sábado, 31 de dezembro de 2022

Feliz 2023

Feliz ANO Novo com muita cultura!
Happy New Year with lots of culture
Bonne année avec beaucoup de culture

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

A Escavação

Enquanto o cinema americano vai vivendo de adaptações em quadrinhos, o cinema inglês mantém sua qualidade e elegância. Roteiros mais bem elaborados, valorizando relações humanas, eis o que temos aqui nessa boa produção. O filme conta a história de uma jovem senhora que fica intrigada com montes nos fundos de sua propriedade rural. Os povos que vivem naquela região dizem que são túmulos antigos. Ela, então, decide contratar um escavador quase amador para explorar o local. Acaba fazendo uma descoberta arqueológica incrível, pois há um grande barco enterrado ali. Provavelmente foi enterrado em homenagem a um grande líder guerreiro do passado, cujo nome se perdeu. Também são encontrados artefatos de ouro de grande valor. É claro que tudo isso desperta atenção da imprensa e das autoridades que logo designam arqueólogos profissionais para cuidar da escavação. Ela estava tentando valorizar o escavador original, um velho senhor que se sente ressentido por não terem dado a ele todo o crédito pela descoberta daquele túmulo medieval. 

Muito bom Filme, gostei realmente. Uma das coisas que me chamaram a atenção foi o fato da atriz Carey Mulligan estar interpretando uma jovem senhora que está morrendo de câncer. Ela está bem envelhecida no filme, o que me deixou muito surpreso, pois não faz muito tempo assisti filmes em que ela interpretava adolescentes rebeldes. Então isso traz, de certa forma, a constatação de como o tempo passa rápido. O filme se baseia muito na relação de sua personagem com a do velho escavador. Ele não tem títulos acadêmicos e nem é um arqueólogo profissional. Por isso é visto meio como um mero amador pelos arqueólogos do museu de Londres. E descobrimos que ele só foi devidamente reconhecido recentemente pela descoberta arqueológica, ou seja, foram décadas para que se dessem os devidos créditos a ele. O mundo acadêmico realmente tem um elitismo lamentável. 

A Escavação (The Dig, Inglaterra, 2021) Direção: Simon Stone / Roteiro: Moira Buffini, John Preston / Elenco: Carey Mulligan, Ralph Fiennes, Lily James / Sinopse: O filme conta a história de uma escavação amadora feita em uma propriedade rural inglesa que acabou revelando ao mundo um antigo barco da era medieval que foi transformado em um túmulo de um rei antigo, com muitos artefatos de ouro. Algo de extremo valor para arqueologia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Drácula

Minissérie produzida pela BBC que está disponível na Netflix. Conta com 3 episódios longos, com média de cada um de 90 minutos de duração. O público se dividiu entre aqueles que gostaram do resultado e aqueles que não curtiram essa nova adaptação do livro de Bram Stoker. Realmente é uma série que tem altos e baixos. Há uma irregularidade entre os episódios. O primeiro e o segundo episódio são muito bons, com uma maior fidelidade ao livro original. Já o terceiro episódio, que foi criticado por muitos, realmente tem problemas. O primeiro é o mais fiel ao livro. Basicamente, é exatamente o que se lê no texto de Bram Stoker. Um jovem advogado vai até o castelo de Drácula para que ele assine a transferência de propriedades que está comprando. Claro que ele acaba caindo numa armadilha terrível. O castelo não é apenas um labirinto, mas também um arapuca mortal. Conforme o vampiro vai se alimentando do advogado, ele vai ficando mais jovem. O segundo episódio mostra a viagem de Drácula para Londres. No livro essa viagem não é tão bem explorada, mas aqui trouxeram inovações que achei criativas e bem realizadas. Esses 2 primeiros episódios são irretocáveis. 

Já o terceiro episódio é um pouco problemático. Ele traz Drácula para os nossos dias. O velho Conde obviamente estranha tecnologias e inovações, mas logo se torna adepto deles e se sente muito à vontade usando celulares, computadores, etc. O final apresentado foi controvertido. Existem aqueles que odiaram o que aconteceu. A minha opinião é que o desfecho é fraco e realmente, em certos aspectos, muito forçado. Mesmo assim, há de se elogiar a tentativa de se criar algo novo em um personagem tão antigo. Adaptações de livros clássicos de terror precisam mesmo se renovar de alguma forma, mesmo que adotem opções que eu mesmo, pessoalmente, não adotaria. De qualquer forma, apesar desse terceiro episódio, eu diria que o saldo geral é positivo. É uma boa minissérie  e o ator Claes Bang que interpreta Drácula merece todos os elogios. Ele tenta ser sofisticado, mas no fundo não passa de uma besta, uma fera sedenta por sangue humano. Essa é a mais pura e fiel essência do personagem original. 

Drácula (Dracula, Inglaterra, 2020) Direção: Jonny Campbell, Paul McGuigan, Damon Thomas / Roteiro: Mark Gatiss, Steven Moffat / Elenco: Claes Bang, Dolly Wells, Morfydd Clark / Sinopse: Minissérie produzida pelo canal BBC, que conta a história do vampiro e nobre Drácula. Uma nova adaptação em uma nova visão sobre esse personagem clássico do mundo da literatura de terror do século 19.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Elvis Presley - Jailhouse Rock - Parte 2

"Treat Me Nice" pode ser considerada a melhor canção dessa trilha sonora, claro logo após "Jailhouse Rock". O tema foi composto pela dupla Leiber e Stoller, grandes nomes do surgimento do rock. Curiosamente uma série de versões foram gravadas. Uma mais aprimorada foi gravada em estúdio para ser lançado no compacto duplo que traria as músicas do filme. Essa mesma versão também foi aproveitada no single. Já outra, bem mais simples, foi gravada para ser usada na cena do filme, quando Elvis a interpreta.

Particularmente prefiro a versão do filme. Aliás ela só estaria à disposição dos fãs em disco muitos anos depois, em vinil, No meu caso tive acesso através do LP "The Great Performances". Infelizmente, como bem se sabe, Jerry Leiber e Mike Stoller seriam afastados da carreira de Elvis pelo Coronel Tom Parker. Eles escreveram inúmeros sucessos comerciais para o cantor, mas nem isso convenceu Tom Parker. Ele achava que a dupla cobrava alto demais pelas músicas. Veja que visão medíocre do empresário. É óbvio que cobravam acima da média, já que eram ótimos compositores. O velho Coronel Parker porém pensava como puro comércio, sem se importar com o aspecto artístico da situação. Lamentável.

E como grande parte da trilha sonora de "Jailhouse Rock" foi mesmo composta por Leiber e Stoller, outra faixa gravada feita por eles foi "I Want To Be Free". Essa nunca chegou a fazer sucesso. Como o próprio Leiber explicaria anos depois essa música era "um tema de prisão", ou seja, imaginemos o sujeito ali preso vendo a janela onde avista um pássaro, com toda a sua liberdade para voar para onde quiser. É o próprio conceito de ser livre. Para alguém que estava preso não poderia haver alegoria melhor.

Esse tema inclusive me lembra um filme clássico chamado "O Homem de Alcatraz". Nesse excelente filme um prisioneiro de Alcatraz ajudava um passarinho ferido que havia caído na janela de sua cela. Isso acabaria despertando nele o desejo de aprender a ciência que estudava esses animais. Depois de longos anos lendo e estudando em sua prisão ele acabaria se tornando um dos maiores especialistas do tema nos Estados Unidos. História real, que realmente aconteceu. O nome dele era Robert Franklin Stroud e foi interpretado no cinema pelo grande Burt Lancaster. Claro que "O Prisioneiro do Rock" não tinha toda essa densidade dramática, mas de qualquer forma vale a analogia cinematográfica. Afinal ambos os filmes, cada um ao seu modo, tinha como protagonista um prisioneiro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

James Stewart e o Western - Parte 2

Como eram muito populares, os filmes de faroeste logo se tornaram o caminho natural para muitos atores de Hollywood durante a era de ouro do cinema clássico americano. Assim foi o caso de James Stewart. Ele começou sua carreira interpretando homens comuns, em filmes ambientados no meio urbano. Algumas comédias românticas, alguns dramas, nada muito especial. Seu começo na indústria foi bem modesto para dizer a verdade.

Seu primeiro grande sucesso nas telas de cinema veio em 1938 com "Do Mundo Nada se Leva". Esse foi o primeiro clássico do ator ao lado do diretor Frank Capra. Esse cineasta queria levantar a moral de uma América abalada pela grande depressão. Por isso seus filmes nesse período tinham uma clara mensagem positiva, de otimismo, de esperança no futuro. James Stewart com sua imagem de homem íntegro do interior, do meio oeste, se encaixava perfeitamente nesse tipo de personagem. Depois de "A Mulher Faz o Homem", também assinado por Capra, foi que James Stewart atuou em seu primeiro western.

