Havia muita tensão entre Estados Unidos e Rússia (União Soviética) durante a guerra fria. Assim ter ao seu lado um bailarino russo famoso como Mikhail Baryshnikov era uma ótima opção para promover um pouco de propaganda anticomunista. E foi o que Hollywood fez. Escalou Mikhail Baryshnikov para estrelar esse bom filme, que inclusive chegou a ser bem badalado em seu lançamento original, chegando a ser vencedor do Oscar na categoria de melhor música original com "Say You, Say Me", interpretada pelo cantor Lionel Richie.
Tecnicamente muito bem realizado, fruto do trabalho minucioso do cineasta Taylor Hackford, o filme chegou a ser classificado, muito curiosamente, como um "musical político", algo que poucas vezes vi em minha vida de cinéfilo. Claramente havia um foco na dança e na música, mas sem deixar de lado o problema político, envolvendo um protagonista russo que não conseguia se livrar das garras de Moscou. O roteiro era uma romantização da vida do próprio Mikhail Baryshnikov, bailarino de grande talento, visto pelo Kremlin como apenas um traidor de sua pátria. Em suma, era os dois lados da mesma moeda, de um lado o capitalismo da águia americana, do outro a ideologia socialista do urso soviético. E no meio de tudo um bom filme, pura arte musical.
O Sol da Meia Noite (White Nights, Estados Unidos, 1985) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: James Goldman, Eric Hughes / Elenco: Mikhail Baryshnikov, Gregory Hines, Jerzy Skolimowski / Sinopse: Nikolai 'Kolya' Rodchenko (Mikhail Baryshnikov) é um bailarino de origem russa que procura por sailo político nos Estados Unidos, despertando ódio e perseguição de membros do partido comunista soviético. Filme indicado ao Oscar de melhor música original ("Separate Lives" de Stephen Bishop).
Pablo Aluísio.
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sábado, 3 de abril de 2021
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Saigon - Império da Violência
Título no Brasil: Saigon - Império da Violência
Título Original: Off Limits
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Christopher Crowe
Roteiro: Christopher Crowe, Jack Thibeau
Elenco: Willem Dafoe, Gregory Hines, Fred Ward
Sinopse:
Dois investigadores do exército americano começam a caçar um psicopata, serial killer de prostitutas vietnamitas em plena guerra do Vietnã! O que começa como uma investigação sem maiores desdobramentos logo se revela bem mais complexa do que se imaginava. Enredo baseado em fatos reais.
Comentários:
Na época de lançamento desse filme muitos reclamaram do absurdo moralismo do roteiro. Explica-se. Como justificar tanto empenho por parte de dois militares americanos em encontrar um serial killer americano que matava mulheres vietnamitas enquanto as próprias tropas americanas faziam picadinho dos inimigos nas selvas do Vietnã? Era ou não uma contradição absurda? Há uma certa dose de ironia na situação mas não acho que deponha contra o filme em si, já que eram duas situações diversas, embora na prática saibamos que nada é tão diferente assim. Em termos gerais é um bom filme policial (sim, policial, já que embora se passa na guerra se trata mesmo de uma investigação de natureza policial de fato). No final das contas quem segura as pontas e leva o filme literalmente nas costas é o talento maravilhoso do sempre subestimado Willem Dafoe que aqui interpreta o personagem Buck McGriff! Ele, assim como seu papel na trama, entrou de corpo e alma na produção. Grande atuação que merece ser redescoberta.
Pablo Aluísio.
Título Original: Off Limits
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Christopher Crowe
Roteiro: Christopher Crowe, Jack Thibeau
Elenco: Willem Dafoe, Gregory Hines, Fred Ward
Sinopse:
Dois investigadores do exército americano começam a caçar um psicopata, serial killer de prostitutas vietnamitas em plena guerra do Vietnã! O que começa como uma investigação sem maiores desdobramentos logo se revela bem mais complexa do que se imaginava. Enredo baseado em fatos reais.
