domingo, 4 de maio de 2014
Caçadores de Obras-Primas
Título Original: The Monuments Men
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Fox 2000 Pictures
Direção: George Clooney
Roteiro: George Clooney, Grant Heslov
Elenco: George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, Cate Blanchett, John Goodman
Sinopse:
Frank Stokes (George Clooney) é um militar americano encarregado de formar uma equipe de especialistas em arte para achar e recuperar as obras valiosas (pinturas, esculturas e monumentos, etc) roubadas pelas tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Para isso esperam contar com a ajuda de Claire Simone (Cate Blanchett), curadora de artes francesas que trabalhou ao lado dos alemães durante a ocupação de Paris. Em posse de suas informações o grupo começa a rastrear o caminho para onde as obras foram enviadas. O objetivo é recuperar todas elas antes que se cumpra a ordem de Hitler de destruir tudo caso a Alemanha perca a guerra.
Comentários:
Valeu muito a pena assistir a esse "Caçadores de Obras-Primas", isso porque ele resgata um estilo de fazer cinema que anda meio esquecido. É uma produção "Old School" que nos remete principalmente para os filmes de guerra feitos nas décadas de 1950 e 1960. Houve quem reclamasse na crítica brasileira dizendo que o filme não tinha ritmo ou pique. Ora, não é a proposta dessa película ser um filme de ação ou algo que o valha, mas sim retratar um aspecto por demais interessante ocorrido na segunda guerra quando um pequeno grupo de especialistas americanos foram atrás das obras de artes roubadas pelos nazistas. Sob esse ponto de vista o filme é realmente muito bom. Essa operação certamente não foi tão simples como é mostrada em cena - onde por questões de pura dramaturgia, os americanos foram reduzidos a apenas seis homens - mas no geral cumpre muito bem seu objetivo de mostrar o quão foram importantes na recuperação de obras de artes que pertencem à humanidade em geral e não apenas a franceses, italianos ou belgas e que naquele momento estavam sendo literalmente roubadas pelos alemães.
Basta ver o filme para se entender como a Alemanha de Hitler (que era, diga-se de passagem, um pintor frustrado) realizou a maior operação de saque e roubo de obras de arte da história. Quadros famosos de artistas consagrados foram encaixotados e levados para a Alemanha em caminhões militares. Esculturas históricas como a mostrada no filme, de Madona por Michelangelo, acabaram sendo recuperadas em velhas minas abandonadas e outros esconderijos. A intenção de Hitler era levar todas elas para um museu que seria construído em honra dele mesmo! Fez muito bem George Clooney em focar seu interesse nessa história que afinal de contas é a história de todos nós, pois aqueles objetos de artes, muitos deles saqueados de igrejas católicas milenares, representam a evolução e história da própria humanidade como um todo. No final quando a música tema surge e sobem os letreiros ficamos com aquela sensação boa de que o cinema americano ainda consegue entreter mostrando aspectos importantes da história. Não é apenas aquele tipo de cinema chiclete com heróis de quadrinhos que já estamos cansados de ver. Que venham mais filmes como esse - afinal de contas o público adulto também precisa de algo para ver nos cinemas nos fins de semana.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 8 de abril de 2014
Gravidade
Título Original: Gravity
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón
Elenco: Sandra Bullock, George Clooney, Ed Harris
Sinopse:
Durante uma missão espacial de conserto do telescópio Hubble, uma tripulação americana passa por uma terrível situação ao ter que enfrentar os efeitos da destruição de um satélite espião russo no espaço. Seus detritos e destroços se tornam verdadeiras ameaças para a sobrevivência de todos. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Direção (Alfonso Cuarón), Efeitos Visuais, Edição de Som, Mixagem de Som, Fotografia, Edição e Trilha Sonora Original.
Comentários:
Nunca se viu na história do cinema uma missão espacial tão desastrosa como essa. Absolutamente tudo que poderia dar errado acaba acontecendo. É a lei de Murphy elevada à nona potência. Nem em "Apolo 13" vimos nada parecido. A diferença é que enquanto no filme estrelado por Tom Hanks víamos a reconstituição de uma missão espacial real, aqui em "Gravidade" tudo é ficção e onde há mera ficção a imaginação literalmente ganha asas. De fato o enredo é dos mais imaginativos que já vi e tudo aparece potencializado por uma qualidade técnica simplesmente perfeita, mostrando o nível técnico que o cinema americano alcançou! Claro que muita gente saiu do cinema reclamando pela falta de veracidade de tudo o que acontece mas pensem bem, a vocação de "Gravidade" é realmente de aventura. Estamos na presença de uma aventura espacial que se fosse realizada no passado distante poderia até mesmo ser estrelado por um Errol Flynn da vida.
