terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O Mensageiro da Morte

Nesse faroeste clássico dos anos 50, o ator Robert Taylor interpreta um delegado federal. Como Marshall, ele deve ir atrás de fugitivos da lei. Encontrar os criminosos para levá-los a julgamento. Seu próximo alvo é um desertor da cavalaria americana. Um soldado que, após deixar o exército, se envolveu em um grande assalto com vítimas fatais. O sujeito está desaparecido há algum tempo e fica complicado achá lo, pois o Marshall não consegue colaboração de testemunhas. Os próprios militares que serviram ao seu lado não querem colaborar na sua busca. Acaba encontrando uma velha conhecida do foragido, que pode lhe reconhecer. O delegado acredita que o procurado esteja trabalhando como condutor de carroças no interior de uma pequena cidade do velho Oeste. Para prendê-lo, será preciso reconhecimento. E essa jovem vai fazer esse trabalho sujo. 

A primeira coisa que chama atenção nesse western é a direção do aclamado Michael Curtiz. Ele foi um grande cineasta da era de ouro de Hollywood. Tendo dirigido alguns dos grandes clássicos do cinema americano, como Casablanca. Aqui ele fez um filme mais convencional, não tão marcante, mas ainda muito bom em méritos cinematográficos. Há uma certa nuance psicológica entre os personagens principais. O delegado federal quer prender o criminoso que dentro de sua comunidade é um sujeito até bem visto, cheio de amigos. A única maior crítica que teria para fazer ao filme seria o desfecho da história. Acredito que o personagem de Robert Taylor deveria ter ido até o fim, sem medir consequências. Só que os roteiristas não pensaram dessa maneira. Foi uma escolha narrativa que eu não faria, mas tudo bem, tudo faz parte dentro de seu contexto histórico.

O Mensageiro da Morte (The Hangman, Estados Unidos, 1959) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: W.R. Burnett, Dudley Nichols / Elenco: Robert Taylor, Tina Louise, Fess Parker / Sinopse: O delegado federal Bovard chega em uma pequena cidade fronteiriça para identificar e prender um fugitivo, mas toda a cidade parece determinada a impedir que o Marshal faça seu trabalho.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Terremoto

Título no Brasil: Terremoto
Título Original: Earthquake
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Mark Robson
Roteiro: Mario Puzo, George Fox
Elenco: Charlton Heston, Ava Gardner, George Kennedy, 
Geneviève Bujold, Victoria Principal, Walter Matthau

Sinopse:
Um grande terremoto atinge a Califórnia, em especial a cidade de Los Angeles. Enquanto a destruição se amplia e os moradores tentam sobreviver de todas as formas na grande calamidade, a maior represa da região começa a se romper. Tudo acaba se transformando em um desesperado jogo de sobrevivência.

Comentários:
Um dos filmes mais conhecidos do chamado cinema catástrofe, subgênero cinematográfico que foi muito popular na década de 1970. Aqui, o diferencial realmente é o roteiro, assinado por Mario Puzo, o mesmo autor de O Poderoso Chefão. Ele procurou desenvolver os personagens principais, mostrando seus dramas e seus problemas de relacionamento no dia a dia. Tudo com o objetivo de fazer o espectador se importar com o destino deles quando o grande terremoto começa. Outro aspecto completamente positivo do filme é o seu elenco formado por veteranos da era de ouro do cinema americano. Charlton Heston, por exemplo, é o engenheiro que tem problemas em seu casamento. Ava Gardner interpreta sua esposa, que descobre que ele tem um caso extraconjugal, ou pelo menos está prestes a ter. Já Walter Matthau tem um personagem muito engraçado, um bebum de bar que fica na mesa tomando suas doses, mesmo quando a cidade está desmoronando ao seu redor. No geral, o filme mostra que o cinema norte-americano dos anos 70 tinha classe. Mesmo em temas como esse, que são de destruição total. Tudo é muito bem desenvolvido, tem seu próprio tempo, sem pressa de acontecer. E os efeitos especiais, apesar de ter passado quase 50 anos do lançamento do filme, não se tornaram datados ou ridículos. Pelo contrário, ainda são muito eficientes.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de janeiro de 2023

O Diabo na Encruzilhada

O Diabo na Encruzilhada
A não ser que você seja um estudioso da história da música, você muito provavelmente nunca ouviu falar de Robert Johnson. Porém, se você gosta de lendas ou de mitologia, certamente você conhece a lenda que foi criada em torno deste músico de blues da década de 1930. E qual era essa lenda? Imagine um músico sem muito talento para tocar e cantar. Seu sonho sempre foi vencer na vida como artista. Viver de sua música, ganhar fama e sucesso com seu trabalho. Só que a falta de habilidade e talento, obviamente, vai colocar um problema em seu caminho. Inspirado pela religião e pelos fundamentos do misticismo que existiam na época, ele decide ir numa encruzilhada isolada na madrugada. Um lugar deserto, onde invoca o próprio diabo. E o ser maligno aparece. Ele propõe um pacto. Ele lhe dará fama e sucesso em troca de sua alma. Surgiu assim uma das lendas mais duradoras da música em todo o mundo. 

Esse documentário conta a história de Robert Johnson e também da lenda que foi criada em torno de sua figura. Ele realmente foi um músico singular. Seu estilo de tocar violão era sublime, a tal ponto que até hoje instrumentistas da música o elogiam. E também era ousado e provocador em suas composições, que sempre se referiam ao diabo andando ao seu lado, seguindo seus passos e coisas do gênero. Imagine como era cantar esse tipo de letra no meio social evangélico, fanático e fundamentalista, onde ele vivia, na década de 1930. Ele certamente alimentou o mito em torno de si mesmo. Muitos anos após sua morte, tudo o que sobrou foram poucas gravações registradas, quase amadoras. E isso certamente também serve para alimentar a lenda. No fundo, assistindo ao documentário, descobrimos que Robert Johnson, na realidade, foi apenas um homem negro que sonhou em viver de sua música. Rejeitou o destino de se trabalhar duramente nas grandes plantações de algodão do sul dos Estados Unidos, como havia feito seus antepassados escravos. Ele lutou como pôde por sua música e sua arte. E isso sim é uma lenda digna de admiração e inspiração. É algo a se respeitar.

O Diabo na Encruzilhada (ReMastered: Devil at the Crossroads, Estados Unidos, 2019) Direção: Brian Oakes / Roteiro: William Wheeler, Jeff Zimbalist / Elenco: Terry Harmonica Bean, Rory Block, Yvonne Chireau / Sinopse: Documentário sobre o cantor e compositor de blues Robert Johnson e a lenda que foi criada em torno de si, a do músico que faz um pacto com demônio numa encruzilhada durante a madrugada para ter fama e sucesso.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de janeiro de 2023

O Amante de Lady Chatterley

O Amante de Lady Chatterley
Lord Chatterley vai para a guerra e retorna para casa com sequelas físicas. Por causa dos ferimentos no campo de Batalha, ele se torna impotente e incapaz de satisfazer sexualmente uma mulher. O problema maior é que a sua esposa ainda é uma jovem com plenas necessidades sexuais a serem satisfeitas. Ela está na flor da idade com muito desejo. No começo, tenta encarar a situação de forma mais natural possível. Entretanto, não é fácil se tornar cuidadora do próprio marido naquela idade. Ainda mais na fase inicial de um casamento que está prestes a naufragar. Ela então conhece um empregado que trabalha em uma pequena cabana nos fundos da propriedade de seu marido. Ela se sente atraída por aquele homem. Em pouco tempo, começa um ardoroso caso sexual com ele. Inicialmente a atração com seu amante se resume a uma relação carnal, pois ela estava ansiando por isso há tempos. Porém, logo surge uma grande paixão entre ela e o homem. E ambos se tornam verdadeiramente apaixonados e dispostos a lutar contra todos os preconceitos sociais vigentes naquela época.

O livro original que deu suporte ao roteiro desse filme já nasceu polêmico. Escrito por D.H. Lawrence e publicado em 1928, O Amante de Lady Chatterley despertou várias reações extremadas. Existem aqueles que consideram um livro de tendências eróticas extremamente acentuadas, vulgares, e há outros que consideram um romance perfeito. Em meu ponto de vista é um bom romance com acentuadas tintas de erotismo, mas isso não depõe contra a obra. É, acima de tudo, uma história bem humana e mostra que as mulheres também tinham suas necessidades de viver sua sexualidade sem as amarras de um moralismo fora de época e já sendo ultrapassado naquela época. Cada pessoa deve procurar a sua felicidade ao seu modo. Esse filme, que foi produzido pela Netflix, tem boa qualidade e conta sua história de forma correta. Está mais do que recomendado para quem quer conhecer a história do livro original e também para aqueles que apreciam um bom filme de drama e romance.