Comentários:
Na época de lançamento desse filme muitos reclamaram do absurdo moralismo do roteiro. Explica-se. Como justificar tanto empenho por parte de dois militares americanos em encontrar um serial killer americano que matava mulheres vietnamitas enquanto as próprias tropas americanas faziam picadinho dos inimigos nas selvas do Vietnã? Era ou não uma contradição absurda? Há uma certa dose de ironia na situação mas não acho que deponha contra o filme em si, já que eram duas situações diversas, embora na prática saibamos que nada é tão diferente assim. Em termos gerais é um bom filme policial (sim, policial, já que embora se passa na guerra se trata mesmo de uma investigação de natureza policial de fato). No final das contas quem segura as pontas e leva o filme literalmente nas costas é o talento maravilhoso do sempre subestimado Willem Dafoe que aqui interpreta o personagem Buck McGriff! Ele, assim como seu papel na trama, entrou de corpo e alma na produção. Grande atuação que merece ser redescoberta.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Cotton Club
Título no Brasil: Cotton Club
Título Original: The Cotton Club
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Zoetrope Studios
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: William Kennedy, Francis Ford Coppola
Elenco: Richard Gere, Gregory Hines, Diane Lane
Sinopse:
As estórias, dramas, romances e decepções daqueles que fizeram a fama do Cotton Club, uma popular casa noturna de jazz localizada no bairro do Harlem em Nova Iorque. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Edição (Barry Malkin e Robert Q. Lovett). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Direção (Francis Ford Coppola).
Comentários:
Verdade seja dita: poucos diretores amaram mais a sétima arte do que Francis Ford Coppola. E essa não é uma frase vazia. O cineasta apostou alto em seu amor pelo cinema. Não mediu esforços e colocou toda a sua fortuna em prol da realização de filmes que sonhava realizar. Muitos deles foram fracassos comerciais monumentais que destruíram sua estabilidade financeira. Mas Coppola, tão idealista e apaixonado, não se importava em pagar esse alto preço. "The Cotton Club" faz parte da série de filmes que arruinaram o diretor do ponto de vista comercial. Ele porém amou a oportunidade de realizar esse velho sonho, quase uma homenagem ao mundo da música, tudo rodado em um universo meio mágico, quase uma fábula. Pode ter sido um fracasso comercial, mas do ponto de vista puramente artístico é uma grande obra cinematográfica. O diretor estava tão inspirado que conseguiu até mesmo arrancar uma grande interpretação do ator Richard Gere, considerado até então um canastrão inveterado. E o que dizer de Gregory Hines? Ele literalmente rouba as cenas em que aparece. Assim o que temos aqui é uma declaração de amor ao cinema e à música, pelas mãos do genial Francis Ford Coppola! Se as pessoas na época de lançamento não entenderam isso, certamente não é culpa do diretor, que sempre esteve tão a frente de seu tempo. Excelente musical.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Cotton Club
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Zoetrope Studios
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: William Kennedy, Francis Ford Coppola
Elenco: Richard Gere, Gregory Hines, Diane Lane
Sinopse:
As estórias, dramas, romances e decepções daqueles que fizeram a fama do Cotton Club, uma popular casa noturna de jazz localizada no bairro do Harlem em Nova Iorque. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Edição (Barry Malkin e Robert Q. Lovett). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Direção (Francis Ford Coppola).
Comentários:
Verdade seja dita: poucos diretores amaram mais a sétima arte do que Francis Ford Coppola. E essa não é uma frase vazia. O cineasta apostou alto em seu amor pelo cinema. Não mediu esforços e colocou toda a sua fortuna em prol da realização de filmes que sonhava realizar. Muitos deles foram fracassos comerciais monumentais que destruíram sua estabilidade financeira. Mas Coppola, tão idealista e apaixonado, não se importava em pagar esse alto preço. "The Cotton Club" faz parte da série de filmes que arruinaram o diretor do ponto de vista comercial. Ele porém amou a oportunidade de realizar esse velho sonho, quase uma homenagem ao mundo da música, tudo rodado em um universo meio mágico, quase uma fábula. Pode ter sido um fracasso comercial, mas do ponto de vista puramente artístico é uma grande obra cinematográfica. O diretor estava tão inspirado que conseguiu até mesmo arrancar uma grande interpretação do ator Richard Gere, considerado até então um canastrão inveterado. E o que dizer de Gregory Hines? Ele literalmente rouba as cenas em que aparece. Assim o que temos aqui é uma declaração de amor ao cinema e à música, pelas mãos do genial Francis Ford Coppola! Se as pessoas na época de lançamento não entenderam isso, certamente não é culpa do diretor, que sempre esteve tão a frente de seu tempo. Excelente musical.
Pablo Aluísio.
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