O filme se chamava "Atire a Primeira Pedra". Lançado em 1939, com direção do especialista em filmes de faroeste George Marshall (um dos maiores nomes do gênero em todos os tempos), o filme contava ainda com a estrela Marlene Dietrich. Na época de seu lançamento houve algumas críticas pelo fato do filme não ser um western tão tradicional como todos esperavam. Na verdade a presença de Marlene Dietrich exigia algumas concessões no roteiro como a inclusão de músicas e um espaço maior para o romance entre os principais personagens. O público que lotava os cinemas para assistir filmes de western naquela época queria ver pistoleiros durões, duelos em ruas empoeiradas e muita ação, com tiroteios e batalhas entre soldados e nativos. Nada disso havia no filme. O sucesso acabou sendo apenas mediano.

A década de 1940 começou e James Stewart voltou para o tipo de filme que havia se tornado habitual em sua carreira. Atuou no simpático "A Loja da Esquina", no drama "Tempestades d'Alma", no divertido musical em tom de humor "A Vida é uma Comédia" e finalmente no maior sucesso de sua carreira até aquele momento, "Núpcias de Escândalo". Esse filme dirigido por George Cukor tinha um roteiro primoroso e um elenco acima da média, com os imortais  Cary Grant e Katharine Hepburn atuando ao seu lado. O ator foi inclusive premiado pelo Oscar. Era o auge, pensava ele. Durante uma entrevista declarou: "Eu cheguei ao pico da minha carreira. Nada mais poderei fazer para superar isso!". Quando o jornalista perguntou sobre a possibilidade dele fazer novos filmes de faroeste, Stewart respondeu: "Eu quero fazer! Tudo o que posso dizer é que ainda não encontrei um roteiro que me interesse. Isso é questão de tempo. Pretendo atuar ao lado de John Wayne em um futuro próximo!". Ele tinha razão sobre isso. Em alguns anos ele faria ao lado de Wayne um dos maiores clássicos do western de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

A Felicidade Não se Compra

O diretor Frank Capra passou sua carreira tentando levantar a moral do povo americano. Isso em uma época de grande crise econômica. Estou me referindo a grande depressão que assolou os Estados Unidos. Diante de milhões de desempregados e pessoas sem esperança ele abraçou o otimismo perante a vida. Ele tentou trazer uma mensagem nova e poitiva em seus filmes. Esse é um dos seus clássicos natalinos, sempre reprisado nos Estados Unidos nessa época do ano. Conta a história de um homem que sempre sonhou em ir embora da pequena cidadezinha onde nasceu. Ele tinha planos de ir para a universidade e dali ir para o mundo, viver uma vida sem limites e sem fronteiras. Só que conforme o tempo passa, seus planos vão fracassando em série. Ele não consegue ir embora da cidade por causa do pai, que falece precocemente. Ele precisa então tomar conta desse seu negócio que nunca esteve indo muito bem. Também conhece uma jovem da região e se casa com ela tendo filhos. Então seus sonhos de grandeza, que cultivou na juventude, vão desaparecendo com o tempo. 

Quando a idade vai chegando, ele vai percebendo que nada daquilo que havia planejado deu certo. Ele continua na mesma cidade, onde sempre esteve, levando uma vida de certa forma medíocre. Seu irmão mais jovem acaba realizando seus sonhos, pois consegue ir para universidade e acaba se tornando um herói de guerra. Quando o negócio que herdou de seu pai finalmente vai à falência, ele pensa em acabar com tudo, pensa em se matar. Neste momento crucial de sua vida, surge um desconhecido. Ele é na realidade um anjo, mas não se parece em nada com aqueles anjos loiros de cabelos encaracolados que vemos nas igrejas. É um senhorzinho que quer apenas ganhar suas asas e para isso deve ajudar aquele homem desesperado. Então ele mostra como seria o mundo sem a sua existência. Mostra que ele torna a vida das demais pessoas melhores e que faria muita falta neste mundo. Um filme bonito, simpático e, de certa forma, bem inocente. Mas cuja mensagem conseguiu sobreviver à prova do tempo.

A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life, Estados Unidos, 1946) Direção: Frank Capra / Roteiro: Frank Capra / Elenco: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore / Sinopse: O filme conta a história de um homem que tenta se matar na noite de Natal. Em sua visão, sua vida não deu muito certo e todos os seus planos foram por água abaixo. Então, surge em sua vida um anjo que vai tentar evitar que isso aconteça e mostrar a ele que sua existência tem valor e importância, principalmente para as outras pessoas que vivem ao seu lado.

Pablo Aluísio.

A Doce Vida

Esse é um dos filmes mais lembrados de Federico Fellini. A história é relativamente simples. De forma em geral, é uma crônica sobre a vida de um jornalista no começo da década de 1960, em Roma. Marcello Mastroianni da vida a esse personagem. Enquanto busca novas notícias e reportagens, ele vai vivendo sua vida. E no seu dia a dia de jornalista, acontecem coisas interessantes. Ele faz a cobertura da chegada de uma equipe internacional de cinema. Uma equipe com tipos bem diferenciados. Há o galã envelhecido, com problemas de alcoolismo, que parece estar sempre ressentido com o sucesso alheio. Há a bela estrela internacional, que parece ter uma personalidade infantil e boboca. E há também os paparazzis que ficam ao redor em busca de uma foto escandalosa para vender aos jornais sensacionalistas. Como se trata da Itália, há também espaço para a religiosidade verdadeira ou fajuta. Crianças dizem que estão vendo a virgem Maria. Logo, é montado um verdadeiro circo em torno disso tudo. Sendo que a própria igreja não leva muita fé. 

Por fim, Fellini também aproveita para criticar a elite romana. Um grupo de pessoas com muito dinheiro e pouca profundidade intelectual na cabeça. Pessoas completamente vazias e fúteis, que passam suas noites em festas sem sentido, que no fundo são bem tediosas. Um aspecto que me chamou atenção nesse filme é que Fellini parece louvar a beleza. Não apenas a beleza das atrizes, pois todas são belas, mas também para a beleza de outras coisas da vida, como por exemplo, carros bonitos e a própria Roma. No fundo, acredito que Fellini era um grande esteta. E isso parece estar provado em cada cena desse seu famoso filme.

A Doce Vida (La dolce vita, Itália, 1960) Direção: Federico Fellini / Roteiro: Federico Fellini / Elenco: Marcello Mastroianni, Anita Ekberg, Anouk Aimée / Sinopse: O filme conta a vida quotidiana de um jornalista italiano trabalhando em Roma. Ao longo de uma semana, ele vai cobrindo diversos aspectos da vida do povo italiano. Desde sua religiosidade, o mundo das celebridades, passando pela futilidade das classes altas.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de dezembro de 2022

Wandinha

Mais uma adaptação da interminável série de adaptações da família Adams. Agora, os produtores resolveram fazer uma minissérie pincelando apenas uma das personagens principais. De certo modo, sempre foi uma das mais populares. Estou me referindo a Wandinha, imortalizada no cinema pela atriz Christina Ricci. Ela ganha sua própria série de TV na Netflix. E sabe de uma coisa? Ficou muito bom! Não ficou excessiva, não ficou boboca, ficou na medida certa. E eu penso que esse humor negro da família Adams é a prova de falhas no final das contas. Deu certo no mundo dos quadrinhos, deu certo nas adaptações cinematográficas e segue dando certo em em desenhos animados e até mesmo nesta nova série. Já é uma das mais assistidas do catálogo da Netflix, mostrando que veio para ficar. Mais um acerto da plataforma que, a despeito de certas notícias que estaria em crise, sobrevive pela diversidade e também pela criatividade. 

No primeiro episódio, a Wandinha vai parar em uma escola de internato. Ela andou aprontando muito na escola onde estudava. Para se ter uma ideia, jogou um saco de Piranhas na piscina dos atletas boçais, que estavam treinando para mais um jogo de polo aquático. Por terem mexido com seu irmão. Ela então agiu com seu típico modus operandi. Jenna Ortega que interpreta Wandinha, está excelente. E o elenco de apoio também se destacou com nomes relevantes. Mantenha a devida atenção para a participação da atriz Catherine Zeta-Jones como Morticia Addams. Fazia tempo que havia visto ela ultimamente, continua uma mulher belíssima! Até mesmo a Christina Ricci faz parte do elenco. Então tudo está nos seus devidos lugares, irei acompanhar a série com certeza.

Wandinha (Wednesday, Estados Unidos, 2022) Direção: Tim Burton / Roteiro: Alfred Gough / Elenco: Jenna Ortega, Catherine Zeta-Jones, Christina Ricci / Sinopse: Aluna problemática, Wandinha, é  enviada para um internato onde toca o terror entre os alunos e os professores de sua nova escola.

Pablo Aluísio.