O Amante de Lady Chatterley (Lady Chatterley's Lover, Reino Unido, Estados Unidos, 2022) Direção: Laure de Clermont-Tonnerre / Roteiro: David Magee / Elenco: Emma Corrin, Jack O'Connell, Matthew Duckett / Sinopse: O filme conta a história da jovem esposa de um Lorde inglês que se torna amante de um de seus empregados em uma grande propriedade rural no interior da Inglaterra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Dança Com Lobos

Dança Com Lobos
“Dança Com Lobos” foi um grande vencedor dos prêmios da Academia em seu ano de lançamento. Foi premiado com os Oscars de Melhor Filme, Fotografia, Direção, Edição, Trilha Sonora, Som e Roteiro Adaptado. Além disso acabou se tornando sucesso absoluto de público e crítica. A verdade pura e simples é que Dança com Lobos é realmente uma grande produção, que até hoje sempre é relembrada e citada com frequência demonstrando que também venceu o teste do tempo. 

O filme narra a história do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado, bem próximo do território onde vive a comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco, ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos. O enredo foi baseado na novela de Michael Blake (que também assina o roteiro). 

A produção mistura diversos elementos, desde os mitos dos antigos filmes de western até uma visão mais moderna que enfoca o papel do índio americano na conquista do oeste de uma forma diferenciada (e mais justa). No fundo “Dança com Lobos” retrata uma dos mais sangrentos choques de civilizações da história. A luta entre a sobrevivência das nações indígenas em face do avanço do homem branco pelas pradarias indomáveis de outrora. A tecnologia versus a tradição, o apogeu e o ocaso de civilizações em conflito.

Kevin Costner acertou em cheio na sua visão. Havia todo um clima de revisionismo histórico quando o filme foi lançado. Os povos indígenas, quase sempre retratados como selvagens e bárbaros nos antigos filmes de faroeste aqui ganham uma nova postura dentro do cinema americano. Seu lado mais humano foi levado ao centro da questão. Durante a produção muito se falou de falta de experiência de Kevin Costner para dirigir o filme. De fato ele não tinha nenhuma experiência anterior. Porém como ele estava no auge de sua carreira e popularidade o estúdio resolveu arriscar. Tentativas de intervenção foram feitas nas filmagens mas em vão. O que não contavam é que Costner tinha muita personalidade, não abrindo mão de sua visão criativa em nenhum momento.

Ele certamente acertou pois fez uma obra grandiosa, sem concessões, calcada na velha escola dos grandes clássicos do passado. Fotografia grandiosa, trilha sonora evocativa e muitas tomadas de extremo bom gosto fizeram o diferencial. Costner conseguiu realizar o filme de acordo com o que desejava. O curioso é que essa mesma teimosia acabaria levando Costner ao outro lado da moeda anos depois quando amargou o fracasso de “Waterworld”, superprodução que se revelou desastrosa em termos de público e crítica. De qualquer modo após passar alguns anos em baixa Costner ressurgiu no faroeste em 2012 com “Hatfields and McCoys”, um grande sucesso televisivo nos EUA. A série provou que a ligação de Kevin Costner com os filmes de western é forte e duradoura. Seu ápice surgiu justamente aqui em “Dança com Lobos”. Se não conhece ou não assistiu ainda, não perca mais tempo pois é um produção do tipo que não se faz mais. Simplesmente Imperdível.

Dança Com Lobos (Dances With Wolves, Estados Unidos, 1990) Direção: Kevin Costner / Roteiro: Michael Blake / Elenco: Kevin Costner, Mary McDonnell, Graham Greene / Sinopse: O filme narra a estória do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado bem próximo da comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos.

Pablo Aluísio.


Sangue nas Flechas

Título no Brasil: Sangue nas Flechas
Título Original: Blood on the Arrow
Ano de Lançamento: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Sidney Salkow
Roteiro: Robert E. Kent
Elenco: Dale Robertson, Martha Hyer, Wendell Corey, 
Robert Carricart, Paul Mantee, Elisha Cook Jr.

Sinopse:
Em 1871, no Arizona, após a fuga de Geronimo para o México e o retorno dos nativos à reserva, uma tribo de Apaches desafia as ordens de depor as armas. Eles atacam patrulhas e tropas do exército americano. Os tambores de guerra começam a tocar nas grandes planícies.

Comentários:
Western produzido pelo estúdio Allied Artists, que ficou muito famoso nos anos 60 pela grande quantidade de filmes B de faroeste que produziu. Diversos desses filmes acabaram surpreendendo também nas bilheterias. Temos aqui um filme de cavalaria que aposta nas chamadas guerras indígenas. Só que felizmente não fica restrito a isso. O ator Dale Robertson interpreta um bandoleiro que acaba no meio dessa guerra entre brancos e índios. Ele também tem problemas com sua esposa e acaba se apaixonando por uma outra mulher. Na época, o roteiro foi criticado por trazer uma visão muito suavizada de uma personagem que deveria ser basicamente um fora da lei. Eu penso que essa é uma crítica um pouco exagerada, pois o filme tenta ser uma diversão básica. Por isso, há tantos elementos caros ao velho Oeste presentes nesta película. Foi lançado nos cinemas brasileiros da época e ficou por muito tempo em cartaz nos chamados cinemas de bairro, que hoje em dia não existem mais. Bons tempos!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Glass Onion

Glass Onion
Existe filmes que são bons, mas que a crítica não dá muita bola. E existe filmes que são apenas medianos, mas que os críticos colocam lá em cima, como se fossem grandes maravilhas cinematográficas. Esse filme aqui é justamente desse segundo grupo. Veja bem, não é um filme ruim, mas também não é essa maravilha toda que a crítica especializada tentou convencer. Em termos de roteiro, não vi nada de muito original. Essa fórmula é antiga, já era usada brilhantemente pela escritora Agatha Christie há muitas décadas atrás. Resume em colocar um grupo de pessoas em um ambiente fechado para descobrir qual delas teria cometido um crime. Para tornar isso tudo ainda mais difícil, todas elas teriam, de uma forma ou outra, uma razão para cometer esse assassinato. É justamente isso o que vemos no roteiro desse filme. 

Um milionário boçal resolve reunir um grupo de amigos em sua ilha particular. O lugar é o símbolo da breguice de um novo rico com todos os exageros que você possa imaginar. Ele então, propõe um jogo. Seus convidados vão ter que descobrir quem teria lhe matado. Coisa de gente rica e entediada. Vários problemas acontecem. O milionário fica surpreso ao descobrir que o assim aclamado "maior detetive do mundo" está na ilha, mesmo que ele não o tenha convidado. E uma das convidadas que não era esperada, pois se presumia que ela havia sido morta, também aparece por lá. O mistério não se revela grande coisa e se resolve facilmente!. E isso se torna bem decepcionante. A produção é muito boa. E o elenco é acima da média, sob qualquer ponto de vista. Entretanto isso não salva o filme. O que era para ser importante mesmo, o tal mistério revelado, se mostra banal. Tão banal que estragou o roteiro de uma forma geral. Enfim, muito luxo e muito barulho por nada.

Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion, Estados Unidos, 2022) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Daniel Craig, Edward Norton, Kate Hudson, Dave Bautista, Janelle Monáe, Madelyn Cline / Sinopse: Um milionário boçal resolve reunir um grupo de amigos em sua ilha particular.  Ele então, propõe um jogo. Seus convidados vão ter que descobrir quem teria lhe matado. 

Pablo Aluísio.

Challenger: Voo Final

Challenger: Voo Final 
Minissérie documental da Netflix que recria o desastre do lançamento do ônibus espacial Challenger. Essa nave espetacular foi destroçada, poucos minutos depois de seu lançamento na Florida. Tudo transmitido ao vivo pela televisão americana na época. Foi um grande choque no mundo inteiro. A credibilidade da NASA foi ao chão. A presidência do governo Reagan precisou dar muitas explicações para a morte de todos os tripulantes. Essa Minissérie passa por todos os estágios dessa tragédia anunciada. Começa a mostrar os preparativos da missão. Era destaque na imprensa mundial o fato de que a tripulação iria ter, pela primeira vez, uma civil. Uma jovem professora de um colégio de ensino médio do interior dos Estados Unidos. Ela foi escolhida para provar para a população em geral que o ônibus espacial era tão seguro que qualquer pessoa comum poderia viajar dentro dele em uma missão tripulada. 

Tudo acabou de forma muito trágica. Todos os astronautas e a professora morreram imediatamente após a explosão. Em 4 episódios, tudo é demonstrado de forma bem didática. A discussão sobre o que teria acontecido domina o último episódio. Uma comissão foi formada e descobriu-se que a principal razão da explosão foi uma falha em peças de vedação feitas de borracha que eram usadas nos foguetes. A temperatura estava muito baixa no lançamento, causando rompimentos. E aí não houve como contornar o desastre completo. Gostei muito do documentário. Traz imagens dos noticiários da época. Registros importantes. Mostra que as peças mais simples podem colocar tudo a perder até mesmo em projetos bilionários como esse.

