segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

FBI

FBI 1.01 - Pilot
A atriz Missy Peregrym (de "Rookie Blue") está de volta numa nova série policial. Pelo título já deu para entender. Ela interpreta uma agente do FBI trabalhando em Nova Iorque. No primeiro episódio um atentado a bomba coloca abaixo um pequeno prédio de um bairro de periferia dominada por gangues rivais, a grande maioria delas formada por jovens negros sem perspectivas de vida. Algo até comum. O que não é comum é o uso de uma bomba daquela potência. A investigação vai seguindo em frente e após uma segunda explosão eles acabam achando uma ligação envolvendo um famoso líder de supremacistas brancos. Que ligação seria possível entre um grupo de ideologia nazista com gangues negras de criminosos? Improvável? O roteiro acaba dando um jeito. A cena final acontece em um fórum de minorias. Todos precisam ser evacuados antes que tudo vá pelos ares com uma outra explosão. Foi um episódio inaugural apenas OK. A produção em certos momentos deixa a desejar, principalmente nos efeitos especiais envolvendo explosões, mas no geral fica na média das séries policiais americanas. Só esse roteiro, calcado muito na polaridade que anda forte dentro da sociedade americana, vai incomodar um pouco, mas nada demais. Dá para assistir numa boa. / FBI 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 2018) Estúdio: CBS Television Studios / Direção: Niels Arden Oplev / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel, Dallas Roberts, Connie Nielsen, Mac Brandt.

FBI 1.02 - Green Birds
Segundo episódio dessa nova série policial. A agente Maggie Bell (Missy Peregrym) e seu parceiro passam a investigar um estranho caso de envenenamento. Várias pessoas morrem após suas refeições em um restaurante da cidade. As investigações acabam levando a um grupo estrangeiro que alicia garotas americanas para cometerem atos terroristas em nome de uma visão fundamentalista e radical do Islã. O alvo são meninas com baixa autoestima, que sofrem bullying na escola. Será que algo assim poderia acontecer na vida real? Tenho minhas dúvidas, porém no mundo em que vivemos nada é realmente impossível. Bom episódio que explora a guerra contra o terrorismo dentro das fronteiras americanas de uma maneira bem diferente, original. Enfim, mantém o interesse da primeira à última cena. / FBI 1.02 - Green Birds (Estados Unidos, 2018) Direção: Nick Gomez / Roteiro:  Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.03 - Prey
Mais um episódio que explora um tipo de crime que tem se tornado cada vez mais comum: o tráfico de pessoas. No enredo um grupo de garotas ucranianas é levada de forma ilegal até os Estados Unidos. Uma vez lá começam a sofrer todos os tipos de extorsões para se prostituir. E quando começam a apresentar algum tipo de problema  para a quadrilha que as traficou, logo são mortas e enterradas de forma clandestina em um bosque. A agente Maggie Bell (Missy Peregrym) e sua equipe vão desfiando o fio da meada até descobrir essa trágica realidade. No geral gostei bastante desse terceiro episódio da série. Talvez o roteiro pudesse ser melhor desenvolvido em dois episódios interligados, porém da forma como foi apresentado não ficou ruim. É um tema que inclusive pode se tornar bem recorrente na série uma vez que no mundo real o FBI tem se deparado cada vez mais com casos como esse. / FBI 1.03 - Prey (Estados Unidos, 2018) Direção: Norberto Barba / Roteiro:  Dick Wolf, Craig Turk / Elenco:  Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.04 - Crossfire
Um veterano de guerra em um momento péssimo da vida resolve se vingar da sociedade. Após a morte da esposa e de ter perdido seu emprego, ele resolve subir até o alto de um prédio para fazer tiro ao alvo com seu rifle nas pessoas que andam calmamente pelas ruas da cidade. Uma tragédia, que inclusive já aconteceu na vida real, na década de 1960, quando um veterano da guerra do Vietnã, completamente enlouquecido, subiu na torre de uma universidade e saiu matando a esmo. O roteiro desse episódio adaptou essa triste história do FBI para os dias de hoje. O resultado ficou muito bom com um clímax ocorrendo no alto da torre de uma igreja, lembrando em muito o fato histórico real. Seguramente um dos melhores episódios dessa primeira temporada. / FBI 1.04 - Crossfire (Estados Unidos, 2018) Direção: Arthur W. Forney / Roteiro:  Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.07 - Cops and Robbers
Um carro forte é roubado. Os criminosos se disfarçam de policiais e enganam os funcionários da empresa de transporte de valores. Durante as investigações os agentes do FBI descobrem a origem do carro que foi usado no roubo. Pertence a um homem, cujo irmão já tinha ficha criminal. E a partir daí, como um castelo de cartas, um a um dos membros da quadrilha começam a cair. Um deles é um veterano de guerra, um ex-soldado com problemas psicológicos, algo que sensibiliza o agente Omar Adom 'OA' Zidan. O problema é que ele acaba perdendo assim a racionalidade e a objetividade necessário para agir, colocando em risco até mesmo a segurança e a vida de sua parceira, a agente Maggie Bell. / FBI 1.07 - Cops and Robbers (Estados Unidos, 2018) Direção: Jean de Segonzac / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.08 - This Land Is Your Land
Um químico russo é sequestrado bem ao lado do consulado russo em Nova Iorque. Ele havia participado da guerra química (suja) que foi usada contra os sírios em sua guerra civil. Inicialmente o FBI pensa que ele foi levado pelos próprios russos pois o sujeito tinha intenção de publicar um livro contando tudo. Porém quando as investigações avançam a agente Maggie Bell (Missy Peregrym) descobre que os verdadeiros autores do crime fazem parte de um grupo radical e fanático de extrema-direita que não reconhece o governo americano como legítimo. Eles querem usar o químico russo em um grande atentado em solo americano. / FBI 1.08 - This Land Is Your Land (Estados Unidos, 2018) Direção: Charlotte Brändström / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco:  Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.09 - Compromised
Velho problema. Ocorre quando pessoas que fazem parte do serviço de proteção às testemunhas são encontradas pelos criminosos que querem matá-las. O episódio acontece justamente quando uma testemunha importante em um caso de condenação de um criminoso de um cartel mexicano de tráfico de drogas é assassinada. O que aconteceu? Quem vazou sua nova identidade e sua localização para os traficantes? Para piorar a situação tudo leva a crer que um delegado federal estaria envolvido nos vazamentos, na venda dos nomes das listas onde estavam localizadas as testemunhas que deveriam ser protegidas justamente por quem as estavam comprometendo. Um caso, claro, feito para o FBI desvendar. / FBI 1.09 - Compromised (Estados Unidos, 2018) Direção: Edward Ornelas / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco:  Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.10 - The Armorer's Faith
Nesse episódio o agente do FBI OA Zidan precisa se infiltrar numa negociação envolvendo tráfico de armas. E não são armas comuns. São 50 armamentos do tipo míssil anti-tanque. Armamento pesado, que muito provavelmente vai parar nas mãos de um perigoso cartel mexicano que atua nos Estados Unidos. Trabalho perigoso, ainda mais sabendo-se que o negociador das armas original foi morto justamente quando subia em um avião na Inglaterra em direção à América. E para trabalhar ao seu lado OA precisa ainda lidar com um agente mais velho, que foi seu instrutor na academia. Alguém que nunca simpatizou com ele em nada. Uma relação mais do que complicada. / FBI 1.10 - The Armorer's Faith (Estados Unidos, 2018) Direção: Nicole Rubio / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.11 - Identity Crisis 
Uma juíza e sua filha são mortas ao saírem do tribunal. As investigações apontam para uma boate exclusiva, que depois se descobre pertencer a um grupo de traficantes de drogas, inclusive com conexões os ligando a um violento cartel mexicano. Conforme as investigações avançam uma agente do FBI que trabalha infiltrada no lugar, chamada Gina, demonstra uma certa fragilidade em sua função de agente federal. Ora ela parece colaborar ocm o FBI, ora parece gostar mesmo do traficante que é um dos donos do estabelecimento. Jogo duplo, síndrome de Estocolmo. Uma verdadeira crise de identidade, como sugere o título original do episódio. / FBI 1.11 - Identity Crisis (Estados Unidos, 2019) Direção: Norberto Barba / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noelr.

FBI 1.12 - A New Dawn
Um figura influente da extrema direita dos Estados Unidos é assassinado. Um coquetel Molotov é jogado dentro do quarto onde ele se encontrava. Era um pregador do ódio, supremacista branco, canalha. Porém para o FBI o dever é descobrir quem teria matado ele. Assim começam as investigações e tudo vai parar em um campus da universidade de Chicago. Um grupo que se auto intitula "A New Dawn" parece estar por trás da morte. Formado por alunos inspirados em um professor radical de literatura brasileira (é sério, é isso mesmo!) que defende uma luta feroz contra fascistas em geral. Enfim, interessante episódio que mostra como a sociedade americana está politicamente polarizada (algo muito semelhante também acontece no Brasil). FBI 1.12 - A New Dawn (Estados Unidos, 2019) Direção: Terry Miller / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.13 - Partners in Crime  
Esse episódio se chama "Os Parceiros do Crime". E quem seriam esses parceiros? Um assaltante de bancos e lojas e duas garotas, raptadas por ele e mantidas em cativeira na sua casa. E tudo começa quando um assalto a um banco dá bem errado. Um velho policial estava no local e reage prontamente. Tiros são trocados, o veterano tira morre, mas a garota que estava ao lado do criminoso também é ferida com um tiro na perna. Depois da fuga, alguns dias depois, eles são cercados e fazem reféns. E aí a situação complica, fica tensa e perigosa. A agente especial do FBI Maggie Bell (Missy Peregrym) se disfarça de paramédica para entrar no estabelecimento comercial onde os reféns estão. A intenção é na primeira bobeada do sequestrador, mandar ele dessa para pior. Bom episódio, bem movimentado, com bastante ação e suspense. Quem gosta da série vai certamente curtir. / FBI 1.13 - Partners in Crime (Estados Unidos, 2019) Direção: Jean de Segonzac / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.14 - Exposed  
Um jornalista é assassinado em um parque público, durante á noite. No começo o FBI pensa ser um crime de ódio, causado por um hater de seu blog, porém depois descobre-se que há muita coisa por trás. Na realidade ele foi morto por um profissional, um assassino contratado. O jornalista havia descoberto um grande esquema envolvendo laboratórios chineses, drogas experimentais e mortes de pacientes. Por isso acabou sendo eliminado. Outro aspecto interessante desse episódio é que o lado pessoal da agente Maggie Bell é mais explorado. Acontece que seu marido foi assassinado anos antes e ao que tudo indica foi esse mesmo assassino que cometeu crime. Mas quem o pagou? Qual foi o motivo? Tudo fica no ar. / FBI 1.14 - Exposed (Estados Unidos, 2019) Direção: Norberto Barba / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk/ Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.15 - Scorched Earth  
Uma bomba é deixada em uma corretora de Wall Street. A executiva morre na explosão. Só que não acaba por aí. Outras bombas explodem. Um caso para o FBI. Após as investigações se descobre que há um forte suspeito, um executivo que foi demitido dessa mesma corretora. Sua carreira ficou arruinada. Só há um problema. Ele está em coma em um hospital, então não poderia ser ele. E de fato não era, mas sim seu filho, um jovem que quer vingança contra todos os que prejudicaram seu pai. Bom episódio, com direito a cena final com uma bomba prestes a explodir em um restaurante fino, frequentado por ricaços de Wall Street. / FBI 1.15 - Scorched Earth (Estados Unidos, 2019) Direção: Nick Gomez / Roteiro:  Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

FBI 1.16 - Invisible  
Uma garota é sequestrada. Uma menina inteligente, estudiosa, querida por todos. Quem poderia ter sequestrado ela? As investigações inicialmente apontam para um empregado do pai, mas esse no fundo era apenas um tolo, querendo se vingar de seu patrão. Os verdadeiros sequestradores são todos estudantes, jovens cheios de ódio, querendo a fama, mesmo que de forma completamente errada, ao estilo massacre de Columbine. Um deles acaba se matando, pulando de um prédio. Achar e prender o outro é que vai ser o grande desafio. Bom episódio, explorando o problema de jovens criminosos, um problema bem sério dentro da sociedade americana. / FBI 1.16 - Invisible (Estados Unidos, 2019) Direção: Charles S. Carroll / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel. 