Episódios Comentados - Wandinha:

Wandinha 1.02 - Woe Is the Loneliest Number
Segundo episódio da série. Tudo muito divertido. Wandinha tenta descobrir o mistério da morte daquele rapaz no bosque, ao mesmo tempo em que participa de uma competição esportiva entre grupos de alunos da escola. Eles precisam atravessar um pequeno lago e ir até um lugar para pegar uma bandeira e trazer de volta. Só que nessa travessia vale tudo, inclusive trapaças. Ela quer de todo jeito vencer a prova, porque ela detesta uma aluna que a está marcando. Esse é um episódio cheio de fantasia e coisas divertidas. Com direito até mesmo a uma sereia, sabotando barcos. E também descobrimos que a diretora da escola na verdade é um estranho ser que muda de forma. Enfim, a imaginação voa, resultando em uma série de muito sucesso. Os faz não vão ter definitivamente do que reclamar. / Wandinha 1.02 - Woe Is the Loneliest Number (Estados Unidos, 2022) Direção: Tim Burton / Elenco: Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Riki Lindhome.

Wandinha 1.03 - Friend or Woe
Wandinha vai participar de uma espécie de festival que vai acontecer na cidade vizinha à escola onde ela estuda. A caipirada vai inaugurar uma estátua do fundador da cidade. Na realidade, ele foi um pioneiro cruel que caçou mulheres acusando elas de bruxaria. Chegou a queimar muitas mulheres inocentes em um passado distante. E Wandinha tem visões desse passado tenebroso. É claro que ela não vai deixar passar barato, ela vai fazer alguma coisa para colocar essa estátua no chão. E também vai seguir com suas investigações sobre o ataque do monstro no bosque. Ela descobre coisas preciosas nesse episódio, como por exemplo, a localização exata da antiga igreja onde as bruxas foram queimadas vivas. Há uma clara ligação entre esse local e o monstro que apareceu nas sombras da noite. / Wandinha 1.03 - Friend or Woe (Estados Unidos, 2022) Direção: Tim Burton.

Wandinha 1.07 - If You Don't Woe Me by Now
Wandinha descobre os planos e os envolvidos no ataque daquele monstro no bosque, inclusive descobre que o tal monstro é o mesmo que foi usado no famoso romance "O Médico e o Monstro". E para sua decepção ela também descobre que o carinha pelo qual estava se apaixonando era o próprio monstro, sim, aquele jovem que trabalha na lanchonete da cidade. Episódio muito bom de uma série que é realmente acima da média. Fruto do ótimo trabalho de Tim Burton. / Wandinha 1.07 - If You Don't Woe Me by Now (Estados Unidos, 2023) Direção: James Marshall / Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar / Elenco: Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Riki Lindhome.

Wandinha - Episódios Finais
Finalmente terminei de assistir os episódios dessa série que fez muito sucesso na Netflix. É a  tal coisa, nunca subestime Tim Burton. Você pode até não gostar do estilo dele na direção, mas não há como negar que o cineasta tem muito talento. Sua filmografia no cinema está aí para provar isso. Agora no mercado de streaming, ele provou mais uma vez que consegue excelentes resultados, mesmo que o material original seja limitado. Até porque pense bem. Estamos falando de uma personagem secundária da família Addams. Achar que uma série sobre a Wednesday (seu nome original em inglês) iria render tanto sucesso é realmente de surpreender. 

E a atriz Jenna Ortega que faz a protagonista parece ter o mesmo estilo da personagem que interpreta. Ela obviamente virou ídolo teen e se saiu bem nessa estampa de rebelde dark. Andou falando mal dos roteiristas da série, puxou briga com a turma antitabagismo e se meteu em polêmicas de todo tipo. E claro, se tornou alvo preferido dos paparazzis. Uma garota explosiva! De minha parte gostei do final da série. Veja que é um produto juvenil, então aquela coisa toda de escola, um monstro andando pelos bosques e o segredo sobre sua verdadeira identidade fez com que os adolescentes ficassem ainda mais vidrados nos episódios. Tiro certo no alvo...

Pablo Aluísio.

Hotel Transilvânia

O Conde Drácula resolve criar um hotel. Um lugar para que os monstros possam descansar e relaxar em paz durante os feriados. E que se encontra bem escondido em uma floresta sombria, distante dos seres humanos. Aliás, a principal regra do estabelecimento é que nenhum ser humano deve ser aceito por lá. E assim o vampiro vai vivendo sua vida numa boa ao lado de sua filha adolescente. Tudo muda quando um jovem sem noção chega no local. Ele consegue encontrar o hotel e transforma tudo o que ocorre ali dentro. E pior do que isso. Ele acaba se apaixonando pela filha do Conde Drácula. Imagine a quantidade de problemas que uma situação como essa vai trazer! Só que, claro, tudo levado numa boa. Um roteiro que valoriza o bom humor e a diversão. 

Essa animação fez muito sucesso. Deu origem a três continuações e a uma divertida série animada nos canais a cabo. Chegou a faturar mais de 450 milhões de dólares nos cinemas, um feito incrível para o mundo da animação. Seu sucesso não é uma surpresa, uma vez que foi dirigido por Genndy Tartakovsky, um verdadeiro craque do mundo dos desenhos animados. Entre outras coisas que ele criou, estão desenhos animados de muito sucesso, como "O Laboratório de Dexter" e "Johnny Bravo". O projeto também contou com a preciosa ajuda do ator Adam Sandler. Muito popular nos Estados Unidos, ele ajudou a transformar essa animação em grande sucesso de bilheteria.

Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania, Estados Unidos, 2012) Direção: Genndy Tartakovsky / Roteiro: Peter Baynham, Robert Smigel / Elenco: Adam Sandler, Kevin James, Andy Samberg / Sinopse: Essa animação conta a história de um divertido hotel mantido e gerenciado por ninguém menos que o famoso vampiro da literatura, o Conde Drácula.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Um Dia de Louco

Título no Brasil: Um Dia de Louco
Título Original: Mixed Nuts
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Steve Martin, Madeline Kahn, Robert Klein, Anthony LaPaglia, Rob Reiner, Adam Sandler

Sinopse:
As coisas mais loucas e insanas podem acontecer no Natal. E realmente acontece com um grupo de jovens e velhos moradores de uma grande cidade. Uma metrópole dos Estados Unidos. Quem chegar ao final do Natal vai ser o grande vencedor.

Comentários:
Não me entenda mal, eu gosto muito do Steve Martin como ator e principalmente como comediante. Entretanto, tudo parece ter seu tempo certo de acontecer. O melhor dele, de sua carreira, aconteceu nos anos 80. Nessa década, ele lançou seus melhores filmes e fez seus melhores trabalhos para o cinema. Com a virada para os anos 90, a carreira dele começou a declinar. Tirando um ou outro filme, ele realmente fez algumas Produções que deixaram muito a desejar. Esse filme aqui é inofensivo, e banal. Algo que não cairia muito bem no Steve Martin dos anos 80. Nada de muito especial, apenas um filme meio bobo de Natal. Eu realmente gostaria de ter gostado, mas não deu. Na época que assisti, ainda nos anos 90, dei apenas 2 estrelas de avaliação. Ou seja, um filme apenas regular. Nada mais do que isso, além de ser bem esquecível, para dizer a verdade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Réplicas

Título no Brasil: Réplicas
Título Original: Replicas
Ano de Lançamento: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Jeffrey Nachmanoff
Roteiro: Chad St. John, Stephen Hamel
Elenco: Keanu Reeves, Alice Eve, Thomas Middleditch, John Ortiz, Emjay Anthony, Emily Alyn Lind

Sinopse:
O ator Keanu Reeves interpreta um cientista que concebe um meio de transferir a mente ou a consciência de uma pessoa para uma entidade robótica. O experimento não dá tão certo, mas abre portas. E quando sua família morre em um terrível acidente de carro, ele pensa em uma forma de preservar suas consciências para transferir para uma nova entidade, só que desta vez de natureza biológica.

Comentários:
Filme também conhecido como "Cópias: De Volta à Vida". Esse filme promete muito mais do que entrega ao espectador. A premissa é excelente e ao mesmo tempo antiga. Não há novidade nenhuma, como se pode pensar inicialmente. Essa situação de transferência de mentes e consciências de um corpo para outro, seja ele físico ou biológico, é uma coisa antiga, inclusive no mundo da literatura. Então não temos assim uma grande novidade sobre a mesa. De qualquer forma, com as discussões éticas envolvidas nos dias de hoje, o roteiro poderia ir muito além. Só que ao invés disso, se torna totalmente previsível. Tudo passa a se resumir numa caça à família do cientista. O executivo da empresa quer matar aquelas pessoas. E se pensarmos bem, isso não faz o menor sentido. Por que aquela empresa iria querer matar os familiares do cientista? Eles são a prova de que a ciência encontrou um meio de driblar a morte. E nada seria mais lucrativo do que isso no mercado científico. Mas coerência é deixado de lado para soluções fáceis. Com isso, o filme se torna banal e se perde completamente.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Natal Sangrento

Título no Brasil: Natal Sangrento
Título Original: Black Christmas
Ano de Lançamento: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sophia Takal
Roteiro: Sophia Takal
Elenco: Imogen Poots, Aleyse Shannon, Lily Donoghue, 
Brittany O'Grady. Caleb Eberhardt, Cary Elwes

Sinopse:
Alunas progressistas de uma universidade americana passam a ser ameaçadas por um grupo de alunos riquinhos com péssima índole de uma fraternidade exclusivamente masculina. Eles querem uma volta ao passado com valores machistas, racistas, reacionários e retrógrados. E para isso apelam até mesmo para rituais sobrenaturais. 