Challenger: Voo Final (Challenger: The Final Flight, Estados Unidos, 2020) Direção: Daniel Junge, Steven Leckart / Roteiro: Daniel Junge, Steven Leckart / Elenco: June Scobee Rodgers, Barbara Morgan, John Davis Walker / Sinopse: Minissérie documental da Netflix que recria o desastre do lançamento do ônibus espacial Challenger. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Elvis Presley - O Prisioneiro do Rock

Elvis Presley - O Prisioneiro do Rock
Nesse filme, Elvis interpretava um jovem que cometia um crime e se dava mal. Era preso, julgado e condenado a ir para uma penitenciária. Acabaria cumprindo pena ao lado de um companheiro de cela que gostava muito de música e lhe ensinava a tocar violão. Um sujeito com veia artística que passava seu amor pela música para o personagem de Elvis chamado Vince Everett. Quando finalmente saiu da prisão, Vince procurou por algum meio de vida e acabou encontrando justamente na música um novo caminho em sua vida. Acabou assinando com uma empresária que lhe arranjou shows e concertos ao vivo, inclusive um programa feito para ser exibido na televisão. Era um grande passo para sua vida que finalmente estaria no rumo certo. Só que o passado voltaria para destruir o seu futuro. 

Quando o filme chegou nos cinemas, houve uma receptividade dividida em relação à crítica. Alguns críticos elogiaram a tentativa de revitalizar o estilo musical. Ainda mais se tratando da famosa Metro que fez alguns dos maiores musicais da história do cinema americano. Já outros críticos não gostaram muito do que viram. Afirmaram que Elvis era um ator muito amador e dócil, que não tinha intensidade dramática nenhuma para interpretar aquele tipo de personagem. Afinal, esse era um tipo marginal, caminhando entre a criminalidade e a carreira artística. Com o rosto de baby face não convencia no papel de um criminoso.

De qualquer forma a própria Metro resolveu amenizar o roteiro original. Afinal, seria um filme feito para as fãs jovens e adolescentes desse novo cantor que fazia sucesso nas rádios com seu novo tipo de música, o chamado Rock. Nem preciso dizer que o terceiro filme da carreira de Elvis foi sucesso de bilheteria. O ator gostou do que viu, mas depois evitaria assistir esse filme novamente em sua vida. 

A razão é que a atriz Judy Tyler morreu um em terrível acidente automobilístico no dia 3 de julho de 1957. Ela tinha apenas 24 anos de idade e tinha se tornado amiga de Elvis. Ele ficou arrasado com a notícia. Assim Elvis assistiu esse filme uma única vez, em 1957, quando ele foi lançado nos cinemas. Nem quando o filme foi exibido pela primeira vez na televisão Americana, Elvis topou revê-lo. Ele saiu de casa naquela noite, dizendo que se visse a atriz novamente ao seu lado no filme, iria ficar deprimido durante pelo menos uma semana. Ele então baniu o filme completamente de sua vida. Elvis desenvolvia esses traumas com muita facilidade.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Please Please Me / Ask Me Why

The Beatles - Please Please Me / Ask Me Why
Esse foi o segundo single da carreira dos Beatles. Trazia canções que faziam parte do seu primeiro álbum. Na Inglaterra, o compacto fez sucesso, chegando ao segundo lugar entre os mais vendidos. Só que seu sucesso se restringiu mesmo apenas ao país natal dos Beatles. Fora das ilhas britânicas, não houve maior repercussão. No resto da Europa, o single não fez sucesso e foi ignorado nas principais paradas europeias de singles. Nos Estados Unidos, foi ainda pior. Os direitos dos Beatles para América estavam nas mãos de uma pequena gravadora chamada VeeJay. Era um selo muito pequeno e sem expressão e não conseguiu qualquer repercussão nas rádios dos Estados Unidos. 

O compacto passou em brancas nuvens no país de Elvis. A tal ponto que não conseguiu nem classificação na Billboard. Os americanos ainda não tinham a menor ideia de quem eram os Beatles e que tipo de música eles faziam. E também não era um compacto com muita vocação para fazer sucesso. As duas canções eram retiradas, como eu já escrevi, do primeiro disco dos Beatles e não passavam, para falar a verdade, de boas canções de amor adolescente. Apesar dos esforços do empresário Brian Epstein os Beatles ainda iam demorar um pouco para finalmente emplacarem como grande sucesso comercial Internacional. Por essa época ninguém dava muita bola para as músicas do quarteto.

The Beatles - Please Please Me (1962)
Please Please Me 
Ask Me Why  
Selo: EMI Parlophone 
Produção: George Martin
Data de Lançamento: 5 de outubro de 1962

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Yellowstone - Terceira Temporada

Yellowstone - Terceira Temporada
Mais uma temporada dessa série de grande sucesso nos Estados Unidos, contando com 10 episódios. Essa temporada foi lançada originalmente entre os meses de junho a dezembro de 2020. É uma produção do canal Paramount+. Começou até mesmo de forma despretensiosa, mas foi alcançando cada vez mais melhores índices de audiência. Atualmente a série é considerada o carro chefe desse canal que traz a marca de um dos grandes estúdios da história de Hollywood. O aspecto a se considerar é que a série tem se firmado cada vez mais, gerando inclusive outras séries derivadas. Abaixo segue meus comentários sobre cada um dos episódios. Serão publicados conforme assistir aos mesmos.

Yellowstone 3.01 - You're the Indian Now
A temporada anterior terminou quando John Dutton (Kevin Costner) e seu grupo de empregados do rancho, conseguiram recuperar e salvar seu neto, que havia sido sequestrado por criminosos. O acerto de contas foi violento e seis pessoas morreram. Agora Dutton precisa lidar com as consequências, inclusive com os efeitos jurídicos dessas mortes. Ele se reúne com a governadora e com o procurador geral do estado para tentar se livrar da prisão. O acordo feito nos bastidores acaba surtindo bons efeitos e ele pode respirar, pelo menos por enquanto. A vida no rancho segue. Um resort para turistas é criado ao lado de sua propriedade, o que faz com que alguns turistas desavisados invadam suas terras. Isso cria um mal-estar entre Dutton e esses proprietários desse novo empreendimento turístico. E para valorizar os bons e velhos tempos de seus antepassados, ele decide seguir o gado, fazendo vigília à noite com sua boiada, levando o neto junto para que ele tome gosto por aquele estilo de vida. Os bons tempos voltaram. Só não se sabe até quando. / Yellowstone - Terceira Temporada (Estados Unidos, 2020) Direção: Stephen Kay / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly.

Yellowstone 3.02 - Freight Trains and Monsters
Os filhos de John Dutton se envolvem com problemas. A filha Beth Dutton descobre que está para ser construído um grande aeroporto na cidade. Mas o que justificaria a construção deste aeroporto? Ao que tudo indica, será construído um grande complexo turístico que não satisfaz em nada os anseios da família Dutton. Já o filho Jamie que assumiu o cargo de comissário ou delegado rural acaba se envolvendo no assassinato culposo de 2 homens que tinham sido pegos roubando cavalos. Ele meio que admitiu que um policial fizesse "o que fosse possível para dar um jeito naqueles sujeitos". Mal sabia ele que os dois iriam ser mortos, o que vai trazer muitos problemas para ele no futuro. E o velho John Dutton, o que anda fazendo? Ele está curtindo a vida no campo, no meio do gado. Mal sabe ele os problemas que vão lhe aparecer pela frente. / Yellowstone 3.02 - Freight Trains and Monsters (Estados Unidos,  2020) Direção: Stephen Kay  / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 9

Quatro anos antes do clássico "E O Vento Levou" chegar nas telas de cinema o ator Randolph Scott estrelou em um filme muito parecido com aquele dirigido por Fleming. Se tratava de "Noivado na Guerra" (So Red the Rose), um romance épico passado durante a guerra civil dos Estados Unidos. Scott era esse homem comum, com planos para se casar, ter filhos e morar em seu rancho, que via todos os seus planos de vida irem para o buraco com a eclosão de um dos conflitos armados mais sanguinários da história daquela nação.

A produção requintada e caprichada chamava bem a atenção. O próprio Randolph Scott dizia a todos que esse era até aquele momento seu filme mais bem realizado. Só que infelizmente com a chegada de "E O Vento Levou" alguns anos depois, ninguém mais iria se lembrar desse primeiro filme. "Quando eu assisti ao filme de Clark Gable me lembrei imediatamente do meu, mas aí já era tarde demais!" - Brincaria o ator durante uma entrevista.

Bem menos pretensioso foi o filme posterior de Scott. Era uma crônica social sobre costumes da época chamado de "Escândalo na Aldeia" (Village Tale). O enredo se passava todo dentro de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, onde praticamente todos os moradores se conheciam. Randolph Scott era o jovem rapaz que começava a virar alvo de fofocas dentro da cidadela. Os boatos diziam que ele estava envolvido com uma mulher mais velha e casada. Imagine então os problemas vindos de uma fofoca maldosa como essa. Foi um bom filme, mas com resultado comercial apenas modesto.