FBI 1.17 - Apex 
Há um serial killer matando em Nova Iorque. Ele se auto intitula "Apex". Suas vítimas são todas mulheres, morenas, ali na faixa dos 20 anos. Ele usa um aplicativo de encontros para atrair as garotas. O pior é que conforme as investigações avançam, se descobre que o tal Apex é na verdade um herdeiro muito rico da cidade. Seus pais são donos de vários imóveis da cidade. E o prefeito, claro, quer abafar tudo, colocar tudo debaixo do tapete. É a velha corrupção que tenta livrar a cara dos muito ricos, algo que acontece no Brasil, mas que também acontece nos Estados Unidos, não se engane sobre isso! / FBI 1.17 - Apex (Estados Unidos, 2019) Direção: Jean de Segonzac / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel. 

FBI 1.18 - Most Wanted 
Para entrar na lista dos mais procurados do FBI o criminoso tem que realmente cometer um crime terrível. E isso o que faz o fugitivo desse episódio. Ele era um agente do departamento de imigração, tinha um bom emprego e tudo mais, porém surta durante uma noite e mata sua esposa e seus dois filhos pequenos. Um massacre. Depois disso foge e o FBI vai atrás em uma verdadeira caçada humana. O interessante desse episódio é que o principal agente nessa busca não é a agente Maggie Bell (Missy Peregrym), mas sim o agente do FBI Jess LaCroix (Julian McMahon). Penso que foi uma tentativa da série em diversificar melhor os personagens, o que sinceramente não seria uma má ideia, uma vez que na vida real o FBI tem milhares de agentes por todo o país. / FBI 1.18 - Most Wanted (Estados Unidos, 2019) Direção: Fred Berner / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Julian McMahon, Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel. 

FBI 1.19 - Conflict of Interest
Esse episódio se chama "conflito de interesses". E esse surge quando um suspeito é preso, acusado de ter participado do assassinato de um diplomata americano. Ele é um ex-viciado em drogas, um imigrante nigeriano, que tem justamente como padrinho um dos agentes do FBI envolvido no caso. Esse episódio tem o maior número de mortes de procurados de toda a série. Os agentes do FBI matam nesse episódio, isso é certo. Até a agente especial Maggie Bell (Missy Peregrym) mata um sujeito que se recusa a entregar sua arma em um beco de saída de uma boate da pesada. Em suma, os policiais do FBI nesse episódio em especial estão com as taxas de letalidade bem altas. / FBI 1.19 - Conflict of Interest (Estados Unidos, 2019) Direção: Christine Swanson / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk/ Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel. 

FBI 1.20 - What Lies Beneath
A dupla de agentes do FBI precisa proteger um importante membro do governo do Egito que se encontra nos Estados Unidos para um transplante do coração. Há um assassino profissional internacional à solta, que está justamente em perseguição a esse homem que eles precisam proteger. E esse Hitman é um sujeito que faz tudo para cumprir seus "contratos". Certa vez explodiu um avião inteiro para matar apenas um dos alvos. Nesse episódio ele planeja explodir todo um hospital para matar o homem pelo qual foi contratado. Um sério problema para o FBI resolver. / FBI 1.20 - What Lies Beneath (Estados Unidos, 2019) Direção: Vincent Misiano / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel. 

FBI 1.21 - Appearances  
Um agente do FBI é assassinado. Ele era casada uma agente da agência e isso, claro, acaba tornando tudo mais dramático. Conforme as investigações avançam se descobre que ele havia se encontrado com uma amante na noite do crime. inicialmente os agentes do FBI acreditavam que ele havia sido morto por causa de um traficante latino chamado Ramirez. As coisas vão avançando e ficando mais complexas, inclusive com o envolvimento de uma gangue de motoqueiros e um advogado rico e famoso. No final a agente Maggie Bell (Missy Peregrym) descobre que seu amado falecido Jason também tinha uma amante. E isso a deixa desnorteada. Bom episódio, o penúltimo dessa primeira temporada. / FBI 1.21 - Appearances  (Estados Unidos, 2019) Direção: Jean de Segonzac / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel. 

FBI 1.22 - Closure 
Esse é o último episódio dessa primeira temporada da série FBI. E o que acontece em seu final? Uma executiva do mercado financeira é raptada em plena luz do dia. O sequestrador é um Hitman, um matador de aluguel. A agente especial Maggie Bell (Missy Peregrym) e seu parceiro Omar Adom 'OA' Zidan (Zeeko Zaki) entram no caso. O problema é que eles depois descobrem o corpo dela jogada ao lado de latas de lixo. Pior do que isso, Maggie tem uma ligação pessoal com a vítima, pois foi amante de seu marido, antes dele ser assassinado. E as investigações acabam revelando uma perigosa ligação de uma empresa americana com um cartel mexicano de tráfico internacional de drogas. A executiva morta teria ligação com um esquema de lavagem de dinheiro para os criminosos do México. Bom episódio, que fecha muito bem essa primeira temporada. / FBI 1.22 - Closure (Estados Unidos, 2019) Direção: Nicole Rubio / Roteiro: Dick Wolf, Craig Turk / Elenco: Missy Peregrym, Zeeko Zaki, Ebonee Noel.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Bates Motel

A série "Bates Motel" foi exibida entre os anos de 2013 a 2017. No total houve cinco temporadas, com em média dez episódios em cada uma. A série surgiu com a pretensão de trazer o personagem Norman Bates que havia sido imortalizado nos filmes da franquia de cinema "Psicose" para a TV. Algo complicado, já que esses filmes, em especial o primeiro dirigido por Alfred Hitchcock, são considerados verdadeiros clássicos da sétima arte. Mesmo com esse peso enorme nas costas os produtores foram em frente e não decepcionaram nem o público e nem a crítica. "Bates Motel" é uma boa série, que acabou fazendo jus ao legado dos filmes.

Os roteiristas porém deslocaram um pouco o enredo no tempo. Aqui Norman Bates ainda é um jovem acompanhado sua mãe, Norma. Sim, ela está viva, ao contrário dos filmes para o cinema onde havia apenas seu corpo idolatrado pelo filho, um homem adulto com sérios problemas psicológicos. Uma das coisas que ajudaram a série foi a presença de uma boa dupla de protagonistas. Tanto Vera Farmiga (Norma) como Freddie Highmore (Norman) convenceram plenamente em seus personagens. Eles se encaixaram muito bem na proposta da série, cativando o público espectador, tanto que a atriz acabou na última temporada assumindo também a função de produtora executiva. Assim "Bates Motel" acabou sendo um sucesso até inesperado, acima das expectativas, chegando até mesmo a ter várias indicações ao Primetime Emmy Awards (o Oscar da TV americana). Foi mais do que merecido! Abaixo segue uma lista de episódios que comentei ao longo desses anos. 

Bates Motel 1.09 - Underwater
Outra série que estou atrasado mas que não vou largar - pelo menos por enquanto. "Bates Motel" continua mantendo o interesse embora eu tenha a opinião de que os roteiristas queimaram muito cedo as situações de terror e suspense que poderiam surgir. Já houve tantas mortes e assassinatos dentro do Motel em apenas nove episódios que fica complicado antecipar o que mais irá acontecer por lá! Como não poderia deixar de ser o grande destaque continua sendo a atriz Vera Farmiga! Em certos aspectos ela carrega a série nas costas. Nesse episódio em particular acabei tendo uma noção bem curiosa, a de que ela tem uns olhos maravilhosos. O diretor do episódio resolveu dar uns closes em seu rosto e assim pude perceber que ela tem lindos olhos azuis - profundamente azuis para ser mais exato! Maravilhosa mesmo! Estou animado com "Bates Motel" e seguirei em frente, acompanhando./ Bates Motel 1.09 - Underwater (Estados Unidos, 2013) Direção: Tucker Gates / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 1.10 - Midnight
Esse foi o último episódio da primeira temporada. Fazendo uma rápida análise confesso que gostei dessa série e irei continuar assistindo, muito embora tenha que reconhecer que não faz jus nem ao grande clássico de Alfred Hitchcock e nem muito menos às sequências cinematográficas (que são bem melhores do que muitos críticos dizem por aí). Uma das coisas que me incomodou em "Bates Motel" foi a escolha dos produtores em passar todo o enredo nos dias atuais. Isso tirou parte do charme da estória que conhecemos nos cinemas, afinal aquele motel de beira de estrada fica bem mais sinistro em preto e branco e com estilo vintage. Se a série fosse passada nos anos 1950 certamente teríamos uma obra de arte televisiva em mãos. Voltemos porém ao episódio. Aqui Norma Louise Bates (Vera Farmiga) está novamente em apuros. Ela precisa arranjar cem mil dólares para pagar um assassino, numa transação que ela nem mesmo sabe como surgiu na sua frente. O criminoso está convencido que ela tem o dinheiro, mas na verdade ela mal sabe do que se trata. Após denunciar o crime ao novo xerife esse lhe promete que resolverá tudo. Simples assim. Depois ela entenderá que ele de fato estava falando a mais pura verdade! Na outra linha narrativa o jovem Norman Bates (Freddie Highmore) resolve convidar sua amiga Emma Decody (Olivia Cooke), que é apaixonada por ele, para lhe acompanhar no baile da escola. Confesso que me lembrei de "Carrie a Estranha" por causa do clima de breguice desse tipo de festa, dos figurinos, cenários, etc. Outra coisa que me incomodou é saber o porquê dele não namorar com ela... É a tal coisa, muitas vezes na vida não percebemos que o amor pode estar bem na frente do nosso nariz e o deixamos escapar. Depois vem o arrependimento da oportunidade perdida. De uma forma ou outra o final é o melhor. Especialmente indicado para quem estava reclamando que "Bates Motel" tinha muito drama familiar e pouco sangue. Pois é, amigos fãs de séries, ele finalmente fez o que o tornou notório no mundo da cultura pop! É assistir para conferir o nascimento de um ícone do suspense. / Bates Motel - Midnight (EUA, 2013) Direção: Tucker Gates / Roteiro:  Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.01 - Gone But Not Forgotten

