Levar o humor do Porta dos Fundos para o cinema não era algo fácil. O estilo de comédia que eles fazem, mais baseado em enquetes, é muito mais eficaz no Youtube. Em um filme com uma história longa, as coisas não iriam sair tão bem. Foi justamente o erro que cometeram aqui neste longa-metragem. O roteiro se perde em uma história que não faz muito sentido e nem tem muito pé e nem cabeça. Um diretor de cinema que desaparece por longos anos, depois reaparece do nada. Ele alega que foi abduzido e levado por seres alienígenas. E viveu grandes aventuras em um mundo surreal. Até aí tudo bem, o sujeito estaria apenas delirando. Só que ele mantém um contrato vitalício com um ator em ascensão. E exige que ele participe deste novo filme, baseado justamente nessas experiências alucinadas. É claro que algo assim só iria dar em filme trash!
A partir daí se desenvolve o filme. Eles vão tentar fazer essa produção com um roteiro podre desses. Tudo absurdo. Não acredito que algo assim funcionaria muito bem. Uma piada fraca dessas, levada ao limite, testa também o limite da paciência do espectador. Os dois protagonistas são interpretados por Fábio Porchat e Gregório Duvivier, que são profissionais talentosos do humor brasileiro. Só que o que condena esse filme é o seu próprio formato. O que era rápido e ágil no Porta dos Fundos da internet, se torna longo e enfadonho nesse filme. Apesar de alguns bons momentos, meu veredito é um só. É um filme bem fraco e em muitos momentos bem sem graça. Erro fatal para quem queria fazer humor e diversão.
Porta dos Fundos: Contrato Vitalício (Brasil, 2016) Direção: Ian Sbf / Roteiro: Gabriel Esteves, Fábio Porchat, Ian Sbf / Elenco: Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Naldo Benny, Rafael Portugal
/ Sinopse: Um diretor alucinado e um jovem ator que não quer participar de seu novo filme, entra nas filmagens dessa produção que não faz o menor sentido.
Pablo Aluísio.