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terça-feira, 1 de agosto de 2023

Sangue Acusador

Sangue Acusador
Esse filme estaria esquecido completamente na história do cinema se não fosse por algumas peculiaridades em sua produção e elenco. Essencialmente é um filme B da Universal, lançado no final da década de 1940. Naquele período do pós segunda guerra, tudo o que os americanos queriam era um pouco de diversão nos cinemas, para afastar e superar os traumas do maior conflito armado da história. E os filmes contando histórias de detetives caíam muito bem no gosto popular. Traziam boas histórias, boas tramas envolvendo crimes e tinha aquele clima sombrio do cinema noir que agradava em cheio ao público.   

A direção foi do conhecido produtor de fitas B, William Castle. Ele era bem famoso por causa de seus filmes sobre aranhas gigantes e coisas do tipo. Filmes de detetives, ao estilo noir, nem sempre faziam parte de sua filmografia. Apesar disso se deu bem aqui. E teve visão para entender que o jovem Rock Hudson que estava no elenco, interpretando um detetive, iria se destacar no cinema. Ele fotografava muito bem em cena e tinha o tipo ideal de galã naquela fase da indústria norte-americana. Castle inclusive declarou: "Com o agente certo e os filmes bem selecionados esse ator pode se tornar um grande astro nos próximos anos". Acertou em cheio na sua previsão. 

Sangue Acusador (Undertow, Estados Unidos, 1949) Direção: William Castle / Roteiro: Arthur T. Horman, Lee Loeb / Elenco: Scott Brady, John Russell, Dorothy Hart, Rock Hudson / Sinopse: Um condenado em liberdade condicional é acusado de assassinato e procura se livrar de uma nova prisão antes que a polícia o encontre. Uma nova condenação seria o fim definitivo de sua liberdade. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

O Último Matador

Título no Brasil: O Último Matador
Título Original: The Law vs. Billy the Kid
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: William Castle
Roteiro: Janet Stevenson, Philip Stevenson
Elenco: Scott Brady, Betta St. John, James Griffith, Alan Hale Jr, Paul Cavanagh, William 'Bill' Phillips

Sinopse:

O filme narra as aventuras do lendário pistoleiro e fora-da-lei William Henry Bonney, mais conhecido como "Billy the Kid"! Ele é um jovem cowboy que se torna amigo de Pat Garrett, um caçador de recompensas. Billy tem um passado de confrontos violentos com homens da lei, mas Pat acredita que ele ainda pode trilhar um bom caminho. Para isso lhe ajuda a arranjar um emprego com o bondoso rancheiro John Tunstall. Após esse ser morto por um grupo de bandidos e facínoras, Billy decide se vingar de todos eles. Pat Garrett, agora um homem da lei, terá que ir atrás de seu grande amigo, Billy, para seu grande desprazer pessoal.

Comentários:
Para quem acha que William Castle só se destacou mesmo em filmes de terror como "A Casa dos Maus Espíritos" (1959), "Força Diabólica" (1959) ou "13 Fantasmas" (1960), eis aqui um faroeste dirigido por ele. O interessante é que Castle queria Vincent Price para o papel do xerife Pat Garrett, mas problemas de saúde o afastaram de última hora das filmagens. James Griffith então tomou o seu lugar. "The Law vs. Billy the Kid" (em tradução literal, "A Lei versus Billy the Kid") investe novamente na lenda do famoso pistoleiro do velho oeste. Obviamente que você não deve assistir a esse filme procurando por veracidade histórica. O Billy the Kid que vemos aqui é aquele mesmo saído das estorinhas fantasiosas da literatura de bolso que moldaram sua lenda no western. Tudo é tão romanceado que Billy em pouco se parece com o criminoso que foi na vida real. Biilly The Kid aqui surge na verdade como um dândi romântico, vítima de um triste realidade que o deixa sem escolhas, tendo que entrar mesmo no mundo do crime. Algo fora do ponto de vista histórico. Deixando isso de lado posso dizer que esse faroeste B da Columbia (o mais modesto dos grandes estúdios de Hollywood) ainda consegue servir como diversão de matinê. A fita é ágil e não perde tempo com amenidades e embora tenha sido realizada com orçamento pequeno consegue agradar e divertir. Até mesmo Scott Brady, que já tinha passado da idade certa para interpretar Billy, consegue convencer em seu papel. Assim fica mais essa  recomendação para os fãs de faroestes mais antigos pois "The Law vs. Billy the Kid" é pura diversão saudosista.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O Show Não Pode Parar