E começa a nova temporada de mais uma adaptação de personagem famoso do cinema para a telinha. A bola da vez é Norman Bates do clássico "Psicose". Pois bem, como todos sabemos aqui em "Bates Motel" ele não passa de um adolescente tímido e confuso, que tenta levar a vida em frente, mesmo após se apaixonar platonicamente pela linda e bonita Bradley Martin (Nicola Peltz). A questão é que a garota de seus sonhos agora está mais desnorteada do que ele. Após a morte de seu pai, ela finalmente recebe alta de uma instituição psiquiátrica e está de volta em casa. Enquanto isso Bates (Freddie Highmore) vai absorvendo seu primeiro assassinato, justamente o de sua própria professora que o seduziu no episódio final da primeira temporada. Apresentando sinais claros de perturbação, ele parece curtir muito fazer visitas periódicas ao túmulo de sua primeira vítima. Isso se torna tão estranho que logo sua mãe Norma Louise Bates (Vera Farmiga) começa a ficar realmente preocupada e desconfiada. Para piorar tudo, o comportamento bizarro de Bates também começa a chamar a atenção do xerife, que não tarda a pensar nele como um dos possíveis suspeitos do crime. Bom, se "Bates Motel" tinha pouca coisa a ver com o clima de opressão do filme original em sua temporada inicial, agora as coisas começam a ficar mais sombrias. Some-se a isso o fato de que uma nova rodovia está para ser construída e isso será um desastre completo para o motel. No geral, como sempre, a série não decai a ponto de pensarmos em deixar de acompanhar, embora ainda haja bastante coisa para melhorar. Vamos seguir em frente. / Bates Motel 2.01 - Gone But Not Forgotten (EUA, 2014) Direção: Tucker Gates / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.02 - Shadow of a Doubt
Bradley Martin (Nicola Peltz) acaba ficando escondida no porão de Norman Bates (Freddie Highmore), afinal ela matou um famoso produtor de maconha da região. Claro que um assassinato como esse acaba despertando uma verdadeira guerra entre as quadrilhas de traficantes, algo que o xerife não pode admitir. Todos acreditam que o crime foi um acerto de contas e nem desconfiam que o gatilho foi apertado por uma simples adolescente enfrentando uma grande crise existencial. Norman que sempre foi apaixonado platonicamente por ela lhe dá toda a cobertura e depois pede ao próprio irmão que a leve para pegar um ônibus para fora do estado. A intenção é recomeçar do zero, começar a viver uma nova vida em outro lugar, em uma realidade completamente diferente da que ela vinha vivendo até então. O curioso é que enquanto seus filhos vão se envolvendo em crimes, mortes e histórias mal contadas, Norma Bates (Vera Farmiga) parece viver em uma outra realidade. Ao ver casualmente um anúncio de testes para o musical South Pacific resolve tentar a sorte ao lado de Norman, que acha tudo meio fora de propósito, mas para não desapontar a mãe aceita acompanhá-la ao teatro. A audição acaba proporcionando um ótimo momento para a atriz Vera Farmiga na série pois ela canta e encanta os espectadores! Uma bela voz que vale por todo o episódio! / Bates Motel 2.02 - Shadow of a Doubt (EUA, 2014) Direção: Tucker Gates / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.04 - Check-Out
Essa boa série "Bates Motel" segue em frente. Nesse episódio surge o grande drama na vida de Dylan (Dylan Massett) quando ele descobre que é fruto não apenas de um estupro, mas também de um incesto! Sua mãe Norma Louise Bates (Vera Farmiga) havia sido violentada por anos e anos pelo próprio irmão! Assim aquele que ele considerava ser apenas seu tio camarada, um sujeito bacana, na realidade é um criminoso... e seu pai! Uma revelação terrível para qualquer pessoa. Enquanto a vida familiar de Dylan desmorona ao seu redor sob o peso de um passado avassalador, seu irmão Norman Bates (Freddie Highmore) tem seu primeiro surto psicótico, já relevando a personalidade psicopata que o acompanharia pelo resto de seus dias. Aqui vale a pena chamar a atenção para o fato de que tanto o roteiro original do filme "Psicose" como os dos episódios dessa série são muito bem resolvidos no tocante à origem dos problemas psicológicos de seu protagonista. Norman seria apenas fruto de uma situação familiar desastrosa e disfuncional. Um rapaz tímido e até muitas vezes bem intencionado que é sugado por uma realidade tão extrema que literalmente joga seu último fio de sanidade pelo esgoto. É assim na vida real e também no mundo ficcional. Do ponto de vista psicológico "Bates Motel" de fato acertou em cheio nas suas premissas. Some-se a isso o excelente trabalho desenvolvido por todo o elenco - em especial Vera Farmiga - e você entenderá porque essa série ainda pode ser considerada uma das melhores coisas da TV americana no momento. / Bates Motel 2.04 - Check-Out (EUA, 2014) Direção: John David Coles / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.05 - The Escape Artist
Como se viu nos episódios anteriores, o conselho municipal deseja construir uma nova via de acesso para a cidade, algo que tiraria o Bates Motel de visibilidade para potenciais novos hóspedes. A falência seria praticamente certa. Para Norma Bates (Vera Farmiga) isso não poderia vir em pior hora. Sua sorte porém parece mudar quando ela conhece Nick Ford (Michael O'Neill), um milionário misterioso que resolve lhe ajudar. Ele tem diversos problemas com um dos conselheiros municipais e deseja derrubá-lo politicamente. Assim ele dá de presente para Norma um relatório ambiental mostrando que a construção da nova estrada iria destruir e levar para a extinção um roedor raro que tem seu habitat justamente na região das obras. O que Norma nem desconfia é que o tal sujeito que posa de bom samaritano é na verdade um traficante internacional. Enquanto isso o filho Norman Bates (Freddie Highmore) vai curtindo sua nova namorada, uma garota fora do comum, que curte rock pesado e diversões perigosas, justamente o extremo oposto do próprio jeito de ser dele, sempre muito tímido e calado. Já o irmão Dylan passa por vários problemas, tanto na vida pessoal como "profissional". Desde que a casa do xerife foi incendiada sua quadrilha de pequenos traficantes de maconha passaram a ficar na mira da lei. Para piorar ele acaba participando de uma intensa troca de fogo na rua principal da cidade, na frente de todos. Embora não possa sequer ser comparada com o clássico filme de Hitchcock o fato é que a série continua em uma boa levada. Os episódios são bons e mantém um bom nível. Os espectadores porém continuam esperando que Norman finalmente comece a cometer os atos que o imortalizaram como um dos mais famosos psicopatas da história do cinema. Aguardemos. / Bates Motel 2.05 - The Escape Artist (EUA, 2014) Direção: Christopher Nelson / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.06 - Plunge
Norman Bates (Freddie Highmore) tem uma nova namoradinha. Para sua mãe Norma (Vera Farmiga) isso não é bem algo a se comemorar. Desde o começo ela não foi com a cara da garota. Ouvindo rock pauleira o tempo todo, com maquiagem carregada e pose desafiadora com os mais velhos, essa não parece ser a nora que Norma sempre sonhou. Para piorar ainda mais a situação, Emma (Olivia Cooke) conta para Norma que seu filho anda tendo apagões estranhos, ficando fora de órbita por alguns momentos. Geralmente esses momentos ocorrem em situações de grande stress e raiva. A informação faz com que Norma resolva impedir que seu filho tire finalmente sua carteira de motorista, o que poderia lhe deixar em perigo caso apagasse enquanto estivesse dirigindo. Nem precisa dizer que isso deixa o garoto irado, prestes a explodir. De qualquer maneira nem todas são notícias ruins no lar dos Bates. Norma consegue, para surpresa geral, ser escolhida como nova conselheira municipal, algo que talvez salve seu pequeno motel da falência certa, pois assim ela poderá impedir que uma nova rota costeira seja construída, desviando seus clientes em potencial para essa nova estrada a ser construída. Já para Dylan Massett (Max Thieriot) a boa nova vem ao conhecer sua "patroa" na plantação clandestina de maconha. Ela é jovem, bonita e interpretada pela atriz Kathleen Robertson (velha conhecida de fãs de séries, pois já participou de alguns clássicos seriados da telinha como "Barrados no Baile", por exemplo). Extrovertida e sexualmente agressiva logo se torna o novo affair de Dylan! Jovem de sorte esse! / Bates Motel 2.06 - Plunge (EUA, 2014) Direção: Ed Bianchi / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot, Kathleen Robertson.

Bates Motel 2.07 - Presumed Innocent
Presunção de inocência? É bem por aí. Nesse episódio Norman Bates (Freddie Highmore) vai parar na delegacia para prestar esclarecimentos sobre a morte do pai de sua namoradinha. O velho caiu de uma escada durante uma discussão com ele, mas os policiais não precisam saber todos os detalhes disso. Além do mais acidentes fatais não são necessariamente uma novidade na vida dele, apesar da pouca idade. Um sinal do que virá em seu futuro sombrio. Depois de tomar alguns depoimentos o xerife chega na conclusão em seu inquérito que tudo não passou de um acidente, uma fatalidade, algo que infelizmente também acontece com certa frequência em muitas residências americanas. Norman assim retorna para casa, quase triunfante. A única coisa que ele não contava era que seu DNA se tornaria compatível com outra cena de crime. Enquanto Norman entra e sai da delegacia seu irmão Dylan (Max Thieriot) também vai se envolvendo em inúmeros problemas com a lei. Membro de uma quadrilha que planta e vende maconha ele acaba se recusando a participar de um incêndio criminoso para prejudicar os concorrentes e rivais de seu bando no mercado de drogas da região, algo que custará muito caro para ele. Nessa altura do campeonato posso dizer que ainda gosto bastante de "Bates Motel" pois é com certeza uma daquelas séries que valem a pena acompanhar. Só sinto muita falta de uma melhor ambientação histórica e já falei isso diversas vezes aqui no blog. Que legal seria se "Bates Motel" fosse passada nos anos 1940 ou 1950 de acordo com o que vimos no clássico de Alfred Hitchcock (onde Norman já estava mais velho, na década de 1960). Ser fiel com a cronologia original seria a cereja do bolo. A única razão para que isso não tenha acontecido é mesmo os custos da produção pois certamente seria uma série bem mais cara. Tudo bem, tirando isso tudo de lado até que vale a pena continuar acompanhando a adolescência de um dos mais famosos psicopatas da história do cinema. / Bates Motel 2.07 - Presumed Innocent (EUA, 2014) Direção: Roxann Dawson / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.08 - Meltdown

Depois que o xerife descobriu sêmen do pacato Norman Bates (Freddie Highmore) no corpo de sua professora Blair, ele começa a prestar mais a atenção naquele rapaz que não parecia ter qualquer ligação com a morte dela. Aos poucos vai tentando extrair a verdade, embora isso não seja nada fácil. Pressionado, Norman nega e se esquiva, mas para ele o jogo parece ter se fechado. Afinal não há como contestar uma prova científica. Problemas e mais problemas parecem ser uma constante na vida da família Bates. Enquanto o filho tenta escapar do cerco do xerife, sua mãe Norma (Vera Farmiga, a cada episódio mais bonita) tenta também se distanciar de um sujeito que lhe ajudou a ser escolhida como membro do conselho municipal. Agora ele quer a volta, a troca de favores e pede que ela encontre seu outro filho, Dylan, para marcar um encontro com ele. Interessante lembrar que a cidade está bem no meio de uma guerra de traficantes de drogas e Dylan acaba se tornando peça chave nesse verdadeiro acerto de contas entre criminosos. Bates Motel mantém um bom nível. Mesmo atrasado (como sempre) nunca perdi o interesse em acompanhar as temporadas. Além dos bons roteiros o destaque também vai para todo o elenco, com especial atenção nos dois personagens principais, mãe e filho, Norma e Norman, cada vez mais estranhos e com comportamento fora dos padrões. / Bates Motel 2.08 - Meltdown (EUA, 2013) Direção: Ed Bianchi / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 2.10 - The Immutable Truth
Último episódio da segunda temporada. Dylan elimina Ford, em sua própria casa, com um golpe certeiro. Agora o importante é saber onde Norman foi parar. Ele está desaparecido. Com a ajuda do xerife eles conseguem localizar o lugar isolado onde Norman se encontra. Como visto no episódio anterior ele foi colocado em uma caixa, bem no meio da floresta. Algo terrível. Depois que começa a gritar finalmente Norman é salvo da morte certa. De volta ao Bates Motel ele vai se recuperando aos poucos com a ajuda de Norma, sua mãe. Psicologicamente porém ele não está nada bem e chega ao ponto de tentar o próprio suicídio. Salvo na última hora volta são e salvo para casa. Isso porém não é o fim dos tormentos de Norman. O xerife quer que ele faça um teste com um detector de mentiras. A pergunta crucial que será feito a ele é simples: você matou sua professora? Para surpresa de todos Norman finalmente passa no teste. Afinal ele é um psicopata (e já começa a dar sinais claros disso) e por essa razão não fica nervoso diante de uma máquina como aquelas. Na última cena do episódio Norman já demonstra, com seu olhar, que está caminhando rapidamente para a insanidade total. Seu futuro é sombrio. / Bates Motel 2.10 - The Immutable Truth (EUA, 2014) Direção: Tucker Gates / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 5.05 - Dreams Die First
Nessa altura da série o espectador já deve saber que Norman está completamente doido. A mãe dele já morreu, seu cadáver está escondido na casa. Em sua mente ele pensa que ela está viva e interagindo com como se ele ainda estivesse entre todos. O único que tem maior noção do que está acontecendo é o Chick, que a troco de ter onde morar e viver topa conviver com Norman. Fica a pergunta: quem em sã consciência dormiria no mesmo teto que esse sujeito tão perturbado? Nesse episódio temos três acontecimentos importantes. No primeiro o irmão de Norma é finalmente eliminado. Ele engravidou a irmã, dando origem ao Dylan. o incesto nunca foi completamente superado. Agora ele está no porão - acorrentando e esperando o que vai acontecer. Normam decide libertá-lo, mas o lado da mãe se sobrepõe novamente e sai atirando. Na correria ele acaba sendo atropelado na rodovia pelo próprio Chick. Detalhe interessante: o vidreiro (ou seja lá o que ele for) acaba fazendo um enterro viking para o sujeito. Porquê? Simplesmente não deixar pistas para a polícia. Na outra linha o Norman acaba se engraçando pela loirinha que trabalha na lojinha de antiguidades. Ela é casada, mas isso não a impede de flertar com o tímido e educado rapaz (nem sabe o doente que se esconde atrás dessa fachada). E ai acontece o esperado: surge o lado psicótico de sua mente, concretizando no alter ego da mãe, colocando em risco a vida da garota. Por fim, o xerife está em plena fuga (ele conseguiu fugir da prisão no episódio anterior). Após levar um tiro de um rapaz caipira ele tenta de tudo para sobreviver. Seu objetivo é voltar para o Bates Motel para um acerto de contas definitivo com Norman. É esperar para ver! / Bates Motel 5.05 - Dreams Die First (Estados Unidos, 2017) Direção: Nestor Carbonell / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 5.06 - Marion
Para a maioria das pessoas que nem são fãs de "Bates Motel" o grande atrativo desse episódio é ver Rihanna atuando. Ela interpreta uma mulher que decide roubar o banco onde trabalha, indo parar no Bates Motel para esperar seu namorado, um homem casado que também está envolvido no crime. Claro que uma vez no pequeno motel logo chama a atenção de Norman Bates que entre uma simpatia e outra começa a ter vontade de matá-la! Ora, pense um pouco, é justamente esse o enredo do primeiro filme "Psicose" lá dos anos 60, o que foi dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock! Agora, os roteiristas sejam por receio ou até mesmo por respeito a Hitchcock não quiseram ir até o fundo da suposta homenagem! Há duas cenas no chuveiro, em ambas você pensa que enfim teremos a recriação da famosa sequência do filme original, só que isso não acontece. A primeira cena é com Rihanna. Eu pensei que o esfaqueamento se daria aqui. Não aconteceu. Depois temos seu namorado indo para o chuveiro e aí tudo acontece, mas achei sem impacto. O certo seria colocar a garota sendo morta. Seria uma simpiose perfeita com a cena que transformou "Psicose" numa das franquias mais bem sucedidas do cinema. Faltou mesmo um pouquinho de coragem e, é claro, o famoso tema musical que ainda hoje ecoa em todos os filmes de terror e suspense. / Bates Motel 5.06 - Marion (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Universal Television / Direção: Phil Abraham / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot, Rihanna, Olivia Cooke, Nestor Carbonell