Não é aquele tipo de filme de ficção que você deva levar muito à sério, pelo contrário, aqui o importante é curtir o show de efeitos digitais e o clima de aventura que atravessa o filme de ponta a ponta. Penso inclusive que "Gravidade" é o mais pipoca de todos os filmes indicados ao Oscar esse ano. Há um clima acentuamente fantasioso que deseja acima de tudo divertir sua platéia. Assim não adiante procurar por algo ao estilo "2001 - Uma Odisséia no Espaço", afinal "Gravidade" não tem essa pretensão. É, como eu disse, uma aventura espacial extremamente bem realizada e nada mais. E por fim o que dizer da Sandra Bullock? Bem, ela tem experiência em desastres, haja visto sua carreira. Bullock é totalmente irregular, concorre ao Oscar em um ano, ao Framboesa de Ouro no outro e segue em frente. Vai do céu ao inferno em questão de meses. Aqui ela praticamente segura o filme inteiro, pois os demais personagens são meramente secundários. Em vista disso merece elogios. Em conclusão temos aqui de fato uma produção extremamente bem realizada, com direção segura e que mantém o ritmo, certamente merecedora de todos os Oscars técnicos que venceu mas que tem em sua essência o puro entretenimento, sem maiores pretensões em se tornar um cult movie no futuro.
Pablo Aluísio.
domingo, 27 de outubro de 2013
Três Reis
Título Original: Three Kings
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell, John Ridley
Elenco: George Clooney, Mark Wahlberg, Ice Cube, Spike Jonze
Sinopse:
Durante a ocupação americana no Iraque no começo da década de 1990 alguns soldados ianques acabam colocando as mãos em um suposto mapa mostrando onde está localizado um imenso tesouro roubado pelo governo ditatorial do tirano Sadam Hussein. Pensando com colocar suas mãos na riqueza os militares então resolvem partir em sua busca!
Comentários:
George Clooney ainda estava tentando consolidar sua carreira no cinema (ele era considerado na época apenas um ator de TV em essência) quando estrelou esse simpático "Três Reis". O filme passeia no tema da invasão americana ao Iraque de uma forma diferente. Sai de cena a patriotada e o ufanismo típicos desse tipo de produção e entra o humor, a picaretagem, o jeitinho de se dar bem acima de tudo. Não, não se trata de um filme brasileiro, mas sim de um roteiro honesto mostrando que a malandragem não existe apenas abaixo do Equador. O resultado é dos melhores. O filme, muito bem realizado, com fotografia saturada, ajuda a elucidar bem a posição muito dúbia dos americanos naquele conflito. Levar liberdade aos povos é uma boa mas se houver alguma recompensa financeira por isso ninguém irá reclamar. Afinal a guerra também é um grande negócio. Assista e se divirta.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Doze Homens e Outro Segredo
Aqui Danny Ocean (George Clooney) resolve viver longe do mundo da criminalidade. Casado com Tess (Julia Roberts) ele só quer mesmo paz e tranqüilidade. As coisas começam a mudar quando o ex-marido de Tess, o almofadinha Terry Benedict (Andy Garcia), resolve recuperar todo o dinheiro que lhe foi roubado pelo grupo de Danny Ocean no primeiro filme. Ao mesmo tempo Ocean resolve se precaver e muda de idéia, resolvendo reunir novamente seus comparsas para aquele que seria o super roubo de sua carreira. O alvo dessa vez porém fica na Europa. Nesse ínterim a agente do FBI Isabel Lahiri (Catherine Zeta-Jones) começa o seu acerto de contas contra Rusty (Brad Pitt), um dos membros da equipe de Ocean. Seguem-se as costumeiras perseguições, cenas espetaculares e muita ação. Assim temos mais do mesmo. O roteiro se concentra nos preparativos do grande assalto enquanto os demais personagens apenas passeiam em cena. Um dos problemas dessa franquia é justamente esse, o excesso de personagens. Com tanta gente em cena ao mesmo tempo nenhum papel chega a ser bem desenvolvido, nem o de Ocean (Clooney). Júlia Roberts e Catherine Zeta-Jones não acrescentam em nada ao resultado final e mais parecem penetras no clube do Bolinha de Clooney. Os atores também não parecem levar nada à sério, em especial Brad Pitt que mais parece estar de férias na Europa. Se não é para ser levado à sério então porque o espectador vai se importar? Mesmo assim até que funciona como passatempo ligeiro, leve, mesmo que você esqueça tudo o que assistiu dois minutos depois do filme terminar.
