terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Apocalipse de Um Cineasta

Título no Brasil: O Apocalipse de Um Cineasta
Título Original: Hearts of Darkness: A Filmmaker's Apocalypse
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: American Zoetrope
Direção: Fax Bahr, George Hickenlooper, Eleanor Coppola 
Roteiro: Fax Bahr, George Hickenlooper
Elenco: Dennis Hopper, Martin Sheen, Marlon Brando, John Milius, Francis Ford Coppola

Sinopse: 
Documentário que mostra as filmagens do clássico "Apocalypse Now" uma das maiores obras primas da história da sétima arte. O enfoque se concentra no tumultuado processo de filmagens, na complicada relação entre equipe técnica e atores e na luta para se filmar em uma região de clima indomável e imprevisível.

Comentários:
Para quem é fã da sétima arte esse documentário é simplesmente imperdível. Aqui acompanhamos os complicados bastidores de filmagens de "Apocalypse Now", que segundo o próprio Francis Ford Coppola, foi a mais terrível filmagem de que participou em toda a sua carreira. Assim que chegaram nas locações o ator Martin Sheen sofreu um infarto. O outro astro do elenco, o mitológico Marlon Brando, conhecido por ser um ator impossível de se controlar, também se tornou uma fonte de dores de cabeça para Coppola. Demorou para chegar no set de filmagens e quando finalmente se instalou resolveu trazer uma série de sugestões para o roteiro do filme. Algumas foram realmente ótimas como se pode conferir no filme. Brando sugeriu a Coppola que não fizesse mau uso de seu personagem, o deixando na penumbra até o clímax. Esse por sua vez foi um monumental trabalho por parte de Marlon. Ele não usou script - pois não tinha mais paciência para memorizar falas nessa altura de sua vida. Tudo o que ouvimos e vemos na cena final é fruto de pura improvisação de sua parte, o que mostra sua genialidade, acima de tudo.

Brando, por exemplo, resolveu por conta própria raspar seu cabelo para dar uma aura de misticismo e mistério ao alto oficial americano que está perdido no meio da floresta em plena guerra do Vietnã. Francis Ford Coppola foi inteligente o suficiente para incorporar todas as sugestões, reescrevendo por inúmeras vezes o roteiro. Por falar nisso não são poucas as cenas em que Coppola surge em cena, martelando sua surrada máquina de escrever. O curioso é que presenciamos muito de improvisação, decisões tomadas no calor do momento e maleabilidade por parte de Coppola e sua equipe. Isso demonstra que até mesmo as grandes obras de arte não nascem completamente idealizadas ou organizadas. O caos também pode servir de ótimo caldeirão de criação, como muito bem podemos notar aqui ao acompanhar tudo. No geral esse documentário é uma verdadeira delícia para quem gosta de cinema pois mostra diversos gênios trabalhando juntos para dar vida a um dos maiores clássicos da sétima arte. Quer algo melhor do que isso?

Pablo Aluísio.

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