Bates Motel 5.07 - Inseparable
O cerco vai se fechando em torno de Norman Bates. A polícia descobre os primeiros corpos ao puxarem um carro afundado no lago e ele começa a receber com certa insistência a visita da xerife da cidade. Também não era para menos. Norman está completamente insano, com dupla personalidade, ora sendo o frágil Norman, ora incorporando a personalidade da mãe, Norma. E como se tudo isso não fosse ruim o bastante para ele ainda tem que lidar com a chegada de seu irmão Dylan. Ele vai até a velha casa na colina para descobrir o que de fato aconteceu com sua mãe. Também descobre que Norman não anda mais tomando seus remédios. O seu médico particular desapareceu, o que aumenta ainda mais suas suspeitas. Na última cena Norman literalmente enlouquece na sala de jantar. Ele volta a incorporar a mãe e tenta esfaquear o irmão Dylan. Lutando contra si mesmo ele evita um esfaqueamento. O episódio termina com Norman ligando para a delegacia de polícia para reportar um assassinato! Estaria se entregando? Isso você só vai descobrir mesmo no próximo episódio. A temporada vai chegando ao final e a série vai igualmente ficando mais interessante. É esperar para ver. / Bates Motel 5.07 - Inseparable (Estados Unidos, 2017) Direção: Steph Green / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot, Nestor Carbonell.

Bates Motel 5.08 - The Body
Esse episódio se chama "The Body" (O Corpo). Que corpo é esse? Justamente o que a polícia encontra dentro de um poço, bem no meio de uma floresta gelada. Foi para lá que Norman indicou onde estaria uma de suas vítimas. O interessante desse episódio é que Norman (Freddie Highmore) está completamente alucinado. Ora ele assume a personalidade da mãe Norma, ora ele reencontra sua própria personalidade. Quando é Norman quer entregar tudo, mostrar onde estão os corpos das pessoas assassinadas. Quando é Norma faz de tudo para esconder todos os crimes, tentando se safar de ser preso (ou presa!). Nesse episódio há também um momento de puro humor negro quando Chick Hogan decide ir ao porão da casa sombria da família Bates para começar a escrever um romance de terror, baseado justamente no que aconteceu entre aquelas paredes velhas e sujas. Ele acaba sendo encontrado pelo ex-xerife Alex Romero que está lá justamente para dar cabo da vida de Norman, só que ao encontrá-lo perde a paciência completa com o festival de baboseiras que saem da boca de Chick. Resultado? Ele decide enfiar uma bala em sua cabeça. Foi tão surreal e surpreendente que deu margem até mesmo para aquele sorrisinho de nervoso, tão comum em momentos black humor como esse! Bem-vindo à casa da insanidade total! / Bates Motel 5.08 - The Body (Estados Unidos, 2017) Direção: Freddie Highmore / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot, Olivia Cooke, Nestor Carbonell, Natalia Cordova-Buckley

Bates Motel 5.09 - Visiting Hours
Penúltimo episódio da série. Aqui acontecem várias coisas importantes para o seu desfecho. Norman é levado para uma sessão preliminar de julgamento. Enquanto sua sentença não sai ele fica em uma cela na delegacia local. Um prato cheio para o insano policial Romero que quer sua vingança. Armado, ele consegue render os policiais e leva Norman com ele, exigindo que ele mostre onde está o corpo de Norma. Como se viu nos episódios anteriores o filho levou sua falecida mãe para o meio da floresta gelada, para evitar que as autoridades a localizassem. Insanidade completa. E é no meio das árvores, durante a noite, entre frio e desolação, que Norman e Romero finalmente vão acertar suas contas definitivamente. No meio da luta, por mais improvável que isso pudesse parecer, o frágil Norman acabou se dando melhor, acabando de vez com a vida de Romero! Algo que já era esperado, de uma maneira ou outra / Bates Motel 5.09 - Visiting Hours (Estados Unidos, 2017) Direção: Olatunde Osunsanmi / Roteiro: Carlton Cuse, Kerry Ehrin / Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot.

Bates Motel 5.10 - The Cord
Esse é o último episódio da série! Depois de 50 episódios finalmente o espectador que vinha acompanhando a série por anos e anos acabou sendo premiado com seu desfecho. Confesso que fiquei um pouco decepcionado, isso porque acreditava que Norman iria sobreviver para envelhecer e assim criar um vínculo lógico com os filmes de "Psicose" no cinema. Era o caminho natural, mais racional. Porém os roteiristas decidiram que Norman iria morrer nesse episódio final da série, se unindo no mundo espiritual definitivamente com sua querida mãe! Eu não esperava por esse tipo de final. Pensei que Norman seria preso em uma instituição psiquiátrica, onde ficaria por longos anos, sendo finalmente solto já com seus 40, 50 anos. Nisso haveria um gancho para a série de acontecimentos que vimos nos filmes do cinema. De qualquer forma a decisão errada (ao meu ver) dos roteiristas não atrapalharam o conjunto da obra. Considero "Bates Motel" um achado da safra atual de séries americanas de TV. Tudo muito bem escrito, atuado e produzido. Chegou a ficar aquela sensação de "quero mais" quando o episódio finalmente chegou ao seu fim. Não poderia haver atestado maior de qualidade do que esse. / Bates Motel 5.10 - The Cord (Estados Unidos, 2017) Direção: Tucker Gates / Roteiro: Carlton Cuses, Kerry Ehrin / Elenco:  Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Meu Pecado Foi Nascer

A história desse filme é bem interessante. Amantha Starr (Yvonne De Carlo) é uma jovem rica e mimada, filha de um grande fazendeiro do Kentucky. Quando se torna adolescente, seu pai a matricula em uma das melhores escolas para moças dos Estados Unidos. Recebendo uma educação primorosa, ela fica por lá por longos anos até que recebe uma carta avisando que seu pai está gravemente doente. De volta ao lar, descobre que a fazenda de sua família está arruinada financeiramente e que seu pai está morto! Para piorar seu pai fez enormes empréstimos que agora custam toda a sua propriedade e como se isso não fosse ruim o bastante, Amantha também descobre que é filha de uma escrava, o que a torna necessariamente destituída de sua liberdade praticamente da noite para o dia!

Um dos últimos trabalhos da carreira de Clark Gable também é um de seus melhores. Ele interpreta Hamish Bond, um rico comerciante de algodão que fez sua fortuna com o tráfico de escravos para a América durante o século XIX. Poderoso e influente, acaba comprando em um leilão de escravos a bela Amantha Starr (De Carlo), que fora criada como uma branca livre até descobrirem que sua mãe era uma escrava negra da fazenda de seu pai. Obviamente que ela está arrasada completamente pela situação terrível pela qual está passando! De repente seu mundo muda completamente, pois passa da situação de ser uma filha de um fazendeiro de algodão com muitos escravos negros para a bestial condição de ser também mera propriedade, uma escrava de seu amo. Hamish porém não deseja fazer valer seus direitos de vida e morte sobre ela. Ao contrário disso tenta conquistá-la.

O enlace romântico porém é interrompido pela delicada situação política pela qual o país atravessa. Nas vésperas da guerra civil americana os estados do sul lutam para manter a escravidão, enquanto os ianques do norte tentam trazer novamente os estados rebeldes de volta à União, ao mesmo tempo em que estão dispostos a irem para a guerra para fazer valer a abolição da escravatura assinada pelo presidente Lincoln. Diante de toda a riqueza do contexto histórico em que a trama se desenvolve, dos belos figurinos, cenários e da produção caprichada, "Band of Angels" é de fato um grande filme, com uma qualidade cinematográfica de encher os olhos realmente.

Por fim e não menos importante, é relevante louvar o trabalho do excelente ator Sidney Poitier no papel de Rau-Ru, um escravo do senhor Hamish que recebeu educação e preparo para ser seu braço direito. Mesmo com tantos benefícios ele jamais se rende ao estado de sua situação pessoal. Ele odeia o fato de ser um escravo e mesmo seu dono o tratando da melhor maneira possível se recusa a se acomodar nessa posição. Quando a guerra finalmente explode, ele não pensa duas vezes antes de se alistar ao lado dos exércitos da União (defensores do fim da escravidão). Um belo retrato da fibra e da capacidade de luta do homem negro escravizado em uma América que começava a mudar sua sociedade de forma drástica. Assim "Meu Pecado Foi Nascer" está mais do que recomendado, pois sem dúvida é um maravilhoso filme do cinema americano dos anos 1950.

Meu Pecado Foi Nascer (Band of Angels, Estados Unidos, 1957) Direção: Raoul Walsh / Roteiro: Robert Penn Warren, John Twist / Elenco: Clark Gable, Yvonne De Carlo, Sidney Poitier, Efrem Zimbalist Jr / Sinopse: Jovem mulher se torna escrava por causa das leis de sua época. Ao mesmo tempo um fazendeiro rico e escravista tenta conquistar seu coração.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Lábios de Fogo

Baseado no romance escrito por Max Catto, o filme narra a parceria e a amizade entre Felix (Robert Mitchum) e Tony (Jack Lemmon), que após uma noite de bebedeiras decidem comprar um velho barco de carga. Assim se tornam sócios no ramo de transportes na costa da Louisiana. As coisas porém nem sempre andam muito bem e eles então decidem entrar também no mercado negro, transportando produtos contrabandeados, pois apesar do perigo o pagamento é muito bom. Agora recebem uma nova proposta. Ele levarão em troca de mil dólares uma passageira diferente, uma imigrante ilegal do leste europeu de passado obscuro e misterioso chamada Irena (Rita Hayworth). Uma viagem que mudará o destino de todos eles.