Doze Homens e Outro Segredo (Ocean's Twelve, Estados Unidos, 2004) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: George Nolfi / Elenco: George Clooney, Andy Garcia, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Catherine Zeta Jones, Vincent Cassel, Don Tiffany / Sinopse: Mais uma vez o grupo liderado por Dany Ocean (George Clooney Resolve partir para um grande roubo, só que dessa vez na Europa.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Mar em Fúria
O filme obviamente usa e abusa de efeitos digitais, todos extremamente bem realizados. Como se sabe sempre houve grande desafio em recriar digitalmente com sucesso o Oceano. Aqui tudo soa muito bem feito, criando realmente a sensação de se estar vendo imagens reais do pequeno barco no meio da imensidão azul em fúria. O orçamento foi milionário (140 milhões de dólares) e a aposta ousada pois não se sabia ao certo se o público compraria a idéia de ver um grupo de marujos comerciais enfrentando uma tempestade épica no meio do mar. Depois do lançamento todos respiraram aliviados pois a produção conseguiu fazer sucesso de bilheteria. Muito do mérito do sucesso cabe ao diretor Wolfgang Petersen que já tinha conseguido grande êxito em um filme levemente semelhante,"O Barco - O Inferno no Mar". De qualquer modo ele deveria ter deixado esse tema um pouco de lado pois depois afundou de forma monumental com o remake de "Poseidon", um grande fracasso de público e crítica. Isso porém é tema para outra resenha. Aqui deixo a dica de "Mar em Fúria" uma boa aventura com o mesmo espírito dos antigos filmes do mar que tanto conhecemos. Um bom programa de entretenimento em suma.
Mar Em Fúria (The Perfect Storm, Estados Unidos, 2000) Direção: Wolfgang Petersen / Roteiro: William D. Wittliff / Elenco: George Clooney, Mark Wahlberg, Diane Lane, Mary Elizabeth Mastrantonio, Karen Allen, William Fichtner, Michael Ironside./ Sinopse: Navio comercial de pesca se vê envolvida por uma enorme tempestade em alto mar. Para sobreviver os tripulantes terão que partir para uma verdadeira luta contra as forças da natureza.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
O Segredo de Berlim
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Um Homem Misterioso
Americano (George Clooney) chega numa pequena cidade italiana e começa a despertar a curiosidade dos moradores locais. Discreto, agindo quase sempre nas sombras, ninguém ao certo sabe quem realmente ele é e a razão dele estar na região. O roteiro desse filme é bem curioso. Para se ter uma idéia nunca descobrimos qual é o nome verdadeiro do personagem de George Clooney. Na maior parte do tempo ele é apenas "O Americano", que inclusive dá origem ao título original em inglês. O estranho sujeito parece não ter quaisquer laços familiares e nem afetivos (seu relacionamento mais sério é com uma prostituta italiana do qual ele não tem certeza se deve confiar). Também não descobrimos ao certo qual era o tipo de serviço que fazia antes de sua chegada na vila italiana e nem exatamente o que ele deveria fazer por lá. Tudo leva a uma determinada direção mas sempre fica a dúvida pairando no ar. Tudo o que o espectador pode fazer nesse filme é simplesmente especular pois certeza não terá de nada! Esse é o aspecto que mais me chamou a atenção em "Um Homem Misterioso" pois o enredo, fazendo jus ao título do filme, também deixa tudo em mais profundo mistério.