Comentários:
Muita gente boa se confundiu pensando que esse seria o remake do filme "Natal Sangrento" de 1984. Aquele que trazia um Papai Noel com um machado pingando sangue humano. Realmente marcou muito para os fãs de terror dos anos 80. Sim, esse filme é um remake, mas de outra produção. Na realidade, se trata do remake do filme "Noite do terror" de 1974. Para adaptar a história aos nossos dias, a roteirista acrescentou um claro viés de progressismo na história. As garotas feministas sendo assediadas por caras machistas e malvados. Tudo bem. Só achei muito estranho mesmo a questão sobrenatural desse roteiro. Colocar o busto do fundador da universidade como se ele irradiasse forças sobrenaturais foi algo bem sem noção. Uma gosma preta que possui os estudantes? Bem idiota! De uma forma ou outra, esse filme dá para assistir numa boa. Esse universo de fraternidades das universidades americanas são sempre legais de se acompanhar. Mesmo quando os personagens são bem chatinhos. Só senti falta mesmo do Papai Noel com o machado ensanguentado para matar jovens sem perspectivas, mas aí é uma outra história, afinal, estamos falando de outro filme. 

Pablo Aluísio.

Ritual Macabro

Título no Brasil: Ritual Macabro
Título Original: Ritual
Ano de Lançamento: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: After Dark Films
Direção: Mickey Keating
Roteiro: Mickey Keating
Elenco: Lisa Marie Summerscales, Dean Cates, Derek Phillips, Larry Fessenden, Mickey Keating, Brian Lally

Sinopse:
Depois de receber um telefonema angustiado, um homem chega a um motel decadente na estrada para descobrir que sua ex-esposa matou um estranho que está conectado a um culto perigoso. E agora eles precisam achar uma solução para a aflitiva situação.

Comentários:
Esperava mais desse filme. Ele foi até bem elogiado ali dentro do círculo mais restrito de fãs de filmes de terror e suspense. E realmente tem uma boa premissa ao mostrar essa situação limite. Um homem, sua ex esposa e um sujeito morto a facadas, caído no chão de um quarto de motel de beira de estrada, nos Estados Unidos. Para piorar, o sujeito tinha ligações com uma seita satânica e seus membros, obviamente, não iriam deixar aquele assassinato ocorrer de forma gratuita. O ódio corre nas veias desse tipo de gente e eles vão correr atrás de vingança. Só que esse filme, apesar dessa premissa supostamente violenta, não é tão violento assim. Até mesmo questões de excesso de sangue e tripas são amenizados. Para falar a verdade, esse filme poderia ter sido realizado até mesmo em épocas passadas, como os anos 60. Eu estava esperando algo mais gore. De uma forma ou outra, é de se elogiar a tentativa do roteiro de explorar essa situação de forma inteligente. Algo que se perde quanto os próprios satanistas surgem no filme. Eles parecem um bando de idiotas com essas máscaras em forma de caveira. De qualquer forma, até eles surgirem, o filme se sustenta bem. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Elvis Presley - Jailhouse Rock - Parte 1

A imagem de um jovem Elvis Presley vestido com roupa de prisioneiro, dançando e cantando dentro de uma cadeia, foi considerada pelos conservadores americanos, na década de 1950, como uma das coisas mais ultrajantes que a cultura pop poderia produzir. Pastores evangélicos disseram em cultos que Elvis iria levar toda a juventude para a perdição eterna. Alguns foram ainda mais longe, afirmando que Elvis era um enviado de Satã para corroer os valores mais tradicionais da sociedade. Foi mesmo algo chocante para os padrões da época. Afinal, o que ele queria passar com aquilo tudo? Que se tornar um marginal, um preso, era algo positivo para as jovens que o seguiam?

Tudo bobagem. "Jailhouse Rock", que no Brasil recebeu o título de "O Prisioneiro do Rock", nada mais era do que mais um musical da Metro, o estúdio de Hollywood que mais produziu filmes musicais clássicos na história do cinema americano. Com tanto Know-how de seus técnicos e membros na equipe de filmagem não é de se admirar que esse tenha sido mesmo um dos melhores filmes da carreira de Elvis Presley. Uma simbiose perfeita entre a velha Hollywood, dos tempos de Fred Astaire, com essa nova geração de jovens roqueiros que surgia. Se o Rock era a nova moda entre a juventude, então a Metro iria se adaptar para essa nova realidade.

Para Elvis o filme surgia como uma chance dele realizar seu grande sonho, que era se tornar um ator ao estilo de James Dean e Marlon Brando, seus grandes ídolos no cinema. Só que Elvis era ainda muito jovem e inexperiente para atuar nesse sentido. A Metro também não queria produzir um drama, mas sim um musical mesmo, com boas cenas de coreografia, com muita dança, ritmo e música. Embora o filme anterior de Elvis, "Loving You", tivesse sido filmado em cores, a Metro decidiu que esse novo musical seria todo realizado em fotografia preto e branco. E para realçar ainda mais isso mandou que Elvis pintasse seu cabelo na cor mais escura que pudesse encontrar. O preto forte iria agradar tanto Elvis a partir daí que ele decidiu adotar essa cor do cabelo para sempre.

Um dos pontos altos do filme surgiu exatamente na cena em que ele dançava com os demais prisioneiros. Para muitos essa sequencia acabou se tornando o primeiro clip da história da música, uma vez que a cena funcionava perfeitamente bem fora do contexto do filme. Claro, na época, a cena se tornou antológica, caindo no gosto dos jovens de uma maneira que ninguém poderia esperar. Fruto de muito empenho, ensaio e trabalho da equipe de coreografia do estúdio. Não é de se admirar que esse momento acabou se tornando um dos mais lembrados da carreira de Elvis no cinema, a tal ponto que entrou para sempre na história da cultura pop.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Please Please Me - Parte 4

Por muitos anos, por ser uma baladinha, "Ask Me Why" foi considerada uma filha de Paul. Afinal ele sempre foi o grande compositor de músicas românticas dos Beatles. Anos depois porém o mistério foi decifrado pois ao que tudo indica a canção foi escrita quase que noventa por cento por John Lennon. Paul apenas deu retoques finais em sua melodia.

Uma surpresa encontrar uma música tão terna provindo do áspero John Lennon. Por ter uma boa sonoridade e vocação para as paradas o produtor George Martin a colocou como lado B do single "Please, Please Me". Uma decisão acertada já que a outra canção que os Beatles queriam colocar no segundo lado do compacto era muito fraca mesmo. Essa música chamada "Tip of My Tongue" foi assim deixada de lado pelo grupo.

Eu particularmente aprecio "Baby It's You". Esse é um cover dos Beatles para um sucesso do The Shirelles, um grupo vocal negro formado por maravilhosas cantoras que conseguiram se tornar o primeiro grupo feminino afro-americano a atingir o topo de sucessos da Billboard Hot 100, um feito incrível para os anos 1960, principalmente em uma sociedade com tantos problemas raciais como a norte-americana na época. A versão dos ingleses cabeludos segue praticamente passo a passo a gravação das garotas do Shirelles. Não há grandes diferenças entre as duas versões. Foi colocada no álbum por sugestão de John Lennon que estava muito interessado no som de grupos negros, principalmente os que faziam parte do elenco de artistas da gravadora Decca.