O roteiro não traz maiores surpresas. Dois marinheiros aceitam realizar um serviço bem fora do comum. Como o negócio não anda muito bem, eles topam levar uma enigmática passageira vindo do leste europeu, a bela Irena (Rita Hayworth), até uma pequena ilha na costa chamada Santa Nada. Inicialmente eles resolvem não pedir muitas explicações, mas o fato é que o passado dela logo começa a chamar atenção. Durante a viagem que dura vários dias logo começa um clima de flerte amoroso entre Felix (Robert Mitchum) e sua nova "carga", embora quem esteja realmente apaixonado por ela seja o simpático Tony (Jack Lemmon). Enquanto Felix é cinicamente cortante em seus comentários, Tony é aquele típico sujeito de bom coração, cheio de boas intenções. "Fire Down Below" é um bom filme que se propõe a trazer pitadas de vários gêneros diferentes. Um pouquinho de romance, principalmente envolvendo os personagens interpretados por Rita Hayworth e Robert Mitchum, mesclado com uma boa pitada de aventura (afinal o filme foi produzido por Irving Allen e Albert R. Broccoli, o produtor que trouxe James Bond para o cinema, dando origem à conhecida franquia oficial).

Por fim o filme ainda presenteia o espectador com lindas tomadas da costa sul dos Estados Unidos, com belas praias e paisagens de cartão postal. O clima, apesar de ter um certo mistério no ar envolvendo o passado nebuloso de Irena (Hayworth), é leve, descontraído e ameno (pelo menos na primeira parte, depois nos 50 minutos finais há uma situação chave que não revelaremos aqui por motivos óbvios). No roteiro existe também uma longa sequência de dança nativa com Rita bem no meio de um Mardi Gras, o carnaval latino de New Orleans. A trilha sonora também chama a atenção por causa da boa sonoridade, aliás uma das canções temas foi composta pelo próprio ator Jack Lemmon, que para quem não sabe era um pianista de mão cheia. Em relação a Rita Hayworth temos que reconhecer que ela já não estava mais no auge de sua beleza, pois estava entrando em uma idade mais madura. Mesmo assim ainda mantinha seu charme intacto. Na maioria das cenas ela declama quase em sussurros seu texto, o que traz um belo contraste com a atuação mais física de Jack Lemmon, sempre interpretando personagens de bom coração, embora meio atrapalhados. Enfim o que temos aqui é um romance com amantes improváveis, tudo embalado por uma bela fotografia e romance de folhetim. As mais românticas certamente gostarão do resultado final.

Lábios de Fogo (Fire Down Below, Estados Unidos, 1957) Direção: Robert Parrish / Roteiro: Irwin Shaw / Elenco: Rita Hayworth, Robert Mitchum, Jack Lemmon, Herbert Lom / Sinopse: Dois contrabandistas são contratados para transporar e levar até ao seu destino uma misteriosa mulher, cujo paradeiro é de interesse de pessoas perigosas.

Pablo Aluísio.

Tarzan e a Expedição Perdida

Esse foi o segundo filme de Tarzan com o ator Gordon Scott como o Rei das Selvas. Também foi o primeiro filme do personagem em cores, o que na época de seu lançamento original foi considerado um atrativo a mais para o público ir aos cinemas. O interessante é que não se trata de uma produção americana, mas sim inglesa, com parte filmada em um bem elaborado estúdio em Londres que tentava imitar nos menores detalhes uma selva selvagem africana. Até mesmo uma enorme piscina foi construída dentro do estúdio para reproduzir um lago onde Tarzan nadava, flertava com mulheres e esfaqueava um crocodilo, que aliás era todo mecânico, pouco convincente, mas que o diretor soube colocar poucos segundos na tela para não dar muita bandeira.

O enredo é simples. Um avião com gente rica a bordo, fazendo uma espécie de "safári aéreo" pela África, acaba caindo ao se chocar com aves. Os sobreviventes acabam sendo salvos por Tarzan que imediatamente tenta ajudar a todos. Um grande caçador branco também aparece, mas esse esconde o jogo o tempo todo, pois na verdade pretende levar os passageiros até uma aldeia de selvagens, onde todos eles serão sacrificados em um ritual de uma antiga tribo pagã. Como não poderia faltar, o filme também traz a Chita, servindo como alívio cômico. Claro, o que temos aqui é um típico filme de pura diversão das matinês dos anos 50. O Gordon Scott foi provavelmente o mais forte de todos os atores que interpretaram Tarzan. Ele era halterofilista e estava em ótima forma física quando fez o filme. Ao todo fez seis filmes, sendo considerado o mais regular Tarzan do cinema, logo atrás de Johnny Weissmuller.

Tarzan e a Expedição Perdida (Tarzan and the Lost Safari, Inglaterra, 1957) Direção: H. Bruce Humberstone / Roteiro: Montgomery Pittman, Lillie Hayward / Elenco: Gordon Scott, Robert Beatty, Yolande Donlan / Sinopse: Tarzan (Scott) ajuda um grupo de pessoas que se acidentaram em uma queda de avião no meio da selva. Ele precisa também protegê-los de um caçador branco que deseja enviar todo o grupo para uma tribo selvagem de nativos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Cleópatra

Seguramente um dos filmes mais famosos da história do cinema. O filme nasceu da megalomania dos executivos da Fox, em especial do todo poderoso Darryl F. Zanuck, que tomou às rédeas da realização do filme com punhos de ferro. Embora não tenha sido creditado como diretor a verdade é que ele acabou dirigindo muitas das cenas pessoalmente, mostrando a importância que o projeto tinha para o estúdio naquele momento. Vendo a rival MGM colecionando um sucesso atrás do outro com seus épicos bíblicos a Fox resolveu correr atrás do prejuízo. Mesmo com problemas de caixa resolveu investir milhões em uma produção extremamente arriscada e problemática. Desde o momento em que o filme foi anunciado pelo estúdio, Cleópatra chamou a atenção da imprensa. Era caro demais, suntuoso ao extremo e traria o mito Elizabeth Taylor como a famosa rainha do Egito.

Para contracenar com ela foi escalado o trio formado por Rex Harrison (Júlio César), Roddy McDowall (Otavio Augusto) e finalmente Richard Burton (Marco Antônio). O roteiro já era por demais conhecido. O general Júlio César se apaixona pela monarca do Egito, Cleópatra, uma mulher tão bonita quanto sedenta de poder. Após Júlio César ser assassinado por senadores contrários ao seu constante acúmulo de poder, o braço direito de César, o também general Marco Antônio, se une à rainha do Egito para destruir a sede de poder de Otavio, sobrinho de César que pretendia subir ao trono de forma absoluta. Essa página é muito conhecida porque foi a partir dela que a República Romana foi substituída pelo Império, dando origem a uma linhagem de imperadores sanguinários e pervertidos.

Elizabeth Taylor ganhou um milhão de dólares para interpretar Cleópatra. Nunca na história uma atriz recebera tanto dinheiro por um só filme. A quantia chocou as pessoas e Elizabeth Taylor cunhou uma de suas mais famosas frases: “Se existe um idiota que me paga um milhão de dólares por um filme, não serei idiota de recusar”  Quando as filmagens começaram Liz Taylor era considerada o supro sumo da Diva do cinema. Jovem, linda, famosa e rica, ela tinha todos os requisitos para interpretar a soberana com extrema fidelidade. Aliás os bastidores de filmagens do épico acabaram se tornando mais famosos que o próprio filme. Taylor se apaixonou por Burton e ambos começaram um caso amoroso ruidoso que escandalizou mais uma vez Hollywood. Entre tapas e beijos eles colocaram a Fox em alerta. Para piorar a atriz teve um sério problema de saúde durante as filmagens que tiveram que ser interrompidas. Com cenários enormes e centenas de milhares de extras contratados a paralização das filmagens custou uma soma imensa para os já cambaleantes cofres do estúdio. Após vários meses de confusões, brigas e escândalos o filme finalmente foi lançado e dividiu as opiniões. Para alguns críticos a produção era um show de mau gosto e da breguice. Para outros era uma maravilha da sétima arte.

O público prestigiou, pois a curiosidade era forte. Durante muitos anos se afirmou que o filme foi um fracasso de bilheteria. Não é verdade. Apesar de ter sido extremamente caro, Cleópatra conseguiu pagar os custos da produção. Sua bilheteria ao redor do mundo salvou o filme de ser um desastre e deixou um pequeno lucro para a Fox. Não era o que o estúdio estava esperando mas também estava longe de ser um grande fracasso. Hoje, após tantos anos, podemos dizer que o saldo final de Cleópatra é bastante positivo. A imagem de Liz Taylor como a rainha virou ícone de nossa cultura e o filme é símbolo de um tipo de cinema épico que não mais se faz hoje em dia, infelizmente. A maior prova da longevidade da produção é o fato de sabermos que até hoje, mesmo após tantos anos, nenhum filme conseguiu superar a grandiosidade dessa película. Não existe maior prova de sua qualidade do que essa.

Cleópatra (Cleopatra, EUA, 1963) Direção: Joseph L. Mankiewicz, Rouben Mamoulian (não creditado), Darryl F. Zanuck (não creditado) / Roteiro: Joseph L. Mankiewicz, Ranald MacDougall, Sidney Buchman / Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison, Roddy McDowall, Martin Landau, Cesare Danova / Sinopse: A rainha do Egito Cleópatra (Elizabeth Taylor) se apaixona e tem um filho com o poderoso romano Júlio César (Rex Harrison). Após sua morte violenta no idos de março no Senado, ela resolve se unir com o General Marco Antônio (Richard Burton) contra as forças de Otávio Augusto (Roddy McDowall). A guerra irá definir o destino de Roma nos séculos seguintes.

Pablo Aluísio.

A Estranha Passageira

O filme mostra, acima de tudo, como uma mãe dominadora e opressora pode influenciar negativamente na personalidade de uma filha. Charlotte Vale (Bette Davis) é a filha da matriarca de uma das famílias mais aristocratas e milionárias de Boston. A mãe a reprime de todas as formas, seja na forma de se vestir, seja na forma de se comportar. Com isso Charlotte acaba desenvolvendo uma personalidade tímida, medrosa em excesso. Depois de um colapso nervoso ele é internada em uma instituição psiquiátrica. Aos poucos ela vai melhorando. O psiquiatra então sugere que ela faça um grande cruzeiro em direção ao Rio de Janeiro. País tropical, cheio de belezas naturais, certamente a mudança de clima iria melhorar sua saúde mental. E assim Charlotte embarca em um belo navio transatlântico. Na viagem acaba se apaixonando por um homem chamado Jerry Durrance (Paul Henreid). Tudo seria maravilhoso, uma grande história de amor se não fosse por um detalhe crucial: ele já era casado, pai de um casal de filhos.

De volta aos Estados Unidos Charlotte então precisa defender suas novas posições diante da vida. Ela está bem vestida, com roupas modernas, dona de si, interagindo muito bem com as pessoas e apaixonada. Mudanças que sua mãe não encara com bons olhos, claro! Será que ela resistirá novamente aos atos de opressão de sua própria mãe? Esse filme é muito bem escrito e atuado. Valeu uma indicação ao Oscar para Bette Davis. Mais do que merecido. Afinal ela interpreta sua personagem em dois momentos bem diferentes da vida. No primeiro surge oprimida e triste, no segundo finalmente se liberta, sendo uma mulher de verdade, vivendo a vida, amando e sendo feliz. Só uma grande atriz como Davis poderia tornar crível esse tipo de mudança comportamental. Em termos gerais é um bom drama romântico com nuances psicológicas. Algo cada vez mais raro de encontrar nos dias de hoje.

A Estranha Passageira (Now, Voyager, Estados Unidos, 1942) Direção: Irving Rapper / Roteiro: Casey Robinson, baseado na peça escrita por Olive Higgins Prouty / Elenco: Bette Davis, Paul Henreid, Claude Rains, Gladys Cooper / Sinopse: Charlotte Vale (Bette Davis) é uma mulher com muitos problemas psicológicos e emocionais. Por recomendação médica acaba embarcando em um cruzeiro rumo ao Rio de Janeiro. Durante a viagem acaba se apaixonado por Jerry Durrance (Paul Henreid), um homem casado. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Música (Max Steiner). Também indicado nas categorias de Melhor Atriz (Bette Davis) e Melhor Atriz Coadjuvante (Gladys Cooper).