Os fãs do ator queriam ver mesmo eram índios, lutas, tiroteios, duelos e cavalos. Assim Scott voltou ao velho oeste no grande sucesso "O Último dos Moicanos" (The Last of the Mohicans). O filme surpreendeu se tornando uma das maiores bilheterias do ano. Também caiu nas graças da crítica, chegando a ter três indicações ao Oscar, um feito e tanto. A história se passava durante a colonização pioneira dos Estados Unidos. Scott com figurino de Daniel Boone enfrentava os perigos daquelas terras desconhecidas. Uma das maiores ameaças vinha justamente dos nativos conhecidos como moicanos, com seus penteados bem característicos (imitados pelos punks séculos depois) e uma fúria violenta contra o homem branco que vinha para invadir suas terras.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Os Boinas Verdes

Título no Brasil: Os Boinas Verdes
Título Original: The Green Berets
Ano de Lançamento: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Wayne
Roteiro: James Lee Barrett
Elenco: John Wayne, George Takei, David Janssen, Jim Hutton, Patrick Wayne, Irene Tsu

Sinopse:
Mike Kirby (John Wayne), um velho coronel, é enviado para o front na guerra do Vietnã. Sua principal missão é defender um acampamento do exército norte-americano situado no meio de uma floresta tropical. O lugar virou alvo de bombardeios diários do inimigo. O veterano militar também planeja executar uma missão para sequestrar um alto oficial do exército vietcongue.

Comentários:
Esse filme é fruto da visão tacanha e retrógrada do ator John Wayne em relação a guerra do Vietnã. Ele produziu e dirigiu o filme por conta própria e se deu mal. Quando o filme chegou aos cinemas, já era época da flower Power. Então a crítica, como era de se esperar, desceu a lenha no filme como um todo. A bilheteria também não foi boa porque o povo americano estava cansado dessa guerra absurda e sem sentido. Além do viés ideológico equivocado, o filme também falha como produção de guerra. Wayne, que também dirigiu o filme, errou muito ao rodar cenas na noite. As batalhas do meio da escuridão é um verdadeiro desastre cinematográfico. O espectador não consegue ver absolutamente nada, a não ser a luz das explosões. Para piorar o quadro que já era ruim, John Wayne ainda incorporou um personagem na história só para ficar desfilando a sua visão da guerra. É um personagem de um jornalista e John Wayne aproveita esse papel para desfilar sua raiva contra a imprensa americana da época. Um erro muito banal e constrangedor. Afinal de contas, como o tempo provou, os jornalistas estavam com a razão. Os Estados Unidos perderiam a guerra na pior intervenção estrangeira de sua história. E pensar que John Wayne achava heróico mostrar um bando de militares americanos defendendo um buraco lamacento no meio da floresta, como vemos nesse filme. Uma completa falta de visão da realidade que o cercava naquele final dos anos 60.

Pablo Aluísio.

Aventura no Oriente

Título no Brasil: Aventura no Oriente
Título Original: They Met in Bombay
Ano de Lançamento: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Clarence Brown
Roteiro: Edwin Justus Mayer
Elenco: Clark Gable, Rosalind Russell, Peter Lorre, Jessie Ralph, Reginald Owen, Matthew Boulton

Sinopse:
Os planos do ladrão de joias Gerald Meldrick (Gable) e da vigarista Anya Von Duren (Russell) desmoronam quando o ladrão involuntariamente se torna um herói enquanto se faz passar por um oficial britânico.

Comentários:
Depois da grandiosidade de "E o Vento Levou" o que fazer? Esse foi o dilema do ator Clark Gable. A solução foi estrelar filmes menores na MGM, afinal não seria todo dia que um filme como aquele seria produzido. Esses filmes, digamos, pequenos, contavam até com bons roteiros, mas sem grande relevância. Esse aqui aposta na imagem de cinismo que o ator tinha na época, fruto claro também da popularidade de seu personagem no grande épico. Embora o roteiro tenha uma história que se passe no Oriente, em terras exóticas, o estúdio não teve dinheiro para fazer uma filmagem no exterior. Assim, tudo foi filmado nos grandes estúdios da MGM em Hollywood mesmo. Uma questão de custos de produção. Até mesmo a contratação de uma grande estrela de Hollywood foi deixada de lado. A MGM, assim, apostou na prata da casa, a jovem atriz Rosalind Russell, que nunca se tornaria uma grande estrela. Essa produção até que tem muito humor de classe, mas no quadro geral é apenas um filme de rotina na carreira do ator Clark Gable.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de janeiro de 2023

O Carteiro e o Poeta

Título no Brasil: O Carteiro e o Poeta
Título Original: Il postino
Ano de Lançamento: 1994
País: Itália, França, Bélgica
Estúdio: Cecchi Gori Group Cinematografica
Direção: Michael Radford
Roteiro: Anna Pavignano, Giacomo Scarpelli
Elenco: Massimo Troisi, Philippe Noiret, Maria Grazia Cucinotta, Renato Scarpa, Linda Moretti

Sinopse:
O filme narra a história da improvável amizade entre o poeta Pablo Neruda, conhecido internacionalmente, e um humilde carteiro que lhe entregava a correspondência todos os dias. Quando ele se apaixona, pede ajuda para Neruda nessa conquista amorosa. E o poeta passa a se empenhar ao máximo para que um grande amor surja entre ele e sua amada querida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor trilha sonora original e melhor filme estrangeiro. Indicado na categoria de Melhor ator (Massimo Troisi).

Comentários:
Fez muito sucesso esse drama lírico sobre a amizade entre um grande poeta e um simples carteiro, numa ilha distante. Tudo baseado em fatos históricos reais. A crítica adorou o resultado e o público também respondeu muito bem. Acabou se tornando um dos filmes mais lucrativos da história do cinema europeu. Custou pouco mais de 3 milhões de dólares e ultrapassou a barreira dos 100 milhões arrecadados nas bilheterias em todo o mundo. Um sucesso espetacular. Sucesso, aliás, muito merecido, porque o filme é realmente muito bonito, bem escrito e muito bem atuado. Eu destaco o trabalho do ator Philippe Noiret, como o famoso poeta. Ele é uma figura amigável, doce e ao mesmo tempo, muito empolgado pela chance de ajudar um pouco o carteiro a conquistar o amor de sua vida. Excelente filme que já nasceu cult. E para quem gosta de poesia, é um item cinematográfico de coleção para se ter e se rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

Emmanuelle

Título no Brasil: Emmanuelle
Título Original: Emmanuelle
Ano de Lançamento: 1974
País: França 
Estúdio: Trinacra Films
Direção: Just Jaeckin
Roteiro: Jean-Louis Richard
Elenco: Sylvia Kristel, Alain Cuny, Marika Green, Daniel Sarky, Jeanne Colletin, Christine Boisson

Sinopse:
A modelo francesa Emmanuelle, esposa de um diplomata francês em Bangcoc, embarca em uma jornada de descoberta sexual. Roteiro baseado no livro de memórias escrito em forma de romance, pela autora Emmanuelle Arsan.

Comentários:
Esse é o primeiro filme, o filme original. Seu sucesso daria origem a dezenas de cópias mal feitas e continuações picaretas. Esqueça praticamente todas elas e procure conhecer esse filme apenas. É uma produção que, de certa forma envelheceu, mas ainda mantém o interesse, principalmente porque na época foi considerada um marco no cinema erótico. O próprio livro que deu origem ao roteiro já era polêmico. E quando essa história foi para o cinema, as coisas ficaram ainda mais quentes. O filme foi proibido no Brasil por anos, pela ditadura militar. Consideravam um filme muito imoral, o que é absurdo, ainda mais se formos analisar sob a perspectiva dos dias atuais. Curiosamente, a atriz e o diretor morreram recentemente. Queiram ou não os moralistas e conservadores de plantão, o fato é que eles garantiram seu lugar na história do cinema mundial com esse filme.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de janeiro de 2023

Spectral

Filme de ação e ficção da Netflix. A premissa se baseia em um mundo pós apocalíptico, destroçado após uma invasão alienígena. As grandes cidades estão praticamente em ruínas. E como se isso não fosse trágico o bastante, ainda há o surgimento de um estranho exército que não parece ser desse mundo. São apenas espectros, como se fossem fantasmas. Só que esses soldados são altamente mortais. Eles não são abatidos por armas comuns e quando tocam soldados humanos, os matam imediatamente. Como se fossem congelados a 0° absoluto em questão de segundos. A morte vem em seguida. Como combater um inimigo desse tipo, dessa natureza? Então, um grupo de elite é enviado. Eles lutam contra essas visões fantasmagóricas, ao mesmo tempo em que começam a desenvolver um novo tipo de armamento. Logo descobre-se que existe uma nova tecnologia que o inimigo alcançou. Superar será o desafio.