"A Taste of Honey" tem uma sonoridade peculiar. Talvez seja a pior faixa do álbum, com um arranjo vocal muito pretensioso que hoje em dia soa desconfortável aos ouvidos. Seu exótico ritmo talvez se explique pelo fato da mesma ter sido composta baseando-se em uma peça teatral de sucesso na época. Daí vem sua dramaticidade. A versão dos Beatles é apenas ok. Provavelmente foi colocada no disco para preencher mais espaço e tempo, afinal o álbum foi planejado para ser lançado com quatorze músicas, o que era acima da média na indústria fonográfica daqueles tempos. O mais comum eram discos com dez ou no máximo doze faixas. Muito provavelmente George Martin tenha lotado o disco de canções como forma de convencer o consumidor a comprar o LP de estréia daqueles jovens novatos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Matar ou Cair

Esse foi um dos últimos filmes do ator Audie Murphy. Ele morreu relativamente jovem, em um acidente de avião. Depois desse filme aqui, ele só iria atuar em mais duas produções, também de faroeste. Nessa película dos anos 60, ele interpreta um xerife de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Tempos do velho Oeste. A região onde está situada a cidade está sendo assolada por uma quadrilha de bandidos e criminosos, liderados por um sujeito chamado Drago Leon. Ele literalmente aterroriza as populações locais. Rouba trens, faz assaltos violentos a bancos, sequestra pessoas e pede resgate, enfim pratica todos os tipos de crimes imagináveis. O xerife Chad Lucas (Audie Murphy) então decide formar um grupo para ir atrás desse bandido. E eles vão parar em um deserto dos mais inóspitos, nas cercanias da região. O criminoso parece se esconder em uma colina íngreme. Onde é bem difícil chegar com cavalos. Pior do que isso, o xerife descobre que uma antiga paixão de seu passado está envolvida nos problemas. O irmão dela faz parte do bando de Drago. 

Um bom filme, relativamente bastante curto, da última fase da carreira do ator Audie Murphy. É o que eu diria ser um Bang Bang ao velho estilo, um filme mais convencional. E isso soa interessante, pois o filme foi lançado em 1966, quando a onda da contracultura já chegava com força nos Estados Unidos. A música, os costumes e o próprio cinema estavam mudando definitivamente. Só que ainda havia espaço para os filmes de western, como esse, de Audie Murphy. É um filme tradicional, diria até mesmo conservador para os padrões de Hollywood já naquela época. Um velho sopro que ainda ecoava do passado de glórias do cinema americano. 

Matar ou Cair (Gunpoint, Estados Unidos, 1966) Direção: Earl Bellamy / Roteiro: Mary Willingham, Willard W. Willingham / Elenco: Audie Murphy, Joan Staley, Warren Stevens / Sinopse: Um xerife de uma pequena cidade do interior do velho Oeste decide ir atrás de um criminoso, um bandoleiro perigoso, que está tocando o terror em toda a região. Só que não vai ser nada fácil colocar aquele bandido atrás das grades.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 14

Vamos em frente. O filme intitulado "O Rei do Rio Pecos" foi lançado em 1936, com direção do cineasta Joseph Kane. Nesse filme John Wayne interpreta um personagem chamado  John Clayborn. No passado seus pais foram mortos por um barão do gado, um sujeito muito rico, mas totalmente inescrupuloso. O tempo passa e Clayborn se forma em direito, se tornando advogado. A partir desse ponto ele tentará trazer justiça para a região, levando ao tribunal o homem que matou seus pais. Só que naquela terra sem lei isso vai ser mais do que complicado de se realizar. Só sobrará mesmo o caminho da justiça pelas próprias mãos.

O filme seguinte de John Wayne ganhou um título nacional que hoje em dia soa mais do que divertido. A produção por aqui, no Brasil, recebeu o título nacional de "Limpando a Zona" (do original " The Lonely Trail"). Só rindo não é mesmo? Mas qual éra a história dessa antiga película do Duke? John Wayne interpreta um sujeito, um cowboy, que é contratado para livrar uma região de bandoleiros e encrenqueiros em geral. Gente perversa, bandidos de modo geral. O serviço vai ser trabalhoso, mas ele acaba dando conta do recado.

Depois de limpar a zona, John Wayne não parou e foi trabalhar no filme seguinte. Ele trabalhava sem parar nessa época. Jovem e disposto, saía de um filme e entrava no próximo, sem pausa para descansar. Seu filme seguinte ganhou um título forte no Brasil, se chamando simplesmente "Tenacidade" (Winds of the Wasteland). Ele aqui interpreta um astuto empresário no velho oeste que tenta ficar rico com a chegada do telégrafo. Um filme interessante, um pouco fora do comum do que ela fazia nessa fase de sua carreira.

"Sentinelas do Mar" (Sea Spoilers) também mudava os ares, os cenários dos filmes de Wayne. Aqui ele deixava de ser um cowboy para se tornar um valente marinheiro dos sete mares. Ele acaba se envolvendo em um crime quando chega em um navio e encontra um homem morto dentro dele. Quem teria matado aquele homem desconhecido? Para complicar ainda mais o mistério, tudo levaria a crer que sua própria garota estaria envolvida naquele crime. Um filme bem diferente de John Wayne.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Três Dias do Condor

Nesse clássico filme de espionagem, o ator Robert Redford interpreta um escritor que vai trabalhar como pesquisador na CIA, a agência de inteligência do governo dos Estados Unidos. Sua principal função é ler livros, jornais e revistas para descobrir se existe algum vazamento sobre operações da agência. Depois de captar algo nessas publicações, ele precisa enviar suas conclusões em relatórios para seus superiores. Só que algo dá muito errado. Toda a equipe que trabalha acaba sendo assassinada por agentes da própria CIA. O único que sobrevive é justamente ele, com o codinome de Condor. Depois dessa série de mortes, ele precisa sobreviver de alguma forma enquanto tenta entender o que está acontecendo, porque nem mesmo ele sabe o motivo de tantas mortes. A CIA parece disposta a ir em frente executando todos os envolvidos. Para isso, ela contrata até mesmo assassinos profissionais como o personagem interpretado pelo ótimo ator Max Von Sydow. 

Filme muito bom, escrito, dirigido e produzido na década de 1970, tempo de grandes obras cinematográficas. Por essa época, a CIA foi perdendo sua áurea de grande órgão governamental por causa das inúmeros missões ilegais em que se envolvia. Não raro aconteciam supostos assassinatos e mortes misteriosas envolvendo a agência. E nada era muito bem esclarecido para o povo americano. Jogo sujo. O filme tem uma excelente trama baseada em um romance popular da época. A única crítica maior que eu teria a essa boa produção  vem do romance que surge entre os personagens de Robert Redford e Faye Dunaway. Essa tentativa de ganhar simpatia do público feminino, aproveitando a fama de galã do ator Robert Redford, me soou completamente fora do padrão do resto da história. É forçado o romance e pouco verossímil. Tirando isso, não teria mais nada de mal de falar do filme. É realmente uma excepcional história sobre o mundo subterrâneo da espionagem e seus bastidores sujos. Um filme para se ter na coleção.

Três Dias do Condor (Three Days of the Condor, Estados Unidos, 1975) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: David Rayfiel, James Grady / Elenco: Robert Redford, Faye Dunaway, Max Von Sydow, Cliff Robertson / Sinopse: Pesquisador da agência de inteligência dos Estados Unidos, passa a ser caçado por agentes do governo sem saber exatamente a razão disso acontecer. O pior de tudo é que todos os membros da equipe em que trabalhava foram mortos de forma misteriosa.

Pablo Aluísio.

Hitchcock - O Homem Por Trás do Ídolo

Documentário que procura desvendar aspectos pessoais da vida do diretor Alfred Hitchcock. E como esses elementos de sua vida privada influenciavam em seus filmes. Interessante notar que a principal protagonista desse documentário é a esposa de Hitchcock, Alma Reville. Ele a conheceu em Londres quando ela trabalhava como atriz de cinema. Isso ocorreu na fase inglesa do diretor, antes dele ir para os Estados Unidos e se consagrar com uma série incrível de grandes clássicos da história do cinema. Um relacionamento que durou décadas e não foi privado de vários sofrimentos emocionais por parte dela. Hitchcock tinha mania de se apaixonar pelas atrizes loiras de seus filmes. Na maioria das vezes, esses romances não passavam de sua cabeça. Eram amores platônicos. Mesmo assim, causavam muito sofrimento em sua mulher que tinha que engolir tudo e aceitar as coisas da vida dele. 

Alma Reville também foi importante na elaboração dos roteiros dos principais filmes de Alfred Hitchcock. Colaborou intensamente na busca de boas histórias, na leitura dos romances e livros que poderiam virar filmes e, finalmente, na confecção final de cada um dos roteiros. "Hitchcock - O Homem Por Trás do Ídolo" não deixa de ser um belo trabalho documental que resgata essa figura importante na história do mestre do suspense. Há muitas cenas de seus filmes e também cenas raras como aquelas que ele gravou para um programa de TV que era exibido nos Estados Unidos. No final de tudo, o documentário consagra aquela ideia expressa no conhecido ditado. Atrás de cada grande homem, existe sempre uma grande mulher.