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Região do Ódio

Temos aqui um clássico filme de western com a dupla James Stewart e Anthony Mann. No enredo Jeff Webster (James Stewart) é um cowboy contratado para levar um grande rebanho de gado para a distante Seattle, quase na fronteira com o Canadá. Chegando lá acaba involuntariamente atrapalhando uma execução na forca de alguns bandidos locais. O fato acaba levando o juiz Gannon (John McIntire) a tomar de posse todo o rebanho sob o título de multa contra seu ato. Webster obviamente entende a verdadeira razão de Gannon, pois ele é um magistrado corrupto que usa a lei em seu proveito próprio, sempre roubando do povo da cidade onde vive. Com medo. todos recuam em relação aos seus atos arbitrários. Mas para Webster as coisas serão diferentes pois ele não vai admitir que seu gado seja roubado dessa forma.

Mais um ótimo western dirigido por Anthony Mann e estrelado pelo ator James Stewart. A parceria cinematográfica entre eles foi responsável por grandes filmes do gênero nas décadas de 1950 e 1960. "Região do Ódio" logo chama a atenção por algumas particularidades. A primeira e mais visível é a bonita fotografia, fruto da linda região onde o filme foi realizado, nas montanhas nevadas da fronteira entre Estados Unidos e Canadá. A beleza natural do local realmente chama a atenção e proporciona ótimas tomadas de cena. Em uma delas a equipe do filme teve a sorte de capturar uma grande avalanche de neve. Imagine a dificuldade que a produção teve em filmar naquele local remoto. Além disso grande parte do enredo se passa numa pequena comunidade de mineradores no pé da montanha, o que faz com que a natureza esteja sempre presente em praticamente todas as cenas.

Outro aspecto muito interessante vem da própria construção psicológica do personagem de James Stewart. Por anos ele interpretou grandes homens de uma integridade acima de qualquer suspeita. Aqui na pele do cowboy Jeff Webster temos uma outra perspectiva. Ele é individualista, até mesmo egoísta, e ciente de que não se deve confiar muito nas pessoas ao redor. Talvez seu único contato mais próximo venha da amizade que tem com o seu pobre amigo de viagem. Mesmo quando parece se importar com mulheres, ele não abaixa a guarda. Só no final, em ótimo clímax, finalmente Stewart recupera, mesmo que indiretamente, a grandeza que sempre foi característica de seus principais personagens no cinema. O grau de injustiça na localidade se torna tão alto que mesmo ele em seu individualismo extremo resolve agir, mostrando aos moradores que apenas a omissão garante a opressão.

"Região do Ódio" também expõe a corrupção generalizada das autoridades e a certeza da impunidade. O grande vilão do filme é o juiz Gannon (John McIntire) que usa a lei e seu poder para tomar os bens de todos na comunidade. Primeiro ele avança no rebanho do personagem de James Stewart e depois, não satisfeito, começa a tomar posse de todas as minas da região. Um verdadeiro ladrão que usa a lei em proveito próprio. No filme pelo menos a população da cidade se revolta contra as várias injustiças. Afinal tudo tem um limite e até os poderosos devem pagar por seus crimes. Enfim, temos aqui um faroeste classe A, uma produção da era de ouro de Hollywood que até hoje se mostra atual e relevante. Um show de cinema com a assinatura de Anthony Mann.

Região do Ódio (The Far Country, Estados Unidos, 1954) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Borden Chase / Elenco: James Stewart, Ruth Roman, Corinne Calvet / Sinopse: O cowboy Jeff Webster (James Stewart) cai em uma armadilha ao levar seu gado para uma região distante. Um juiz corrupto tenciona roubar todo o carregamento, em um absurdo ato de corrupção.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Cavaleiro Elétrico

“Cavaleiro Elétrico” conta a estória do cowboy de rodeios Sonny Steele (Robert Redford). Envelhecido e entregue ao alcoolismo o velho campeão vive agora uma rotina de desilusão e falta de esperanças. Contratado por uma agência de publicidade ele se limita a fazer aparições em eventos e shows apenas para promover a marca que lhe paga seu salário. De Cowboy e campeão passa a condição de um mero garoto-propaganda! Obviamente que tudo isso acaba mexendo com sua cabeça. Longe das competições e da glória só lhe resta agora viver do passado em um presente inglório e sem perspectivas. Seu destino porém muda quando ele fica indignado pelo tratamento dado a um cavalo puro sangue de 12 milhões de dólares. O animal é sistematicamente drogado e espancado para agir de acordo com o que exige o show. Procurando por redenção decide então jogar tudo para o alto com o objetivo de libertar o cavalo e o devolver para a natureza selvagem. Seu plano é levar o cavalo para os campos sem fim do estado americano de Utah! E não é complicado entender a razão. O animal de certa forma acaba se tornando seu próprio espelho, pois o velho cowboy também não suporta mais aquela rotina massacrante dos rodeios falsos de Las Vegas, da roupas espalhafatosas e ridículas e do circo que se cria ao seu redor.

Como se pode perceber o filme é uma homenagem ao espírito e estilo de vida dos cowboys americanos (os verdadeiros, não os falsos do mundo do entretenimento). O personagem interpretado por Robert Redford demonstra muito bem isso. Ele simplesmente não agüenta mais viver em um mundo completamente falso que tenta imitar de forma patética a figura mitológica do cowboy real. Vestindo um figurino absurdo e desconfortável (uma das roupas chega a ser toda enfeitada com luzinhas de natal), ele chega ao seu limite. Após dar um basta em tudo ganha o campo aberto, a natureza, ao lado do cavalo que ele deseja devolver para a liberdade em seu meio natural.

Obviamente por se tratar de um animal tão valioso ele logo se torna um procurado da justiça e da lei. Robert Redford encarna com perfeição o chamado “homem de Marlboro”. Ao seu lado também em estado de graça surge Jane Fonda, que vive uma jornalista que fica completamente intrigada pela estória toda de Sonny e o cavalo Rising Star. No fundo “Cavaleiro Elétrico” trata sobre o valor da liberdade e da impossibilidade de sermos o que não somos. Um argumento muito sensível e verdadeiro que merece ser redescoberto pelas novas gerações de cinéfilos.

Cavaleiro Elétrico (The Electric Horseman, EUA, 1979) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: Robert Garland, Paul Gaer / Elenco: Robert Redford, Jane Fonda, Valerie Perrine, Willie Nelson, John Saxon / Sinopse: Velho cowboy (Robert Redford) sobrevive como garoto-propaganda em eventos de Las Vegas até decidir libertar um cavalo puro sangue. Perseguido pela polícia e autoridades ele ganha o campo aberto ao lado de uma jornalista (Jane Fonda) para libertar o animal.

Pablo Aluísio.

A Conquista do Oeste

Tinha tudo para ser um grande filme, mas acabou sendo prejudicado por suas próprias pretensões absurdas. Quando a Metro decidiu produzir esse faroeste resolveu que iria realizar "o filme definitivo" sobre o velho oeste. Para isso contratou três grandes diretores do gênero e um elenco milionário que contava com, entre outros astros, James Stewart, John Wayne e Gregory Peck. A promessa era de que haveria mesmo uma super produção vindo. Além disso contava com um novo sistema de exibição chamado Cinerama, que tinha como objetivo dar uma visão completa da cena para o público, com três enormes telas. 

Infelizmente as coisas não foram bem. O excesso de atores, diretores e roteiristas só resultou em um filme longo, arrastado e superficial. Nenhum personagem tinha tempo de se desenvolver bem. Dizia-se na época que a Metro havia juntado três roteiros de três filmes diferentes em um só! Não poderia dar certo mesmo. Além disso o tal sistema de tela tripla cansava o espectador que em determinado momento não sabia nem em que direção deveria olhar. Mais uma experiência para atrair público que não havia dado muito certo. Revisto hoje em dia o filme não se sustenta muito. Todos os elementos estão lá, porém isso não resultou em um grande filme, mas apenas em um filme grande, longo demais, que acaba causando simples tédio.

A Conquista do Oeste (How the West Was Won, Estados Unidos, 1962) Direção: John Ford, Henry Hathaway, George Marshall, Richard Thorpe / Roteiro: James R. Webb, John Gay / Elenco: James Stewart, John Wayne, Gregory Peck, Henry Fonda, Debbie Reynolds, Karl Malden, George Peppard, Eli Wallach, Richard Widmark / Sinopse: São três histórias que se interligam e que contam a história da colonização do velho oeste americano, com seus pioneiros, cowboys, militares e fazendeiros. Todos em busca de uma vida melhor.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A Sétima Cavalaria

"A Sétima Cavalaria" começa onde praticamente todos os filmes sobre o General Custer terminam. Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado. "A Sétima Cavalaria" é seguramente um dos melhores filmes de western estrelados por Randolph Scott. O roteiro é muito bem escrito e se concentra nos eventos que ocorreram após a morte de Custer e a Sétima Cavalaria. O inquérito aberto pelo exército americano, as dúvidas sobre as reais intenções de Benson ao pedir licença, a necessidade de resgatar todos os restos mortais dos militares em Little Big Horn, tudo é extremamente bem exposto em grande momento de Scott no cinema. Há cenas impactantes como a volta do cavalo do general ao campo de batalha e a questão sobre a quem pertenceria os despojos da grande batalha - aos vencedores ou aos soldados da cavalaria?

Uma das coisas que mais chamam atenção nesse filme é a questão sobre quem teria sido responsável pelo massacre das tropas americanas. Durante muitos anos após o desastre em Little Big Horn houve uma glorificação do General Custer. Considerado herói pois morreu lutando, seu legado foi incontestável por anos. Depois descobriu-se que Custer cometeu muitos erros no campo de batalha. Extremamente vaidoso e egocêntrico, Custer queria alcançar os picos da glória ao acreditar que venceria toda uma nação Sioux apenas com poucos homens extremamente bem treinados. Se equivocou feio o que acabaria custando a vida de centenas de soldados e oficiais americanos. O filme não tem medo de tocar nessa ferida e o faz de forma brilhante. Para quem gosta da história do velho oeste "A Sétima Cavalaria" é essencial.

A Sétima Cavalaria (7th Cavalry, EUA, 1956) Direção: Joseph H. Lewis / Roteiro: Peter Packer baseado no livro de Glendon Swarthout / Elenco: Randolph Scott, Barbara Hale, Jay C. Flippen / Sinopse: Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado.

Pablo Aluísio.

Jake Grandão

John Wayne morreu em 1979. Esse filme foi produzido em 1971, ou seja, no começo da última década de vida do veterano ator. Com os filmes de faroeste em baixa, já que o gênero teve mesmo seu auge durante os anos 40, 50 e 60, o velho astro procurava se manter em cartaz. Esse "Jake Grandão" contou com o dinheiro do próprio ator que praticamente foi o produtor executivo da fita. Para compor elenco e equipe técnica, Wayne reuniu velhos companheiros do cinema (como a atriz Maureen O'Hara) com uma geração jovem, muitos deles filhos de grandes astros do passado que agora tentavam uma chance dentro da indústria cinematográfica. Isso demonstrou acima de tudo o bom caráter de John Wayne, procurando dar oportunidades para todos que o conheciam.

A direção foi creditada a George Sherman, diretor dos bons e velhos tempos dos grandes filmes de western do passado. Só que ele passou por problemas de saúde durante as filmagens e assim o próprio John Wayne acabou dirigindo metade do filme, embora seu nome não constasse nos créditos oficiais da fita. No enredo ele interpretava um velho xerife aposentado, um homem da lei do passado, que agora procurava por paz, além de tentar uma reconciliação com um dos seus amores de um tempo distante. Sua tranquilidade porém seria rompida com o sequestro de seu neto. A partir daí caberia a ele pegar o velho rifle, montar seu cavalo e ir atrás dos criminosos. Bom filme, digno, da fase final da filmografia de um dos grandes mitos da história do cinema americano.

