hoje é um cult ou não, fica complicado saber. O que se pode afirmar com certeza que a produção ainda consegue cativar bastante certa parcela do público. Se nunca assistiu não perca a oportunidade de conhecer.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Shame

Uma vez que o casamento se tornou uma instituição fora de moda e cafona as pessoas nos dias atuais procuram alternativas para suprir suas necessidades emocionais e sexuais. "Shame" lida justamente com isso. No filme acompanhamos a rotina de Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um nova-iorquino bem situado, com bom emprego e um apartamento bem localizado. Sua vida sexual e emocional se resume a breves encontros com garotas para sexo casual que conhece pela cidade. Seu cotidiano porém muda com a chegada de sua irmã Sissy (Carey Mulligan). Ela é bonita, atraente e assim como Brandon também adota um estilo de vida liberal. "Shame" na realidade é uma pequena crônica sobre a vida sexual do homem moderno. O personagem principal é um solteiro em Nova Iorque, com toda a liberdade moral e sexual a que tem direito. Assim não se furta em aproveitar todas as oportunidades que a grande cidade tem a lhe oferecer. O problema é que diante de tal grau de permissividade sua procura pelo sexo oposto logo acaba se tornando um ciclo vicioso sem limites. A realidade de Brandon em pouco tempo foge de seu controle e ele se torna um viciado em sexo anônimo e pornografia. É a velha metáfora de que a liberdade desacompanhada de responsabilidade e comprometimento pode facilmente se tornar lesiva.

O elenco de Shame é bom e o destaque vai para Carey Mulligan. Além de ser uma gracinha ela é talentosa e carismática. A atriz tem aparecido em diversas produções que se destacaram nos últimos anos como "Educação", "Drive" e "Não me Abandone Jamais". Sua personagem é muito interessante dentro da trama de "Shame" uma vez que logo cria uma desconfortável tensão sexual com seu próprio irmão dentro do apartamento onde vivem. Já Michael Fassbender está apenas correto. O diretor negro Steve McQueen (homônimo do famoso ator) escolheu uma produção naturalista, com uso de longos planos sequência. Sua opção em explorar o nu frontal dos atores pode vir a desagradar algumas pessoas mas particularmente achei uma decisão acertada uma vez que o filme tem como tema a sexualidade de seus personagens e como tal não poderia adotar atitudes de falso moralismo com eles. Aliás sua posição de não levantar qualquer bandeira moralista é um de seus pontos mais positivos. Em suma "Shame" tenta entender a vida sexual das pessoas que vivem dentro de uma sociedade tecnológica e liberal. Só o fato de levantar esse tema para debates já o torna extremamente válido.

Shame (Shame, Estados Unidos, 2011) Direção de Steve McQueen / Roteiro de Steve McQueen e Abi Morgan / Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan e James Badge Dale / Sinopse: O filme mostra os anseios e problemas de ordem emocional e sexual de dois irmãos na Nova Iorque dos dias atuais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cowboys & Aliens

Eu gosto de Cowboys. Eu gosto de Aliens. Mas esse Cowboys e Aliens não passa de uma enorme bobagem. Uma aventura infantil e juvenil com roteiro quase inexistente e muitos efeitos especiais para esconder isso. Eu como fã do gênero western achei tudo um grande desperdício de paciência, tempo e dinheiro. O filme até que começa bem - Daniel Craig surge no meio de deserto sem lembrar de onde veio ou para onde vai. Encontra alguns vilões no meio do caminho e chega numa cidade perdida no meio do nada. Analisando assim poderíamos até pensar que estamos vendo um remake de algum faroeste com Clint Eastwood ou Randolph Scott mas a esperança logo que se vai, justamente quando os tais aliens surgem em cena. Nada tenho contra a ideia em si de fundir gêneros cinematográficos tão diversos, o problema é que esse tipo de coisa exige talento e inteligência. Definitivamente duas coisas ausentes por aqui. Muitas pessoas foram atraídas justamente pela proposta nada comum de unir ficção com faroeste mas certamente se decepcionaram pois o filme é uma típica produção vazia, sem qualquer conteúdo. Provavelmente em quadrinhos funcione melhor mas até nisso parece ter naufragado uma vez que muitos leitores da graphic novel que deu origem ao filme também reclamaram bastante do resultado nas telas. Ora, se nem aos leitores desse tipo de publicação o filme agradou para que serviu então esse "Cowboys & Aliens"?