Esse filme não tem um grande roteiro, mas se mantém interessante por causa das batalhas entre soldados humanos e essas figuras espectrais. A explicação para o surgimento desses soldados inimigos fantasmagóricos também foi muito bem bolada. Eu gostei dessa solução encontrada pelo roteiro, até porque se fossem meramente fantasmas seria banal demais. Acredito que o filme escapa da banalidade completa por causa justamente dessa saída que os roteiristas implantaram para explicar toda a situação. Enfim, o filme tem boas cenas de ação e o roteiro, mesmo não sendo grande coisa, consegue dar conta do recado.

Spectral (Estados Unidos, 2016) Direção: Nic Mathieu / Roteiro: Nic Mathieu / Elenco: James Badge Dale, Emily Mortimer, Bruce Greenwood / Sinopse: Em um mundo destruído por uma invasão alienígena, grupos de soldados humanos têm que enfrentar um estranho exército de seres que parecem ter vindo diretamente do além. Fantasmas que não pertencem mais a esse mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

A Queda

Que filme bom! Eu já havia lido e ouvido várias referências positivas sobre esse filme. Então resolvi conferir para ver se o filme era realmente bom. E foi uma boa surpresa, porque o filme realmente mantém a atenção da primeira até a última cena. Começa com um trio escalando uma grande montanha rochosa. Algo sai errado, e um dos deles cai no abismo. Uma morte horrível! Sua namorada fica completamente traumatizada, entrando em uma fase de grande depressão,  procurando se isolar de tudo, de todos. O pai fica preocupado e a amiga resolve lhe ajudar, fazendo um convite para ela enfrentar todos os seus medos, todos os traumas da morte de seu namorado. A solução que ele encontra para isso é chamar a amiga para escalar uma grande torre de transmissão. Está velha e abandonada no interior desértico dos Estados Unidos. Com 2 mil pés de altura, ela seria a quarta estrutura mais alta da América. Um desafio extremamente interessante para quem gosta de esportes radicais. 

Só que escalar uma estrutura de metal como essa, já velha e enferrujada, com parafusos soltando por todos os lados, não poderia ser considerada uma boa ideia mesmo! E o que seria uma pequena aventura para tirar selfies e gravar vídeos no YouTube, acaba se tornando um drama sem limites. Uma tragédia anunciada. Parte da escada desaba com o peso das garotas e elas ficam presas no alto desta antiga torre. Pior do que isso, seus celulares não conseguem encontrar sinal naquela altura. Não há como pedir socorro! Coragem é tudo o que lhes resta para sair daquela situação, ainda mais quando abutres começam a rondar o alto da torre. Filme muito bom, gostei bastante. Recomendo em especial para quem gosta de esportes radicais e cinema com adrenalina. Escale sem receios.

A Queda (Fall, Estados Unidos, 2022) Direção: Scott Mann / Roteiro: Jonathan Frank, Scott Mann / Elenco: Grace Caroline Currey, Virginia Gardner, Mason Gooding, Jeffrey Dean Morgan / Sinopse: Duas amigas, jovens que tentam superar o trauma da perda de uma pessoa querida, decidem escalar uma velha torre de transmissão, bem no meio de um deserto inóspito. Uma aventura que vai se transformar na maior desafio de suas vidas.

Pablo Aluísio.

Vingança à Sangue Frio

Nesse filme o ator Jean Reno interpreta um assassino profissional. Após mais um "serviço" bem sucedido, ele se isola em uma cabana no alto de uma montanha nevada. Esse, aliás, é um dos segredos de nunca ter sido pego pelos policiais. Depois de mais um crime, é hora de desaparecer por um tempo, sair de circulação. As coisas se complicam quando uma garota sofre um acidente em uma moto de neve perto de onde ele está. Ela bate em uma árvore e sai muito ferida. Mesmo relutante, ele resolve ajudar. Leva a jovem para casa e começa a cultivar uma certa amizade com ela. Só que nunca baixa a guarda, como convém a uma pessoa que faz o que ele faz todos os dias para ganhar a vida. Ele tem razão de se manter sempre com uma certa desconfiança. Afinal, em seu meio tudo pode acontecer.

Temos aqui um bom filme de ação. Eu costumo dizer que o ator Jean Reno é muito subestimado. Ele tentou uma carreira no cinema norte-americano há alguns anos. Conseguiu um certo destaque e até se deu muito bem. Depois retornou para seu país e continuou a fazer bons filmes. Esse aqui é apenas o mais recente de sua longa trajetória e de sua extensa filmografia. O filme fez bastante sucesso nos cinemas europeus. Como grande parte do filme é passado em uma região muito bonita, no alto das montanhas, isso gerou uma bela fotografia para o filme de uma forma em geral. Com personagens bem construídos em uma linha narrativa bem concisa, esse filme é mais uma boa surpresa do cinema europeu. 

Vingança à Sangue Frio (Cold Blood Legacy, França, 2019) Direção: Frédéric Petitjean / Roteiro: Frédéric Petitjean / Elenco: Jean Reno, Sarah Lind, Joe Anderson / Sinopse: Assassino profissional, escondido no alto de uma montanha gelada, ajuda uma jovem que sofre um acidente.  Ele a leva para casa e acaba criando uma certa aproximação com ela, apesar do perigo envolvido nessa situação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Sorria

Esse filme de terror e suspense se revelou bem melhor do que eu esperava. Sua premissa é por demais interessante. Conta a história de uma psiquiatra que começa a tratar de uma jovem com muitos problemas mentais. Ela tem um comportamento de alguém que está sempre em pânico. Entra numa sala, fica nos cantos com medo de tudo, de todos. Afirma haver uma entidade que troca de rosto, que muda de imagem. E isso a deixa sempre com a sensação de estar sendo perseguida. A psiquiatra começa a tratar a questão como sendo de saúde mental, provavelmente esquizofrenia. Só que após o suicídio da garota, ela vê que há algo além. Ela começa a perceber que existe mesmo um tipo de entidade sobrenatural que, para seu azar, passou para a sua esfera pessoal. É claro que os demais médicos não acreditam em algo assim. Em um pensamento pautado pela ciência, não existe espaço para doenças ditas de origem espiritual. Tudo tem uma explicação no mundo racional. 

Conforme seu comportamento vai se tomando cada vez mais errático, as pessoas ao redor, inclusive sua irmã, começam a pensar que ela está tendo sinais de doença mental. Algo genético em sua família, pois sua própria mãe se matou anos antes. O estigma da doença mental ronda aquela mulher ao mesmo tempo em que ela precisa combater um ser que pode ser tanto imaginário como real em um nível absolutamente patológico. O suspense do filme se mantém bem. Há um capricho no elenco em termos de atuação. E mesmo a tal criatura não quebra o clima do filme, afinal, ela pode ser também puramente mental. É um roteiro que me surpreendeu e talvez explique por que esse filme de terror tenha sido tão relevante. Obteve boas notas da crítica e uma bilheteria muito acima da média de filmes de terror. Deixo certamente meu carimbo de filme recomendado.

Sorria (Smile, Estados Unidos, 2022) Direção: Parker Finn / Roteiro: Parker Finn / Elenco: Sosie Bacon, Jessie T. Usher, Kyle Gallner / Sinopse: Após o suicídio de uma paciente, uma psiquiatra começa a desenvolver o mesmo comportamento estranho e fora do normal. Seria algo de sua mente, uma doença mental ou um evento sobrenatural real?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Elvis Presley - Jailhouse Rock (EP)

Elvis Presley - Jailhouse Rock (EP)
Em outubro de 1957, a RCA Victor soltou no mercado o último lote de canções do filme "O Prisioneiro do Rock". Foi um lançamento no formato de EP. Esse formato de vinil era conhecido como Extended Play. Ou seja, um compacto duplo, com geralmente de 4 a 6 músicas. Foi a forma que a RCA encontrou de lançar o restante das canções do filme da MGM. Um fato curioso que sempre me chamou a atenção foi que os produtores decidiram deixar de fora a música "Treat me Nice". Justamente a segunda música mais conhecida da trilha sonora. Ela não se encontra entre as faixas, provavelmente para que o compacto duplo não fosse muito parecido com o síngle que havia feito tanto sucesso. Assim esse EP trazia no lado A as faixas "Jailhouse Rock" e "Young and Beautiful" e no lado B as canções "I Want to Be Free", "Don't Leave Me Now" e finalizando "(You're So Square) Baby I Don't Care".

Esse tipo de lançamento Extended Play ainda viria a ser usado pela RCA Victor até meados de 1966. Os filmes de Elvis que não eram tão populares tinham suas trilhas sonoras lançadas justamente neste formato de vinil. Provavelmente a RCA não colocava muita fé nessas canções. E por isso não produziu um álbum completo, o chamado LP. Sempre achei muito equivocada esse tipo de decisão, mas é algo característico do mercado de discos de vinil daqueles tempos. É complicado avaliar tudo o que aconteceu com a visão do mundo de hoje. De qualquer forma, foi um lançamento de sucesso, chegando ao primeiro lugar entre os mais vendidos.

