Apesar do título ser Monstros, não há muitos monstros nesse filme. Na realidade, esse roteiro contra outro tipo de história. A história de duas pessoas que se conhecem e que conforme vão viajando acabam descobrindo que estão realmente interessadas uma na outra. Pois é, quando chega na última cena do filme, você vai descobrir que isso aqui é uma produção que valoriza mais os sentimentos muito humanos do que monstros gigantes destruindo cidades. O mundo pós apocalíptico que surge depois de uma invasão alienígena é apenas um pano de fundo para se ver esse romance improvável. Há dois personagens centrais. O sujeito que vai até o México para trazer a filha de seu patrão. E a própria garota em si, que acaba desenvolvendo um sentimento de paixão por ele. E talvez essa guinada do roteiro tenha trazido muita má vontade em relação ao filme, principalmente para quem gosta do gênero Sci-fi.
Acredito que o projeto tenha nascido como um romance on the road. Só que nos dias de hoje, para se aprovar um filme desse tipo, é complicado. Parece que apenas filmes com algum teor de Super-heróis ou quadrinhos vão em frente. Então a impressão que eu tive foi que eles queriam contar essa história de amor, mas não havia como. Então colocaram tudo nesse cenário de mundo invadido por ETs. Onde alienígenas gigantes estão destruindo as grandes cidades. É boboca? Certamente sim. Só que sendo bem pragmático, o filme provavelmente nunca seria feito se não tivesse os tais aliens. Os fins justificam os meios. Sinal dos novos tempos cinematográficos.
Monstros (Monsters, Reino Unido, 2010) Direção: Gareth Edwards / Roteiro: Gareth Edwards / Elenco: Scoot McNairy, Whitney Able, Mario Zuniga Benavides / Sinopse: O filme conta a história de um amor que nasce entre um casal bem no meio de uma invasão alienígena no planeta Terra.
Pablo Aluísio.