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domingo, 22 de dezembro de 2019

Shalako

Um grupo de nobres europeus resolve fazer uma viagem pelo velho oeste, uma espécie de safári na América. A intenção é conhecer aquela região selvagem para caçar animais exóticos como leões da montanha e carneiros de chifres. Durante a jornada acabam entrando inadvertidamente em uma reserva Apache. Os brancos não são bem-vindos naquele lugar desde que os nativos firmaram um tratado com o exército americano e por essa razão começam a ser caçados pelos guerreiros da tribo. Apenas o ex-coronel do exército Carlin "Shalako" (Sean Connery) poderá salva a vida daqueles viajantes. Com vasta experiência de sobrevivência no deserto adquirida por anos de serviço militar, ele tentará salvar todas aquelas pessoas da morte certa. Embora Sean Connery tenha atuado em mais de 90 filmes ao longo de sua carreira, ele praticamente não trabalhou em faroestes. Uma exceção foi esse "Shalako", uma produção europeia com jeitão de filme americano que tentou lançar a atriz Brigite Bardot dentro daquele mercado cinematográfico. 

A atriz que era um ícone de beleza e fama na época não levava jeito com a língua inglesa e por essa razão estava confinada e interpretar estrangeiras de passagem pela América. É o caso dessa sua personagem nesse filme. Ela é uma condessa em busca de um bom casamento. Para isso acaba participando da expedição patrocinada por um rico barão inglês. Todos vão para o oeste americano em busca de aventuras e diversão, mas tudo o que encontram pela frente são nativos selvagens e hostis. No meio do deserto começam a ser literalmente caçados por Apaches. Apenas a ajuda de um ex-militar veterano que vive de caçar búfalos chamado Shalako poderá garantir que não sejam mortos.

Sean Connery dá vida ao protagonista, um sujeito que se veste como Daniel Boone que tenta sobreviver naquelas terras áridas. Embora se chame Moses Carlin ele acaba adotando o nome que os Índios lhe deram: Shalako! Como todo nome índigena esse também tinha um significado, "Aquele que traz chuvas", já que sempre que entrava nas reservas apaches havia sinais de chuva por vir. Como era de esperar com Connery e Bardot em um mesmo filme os roteiristas logo trataram de criar um improvável romance entre eles. O curioso é que Connery já estava passando da idade de posar de galã romântico e mesmo não estando muito à vontade nessa função até que acabou não se saindo muito mal. Bardot continuava linda, porém já com os primeiros sinais da idade chegando (embora estivesse apenas com 35 anos na época!).

O roteiro do filme é até bem tradicional, sem maiores novidades. Basicamente é um jogo de vida ou morte no meio do deserto entre Apaches e os turistas europeus. Há também um bando de bandidos que roubam esses estrangeiros e entram no meio desse jogo de gato e rato. Em praticamente três atos o filme tem uma conclusão muito boa, nas montanhas, quando Connery resolve levar os viajantes para o topo de platô no meio do deserto em busca de água. Além da escalada (o que já garante ótimas cenas de ação) há ainda um duelo de lanças entre Connery e um Apache no alto da colina (sem dúvida uma boa cena de luta, bem coreografada e executada). Tudo garantindo aquele clima de diversão e aventura bem típico dos filmes da época. A lamentar apenas o fato de que esse seria o último faroeste de Sean Connery que ao que tudo indica não gostou muito da experiência de filmar em um deserto como aquele (que apesar de parecer ser o deserto da Califórnia era na verdade a região de Andalucía, na Espanha, onde vários filmes de western spaghetti foram filmados).

Shalako (Shalako, Inglaterra, Alemanha, 1968) Estúdio: Palomar Pictures International / Direção: Edward Dmytryk / Roteiro: James Griffith, baseado no livro de Louis L'Amour / Elenco: Sean Connery, Brigitte Bardot, Stephen Boyd / Sinopse: Grupo de europeus da nobreza decide ir até o oeste dos Estados Unidos para caçar naquela região considerada selvagem por todos eles. Só que uma vez nesse deserto hostil eles passam a ser caçados por nativos e guerreiros locais.

Pablo Aluísio.
 

domingo, 18 de agosto de 2019

Assassinato em Hollywood

Título no Brasil: Assassinato em Hollywood
Título Original: Sunset
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Blake Edwards
Roteiro: Rod Amateau, Blake Edwards
Elenco: Bruce Willis, James Garner, Malcolm McDowell, Mariel Hemingway, Kathleen Quinlan, M. Emmet Walsh

Sinopse:
Tom Mix e Wyatt Earp se unem para solucionar um crime, um assassinato, na Hollywood dos anos 1920. E tudo acontecendo na semana da entrega dos prêmios da academia cinematográfica. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino (Patricia Norris).

Comentários:
Bruce Willis como o lendário ator e cowboy Tom Mix? Sim, o roteiro prometia bastante pois a premissa era realmente muito interessante, especialmente para quem sempre apreciou a história de Hollywood desde os seus primórdios, ainda nos tempos do cinema mudo. O problema é que o diretor Blake Edwards mais uma vez pesou a mão. Cineasta dado a excessos, principalmente na questão do humor, aqui ele novamente colocou elementos que não cabiam. Essa coisa de muitas vezes cair no pastelão de fato cansou muito em termos de filmografia de Edwards. De positivo não podemos deixar de elogiar a bonita fotografia e a bela reconstituição de época, inclusive contando com uma réplica do espalhafatoso carro de Tom Mix, uma ode ao exagero (e à breguice também!). A produção de fato é impecável, mas com um roteiro meio indeciso o filme deixou um pouco a desejar. Também foi pouco visto pois foi um tremendo fracasso de bilheteria, o primeiro da carreira de Bruce Willis. Pois é, não tem como acertar sempre.

Pablo Aluísio.