E, como sempre acontecia em se tratando de Elvis, a RCA Victor sempre reaproveitaria alguma dessas faixas em outros discos. Nem preciso dizer que "Jailhouse Rock" foi relançada em centenas de títulos depois. Quando digo centenas, não é nenhum exagero. Outras faixas menos conhecidas ainda seriam reaproveitadas nos anos 50. Quando Elvis foi servir o exército americano na Alemanha, a RCA ficou sem material novo para compor novos álbuns. Então, algumas músicas foram pinceladas e lançadas em coletâneas, como foi o caso do conhecido"A Date with Elvis". 

É importante realçar também que Elvis nunca mais as utilizaria de maneira em geral. Uma honrosa exceção podemos encontrar na sessão de ensaios do filme "Elvis in Tour" em 1972. Nessa ocasião, durante uma sessão de preparos para a turnê, Elvis gravou uma belíssima versão de "Young and Beautiful". Ouvir essa música com acompanhamento da TCB Band é realmente uma coisa fenomenal. Que pena que Elvis nunca a utilizou no palco. Uma música bem bonita que foi deixada de lado diante de seu vasto repertório.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Respondendo à Bala

Quando o filme começa, encontramos um soldado da cavalaria dos Estados Unidos bem no meio do deserto. Ele está tentando chegar na cidade mais próxima. Só que nada é tão ruim que não possa piorar. Logo se vê cercado por um grupo de guerreiros indígenas. São nativos da nação Cheyenne. Liderados por um jovem guerreiro arrogante que deseja pegar seu cavalo e suas armas. E se o soldado reclamar muito, provavelmente morrerá. O roubo acaba sendo interrompido com a chegada de um velho cacique e líder da tribo. Ele impede o crime. Ambos vão se reencontrar mais na frente no filme, quando um tenente da cavalaria, um sujeito sem experiência e sem via diplomática, resolve combatê-los. É uma situação complicada, porque junta um tenente incompetente do exército americano, que não tem nenhum tipo de sabedoria para lidar com os índios, com um guerreiro que no fundo só pensa em matar todo homem branco que encontrar pela frente. 

Temos aqui até um bom filme de faroeste dos anos 60. As guerras indígenas estão no ar, mas ainda limitadas por um tratado entre o homem branco e o índio que vivia naquela região. O roteiro também aproveita para trazer alguns personagens históricos reais do velho Oeste. Uma delas é a famosa Calamity Jane, que ficou muito conhecida no cinema pelo filme "Ardida como Pimenta", onde era interpretada por Doris Day. Ela é apaixonada pelo soldado, mas é um romance daqueles que não vai para frente. Para quem gosta de um pouco de ação, há um bom conflito envolvendo soldados e peles vermelhas no deserto. E não faltam também alguns toques de sutileza e humor. Fazendo com que o filme muitas vezes fique bem leve para toda a família.

Respondendo à Bala (The Plainsman, Estados Unidos, 1966) Direção: David Lowell Rich / Roteiro: Michael Blankfort / Elenco: Don Murray, Guy Stockwell, Abby Dalton / Sinopse: Um militar da cavalaria dos Estados Unidos se vê envolvido em uma guerra entre o exército e os indígenas em uma região deserta daquele país. E tudo isso acontecendo no momento em que ele estava dando baixa do serviço militar.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 8

Randolph Scott surgiu nos cinemas com seu novo filme intitulado "Perigo à Frente". Era um western, gênero pelo qual ele ia ficando cada vez mais afeiçoado, não apenas pelas boas bilheterias, mas também pela excelente receptividade que vinha da crítica. O ator tinha mesmo o porte e o visual perfeito para filmes do velho oeste e ele pareceu entender bem isso na época. Esse filme foi todo rodado no rancho que servia de estúdio para a Paramount Pictures. Um lugar bonito, espaçoso, onde uma equipe de cinema tinha toda a estrutura adequada para trabalhar.

O curioso é que o roteiro trazia um enredo que se passava no Alasca, envolvendo dois homens e uma mulher numa aventura que envolvia minas, bandidos e tiroteios. Mesmo não sendo o lugar perfeito para reproduzir o Alasca nevado, do frio intenso, os técnicos do filme deram um jeito para tornar tudo crível. A direção desse faroeste foi entregue pela Paramount a Arthur Jacobson, veterano do cinema mudo. O roteiro era novamente baseado em um conto escrito por Zane Grey, autor bastante popular naquela década, a ponto inclusive do poster do filme trazer seu nome em destaque.

É interessante notar que nesse ano de 1935 o ator realizou poucos filmes. Ele havia sofrido uma queda de cavalo que o deixou fora de combate por alguns meses. Quando finalmente viu que estava bem novamente escolheu um filme mais ameno para atuar. Nada de cavalos ou perseguições perigosas pelo deserto do Arizona. Assim Scott surgiu no romance dançante estilo "champagne e bolhas" intitulado "Nas Águas da Esquadra". Embora o título do filme leve muita gente a pensar que se tratava de um filme de guerra com a marinha americana, ele era na realidade um musical, com muita dança e números coreografados. Randolph Scott não era a estrela da fita, mas sim o inesquecível casal formado por Fred Astaire e Ginger Rogers.

O ator só voltaria a montar um cavalo e vestir suas roupas de cowboy no faroeste "O Inválido Poderoso" (Rocky Mountain Mystery). Mais uma adaptação de um livro de western assinado por Zane Grey. Em algumas cenas Randolph Scott surgia mancando o que levou o diretor Charles Barton a lhe perguntar se estava tudo bem, tudo OK. O ator disse que não havia problemas, que eles deveriam continuar a rodar o filme. A história girava em torno do assassinato de vários herdeiros de uma rica mina no Texas. Cabia a Scott tentar desvendar o mistério. Bom filme, valorizado por uma bonita fotografia em preto e branco. Além disso o tal mistério envolvendo os crimes mantinha o espectador interessado até o final do filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Montgomery Clift - Hollywood Boulevard - Parte 2

Montgomery Clift sempre teve um relacionamento muito complicado com seu pai. Isso se referia à sua vida pessoal e profissional. O pai queria que Monty arranjasse um trabalho convencional, que estudasse para ser advogado ou médico. Monty não queria saber de passar sua vida dentro de um consultório ou escritório. Ele queria atuar. O pai achava que ser ator era algo completamente indigno, até vergonhoso. Atuação era coisa de prostitutas e vagabundos na mente dele. Monty porém via isso como uma visão grotesca e antiga, que sequer merecia comentários. Por isso resolveu ser ator em Nova Iorque. Estudar para isso.

Em relação à vida amorosa também havia muitos conflitos. O pai queria que ele se casasse, que formasse uma família. Monty detestava essa ideia. Na verdade ele não queria ser como seu pai, tendo uma vida completamente enfadonha, vivendo de migalhas em um casamento infeliz. Tão ruim era a ideia do casamento que Monty jamais se casaria. Ele adorava ser solteiro, explorar outras possibilidades. Além disso o que ele menos desejava era uma esposa mandona, que o controlasse. A vida de casado era completamente fora de seus planos. E obviamente isso o levou a ter brigas e mais brigas com o pai, até o dia em que o ator viu que era hora de morar sozinho. Ele alugou um apartamento em Nova Iorque foi à luta.

Depois de passar por um exame extremamente concorrido finalmente foi aceito no Actors Studio. Essa foi uma escola lendária de arte dramática, fundada por Elia Kazan e outros grandes professores e diretores, tanto de teatro como de cinema. Estudando e trabalhando em peças pela cidade, Monty foi firmando sua reputação como ator talentoso e profissional. Sempre era pontual nos ensaios e nunca esquecia suas falas. No Actors Studio conheceu Marlon Brando. O colega estava indo para Hollywood, após se consagrar nos palcos de teatro de Nova Iorque. Monty não tinha, pelo menos naquele momento, esse tipo de ambição. Ele queria antes se tornar um grande ator de teatro, para só depois, quem sabe, virar um ator de cinema.

Isso duraria pouco. Monty era um ator profissional e vivia de seu trabalho. Sempre que surgia uma boa proposta de trabalho ele tinha que levar em consideração. Em 1948 um produtor de Hollywood chamado Lazar Wechsler entrou em contato com a agente de Monty em Nova Iorque. Ele queria contratar o ator para atuar no filme "Perdidos na Tormenta" que seria dirigido por Fred Zinnemann. O cachê era excepcionalmente bom, o equivalente a quatro meses de trabalho duro como ator de teatro em Nova Iorque. Monty engoliu todas as reservas que tinha contra os filmes e pegou o primeiro avião para a costa oeste. Ele estava prestes a fazer seu primeiro filme na cidade, algo que definitivamente mudaria sua vida dali em diante. 

Pablo Aluísio.  