Título no Brasil: O Show Não Pode Parar
Título Original: The Kid Stays in the Picture
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Highway Films
Direção: Nanette Burstein, Brett Morgen
Roteiro: Brett Morgen
Elenco: Robert Evans, William Castle, Francis Ford Coppola, Catherine Deneuve, Ava Gardner, Ernest Hemingway

Sinopse:
Esse é um documentário sobre a vida do produtor Robert Evans, um dos mais poderosos e criativos executivos da história do cinema americano, tendo trabalhado como chefe dos estúdios Paramount durante os anos de 1966 a 1974. 

Comentários:
Para quem gosta da história do cinema americano, esse documentário é um item essencial. Ele conta a vida de Robert Evans. E quem foi ele? Começou como ator, mas já aos 34 anos de idade enveredou para a produção, onde se deu muito bem. Acabou como chefe de produçao da Paramount Pictures, reinando na companhia durante anos. Foi dele a ideia de levar para as telas o livro "O Poderoso Chefão", além de ser o homem por trás de filmes como "Chinatown", "O Bebê de Rosemary" e diversos outros clássicos da época. Chegou a ser chamado de o "Golden Boy" da indústria cinematográfica americana, mas viu seu brilho ir embora por causa de problemas com drogas pesadas, inclusive cocaína. Depois enfrentou muitos problemas legais após seu divórcio e foi vendo sua estrela parar de brilhar aos poucos. Esse documentário mostra tudo, desde a sua ascensão, até sua queda. O melhor para quem é cinéfilo é descobrir os bastidores de alguns dos grandes filmes da história, com Evans tendo que lidar com atores problemáticos e diretores egocêntricos. Um bom retrato de uma época do cinema que infelizmente não existe mais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Eu Vi Que Foi Você

Título no Brasil: Eu Vi Que Foi Você
Título Original: I Saw What You Did
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: William Castle
Roteiro: William P. McGivern, Ursula Curtiss
Elenco: Joan Crawford, John Ireland, Leif Erickson
  
Sinopse:
Duas adolescentes ficam em casa cuidando da irmã mais jovem de uma delas enquanto seus pais vão jantar fora. Para passar o tempo elas decidem dar trotes usando os números de telefone que encontram a esmo numa lista telefônica. A brincadeira consiste em ligar aleatoriamente para as pessoas dizendo a frase: "Eu sei o que você fez e eu sei quem você é!". Numa das ligações elas acabam ligando para um sujeito que acabou de matar sua esposa a facadas. A partir daí o assassino decide ir atrás delas pensando que as jovens sabem mesmo sobre seu crime.

Comentários:
Suspense produzido e dirigido por William Castle, um realizador que ficou bem famoso em Hollywood por causa das inúmeras fitas de terror que produziu. Aqui ele brinca com essa boa ideia envolvendo duas adolescentes bem bobinhas que acabam pagando caro por uma brincadeira que fazem após seus pais saírem para um jantar de negócios. O roteiro é bem simples, mas bem bolado. Uma ideia que seria reciclada muitos anos depois numa série de filmes ao estilo "Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado". Em termos de elenco o destaque vai para a presença da veterana atriz Joan Crawford aqui em seu último filme americano. Com a idade os convites foram ficando cada vez mais raros até que chegou ao ponto em que ela teve que ir para a Europa para continuar trabalhando pois já não recebia mais propostas de Hollywood. Nesse personagem de despedida ela interpreta uma mulher mais velha, solitária e desesperada para conquistar seu vizinho que por acaso é o sujeito que acabou de esfaquear a esposa e que sem querer acaba virando alvo dos trotes das garotas.  William Castle, que não era bobo nem nada, até tentou repetir a famosa cena do chuveiro de "Psicose", sem porém o mesmo impacto. De qualquer maneira é um suspense eficiente que mantém o interesse do espectador até o fim.

Pablo Aluísio.