Jake Grandão (Big Jake, Estados Unidos, 1971) Direção: George Sherman, John Wayne / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: John Wayne, Richard Boone, Maureen O'Hara, Virginia Capers / Sinopse: Jacob McCandles (John Wayne) é um velho xerife aposentado que precisa voltar à ativa, após ter seu neto sequestrado por um bando de criminosos perigosos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Ben McKenzie

Quem é Ben McKenzie? Nesse mundo de séries geralmente nos esbarramos com aqueles atores que já conhecemos, mas que não sabemos o nome. É aquele tipo de ator que você encontra em várias séries, gosta do trabalho dele, mas geralmente no final pergunta: como é mesmo o nome dele? Ben já esteve em várias séries que acompanhei. Não sou particularmente um fã de seu trabalho, mas devo dizer que ele é sem dúvida um sujeito talentoso, que segura uma série como protagonista sem problemas.

A primeira vez que vi algo com Ben foi na série adolescente "OC". Não cheguei a acompanhar direito essa série porque quando ela era exibida não me interessou muito. Séries sobre jovens riquinhos já tinha saturado em minha opinião. Mesmo assim cheguei a ver vários episódios, sem maiores compromissos. Se me recordo bem ele interpretava um cara modesto que ia morar em Los Angeles, em um bairro de jovens ricos. Era só. Tinha boa trilha sonora, mas nada além disso.

Só voltei a reencontrar o Ben em "Southland: Cidade do Crime". Sempre fui fã de séries policiais e essa era muito especial. Toda rodada em uma Los Angeles cheia de crimes, o Ben interpretava um jovem policial que ia ganhando a manha das ruas a cada dia de trabalho. Série excepcionalmente acima da média, muito boa, filmada quase como se estivéssemos assistindo a um documentário sobre a vida real. Também serviu para mostrar que a vida nas grandes cidades americanas não era o país das mil e uma maravilhas como muitos brasileiros inocentemente pensavam. Era barra pesada, selvagem, crua e violenta. Essa série recomendo a todos.

A terceira série que cheguei a acompanhar do Ben foi "Gotham". Ele interpreta o jovem comissário Gordon numa era antes do Batman, que ainda é uma criança. Porém muitos dos vilões do universo do homem morcega desfilam pela tela. É uma série extremamente bem produzida, com o melhor que a Warner Bros tem a oferecer. Mesmo acompanhando grande parte da primeira temporada não consegui curtir. É aquele tipo de série que tudo parece estar no lugar, com bons roteiros, elenco muito bom, direção de fotografia bonita, mas que ao mesmo tempo não cria empatia e nem parece ter carisma. Por isso após alguns episódios larguei a série. Não foi do meu gosto pessoal. Talvez um dia volte a acompanhar, quem sabe...

Pablo Aluísio.

Christopher Plummer

Christopher Plummer só melhorou com o passar dos anos. Pelo menos essa é a impressão de muitos cinéfilos e críticos de cinema ao redor do mundo. Hoje em dia podemos dizer inclusive que ele está no melhor momento de sua carreira e isso após quase 70 anos de carreira e mais de 200 filmes no currículo! Não é pouca coisa, meus caros. Há dois dias ele completou 89 anos de idade e nem pensa em se aposentar!

O interessante é que ele só veio mesmo a ser considerado um grande ator, de primeira grandeza, há relativamente pouco tempo. Para quem está há tantos anos na estrada não deixa de ser uma grande injustiça. Finalmente Plummer está tendo o reconhecimento que sempre mereceu, mesmo quando atuava em papéis menores, de personagens secundários, algo que ele fez com muita dignidade quando sua carreira começava a entrar numa fase morna, sem sucessos de bilheteria.

Durante muitas décadas ele foi considerado apenas um galâ elegante, ideal para interpretar personagens aristocráticos, sofisticados, da alta classe. O Oscar só veio em 2017, por sua atuação em "Toda Forma de Amor". Tarde demais? Não, diria que antes tarde do que nunca! Pessoalmente confesso que de certa maneira também nunca havia prestado muito atenção nele até meados dos anos 80. Uma das minhas referências mais óbvias quando ouvia falar em Christopher Plummer era seu bom desempenho como Sherlock Holmes em "Assassinato por Decreto". Ele interpretou um Sherlock bem fiel aos livros originais, bem clássico, bem de acordo com as páginas da literatura. E isso me causou uma excelente impressão.

Dizem que os galãs geralmente possuem prazo de validade. Quando a idade chega eles tendem a ser esquecidos. No caso de Plummer isso não aconteceu. Ele passou a ter um outro momento em sua vida artística. Penso que nem foi algo planejado pelo ator. Ele simplesmente aceitou bons papéis que iam surgindo, geralmente de pessoas na terceira idade. Eram bons roteiros e isso o elevou de novo ao primeiro time de Hollywood. "O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus", "A Última Estação", "Elsa e Fred - Um Amor de Paixão", "O Homem Que Inventou o Natal", "Todo o Dinheiro do Mundo", "A Exceção" "Limites" e "Não Olhe Para Trás" são filmes representativos desse seu novo momento na sua filmografia, que é sempre bom lembrar, é cheia de clássicos do passado.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Primeiros Filmes - Steven Spielberg

Há muitas histórias diferentes sobre Steven Spielberg em seu começo de carreira no cinema. Algumas dizem que ele simplesmente um dia pegou um crachá do estúdio Universal, entrou lá e fingindo ser um diretor experiente começou a dirigir seus primeiros filmes. Claro que algo assim passa longe da verdade, são mitos divertidos que o próprio Spielberg usou para se divertir. O fato é que por trás desse tipo de anedota se esconde um dos diretores mais importantes da história do cinema americano. Não é exagero. Spielberg é seguramente um dos cineastas mais marcantes das últimas décadas. Em seu nível provavelmente só teremos nomes como Francis Ford Coppola e Martin Scorsese. A diferença básica é que enquanto cineastas como esses procuravam acima de tudo agradar a crítica, Spielberg direcionou praticamente toda a sua carreira para o grande público. Certa vez ele disse que o seu cinema não tinha muitos mistérios, que ele apenas dirigia aqueles filmes que ele próprio, como um fã de cinema, gostaria de assistir. É foi justamente pensando nisso que Spielberg cravou seu nome na história de Hollywood.

Judeu, louco por cinema desde a juventude, Steven decidiu bem cedo que queria dirigir filmes. Ele nunca quis dar uma de intelectual com suas obras. Na verdade Steven Spielberg teve sua infância nos anos 1950, justamente a era de ouro da ficção no cinema americano. Essa influência ficou com ele para sempre. Os filmes do diretor jamais deixaram essa herança de lado, sempre com extraterrestres, fantasia, diversão. Exatamente por ser um fã de cultura pop é que Spielberg se tornou o que é hoje em dia. Seus filmes nunca foram tão eruditos como os de Coppola ou Scorsese. Ao invés disso o diretor direcionou sua filmografia para a diversão do jovem louco por quadrinhos, TV e cinema. E tudo começou lá atrás, quando ele dirigiu um episódio da série de sucesso "O Incrível Hulk". Spielberg ainda era um jovem, mas a emissora, confiante em seu talento, o escalou para dirigir o episódio chamado "Never Give a Trucker an Even Break". Esse foi o ponto zero da carreira de Spielberg na direção. A série era estrelada pelos atores Bill Bixby (que interpretava o cientista  Dr. David Banner) e Lou Ferrigno (que dava vida ao monstro verde dos quadrinhos). Como já era tradição dentro da indústria americana, primeiro os jovens diretores ganhavam experiência em séries de TV, para só depois tentar a sorte nas telas de cinema, algo que para Spielberg veio até muito rápido, rápido demais para dizer a verdade.

Steven Spielberg mostrou sua genialidade já no seu primeiro filme pra valer em Hollywood. Encurralado (Duel, Estados Unidos, 1971) tinha um roteiro dos mais simples, para não dizer, simplórios. Era apenas a história de um motorista que passava a ser perseguido por um grande caminhão nas estradas da Califórnia. Nada mais do que isso. Spielberg entendeu que aquela seria uma ótima oportunidade para mostrar seu talento de direção. Usando de enquadramentos inovadores e uma trilha sonora impactantes ele criou um dos melhores filmes daquele ano. O filme acabou sendo exibido na TV, o que não foi algo ruim para o diretor, já que assim ele tinha chances de concorrer em algum prêmio importante que premiasse telefilmes. No Globo de Ouro o talento de Steven Spielberg foi reconhecido e pela primeira vez em sua curta filmografia ele acabou sendo indicado na categoria de Melhor Telefilme do ano, uma indicação que já valia como prêmio por ter sido lembrado.

Nessa primeira fase de sua filmografia os estúdios passaram a prestar mais atenção no jovem diretor. Muitos o apontavam como um novo talento nas produções de terror e suspense, mas esse tipo de rótulo não se enquadrava bem em Spielberg. Ele queria tentar todos os gêneros cinematográficos e pessoalmente preferia os filmes de Sci-Fi (ficção) do que de terror propriamente ditos. Spielberg foi um dos vários garotos de sua geração que cresceram assistindo a séries de ficção como "Além da Imaginação". Por isso essa inspiração jamais seria deixada de lado.

De qualquer forma o estigma de ser um novo talento do suspense levou com que Spielberg dirigisse dois outros telefilmes, nenhum deles com grande destaque. O primeiro foi "A Força do Mal" sobre um casal que se mudava para uma velha casa isolada no meio rural e começava a ter problemas com espíritos malignos. Um filme de terror bem feito, mas ainda sob controle do estúdio, o que cortou de certa forma a criatividade do diretor. Depois dele, já em 1973, veio "Savage" sobre um jornalista investigativo que descobria fotos comprometedoras de um magistrado indicado para a Suprema Corte dos Estados Unidos. Esse filme foi interessante para Spielberg porque ele teve a oportunidade de dirigir um grande ator,  Martin Landau. Só que a TV havia ficado pequena demais para ele. Em breve Spielberg queria se dedicar à grande paixão de sua vida: filmes para o cinema.

Pablo Aluísio.

Primeiros Filmes - Amy Adams

A atriz Amy Adams nasceu na Itália... quem diria que ela fosse italiana, não é mesmo? Bem, é quase isso. Filha de um militar americano servindo no velho continente, ela acabou nascendo por lá em uma cidade chamada Vicenza. Era agosto de 1974. Pois bem, o tempo passou e ela abraçou a carreira artística. Primeiramente no teatro - o berço de todos os grandes atores e atrizes - e depois o cinema.

Hoje a filmografia da Amy já conta com 59 filmes! Um número de respeito, ainda mais se formos levar em conta que ela começou a atuar para valer em cinema só a partir de 1999, ou seja, ela nem completou ainda 20 anos de carreira. Como toda jovem tentando encontrar um espaço nesse mercado mais do que competitivo, a ruiva precisou ralar bastante e também fazer algumas bobagens ao longo dos anos. Normal em casos assim, de atrizes em começo de carreira. Como processo natural ela acabou atuando, logo no seu primeiro filme, numa besteira intitulada "Lindas de Morrer". O elenco pelo menos era muito bom, com atrizes que realmente faziam jus ao título do filme. Ao lado dela nessa produção estavam Kirsten Dunst, Denise Richards e Ellen Barkin; Essa última loira aliás sempre considerei uma das mulheres mais sensuais do cinema americano.

Bom, se você é jovem e bonita e anda precisando trabalhar em Hollywood no comecinho da carreira um caminho simples de arranjar papéis é descolar alguma produção de terror para participar . A Amy Adams não escapou desse caminho. Seu segundo filme foi o inacreditável (no mal sentido mesmo) "Horror na Praia Psicodélica". Depois de cinco indicações ao Oscar gostaria de saber como a Amy olha para trás e encara produções como essa em que ela atuou! Deve ser um misto de arrependimento com humor. Por falar nisso os produtores dessa fitinha a anunciavam como um "Encontro entre os filmes slasher e os psicodélicos anos 60, tudo se passando numa praia paradisíaca!" Deve ser literalmente um horror!

