Título no Brasil: Do Destino Ninguém Foge
Título Original: The Left Hand of God
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Alfred Hayes, William E. Barrett
Elenco: Humphrey Bogart, Gene Tierney, Lee J. Cobb, Agnes Moorehead, E.G. Marshall, Jean Porter
Sinopse:
Um homem com vestes sacerdotais, aparentemente sendo o tão esperado Padre O'Shea (Bogart), chega em uma distante e esquecida missão católica em uma província na China. O ano é 1947 e aquela nação ainda se recupera das marcas deixadas pela recente invasão japonesa ao país. Inicialmente o novo padre parece um pouco desconfortável com seus deveres religiosos, mas logo impõe um sistema de divisão de tarefas e deveres entre os missionários que se revela muito eficiente e produtiva. O sacerdote católico porém guarda um grande segredo, que irá se revelar mais tarde através de sua amizade com a enfermeira da missão, a bela e doce Anne (Gene Tierney).
Comentários:
Humphrey Bogart já estava corroído pela doença que o mataria quando realizou essa produção. O fato é que o ator adorava trabalhar e para ele filmar era uma espécie de benção e distração pois mantinha sua mente ocupada enquanto estava decorando textos e atuando. Era melhor do que ficar em casa agonizando e sofrendo dores, segundo sua própria opinião. Assim, mesmo com um cigarro constantemente acesso na boca e um copo de whisky na mão - dois vícios que lhe trouxeram muitos problemas de saúde ao longo dos anos - o velho Boogie conseguiu chegar ao final das filmagens e o mais surpreendente de tudo, atuando muito bem. A produção não é de primeira linha, temos que reconhecer, mas tem uma dignidade e uma sofisticação à toda prova, fruto é claro do bom trabalho desenvolvido pelo diretor Edward Dmytryk, que sempre procurou ser mais sutil ao contar suas estórias, ao invés de cair para o exagero. Revisto hoje em dia o clima de nostalgia se impõe e o roteiro mostra sua força, compensado certos aspectos envelhecidos na produção. Em suma, uma ótima oportunidade de rever em cena um dos maiores astros da história do cinema, na era de ouro de Hollywood, onde mesmo passando por um dos momentos mais complicados de sua vida pessoal, ainda conseguia mostrar toda a força de sua personalidade e caráter. Uma lição de vida que não se aprende na escola.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirDo Destino Ninguém Foge
Pablo Aluísio.
Ate hoje só vi com o Bogart, Casablanca (umas cinco vezes), uma Aventura na África e Não Somos Anjos, mas sempre
ResponderExcluirgostei do jeito dele.
Humphrey Bogart fez excepcionalmente bem a transição de vilões para heróis em sua carreira no cinema, entretando mesmo quando interpretava o protagonista havia uma leve sensação de cinismo no ar, como se seus personagens não fossem muito confiáveis. Sempre achei essa parte de sua interpretação algo muito interessante.
ResponderExcluirO Steve Mcqueen também era assim.
ExcluirSem dúvida Lord Erick! O Bogart se notabilizou por fugir desse estigma do mocinho na velha Hollywood. Ele foi, talvez por isso, o primeiro "anti-herói" do cinema americano e isso em dezenas de filmes. Olhos de puro cinismo, de peixe morto, cigarro no canto da boca e quando possível um copo de bebida em uma das mãos - essa era sua marca registrada em cena. Era o sujeito que geralmente aparecia ao lado do bem, mas ao mesmo tempo era bom ficar com um pé atrás sobre ele! rsrsrs
ResponderExcluirSerge,
ResponderExcluirEstá perdendo muitos bons filmes então. O Bogart tem uma vasta e mais do que interessante filmografia. Recomendo demais, desde os primeiros filmes, quando ele interpretava gângsters, até os finais, quando ele incorporou definitivamente sua própria personalidade nas telas de cinema.