A produção é mais uma na interessante filmografia de George Clooney. Ultimamente o ator tem se dedicado a várias causas humanitárias ao redor do globo e quando encontra tempo nessa sua cruzada para salvar o mundo volta aos bons filmes. De sua safra mais recente esse é certamente um dos filmes mais interessantes. Além do misterioso personagem título o filme ainda apresenta uma bela fotografia que tira todo o proveito das belas locações italianas. Curiosamente a pequenina cidade onde foi rodado o filme (Castel del Monte, L'Aquila, Abruzzo) lembra bastante o clima de certas cidades interioranas do Brasil, principalmente do interior de Minas Gerais e São Paulo. Os imigrantes italianos que chegaram em nosso país certamente trouxeram também sua arquitetura, costumes, cultura e tradições da Itália. O que se vê na tela nos parece bem familiar justamente por isso. O filme foi dirigido por Anton Corbijn com experiência em vídeos musicais (em especial com a banda U2). Como sempre acontece Clooney geralmente escolhe amigos para dirigir seus filmes, algo que novamente acontece aqui. O resultado é bom, interessante e de certo modo até mesmo inteligente. Vale a pena assistir nem que seja pelo menos uma vez.
Um Homem Misterioso (The American, Estados Unidos, 2010) Direção: Anton Corbijn / Roteiro: Rowan Joffe, Martin Booth / Elenco: George Clooney, Thekla Reuten, Irina Björklund, Bruce Altman / Sinopse: Americano (George Clooney) chega numa pequena cidade italiana e começa a despertar a curiosidade dos moradores locais. Discreto, agindo quase sempre nas sombras, ninguém ao certo sabe quem realmente ele é e a razão dele estar na região.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Os Homens Que Encaravam Cabras
Título Original: The Men Who Stare at Goats
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Grant Heslov
Roteiro: Peter Straughan, baseado no livro de Jon Ronson
Elenco: George Clooney, Ewan McGregor, Kevin Spacey, Jeff Bridges, Stephen Lang, J. K. Simmons, Robert Patrick
Sinopse:
Um jornalista (Ewan McGregor) vai até o Iraque e lá acaba descobrindo a existência de uma estranha unidade do exército americano especializada em promover experiências ultra sensoriais, esotéricas e até de parapsicologia. Os membros dessa unidade são levemente malucos, alguns chegados numa droga pesada e fora de órbita. A descoberta que uma companhia do exército americano realiza estranhas experiências como essas durante a ocupação do Iraque acaba servindo de base para o jornalista escrever um livro relatando tudo o que viu naquele bizarro lugar. Filme vencedor do Empire Awards na categoria de Melhor Comédia.
Comentários:
Esse estranho enredo que dizem ser levemente inspirado em fatos reais é bem fora do comum. Quase impossível de acreditar que tenha alguma base na realidade. Obviamente que o roteiro procura mostrar tudo de forma muito bem humorada, sem se levar à sério em nenhum momento. Narrado em primeira pessoa pelo jornalista interpretado por Ewan McGregor, vamos acompanhando em vários flashbacks a formação desse grupo extremamente bizarro e as consequências da existência deles nos planos de segurança do governo americano. Algumas coisas me chamaram atenção nesse "Os Homens Que Encaravam Cabras". A primeira delas é o ótimo entrosamento de todo o elenco. Eles estão em sintonia completa com o roteiro nonsense do filme. Embora o foco seja bem centrada em George Clooney, quem acaba no final das contas roubando o filme é o personagem de Jeff Bridges chamado Bill Django. De certa forma é uma repetição da personalidade que ele mostrou em "O Grande Lebowski". Aquele tipo New Age que era muito comum nos anos psicodélicos da década de 60. O curioso é saber que o governo americano acabou financiando as ideias malucas desse sujeito (pelo menos no filme). O diretor Grant Heslov não tem muita experiência no cinema. Antes só havia dirigido séries e curtas, mas como caiu nas graças do amigo George Clooney foi escalado para dirigir o filme. Seu grande mérito aqui é não atrapalhar o trabalho dos atores que parecem se divertir muito em cena, pois o elenco se mostra completamente à vontade. Outro aspecto a se elogiar é que ele criou um filme rápido, simples e nada pretensioso, o que contribui muito para que o clima de bom humor e diversão se concretizasse de forma perfeita. Enfim, "Os Homens Que Encaravam Cabras" é muito divertido e cai muito bem para quem quiser encarar uma sessão de cinema para melhorar o seu próprio humor.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Tudo Pelo Poder
Uma coisa chama a atenção aqui. Embora George Clooney seja obviamente mostrado como o principal no elenco na realidade seu personagem é mero coadjuvante. Os verdadeiros "astros" de "Ides of March" são os coadjuvantes. Escrevo sem medo de errar que esse é o melhor elenco de apoio do ano, senão vejamos: Philip Seymour Hoffman Ryan Gosling Paul Giamatti e Marisa Tomei, ou seja só fera e o melhor, todos ótimos em cena. Em suma, recomendo "Tudo Pelo Poder" sem restrições. É um filme bem roteirizado, interpretado e executado.