Pablo Aluísio.

Primeiros Filmes - Nicole Kidman

Olhando para o passado me lembro do primeiro filme que assisti com a atriz Nicole Kidman. Foi "Terror a Bordo", de 1989. Aluguei a fita ainda nos tempos do VHS. Claro que ninguém nunca tinha ouvido falar naquela ruiva australiana de longos cabelos cacheados. O filme apesar de ter sido muito elogiado pela crítica brasileira na época me pareceu porém apenas razoável. Não fiquei pessoalmente impressionado. Depois disso só ouvi falar novamente nela em "Dias de Trovão". Aqui o quadro já mudava um pouco. Ela havia se mudado para Los Angeles e começado um namoro com o astro Tom Cruise. Era 1990. Claro que por ser a garota do Cruise ela imediatamente ficou na mira da mídia, principalmente das revistas de celebridades e fofocas.

Namorar o ator mais bem pago do cinema trouxe uma espécie de fama instantânea para ela. Esse namoro iria acabar em um casamento não muito feliz, com um final que deixou a Kidman muito desapontada e decepcionada com Cruise. Quem não se recorda ele se separou dela poucos dias antes da esposa ter direito a parte de sua fortuna. Foi um fim incentivado por um materialismo meio vergonhoso.

"Dias de Trovão" é um filme pipoca por excelência. Foi vendido como um "Top Gun" com carros de corrida. No fundo é isso mesmo. O roteiro é bem vazio, com Tom Cruise brincando de piloto o tempo todo na tela, sem convencer muito bem. Claro que como cinema de ação funciona bem também, porque o diretor Tony Scott sempre foi um mestre nesse tipo de edição. Um filme com muito visual, muito pop, mas sem muito conteúdo. Faz muitos anos que revi o filme, mas mesmo na revisão pude sentir novamente o quanto é vazio essa produção sobre duas rodas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Os Filmes de Brad Pitt

Falando por experiência pessoal, a primeira vez que encarei o ator Brad Pitt como novo astro de Hollywood foi em "Lendas da Paixão" de 1994, filme aliás que tive a chance de conferir no cinema em sua estreia no Brasil. Antes desse filme já tinha ouvido falar do Pitt, claro, mas nada se comparava com a repercussão que essa fita teve até então. Em Hollywood quando se começa a apostar em um novo ator toda uma engrenagem de marketing e propaganda é colocada em funcionamento. Com o Brad Pitt foi assim. A partir do momento em que os produtores decidiram que ele seria o novo star, o novo chamariz de bilheteria, ele começou a ser colocado em evidência.

E aí é aquela coisa. O ator começa a aparecer em muitas capas de revistas (com especial atenção para as revistas teen, para os jovens), muitas matérias em jornais e revistas de cinema e por aí vai. Publicidade, acima de tudo. Em relação a "Lendas da Paixão" devo dizer que o mais atrativo para ir ao cinema, pelo menos no meu caso, foi a presença de Anthony Hopkins no elenco. Havia me tornado fã, de carteirinha mesmo, desde que vi sua maravilhosa atuação em "Vestígios do Dia", um filme belíssimo. Assim quando foi anunciado que ele estaria nesse elenco, em mais um filme de época, realmente não poderia deixar passar em branco.

Quando finalmente vi "Lendas da Paixão" pude perceber que em nenhuma hipótese poderia ser comparado com "Vestígios do Dia". Esse era um drama sensível, com roteiro muito inglês, revisitando a história de um homem que não conseguia expressar seus sentimentos. Já "Lendas da Paixão" era mesmo um novelão estrelado pelo Brad Pitt. Hopkins aqui surgia mais como um coadjuvante de luxo. O filme obviamente não me aborreceu em nenhum momento, mas de certa maneira me deixou um pouco decepcionado, já que as expectativas estavam altas. Para as novas fãs do galã Brad Pitt porém isso tinha pouca importância. Elas queriam mesmo era ver o novo ídolo do cinema, com seus longos cabelos loiros ao vento, em cenas que pareciam mais um cartão postal.

"Nada é Para Sempre" de 1992 é um dos bons filmes da carreira de Pitt. Curiosamente também é um filme ainda pouco conhecido pelo público em geral. Não fez muito sucesso na época, mas conseguiu ter a boa vontade da crítica. O enredo era bem nostálgico, mostrando uma família no começo do século XX. A pesca em rios de Montana era uma metáfora sobre a vida, mostrando que assim como as águas, tudo fluía em seu caminho natural. Pitt ainda bem jovem não era o astro principal do filme, mas sim um coadjuvante de luxo, numa caracterização muito boa, de um rapaz do interior que tinha que encarar o desafio do passar dos anos.

A direção era de Robert Redford. O filme acabou sendo indicado ao Oscar. Philippe Rousselot acabou premiado pela maravilhosa direção de fotografia. Ele captou muito bem a beleza natural dos rios de Montana, algo que trouxe um visual muito belo ao filme como um todo. Também concorreu em outras categorias valiosas, entre elas a de roteiro adaptado, trabalho desenvolvido pelo roteirista Richard Friedenberg e por fim pela música incidental (Mark Isham). Belas imagens sempre pedem por boa trilha sonora, para criar o clima certo para envolver o espectador no cinema. No meu caso tive o privilégio de curtir tudo isso em uma sala de cinema. Esse é realmente aquele tipo de filme ideal para ver no cinema, uma vez que todas as suas qualidades se destacam na tela grande.

Depois de todo esse lirismo natural, Brad Pitt atuou em um filme completamente diferente do anterior. A fita se chamava "Kalifornia" e era bem violenta. Essa produção não encontrou espaço no circuito comercial das salas de cinema no Brasil, sendo lançado diretamente em vídeo (estamos falando ainda dos tempos das locadoras VHS). Provavelmente seu tema bem fora do comum, mostrando um casal de psicopatas espalhando terror e morte pelas estradas mais desertas dos Estados Unidos, acabou gerando desconfiança nas distribuidoras nacionais. Além disso Pitt ainda não era um astro, um campeão de bilheteria. Ele aparecia barbado, usando um boné típico dos caipiras americanos e surgia nada glamoroso ao lado de uma insana Juliette Lewis, em boa atuação. Esse foi um filme pouco badalado e conhecido, mas que tinha qualidade. Quem assistiu nos anos 90 não se arrependeu.

O filme mais badalado da carreira de Brad Pitt nos anos 90 foi sem dúvida "Entrevista com o Vampiro" (Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles, 1994), a tão aguardada adaptação para o cinema do romance vampiresco escrito por Anne Rice. O estúdio investiu milhões de dólares na produção e conseguiu contratar dois astros para o elenco principal. Assim ao lado de Pitt na história tínhamos também um afetado Tom Cruise no papel do vampiro Lestat. Pitt interpretava outro ser da noite, Louis. Uma papel não menos importante dentro do roteiro.

Os dois astros de Hollywood não se deram bem no set de filmagens desde o primeiro dia. Pitt não gostou do jeito de Cruise, sempre muito preocupado em roubar todas as cenas apenas para si mesmo. Isso talvez explicasse porque ao longo de tantos anos Cruise jamais havia se dado muito bem com outro ator de seu porte em filmes anteriores. Sempre havia algum atrito, alguma notícia de problemas de relacionamento dentro das filmagens. Brad Pitt porém não facilitou a situação. Numa competição de estrelismos ele também pagou para ver, causando uma tensão no meio dos trabalhos.

O bom de tudo isso é que as interpretações, tanto de Pitt como de Cruise, foram elogiadas. Competindo entre si, quem acabou ganhando foi o público que acabou assistindo duas belas atuações. O filme fez bastante sucesso batendo a casa dos 300 milhões de dólares na bilheteria. Foi um passo importante pois mostrava aos executivos de Hollywood que Brad Pitt conseguia chamar atenção, até mesmo quando dividia as telas com outro grande popstar do cinema como Cruise. Como vários foram os livros escritos por Anne Rice sempre se cogitou novas adaptações. Pitt porém recusou todos os convites para voltar a esse universo de vampiros. Em sua opinião o seu trabalho como Louis foi tão bom e satisfatório que ele simplesmente não queria estragar tudo em uma continuação inferior.

Em 1995 o ator atuou no filme "Seven: Os Sete Crimes Capitais" (Se7en). Tive também a oportunidade de assistir no cinema na época de seu lançamento original e revi não faz muito tempo. Continua sendo um excelente filme policial de suspense, com ênfase no subgênero dos psicopatas seriais, dos serial killers. Na trama Pitt interpreta um policial que ao lado de seu parceiro, em boa atuação de Morgan Freeman, tenta desvendar uma série de assassinatos.

O assassino parece seguir uma linha, um método de execução, fazendo referência aos sete pecados capitais. A direção foi do talentoso David Fincher e para fechar a linha de frente de grandes profissionais do cinema o elenco ainda trazia Kevin Spacey em seu primeiro papel de impacto no cinema. Eu me recordo bem como na época só se falava em Spacey. Ele quase roubou o filme da dupla de protagonistas.

Nesse mesmo ano Pitt surpreendeu meio mundo ao surgir na estranha ficção "Os 12 Macacos" (Twelve Monkeys). Quem estava acostumado com o ator em papéis de galã bonitão levou um tremendo susto. O filme trazia Pitt despido de qualquer vaidade pessoal, atuando em um personagem quase completamente asqueroso, maluco, com os olhos trocados!  O filme em si era um delírio visual e estético assinado pelo cineasta Terry Gilliam, bem conhecido por seus excessos no cinema. Visionário e adepto de cores fortes, ele fez um filme que não passou despercebido.

Outro aspecto interessante é que Brad Pitt também deixou o orgulho de astro de lado, se tornando apenas um coadjuvante em um filme cujo ator principal era Bruce Willis, o herói dos filmes de ação. A crítica gostou do resultado, mas o público em geral torceu o nariz. Não era uma história fácil de digerir e nem tampouco um roteiro acessível a todos os públicos. A coragem de entrar de cabeça em um papel tão esquisito rendeu bons frutos para a carreira de Pitt. Ele foi indicado ao Oscar e acabou ganhando o Globo de Ouro naquele ano por causa de seu trabalho como o amalucado Jeffrey Goines; No fundo o esforço valeu a pena.

Em 1996 Pitt atuou em "Sleepers: A Vingança Adormecida", Dirigido pelo cineasta Barry Levinson, o filme contava com um grande elenco, cheio de astros, entre eles Robert De Niro, Kevin Bacon e Dustin Hoffman. No meio de tanta gente famosa ficou um pouco mesmo complicado se destacar. É um filme bem interessante, mostrando quatro amigos de infância que foram detidos ainda na juventude, por onde sofreram todos os tipos de abusos e agressões. Muitos anos depois se reúnem e decidem se vingar de quem os violentou no passado. O filme não fez tanto sucesso, apesar dos nomes envolvidos, mas é um dos melhores da filmografia do ator, principalmente pelo seu roteiro, muito bem escrito. Além disso foi por demais interessante para Pitt atuar com tantos nomes consagrados de Hollywood ao mesmo tempo. Como ele mesmo disse em entrevista foi um "verdadeiro aprendizado".

Em 1997 Brad dividiu a tela do cinema com Harrison Ford em "Inimigo Íntimo" (The Devil's Own). Ford havia sido um dos maiores campeões de bilheteria do cinema nas décadas de 1970 e 1980. Nos anos 90 porém ele já não era um nome tão forte e popular entre o público. Já Brad Pitt era o astro da década, sendo grande chamariz de bilheterias bem sucedidas. No final das contas, ao contrário do que a crítica dizia, era Pitt que estava dando uma força na carreira de Ford e não o contrário.

No enredo do filme um policial de Nova Iorque acaba descobrindo que o sujeito irlandês que é o seu hóspede e que parece ser uma boa pessoa, inofensiva, é na verdade um terrorista do IRA, atrás de armas americanas para venda. Um traficante de armas internacional. O filme tinha até boas cenas de ação, mas não era nada memorável em seu roteiro, um tanto previsível. A direção foi do veterano Alan J. Pakula, que a despeito de seu talento, não conseguiu realizar um grande filme.

Pablo Aluísio.