MacArthur

É tradicional no cinema americano a produção de filmes enfocando os grandes líderes militares do país nos conflitos em que os Estados Unidos se envolveram ao longo da história. Foi assim com o clássico “Patton” e é assim também com esse “MacArthur”. O tom do filme é quase documental, privilegiando o lado mais histórico dos acontecimentos, tentando reproduzir com fidelidade os principais momentos da carreira de Douglas MacArthur (1880 – 1964). Esse general ficou muito famoso durante a II Guerra Mundial por causa de seus feitos marcantes durante o maior conflito da história da humanidade. O filme começa enfocando a queda das Filipinas durante o ano de 1942. MacArthur era o comandante militar americano na região e não conseguiu manter a presença do exército ianque no país. Diante das circunstâncias recebeu ordens de se retirar. Ele não queria retroceder e ficou possesso com a ordem vinda do Presidente. 

Ficou famosa na época sua declaração de que “iria voltar” para expulsar as forças japonesas de lá. E tal como prometeu cumpriu sua promessa alguns anos depois. Mas isso foi apenas uma pequena parte da trajetória do general durante a chamada Guerra do Pacifico. MacArthur ainda participaria da rendição incondicional do Império Japonês e por fim cairia em desgraça por causa de seu desastrado envolvimento na Guerra da Coreia quando foi finalmente deposto de seu comando após sugerir ao presidente Truman que invadisse a China e a Coreia do Norte, varrendo o perigo comunista do oriente! De fato ele não era um homem de deixar alguma missão pela metade!

Não há outra conclusão a se chegar: MacArthur é realmente um excelente filme para quem quer saber mais sobre a história da II Guerra Mundial. Gregory Peck, como sempre, está fenomenal, interpretando um personagem que por si só já era muito carismático e polêmico. Douglas MacArthur tinha uma personalidade forte e marcante o que acabou lhe valendo a posição de ser um dos comandantes que venceram a guerra contra o Japão no Pacifico. Era um grande estrategista, um militar talentoso, mas também um excêntrico no modo de ser e agir. O sujeito por si só já era uma figura pois usava um cachimbo feito de espiga de milho e detestava todos os políticos de Washington, especialmente o presidente Truman. Ambos eram pessoas bem diferentes e geralmente entravam em atritos. Na verdade mais de uma vez MacArthur se referiu ao presidente como um “caipira”! Enfim, temos aqui uma excelente aula de história, filmado com muita classe e bom gosto. Se tiverem oportunidade de assistir, não percam.
 
MacArthur (MacArthur, Estados Unidos, 1977) Direção: Joseph Sargent / Roteiro: Hal Barwood, Matthew Robbins / Elenco: Gregory Peck, Ivan Bonar, Ward Costello / Sinopse: Cinebiografia do general Douglas MacArthur, comandante das forças americanas durante a chamada Guerra do Pacífico, palco de conflito entre Estados Unidos e Japão durante a II Guerra Mundial. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Drama (Gregory Peck).

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de janeiro de 2023

O Pálido Olho Azul

Esse filme é um lançamento recente da Netflix e um dos mais assistidos dos últimos dias. Conta a história da morte de um jovem cadete, em uma academia militar tradicional. Seu corpo foi encontrado enforcado em uma árvore próxima onde estudava. Tudo é um mistério. Foi um suicídio ou ele foi assassinado? Assim, o diretor decide contratar um investigador para descobrir o que aconteceu. Interpretado pelo ator Christian Bale, esse detetive precisa descobrir os lances e as minúcias dessa morte misteriosa. Nesse processo, acaba sendo ajudado por um jovem cadete que iria se tornar um escritor famoso no futuro. Basta ouvir nome que você vai saber de quem estou falando. Nada mais, nada menos do que o gótico Edgar Allan Poe. E conforme as investigações vão se sucedendo, descobre-se que há algo a mais do que inicialmente poderia se supor. 

Gostei do filme de um modo em geral, mas tenho algumas críticas a fazer ao seu roteiro. Todos os elementos da narrativa estavam bem delimitados e tinha tudo para funcionar muito bem. Só que existe uma mania atual em certos roteiristas que me irrita muito! Sempre querem colocar um plot twist na história ou como se pode dizer, em nossa língua nativa, um tipo de reviravolta surpreendente. Isso é particularmente irritante quando você chega em uma determinada cena e pensa que o filme vai terminar, pois o mistério foi solucionado e não há mais nada de muito importante a se desenvolver. Então, lá vem o roteiro com mais uma reviravolta caprichosa, tentando unir todos as pontas da história. Nem tudo precisa ser explicado em minúcias. Na vida real também existe o acaso. Não precisa estar tudo interligado. Mesmo assim, com essa pequena ressalva do filme ter na realidade dois finais, eu ainda o recomendo. Com boa produção e uma história que mantém o interesse, esse é um dos filmes para se assistir nesse início de ano.

O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eye, Estados Unidos, 2022) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper / Elenco: Christian Bale, Harry Melling, Simon McBurney / Sinopse: Academia Militar em West Point, Estados Unidos. Ano de 1830. Um detetive experiente é contratado para investigar a morte misteriosa de um jovem cadete. 

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de janeiro de 2023

Chamas da Vingança

Esse é o segundo filme baseado nesse livro de Stephen King. A primeira adaptação cinematográfica foi produzida nos anos 80, mais precisamente em 1984. Em termos de comparação, o primeiro filme realmente segue sendo o melhor e por uma razão muito simples. Tinha um elenco realmente muito bom. Só para se ter uma ideia, o ator George C. Scott estava no filme e a garotinha era interpretada por Drew Barrymore. Isso sem falar também no fato de que Martin Sheen também fazia parte do elenco. Isso não quer dizer entretanto que esse segundo filme não tenha lá seus méritos. Ele foi muito criticado por parte da crítica americana. Eu vou ser um pouco mais sensato por aqui. 

Embora o filme tenha seus problemas e isso é inegável, eu diria que até que gostei dessa segunda adaptação. Claro que eu tenho uma queda por filmes baseados em Stephen King, mas isso por si só, não justifica tudo. Eu teria sim algumas ressalvas em relação ao roteiro, que parece bem menos desenvolvido do que o primeiro filme. Além disso, alguns problemas técnicos em termos de efeitos especiais me incomodaram. Recriar o fogo, através de tecnologia digital, é um problema até mesmo nos dias atuais. Quase nunca soa realista para o espectador. Então esse é um problema que surge quando a garotinha ataca seus inimigos. Fica aquela sensação de que você está assistindo a algo que não está acontecendo, que não é real. De qualquer forma o filme pode servir como um cartão de visitas ou um convite para quem gostou da história. Tem o livro e o primeiro filme para conhecer melhor. E isso não deixa de ser algo interessante.

Chamas da Vingança (Firestarter, Estados Unidos, 2022) Direção: Keith Thomas / Roteiro: Scott Teems / Elenco: Zac Efron, Ryan Kiera Armstrong, John Beasley, Sydney Lemmon / Sinopse: Charlie é uma garotinha incomum e especial. Ela consegue colocar fogo em pessoas e coisas apenas com a força de sua mente. E precisará fugir de pessoas que querem colocar as mãos nesse seu poder. Ao lado do pai, foge pelas estradas americanas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Arquivos de Graceland - Parte 11

Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley, morre nos Estados Unidos - A cantora Lisa Marie Presley morreu nos Estados Unidos. A notícia de sua morte foi divulgada na manhã desta sexta-feira. Os principais órgãos de imprensa dos Estados Unidos já tinham divulgado que ela havia sofrido uma parada cardíaca ontem. Levada ao hospital com vida, foi colocada em coma induzido pela equipe médica. Seu estado era grave, mas estável, segundo alguns boletins do hospital onde ela se encontrava. Porém, seu coração não resistiu aos danos e ela faleceu, após algumas horas na UTI. 

A mãe Priscilla Presley divulgou uma nota em que diz: “É com coração pesado que eu devo compartilhar essa notícia devastadora que minha linda filha Lisa Marie nos deixou. Ela foi a mulher mais apaixonada, forte e amável que eu já conheci. Pedimos privacidade enquanto tentamos lidar com essa perda profunda. Obrigado pelo amor e pelas orações”

Lisa Marie Presley foi uma celebridade desde o primeiro momento de sua vida. Foi a única filha do casal Elvis Presley e Priscilla. Depois que os pais se separaram, ela foi morar em Los Angeles, onde alegou ter sido abusada sexualmente por um dos amantes da mãe, com quem tinha um relacionamento complicado. Há alguns anos tentou uma carreira musical. Lançou 3 álbuns. O primeiro deles chegou entre os 5 mais vendidos na época de seu lançamento. A sombra do pai muito famoso, porém, atrapalhou seus planos. A comparação muitas vezes injusta com a carreira do pai lançou uma sombra impossível de superar em sua própria carreira musical.