Tudo Pelo Poder (The Ides of March, Estados Unidos, 2011) Diretor: George Clooney / Roteiro: Grant Heslov / Elenco: George Clooney, Ryan Gosling, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Jeffrey Wright / Sinopse: Stephen Myers (Ryan Gosling), um assessor de uma grande campanha presidencial ao governo dos EUA tenta sobreviver no pantanoso mundo político da capital americana.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Amor Sem Escalas
E é justamente essa transformação interior que traz um certo desconforto no filme. Conforme o roteiro avança vamos presenciando as mudanças na forma de pensar do personagem de Clooney, que começa a refletir sobre a solidão em que vive, a sua falta de laços emocionais e o vazio de uma vida sem objetivos a alcançar. Amor Sem Escalas é um filme curioso pois apresenta em um primeiro momento a trajetória de um homem extremamente individualista, egocêntrico e vazio que se sente plenamente à vontade com sua vida. Somente após vários eventos é que aos poucos vai se dando conta do vazio existencial em que se encontra.
Talvez esse seja o único ponto a se criticar no filme. Em certo momento o personagem de Clooney, que se mostrava feliz com sua condição no começo da estória, vai se tornando amargurado por não ter uma família estruturada ou alguém para compartilhar sua vida. Soa bastante forçado essa brusca mudança de personalidade, principalmente quando o vemos na primeira parte do filme defender de forma tão veemente o fato de ser um solteirão convicto que detesta a ideia do casamento e filhos. A súbita mudança de atitude só se justifica mesmo pelo moralismo familiar que o roteiro tenta impor ao espectador. A mensagem subliminar é a de que a felicidade só será alcançada com o casamento e filhos e que pessoas solteiras não poderiam ser felizes. Bobagem. Esse tipo de pensamento saiu de moda com a revolução sexual e nesse ponto o argumento soa ultrapassado. De qualquer forma isso é um aspecto menor que não desmerece o filme como um todo. No fundo é apenas reflexo do moralismo que reina na sociedade do Tio Sam. Enfim, "Amor Sem Escalas" é um filme a se conhecer, pois além de bom entretenimento faz refletir, coisa cada vez mais rara em tempos de filmes ocos e escapistas como Avatar. Não deixe de assistir e boa viagem.
Amor Sem Escalas (Up in the Air, EUA, 2009) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman e Sheldon Turner, baseados em obra de Walter Kirn / Elenco: Jason Bateman, George Clooney, Anna Kendrick, Vera Farmiga, Melanie Lynskey, Danny McBride, Chris Lowell, Tamala Jones / Sinopse: Executivo tem como função primordial em seu trabalho demitir funcionários de outras empresas. Cínico, sem laços familiares ou sociais, ele é abalado em seu modo de viver após conhecer interessante mulher.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Os Descendentes
O filme cai no marasmo várias vezes. Não consegui me interessar muito sobre a situação do personagem de Clooney. Esse aliás parece só funcionar em papéis mais relax, do tipo "quarentão garotão". Quando migra para personagens que exigem mais ele geralmente derrapa. É o que acontece aqui em minha opinião. Achei ele apático, meio disperso, como se não estivesse muito aí sobre tudo o que está acontecendo. Enfim, "Os Descendentes" é realmente um filme bem banal, com cara de telefilme sobre doença. Nada muito marcante e facilmente esquecível. Não merece as indicações que recentemente recebeu ao Oscar.
Os Descendentes (The Descendants, Estados Unidos, 2011) Direção: Alexander Payne / Roteiro: Alexander Payne e Nat Faxon / Elenco: George Clooney, Matthew Lillard, Judy Greer e Shailene Woodley / Sinopse: O filme conta a história de um rico proprietário de terras do Havaí que precisa reestabelecer sua ligação com as duas filhas depois que a sua esposa sofre um acidente de barco.
Pablo Aluísio.