Hitchcock - O Homem Por Trás do Ídolo (Dans l'ombre d'Hitchcock, Alma et Hitch, França, 2020) Direção: Laurent Herbiet / Roteiro: Laurent Herbiet / Elenco: Alfred Hitchcock, Alma Reville Hitchcock, Ingrid Bergman, Tippi Hedren, Grace Kelly, Janet Leigh, Patricia Hitchcock / Sinopse: Documentário sobre a vida e obra do diretor de cinema Alfred Hitchcock.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de dezembro de 2022

Sonic 2

Essa franquia Sonic tem se revelado na medida certa para seu público alvo. É claro que eu não faço mais parte desse público, pois esse é um filme feito para as crianças. E segue sendo, nesse segundo filme, um produto muito bem realizado. O Jim Carrey voltou. Ele interpreta o mesmo vilão que fez no primeiro filme, um sujeito bem caricato, bem de acordo com o mundo dos videogames. O ator só pode ser considerado um grande cara de pau, porque ele disse no primeiro filme que não faria mais nenhum filme na sua carreira. Seria seu último. Mas é a tal coisa. Começam a voar dólares e ofertas milionárias... então ele muda de ideia rapidamente. Não o condeno de maneira nenhuma. O mar não está para peixe. Toda oportunidade que surge, deve ser uma oportunidade que se pega, nos dias de hoje. E Carrey não perdeu a piada dizendo que Sonic 2 sim seria seu último filme. É um fanfarrão!

O que mudou nesse segundo filme? Praticamente nada, já que a fórmula se revelou lucrativa. As mudanças até que foram poucas, mas foram pontuais e certeiras. Colocou-se uma espécie de criaturinha vermelha, parecidíssima com o Sonic, só que lutando pelo lado dos vilões. E também colocaram alguns elementos que foram retirados de filmes de sucesso do passado, como a série de Indiana Jones. Referências cinematográficas para os mais velhos também estão pontuadas no filme. Uma delas é uma divertida referência ao primeiro filme de Tom Cruise, chamado "Negócio Arriscado". Quem diria que iríamos ver algo assim no novo filme do Sonic? Pois é, o saldo final é positivo. As crianças vão adorar novamente. 

Sonic 2 (Estados Unidos, 2022) Direção: Jeff Fowler / Roteiro: Pat Casey / Elenco: Jim Carrey, Ben Schwartz, James Marsden / Sinopse: Segundo filme adaptado do mundo dos videogames Sonic, trazendo o famoso personagem do ouriço super rápido e que corre com a velocidade do som.

Pablo Aluísio.

Willy's Wonderland - Parque Maldito

Muita gente ficou surpresa em ver o ator Nicolas Cage em um filme tão ruim como esse. E coloca ruim nisso. É praticamente um trash. Eu não fiquei nada surpreso. Há muitos anos que Cage vem descendo ladeira abaixo. Ele não apresenta mais nenhum tipo de cuidado na escolha dos filmes que faz. Uma coleção de bombas inacreditável. Um filme ruim atrás do outro. Não é de surpreender que ele iria parar em um filme trash mais cedo ou mais tarde. E esse filme é muito ruim, ruim de doer. Tem aspectos bizarros em seu personagem. Um deles é que ele não abre a boca para falar nenhuma palavra durante todo o filme. O sujeito é mudo? Penso que foi uma forma de se criar uma atmosfera cool em torno dele. Não deu muito certo. Seu personagem é apenas tosco no final das contas. 

A história é péssima. Ele é um sujeito que está viajando na estrada, em um interior qualquer dos Estados Unidos. O carro fura os pneus. Ele precisa parar e levar para uma oficina, mas é um lugar tão distante que não tem nenhum local para ele usar seu cartão de crédito. Então, é dada uma opção para ele trabalhar no velho parque de diversões abandonado. Se ele passar a noite limpando o lugar, ele vai receber o carro de volta com tudo pago pela manhã. É uma cilada. No lugar existem forças sobrenaturais atuando. Bonecos ridículos que ganham vida durante a noite. O filme é todo mal feito, cheio de defeitos especiais. Um lixo total! Esqueça...

Willy's Wonderland - Parque Maldito (Willy's Wonderland, Estados Unidos, 2021) Direção: Kevin Lewis / Roteiro: G.O. Parsons / Elenco: Nicolas Cage, Emily Tosta, Beth Grant / Sinopse: O ator Nicolas Cage paga mico nesse terror sobre um parque de diversões falido e abandonado, assombrado por bonecos horrorosos.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de dezembro de 2022

Súplicas Atendidas: Os Arquivos de Capote

Documentário sobre a vida e a obra do escritor e jornalista Truman Capote. O interessante é que esse filme foi rodado a partir de uma série de fitas gravadas pela assistente pessoal do biografado. Ela gravou essas fitas ao lado dele em seu apartamento, trazendo episódios de sua biografia. Então o espectador que assistir a esse documentário, vai ouvir, na maioria das vezes, a opinião do próprio escritor. E surgem aspectos e curiosidades muito interessantes nesse resgate de seu passado. Nessas gravações, por exemplo, descobrimos que o livro "Bonequinha de luxo", que se tornou um dos maiores clássicos da história do cinema, era nada mais, nada menos, do que uma versão romanceada da própria vida da mãe de Capote. Assim como a personagem do livro, ela também foi para Nova Iorque, ainda muito jovem, e precisou se virar para sobreviver na cidade grande. Como ela ganhava dinheiro? Ora, basta conhecer o livro para entender. Ela teve um destino trágico, se matando anos depois, e segundo o escritor, morreu em seus braços. Um trauma para o resto de sua vïda.

"A Sangue Frio" se tornou um livro que levantou muitas questões interessantes. Esse livro foi escrito fugindo do que normalmente Capote escrevia. Era uma crônica policial sobre um horroroso crime que ocorreu no estado interiorano do Kansas. Capote se interessou tanto por essa história que resolveu viajar até lá. Conheceu os moradores locais e os próprios criminosos. Segundo o documentário, ele ficou apaixonado por um dos assassinos. Pois é, Capote foi homossexual em uma época em que isso causava grande estigma social dentro da sociedade. E seus livros que lhe trouxeram fama e fortuna, também foram sua ruína. Ele escreveu um livro chamado "Súplicas Atendidas", que devastava a vida pessoal e íntima de muitas de suas amigas da alta elite de Nova Iorque. Isso o expulsou desse círculo social. Ele caiu nas baladas gays e se viciou em drogas, especialmente em cocaína. Sua fase de loucuras no Stúdio 54 também é retratado no documentário. Enfim, um bom retrato desse escritor mais do que talentoso e polêmico, que até hoje é celebrado nos Estados Unidos.

Súplicas Atendidas: Os Arquivos de Capote (The Capote Tapes, Estados Unidos, 2021) Direção: Ebs Burnough / Roteiro: Ebs Burnough / Elenco: Truman Capote, George Plimpton, Kate Harrington / Sinopse: Documentário sobre a vida e a obra do escritor e jornalista Truman Capote. 

Pablo Aluísio.

Porta dos Fundos: Contrato Vitalício

Levar o humor do Porta dos Fundos para o cinema não era algo fácil. O estilo de comédia que eles fazem, mais baseado em enquetes, é muito mais eficaz no Youtube. Em um filme com uma história longa, as coisas não iriam sair tão bem. Foi justamente o erro que cometeram aqui neste longa-metragem. O roteiro se perde em uma história que não faz muito sentido e nem tem muito pé e nem cabeça. Um diretor de cinema que desaparece por longos anos, depois reaparece do nada. Ele alega que foi abduzido e levado por seres alienígenas. E viveu grandes aventuras em um mundo surreal. Até aí tudo bem, o sujeito estaria apenas delirando. Só que ele mantém um contrato vitalício com um ator em ascensão. E exige que ele participe deste novo filme, baseado justamente nessas experiências alucinadas. É claro que algo assim só iria dar em filme trash!

A partir daí se desenvolve o filme. Eles vão tentar fazer essa produção com um roteiro podre desses. Tudo absurdo. Não acredito que algo assim funcionaria muito bem. Uma piada fraca dessas, levada ao limite, testa também o limite da paciência do espectador. Os dois protagonistas são interpretados por Fábio Porchat e Gregório Duvivier, que são profissionais talentosos do humor brasileiro. Só que o que condena esse filme é o seu próprio formato. O que era rápido e ágil no Porta dos Fundos da internet, se torna longo e enfadonho nesse filme. Apesar de alguns bons momentos, meu veredito é um só. É um filme bem fraco e em muitos momentos bem sem graça. Erro fatal para quem queria fazer humor e diversão.

Porta dos Fundos: Contrato Vitalício (Brasil, 2016) Direção: Ian Sbf / Roteiro: Gabriel Esteves, Fábio Porchat, Ian Sbf / Elenco: Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Naldo Benny, Rafael Portugal
/ Sinopse: Um diretor alucinado e um jovem ator que não quer participar de seu novo filme, entra nas filmagens dessa produção que não faz o menor sentido.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O Rebanho

Filme muito interessante, que mostra como se desenvolve uma mentalidade de seita. Aliás, o foco do filme é justamente essa estranha seita formada por um guru "iluminado" seguido por várias mulheres. Apenas mulheres o seguem. É bom deixar claro isso. Ele chama as mulheres mais novas de filhas e as mais velhas de esposas. Só que isso não o impede de praticar abuso sexual, não apenas contra as maduras, como também contra as jovens. E o roteiro deixa a entender que essas garotas jovens são suas filhas. Então imagine o estrago da situação. Sim, incesto!  Em seitas as coisas funcionam assim mesmo. É tudo verdade absoluta o que o líder diz e faz, é tudo obedecido e absorvido por seus seguidores. Não existe espaço para contestação nenhuma. O seguidor fanático segue tudo o que o guru diz, ou então está fora da seita, caindo em desgraça perante as demais pessoas fanatizadas que fazem parte dessa comunidade. 