Mas afinal alguma coisa se salva? Para falar a verdade mantive a atenção por pelo menos 30 minutos. Como fã de faroestes eu realmente queria que tudo desse certo mas passado esse tempo o filme desandou de uma vez, virando uma grande besteira digital. Parece que o produtor Spielberg perdeu toda e qualquer imaginação e originalidade com filmes como esse. Nos anos 80 ele produziu grandes filmes pipocas como "De Volta Para o Futuro" mas parece que perdeu a mão, o jeito da coisa para produzir esse tipo de diversão. Tudo não passa de uma salada indigesta ora roubando ideias de filmes clássicos de faroeste (como ir atrás do parente raptado), ora roubando de filmes famosos de ficção (o plágio mais óbvio é claro vem da franquia Predador). Tecnicamente falando o filme é bem feito, temos que reconhecer, mas o excesso de Aliens gerados digitalmente logo cansam também. Enfim, tudo se resume em uma grande bobagem mesmo que mais parece um videogame vazio. Não recomendo a pessoas maiores de 14 anos pois tudo parece ter sido feito para os mais jovens, crianças e pré adolescentes. Esses talvez achem alguma graça, quem sabe.

Cowboys & Aliens (Cowboys & Aliens, Estados Unidos, 2011) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman / Elenco: Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde / Sinopse: Cowboy (Daniel Graig) surge no meio do deserto sem se lembrar de nada. Em pouco tempo chega a um pequeno vilarejo onde enfrentará diversas aventuras que jamais sonhou imaginar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Os Descendentes

Sinceramente achei um filme de mediano para fraco, totalmente morninho. O filme em si se resume a duas situações: A esposa de George Clooney no filme está em coma irreversível e segundo seu próprio desejo deixado em uma declaração antes de estar nesse estado quer que seus aparelhos sejam desligados definitivamente. O segundo ponto é a venda de um imenso terreno no Havaí herdado por antepassados da grande família de Clooney (primos, primas, tios, tias e parentada em geral). No final as duas sub tramas irão se encontrar no clímax do filme. Como foi rodado nas ilhas havaianas há muitas tomadas belas das paisagens locais, trilha sonora cheia de músicas das ilhas e aquele ritmo cadenciado, sem muita pressa que acaba ficando chato.

O filme cai no marasmo várias vezes. Não consegui me interessar muito sobre a situação do personagem de Clooney. Esse aliás parece só funcionar em papéis mais relax, do tipo "quarentão garotão". Quando migra para personagens que exigem mais ele geralmente derrapa. É o que acontece aqui em minha opinião. Achei ele apático, meio disperso, como se não estivesse muito aí sobre tudo o que está acontecendo. Enfim, "Os Descendentes" é realmente um filme bem banal, com cara de telefilme sobre doença. Nada muito marcante e facilmente esquecível. Não merece as indicações que recentemente recebeu ao Oscar.

Os Descendentes (The Descendants, Estados Unidos, 2011) Direção: Alexander Payne / Roteiro: Alexander Payne e Nat Faxon / Elenco: George Clooney, Matthew Lillard, Judy Greer e Shailene Woodley / Sinopse: O filme conta a história de um rico proprietário de terras do Havaí que precisa reestabelecer sua ligação com as duas filhas depois que a sua esposa sofre um acidente de barco.

Pablo Aluísio.