Com vida pessoal conturbada, casou-se 4 vezes. Foi casada com o cantor Michael Jackson por dois anos. Com o ator Nicolas Cage o casamento foi ainda mais curto, durando menos de 3 meses. Seu último casamento foi com o músico Michael Lockwood. Seus últimos anos de vida não foram felizes. A morte de seu filho Benjamin Storm Keough a devastou completamente. O jovem Ben Presley se matou com um tiro durante a pandemia.  Problemas com vício em drogas também foram noticiados. Lisa Mary Presley tinha 54 anos de idade e deixa 3 filhas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

O Troll da Montanha

Durante muitos anos, o cinema nórdico europeu foi considerado intelectual e cult, que só fazia filmes para um seleto grupo de pessoas de um nível cultural mais elevado. O cinema americano era visto como um cinema comercial, pop por excelência. Claro, são generalizações, mas de certo modo, assim eram vistos as nacionalidades cinematográficas no mundo até bem pouco tempo atrás. Hoje em dia, essa divisão está cada vez mais precária. O cinema europeu já produz filmes que são feitos para puro entretenimento. Exatamente o caso que temos aqui, um filme acima de tudo bem pop. A história é contada sob o ponto de vista de uma pesquisadora que testemunha eventos extraordinários. No passado, ela foi colocada em contato com a lenda do Troll. Puro folclore norueguês. Só que esses monstros lendários se transformam em realidade quando uma empresa de construção de estradas abre uma grande fenda dentro de uma Montanha. 

Isso acaba despertando um Troll gigantesco que começa a marchar em direção à Oslo, a capital da Noruega. E como se pode enfrentar um monstro como esse, que é feito da mesma matéria-prima que uma montanha? Antigamente praticamente não havia muitos filmes sobre esse tipo de criatura mitológica, o Troll. Era raro, mas agora virou modinha. Nos últimos tempos, esse deve ser o terceiro ou quarto filme de Troll que eu vejo. Pelo visto, os mostrengos estão em alta. De qualquer maneira, como se pode perceber, temos aqui um filme pipoca! Não espere grandes divagações ou nada do tipo. "O Troll da Montanha" acaba se revelando mesmo apenas um bom entretenimento de pura diversão. 

O Troll da Montanha (Troll, Noruega, 2022) Direção: Roar Uthaug / Roteiro: Roar Uthaug / Elenco: Ine Marie Wilmann, Kim Falck, Mads Sjøgård Pettersen / Sinopse: As obras de construção de uma estrada no meio de uma Montanha na Noruega desperta o sono milenar de um gigantesco monstro, um Troll, que começa a caminhar para destruir a capital norueguesa de Oslo.

Pablo Aluísio.

Nosso Planeta

Nosso Planeta
Série documental que está disponível na Netflix. Em 8 episódios, vemos aspectos diversos da natureza do planeta Terra em vastas regiões ao longo do Globo terrestre. Tudo filmado com extremo bom gosto e excelente qualidade técnica. Abaixo, deixo meus comentários sobre cada um dos episódios que assisti.

Nosso Planeta 1.01 - One Planet
Esse primeiro episódio é um cartão de visitas do programa. Lindas imagens captadas ao redor do planeta Terra, o único, até onde se saiba, que mantém vida em nosso Universo. Aqui somos apresentados para diversas regiões do mundo, onde vivem animais fantásticos. Desde as regiões do deserto, passando pela África e suas vastas planícies. Onde vivem animais que precisam sobreviver em situações extremas. Essa série de documentários da natureza é realmente essencial para quem gosta desse tipo de programa. Um primor de técnica, imagens bonitas da natureza, e fotografia de primeira linha. E como tempero final, sempre temos uma reflexão sobre os caminhos errados que o ser humano tem tomado em nosso planeta. A ecologia é um fator de extrema importância para o mundo em que vivemos. / Nosso Planeta 1.01 - One Planet (Estados Unidos, 2019) Direção: Adam Chapman.

Nosso Planeta 1.02 - Frozen Worlds
Nesse episódio, somos levados a conhecer os mundos gelados do planeta Terra. E quais seriam esses lugares? Estamos falando da Antartida e do Artico. Toda a fauna desses regiões é apresentada e debatida no episódio. Então temos orcas, as baleias assassinas, baleias jubartes, focas, leões marinhos, morsas e principalmente, os tão conhecidos Pinguins. Todos vivendo em regiões onde a natureza anda sofrendo bastante por causa do aquecimento global. Essa série documental realmente tem belíssimas imagens, de encher os olhos. Tudo é extremamente bem fotografado e caprichado. E os roteiros sempre apresentam um aviso sobre os rumos que o nosso planeta está tomando. A mensagem ecológica sempre está presente. / Nosso Planeta 1.02 - Frozen Worlds(Estados Unidos, 2019) Direção: Sophie Lanfear. 

Nosso Planeta 1.03 - Selvas
Esse terceiro episódio enfoca a grandiosidade das florestas tropicais pelo mundo afora. Começa mostrando a maravilhosa Floresta do Congo, onde vive um dos animais mais fantásticos do planeta Terra. Estou me referindo aos gorilas. Depois o episódio mostra florestas tropicais riquíssimas em espécies de animais e plantas. Bornéu e Guiné são enfocados de maneira pormenorizada. Por fim, mostra a mais exuberante Floresta tropical do mundo. É claro que estou me referindo a nossa Floresta amazônica. Surgem animais como a onça-pintada. Animais que só existem na Amazônia. Uma aula de belas imagens mostrando a grandeza da natureza que deve ser preservada sempre. Um detalhe importante sobre essa série é que ela é produzida em parte com doações da entidade ecológica WWF, conhecida mundialmente. O recado está mais do que dado, o ser humano precisa preservar o nosso planeta. / Nosso Planeta 1.03 - Jungles (Estados Unidos, 2019) Direção: Huw Cordey.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Elvis Presley - Jailhouse Rock - Parte 4

Raramente Elvis Presley gravava duas vezes uma mesma música em estúdio. Isso aconteceu poucas vezes em sua longa discografia. Posso me lembrar imediatamente de "Blue Suede Shoes", que foi gravada em 1956 para seu primeiro álbum na RCA Victor e em 1960 numa versão mais acústica para o filme "G.I.Blues". Outro caso que me vem na mente agora foi a da canção "Love Letters", gravada inicialmente na segunda metade da década de 1960 e depois regravada na década seguinte, dando origem inclusive ao título de um de seus álbuns oficiais. "You Don't Know Me" também ganhou duas versões de estúdio. Uma para o filme "Clambake" e outra para ser lançada em single. Nesse caso Elvis justificou dizendo que gostava bastante da música e que não havia ficado satisfeito com sua versão para o filme de Hollywood.

Então chegamos no estranho caso de "Don't Leave Me Now". Essa canção surgiu pela segunda vez na discografia de Elvis no EP que trazia as músicas do filme "Jailhouse Rock". Os fãs da época estranharam já que essa mesma balada também havia sido lançada no álbum "Loving You", nesse mesmo ano. O que aconteceu? Composta pela dupla Aaron Schroeder e Ben Weisman, essa música ganhou duas versões de estúdio em um curto período de tempo. Falha da RCA Victor, esquecimento por parte de Elvis ou uma escolha do próprio cantor que preferiu melhorar a música? As cartas ficam na mesa, sem uma resposta definitiva.

Outra música composta pelos ótimos Jerry Leiber e Mike Stoller para esse filme da MGM foi a conhecida "(You're So Square) Baby I Don't Care". A versão final foi completada no dia 3 de maio de 1957. Durante as filmagens aconteceu um fato engraçado. O guitarrista Scotty Moore se esqueceu que o filme tinha que seguir uma continuidade. Assim ele tirou e colocou os óculos entre as tomadas de cena. Dois takes básicos de filmagens foram produzidos. Um mais de perto, mostrando Elvis e banda em primeiro plano. Outro mais distante, do outro lado da piscina. No primeiro Scotty surge sem óculos escuros. No segundo ele está com eles. Na montagem final as duas cenas foram editadas em conjunto, o que criou um estranho efeito em quem assistia ao filme. Era o guitarrista que fazia seus óculos desaparecerem em um estalar de dedos! No fundo um erro de continuidade mesmo.

No final de tudo a RCA Victor decidiu que "Jailhouse Rock" não ganharia um álbum completo em LP, como havia acontecido com "Loving You". Ao invés de gravar mais cinco faixas para o lado B, algo que nem iria dar muito trabalho para Elvis e banda, a gravadora decidiu que iria colocar no mercado um mero EP, mais conhecido no Brasil como compacto duplo. Assim havia feito com "Love Me Tender" e assim fariam com "Jailhouse Rock". Olhando para o passado esse foi outro erro crucial na discografia de Elvis. Trilhas sonoras tão importantes, com músicas tão marcantes, precisavam de álbuns completos, com toda a riqueza de detalhes. Lançar em um formato de vinil considerado menor, de segundo escalão, era uma decisão completamente equivocada.

Pablo Aluísio.