Toda seita é a mesma coisa. Um lugar ideal para abusos físicos, emocionais e sexuais de todas as formas. Vemos muito disso acontecer ao longo da história e vemos isso acontecer inclusive agora no Brasil, em termos políticos. Criou-se um suposto líder nesses últimos anos. Veja bem como se se comporta as pessoas desse filme e faça a comparação com o que se vê nas frentes dos quartéis da vida aqui no Brasil hoje em dia. A mesma loucura, a mesma lavagem cerebral, a mesma insanidade. As pessoas que entram em uma lavagem cerebral de seita só saem com muito, muito tratamento psicológico. E os resultados do fanatismo são sempre horríveis, como se deixa claro no roteiro desse filme. Aliás, esse filme é recomendado especialmente para quem está delirando por aí. Tem tudo a ver com o que vemos atualmente pelas ruas no Brasil. Não seja do rebanho, não seja gado de seitas.

O Rebanho (The Other Lamb, Estados Unidos, Irlanda, Bélgica, 2020) Direção: Malgorzata Szumowska / Roteiro: Catherine Smyth-McMullen / Elenco: Raffey Cassidy, Michiel Huisman, Denise Gough / Sinopse: Líder de uma seita explora sexualmente e psicologicamente de suas seguidoras fanatizadas. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

O Forasteiro - Violência sem limites

Um gringo atravessa a fronteira entre Estados Unidos e México. Ele carrega uma mochila cheia de dólares, uma pequena Fortuna. A Verdade é que se trata de um policial americano que roubou dinheiro de bandidos que matou. Ao se deparar com aqueles criminosos, esse policial da fronteira acabou cedendo a sua própria ganância. Liquidou os bandidos, pegou a grana e fugiu para o México. Um roteiro manjado desse tipo de situação. Ele é um policial corrupto, ou como os americanos gostam de usar a expressão, um Dirty Cop. As coisas não vão ficar assim. Ele passa a ser perseguido não apenas pelos membros do cartel do dinheiro que roubou, como também por outros policiais americanos. E esses tiras são tão corruptos quanto ele. No final, estão juntos dos bandidos mexicanos e querem a sua parte dessa grana. Não tem mocinho nesse filme, só bandido. 

Uma fita de ação até que bem legal. A história pode ser até bem batida, mas eu destaco a forma como o diretor Eduardo Rodriguez trabalhou em seu filme. Tudo é muito bem filmado, com ótimas tomadas de cena. E a fotografia chapada mantém tudo ainda mais interessante. Esse diretor mostrou realmente talento na arte de filmar violência estilizada. Uma boa notícia para o ator Scott Adkins, que vem há muito tempo se dedicando nesse tipo de fita de ação. Como os brutamontes dos anos 80 estão velhos, já na casa de 70 anos, isso sempre abre espaço para novos astros nesse estilo. 

O Forasteiro - Violência sem limites (El Gringo, Estados Unidos, 2012) Direção: Eduardo Rodriguez / Roteiro: Jonathan W. Stokes / Elenco: Scott Adkins, Petar Bachvarov, Zachary Baharov / Sinopse: Policial americano corrupto foge para o México com o dinheiro que roubou de traficantes mexicanos na Fronteira entre Estados Unidos e México. Ele quer fugir para Acapulco, mas antes disso, vai ter que enfrentar muitos problemas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Monstros

Apesar do título ser Monstros, não há muitos monstros nesse filme. Na realidade, esse roteiro contra outro tipo de história. A história de duas pessoas que se conhecem e que conforme vão viajando acabam descobrindo que estão realmente interessadas uma na outra. Pois é, quando chega na última cena do filme, você vai descobrir que isso aqui é uma produção que valoriza mais os sentimentos muito humanos do que monstros gigantes destruindo cidades. O mundo pós apocalíptico que surge depois de uma invasão alienígena é apenas um pano de fundo para se ver esse romance improvável. Há dois personagens centrais. O sujeito que vai até o México para trazer a filha de seu patrão. E a própria garota em si, que acaba desenvolvendo um sentimento de paixão por ele. E talvez essa guinada do roteiro tenha trazido muita má vontade em relação ao filme, principalmente para quem gosta do gênero Sci-fi. 

Acredito que o projeto tenha nascido como um romance on the road. Só que nos dias de hoje, para se aprovar um filme desse tipo, é complicado. Parece que apenas filmes com algum teor de Super-heróis ou quadrinhos vão em frente. Então a impressão que eu tive foi que eles queriam contar essa história de amor, mas não havia como. Então colocaram tudo nesse cenário de mundo invadido por ETs. Onde alienígenas gigantes estão destruindo as grandes cidades. É boboca? Certamente sim. Só que sendo bem pragmático, o filme provavelmente nunca seria feito se não tivesse os tais aliens. Os fins justificam os meios. Sinal dos novos tempos cinematográficos.

Monstros (Monsters, Reino Unido, 2010) Direção: Gareth Edwards / Roteiro: Gareth Edwards / Elenco: Scoot McNairy, Whitney Able, Mario Zuniga Benavides / Sinopse: O filme conta a história de um amor que nasce entre um casal bem no meio de uma invasão alienígena no planeta Terra.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Você Pertence a Mim

Esse filme me lembrou muito aquele tipo de thriller de suspense que era tão comum nos anos 90. Na realidade, eu poderia definir como um filme atual, feito com a antiga fórmula dos filmes daquela década. O roteiro conta a história de um psiquiatra que perde uma de suas pacientes. A garota, que tinha saúde mental frágil e sofria de forte depressão, supostamente se mata, pulando de um prédio. A situação fica delicada. Todo psiquiatra perde muito quando uma de suas pacientes morre, porque de certa forma, é uma batalha profissional que se perde. Depois de um certo tempo, bate a porta de sua casa um homem que ele não conhece. Esse sujeito se diz irmão da garota que cometeu suicídio. E que está ali para lhe devolver um livro que estava com sua irmã. Ele se mostra muito simpático e empático e logo ganha a confiança da família do psiquiatra. Vai mais além, seduzindo sua filha adolescente. Acha pouco e também seduz a esposa dele. No fundo, ele quer destruir a vida do doutor, mas a que preço e de que forma? 

Foi curioso ver o ator Casey Affleck interpretando um homem sério, inteligente, um psiquiatra renomado. Quando o filme começou, eu pensei que ele iria interpretar justamente o papel do sujeito desequilibrado que quer vingança. De qualquer forma, o filme funciona bem, apresentando um bom elenco. As situações de suspense vão se perpetuando e mantendo o interesse do espectador. A única coisa que eu poderia dizer que me incomodou um pouco foi a extrema fragilidade emocional daquela família que se entrega ao desconhecido sem nem ao menos racionalizar sobre a questão. A filha e a mulher do psiquiatra caem nas mãos desse sujeito de uma forma muito rápida. Que pessoas mais vulneráveis! De qualquer forma, apesar disso, ainda é um bom filme. Vale a recomendação.

Você Pertence a Mim (Every Breath You Take, Estados Unidos, 2021) Direção: Vaughn Stein / Roteiro: David Murray / Elenco: Casey Affleck, Michelle Monaghan, Sam Claflin / Sinopse: Um psiquiatra vê sua família entrar em perigo após a chegada do suposto irmão de uma das suas pacientes, que se suicidou. O sujeito parece disposto a destruir a vida familiar e emocional do médico.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Lansky

O filme conta a história do mafioso Meyer Lansky. O enredo começa quando ele envelhecido e já idoso, decide contar sua história para um jovem jornalista. Uma situação perigosa, pois a vida de Lansky foi dedicada ao mundo do crime organizado.  O FBI acompanha com bastante atenção o desenrolar dos fatos. E tenta trazer o jornalista para seu lado, como informante, para revelar tudo o que o velho mafioso está contando. Esse mafioso foi uma figura importante dentro da hierarquia do crime organizado nos Estados Unidos. De certa forma, ele era a mente pensante por trás de muitos crimes que foram cometidos. Era um sujeito racional, que procurava organizar tudo de uma forma que lembrasse a mentalidade das grandes corporações americanas. 

Usava os gangsters brutais e a violência apenas como ferramentas e meio para atingir seus objetivos. Ele mesmo raramente colocava a mão na massa ou fazia o serviço sujo. Ao invés disso, montou um esquema de lavagem de dinheiro Internacional, que fez com que a máfia investisse em grandes negócios pelo mundo afora. Foi um dos responsáveis, inclusive, pela construção de Las Vegas e seus cassinos. Era muito próximo de Bugsy Siegel, um sujeito violento e brutal que acabou sendo eliminado pela própria quadrilha. Ele estava roubando dinheiro dos mafiosos ao comandar e administrar os cassinos de Las Vegas. O filme é muito interessante, que conta a história desse velho criminoso que tinha ligações com pessoas poderosas dentro do governo americano. Talvez isso explique porque ele conseguiu sair relativamente impune de tudo o que fez ao longo de sua vida criminosa. Um mafioso diferente, que nem italiano era. Um judeu inteligente que mudou os métodos da máfia em seu tempo.

Lansky (Lansky, Estados Unidos, 2021) Direção: Eytan Rockaway / Roteiro: Eytan Rockaway / Elenco: Harvey Keitel, Sam Worthington, Minka Kelly, AnnaSophia Robb, John Magaro, David Cade / Estúdio: Vertical Entertainment / Sinopse: O filme conta a história do mafioso judeu Meyer Lansky e seu envolvimento com o crime organizado nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Adão Negro

Esse filme foi a grande aposta da Warner e da DC nesta temporada no cinema. Como estamos em uma época de retomada das bilheterias das salas de cinema pelo mundo, as empresas apostavam alto na bilheteria desse Adão Negro. Estimativas otimistas esperavam que o filme irrompesse a marca do bilhão de dólares arrecadados. Não aconteceu. O filme não chegou a necessariamente dar prejuízo, mas tampouco chegou a lucrar aquilo do que era esperado. Com isso, os planos das novas adaptações dos personagens da DC ficaram agora em um momento de replanejamento geral. Talvez isso indique também que os filmes de super-heróis estão saturando. Penso assim, porque esse filme tem todos os ingredientes que foram usados de forma exaustiva por outras adaptações de quadrinhos. Dentro desse tipo de filme, ele definitivamente não é ruim. É apenas, de certa forma, repetitivo. 

Esse personagem, que eu pouco conhecia, pois não sou leitor de quadrinhos, vem do universo do Capitão Marvel. Assim como o conhecido herói, ele também se transforma em um ser com muitos poderes, ao gritar a palavra "Shazam!". E seus poderes também vem de um tipo de conselho de magos da antiguidade. A diferença básica é que ele, tecnicamente, não é um herói como o Capitão Marvel. Ele tem uma tonalidade de personalidade que poderia estar mais ligada aos vilões das histórias em quadrinhos. Curiosamente, há um encontro dele com Superman, na última cena. Pelo visto, a Warner e a DC decidiram deixar o Capitão Marvel em um lugar próprio e isolado dentro das adaptações de cinema. Seu humor não iria cair bem aqui.

O filme é inegavelmente bem realizado e bem produzido. Eu até gostei desse roteiro que explora esse personagem, que teria 5 mil anos de existência. E quando você investe na antiguidade e na tradição, esse tipo de fantasia funciona melhor. O grupo de super-heróis reunido na chamada Sociedade da Justiça também funciona bem. De forma em geral o que temos durante o filme é uma grande pancadaria entre todos os personagens das comics. Não há nada de errado nisso, pois geralmente as histórias em quadrinhos muitas vezes se resumem apenas a isso mesmo. Fica complicado entender porque o filme não caiu no gosto do público. Talvez o personagem não seja tão conhecido fora do mundo dos leitores de gibis. Ou talvez os cinéfilos já estejam mesmo cansados desses filmes de super-heróis.

Adão Negro (Black Adam, Estados Unidos, 2022) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Adam Sztykiel, Rory Haines / Elenco: Dwayne Johnson, Pierce Brosnan, Aldis Hodge, Noah Centineo / Sinopse: Um ser com 5 mil anos de existência retorna ao nosso mundo para recuperar uma antiga coroa, que dará poderes especiais para quem a ostentar. Essa peça milenar não pode cair nas mãos erradas.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de dezembro de 2022

Além das Profundezas

Título no Brasil: Além das Profundezas
Título Original: Breaking Surface
Ano de Lançamento: 2020
País: Suécia, Noruega, Bélgica
Estúdio: Way Feature Films
Direção: Joachim Hedén
Roteiro: Joachim Hedén
Elenco: Moa Gammel, Madeleine Martin, Trine Wiggen, Jitse Jonathan Buitink, Lena Hope, Remi Alashkar

Sinopse:
Duas irmãs, mergulhadoras profissionais, decidem fazer um mergulho em águas profundas na Costa da Suécia. Um lugar de águas geladíssimas, quase abaixo de zero. O problema é que, durante o mergulho, uma delas fica presa por uma grande rocha que caiu de um penhasco no litoral. Resta a outra irmã tentar salvar a sua vida, subindo rapidamente em busca de socorro, algo que vai ser difícil, pois a região é desabitada e está sob nevasca.

Comentários:
Gosto de afirmar que para um bom filme, basta apenas uma boa história. Some-se a isso um elenco afinado e pronto. Basta apenas ter esses elementos básicos. É o caso justamente desse filme sueco, de que gostei bastante. A história em si é simples e temos basicamente apenas uma situação limite. Uma das irmãs fica presa no fundo do oceano após uma enorme rocha cair em cima dela. A outra não tem forças para levantar aquela grande pedra. Ela sobe em busca de ajuda, mas isso não vai ser possível. Então ela decide mergulhar novamente com tanques de oxigênio para que a irmã não morra afogada no fundo do mar. E a coisa só vai piorando ao longo do tempo. O suspense é muito bem trabalhado e a história tem lances que grudam o espectador na tela. Além disso, as cenas de mergulho são muito bem realizadas. Tudo bem filmado, inclusive na cena mostrando as duas mergulhadoras em um ambiente de caverna. Quem conhece mergulho sabe que esse tipo de operação em cavernas submarinas é uma das coisas mais perigosas que existem. O filme também trabalha razoavelmente bem com a personalidade das duas irmãs. Uma delas é mais decidida e firme, enquanto a outra tem problemas emocionais, inclusive em relação à mãe. Enfim, é um filme que vale muito a pena. Eu deixo minha recomendação para mais um bom filme do cinema europeu.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de dezembro de 2022

Star Wars - Andor

A Disney segue com sua linha de produção de séries baseadas no universo criado por George Lucas. E olha que essa série até foi bem recebida nos Estados Unidos. A crítica especializada gostou e os fãs de Star Wars bateram palmas! O que, convenhamos, baseado nas últimas séries, não é algo muito corriqueiro de acontecer. Muitas dessas séries novas da Disney levaram pauladas por todos os lados. Mas essa aqui foi poupada. A história se passa no mesmo contexto do filme "Rogue One: Uma História Star Wars". Produção que também foi muito elogiada, sendo considerada excelente pelos fãs. Isso talvez explique a sua boa receptividade. Ainda é cedo para que eu expresse minha opinião definitiva sobre o que achei da série, pois só assisti a um episódio até o momento, mas vou deixar abaixo minhas impressões iniciais. 

O primeiro episódio não é particularmente empolgante. O protagonista vai até um planeta distante em busca de informações sobre sua irmã desaparecida. Ao que tudo indica, ela esteve envolvida com forças rebeldes e isso atrai a atenção do Império. Ele tenta escapar, mas a verdade é que a morte de dois operários que trabalhavam para as forças imperiais despertam muita atenção e levam um xerife local a ir atrás e investigar a morte desses homens. Mesmo tendo sido aconselhado a não fazer. Se há uma coisa para se elogiar neste primeiro episódio, é a sobriedade. Não tem nada de infantil, parece que a série vai adotar um tom mais realista e adulto. Vamos aguardar.

Star Wars - Andor (Andor, Estados Unidos, 2022) Direção: Toby Haynes,Benjamin Caron / Roteiro: Tony Gilroy / Elenco: Diego Luna, Kyle Soller, Stellan Skarsgård / Sinopse: Em um universo dominado pelas forças do Império, grupos de rebeldes se organizam por todos os planetas para deter essa invasão violenta e sem sentido.


Star Wars Andor 1.02 - That Would Be Me
Eu estou sinceramente meio decepcionado com essa série. Muito badalada, com muita gente boa elogiando a série, dizendo que era melhor que foi produzido pela Disney com a marca Star Wars. Minha opinião difere principalmente se eu for tomar como parâmetro justamente esse episódio. Nada, absolutamente nada, de importante acontece aqui. É uma das coisas mais entediantes que já vi na minha vida. Prefiro muito mais ver o mandaloriano viajando pelo espaço com baby Yoda. Tem muito mais graça e magia. Por outro lado, isso aqui só me soou como algo muito entediante. / Star Wars Andor 1.02 - That Would Be Me (Estados Unidos, 2022) Direção: Toby Haynes.

Pablo Aluísio.